VIDA NOVA
A casa dos Black, em River Country estava desocupada há cerca de um ano, desde que o último inquilino a deixara . Desde então, Felix não conseguira mais alugá-la, deixando-a vazia. Então, para comemorar a volta de Sirius, naquela noite a família voltou a ocupar a antiga casa. Mellyssa e Isabella prepararam um jantar especial, o qual Sirius praticamente devorou. A sensação de liberdade, de não ser mais um fugitivo o dominava totalmente. Um mundo se abrira a sua frente, e o que antes parecia impossível agora tornava-se realidade. Estava de volta à sua casa, ao lado de sua família.
Vívian sentia-se deslocada, pois sempre fora o centro das atenções da família. Tentava assimilar a mudança radical que sua vida estava sofrendo. Logicamente estava feliz, mas não conseguia agir com naturalidade diante de seu pai. Resolveu ir dormir antes de todos, causando estranheza principalmente em Sirius. Assim que a garota subiu para o quarto, Lyra simplesmente comentou:
- Nem precisa esquentar a cabeça, Sirius...a Vívian é imprevisível, com o tempo você se acostuma.
- Ela só está perdida, Lyra. É lógico que eu não estou esquentando minha cabeça...- Sirius espreguiçou-se - acho que vou seguir o exemplo da Vívian, e vou dormir também - levantou-se do sofá, deu boa-noite a todos, e também subiu para o quarto.
Isabella recolheu-se alguns minutos depois. Sirius já estava deitado, mas permanecia acordado, pensativo.
- Tudo bem, Sirius?
- Tudo maravilhoso, Bella - Sirius sorriu, observando Isabella trocar de roupa - só estava pensando...
- Posso saber em quê?
- Em nós...eu, você a Vívian...e o Harry .Como vai ser daqui por diante, o que nós vamos fazer.
- Bem...nós temos uma decisão delicada a ser tomada, Sirius...eu estruturei toda a minha vida , vai ser uma mudança radical, vamos ter que conversar com a Vívian...
- Eu não acredito que você está pensando em voltar para os EUA...Isabella, aqui é o seu lugar.
- Não estou falando em voltar para Salém, Sirius...quando eu recebi sua carta, e viajei às pressas para cá, eu não sabia se ainda te amava. Mas agora eu não tenho mais dúvidas, e ficar com você é tudo o que eu quero...e montar a nossa família da forma que eu imaginei, quando eu soube...- Isabella hesitou por alguns instantes - quando eu soube que a Lílian e o Tiago estavam mortos.
- Você chegou a pensar nisso?
- Antes de saber que você havia sido preso. Eu já sabia que estava grávida, e imaginei nós dois criando o Harry e o nosso bebê. - Isabella sorriu, amargurada - quando eu vi o Harry na casa da Sra Figg, eu tive a impressão que estava vendo o Tiago na minha frente. E descobri que não ia ter coragem de ir embora novamente, Sirius. Cansei de fugir de mim mesma.
- Você aceita então ser a Sra Black?
- Se você me der alguns dias para preparar minha mudança definitiva para cá...
- É só você prometer que vai voltar...- Sirius a puxou para si, e se beijaram como dois adolescentes apaixonados - E a Vívian, como será que ela vai reagir?
- Você não ouviu a Lyra dizer? A Vívian é imprevisível...bem, nós podíamos mandá-la para Hogwarts, junto com o Harry...bem, amanhã a gente conversa sobre isso. Agora temos todo o tempo do mundo...
Os dois adormeceram em seguida. Era a primeira noite de paz para ambos, depois de tantos anos. Mesmo que o mundo, lá fora, ameaçasse mergulhar no caos novamente.
Amanhecia quando Sirius perdeu o sono, e resolveu se levantar. Circulou pela casa silenciosamente, e abriu a porta da cozinha, que dava acesso para o grande quintal que havia nos fundos da propriedade. Era talvez o local que mais lhe trazia recordações da infância, de uma época bastante remota.
Notou surpreso que Vívian se encontrava sentada no balanço armado entre duas árvores, que Félix construira para Lyra como presente de aniversário. A garota balançava-se lentamente, cantarolando uma música desconhecida para ele. Vívian, que não percebera que o pai se aproximava, se assustou quando Sirius tocou o seu ombro.
- Está tudo bem, Vívian? - Sirius encarou o rosto da filha, que parecia uma gatinha assustada, tentando limpar os olhos, vermelhos.
- Estou bem, sim...só perdi o sono, e resolvi vir para cá...a Lyra sempre me falava desse quintal, mas eu não imaginava como era legal. - Vívian sorriu timidamente. Não parecia a garota metida a independente e dona do próprio nariz como sempre demonstrara ser.
Sirius se sentou ao lado da filha, imaginando se o balanço aguentaria o peso dos dois. Vívian recuou um pouco para o lado, mas fixou o olhar de Sirius, enquanto as lágrimas corriam pelo seu rosto.
- Você está assustada...isso é natural, Vívian. Mas não precisa chorar, por favor - de repente, Vívian se atirou nos braços de Sirius, que não soube como agir. Simplesmente a abraçou, e acariciou os seus cabelos, tentando abafar o ódio que sentia do miserável do Pettigrew, que o impedira durante todos aqueles anos de ter sua filha em seus braços.
No meio dos soluços, Vívian tentava falar, a cabeça enterrada no peito de Sirius.
- Você deve estar me achando uma idiota...- Vívian esfregou os olhos, e se soltou do abraço de Sirius. - Eu sempre tive medo que você me achasse uma tonta, uma feiosa no dia em que me conhecesse. E eu tenho me comportado feito uma panaca...
- Eu jamais pensaria isso de você, Vívian. - Sirius sentia as próprias lágrimas queimarem o seu rosto - você é a garota mais bonita que eu já conheci.
Vívian já estava mais controlada, e olhava para o chão, cutucando a terra com um graveto.
- Eu não quero voltar para a América...
O rosto de Sirius iluminou-se num sorriso.
- ...não tenho amigos de verdade por lá...as pessoas são muito frias e hostis...eu quero ficar aqui, não quero mais ficar longe...de você, do vô e da vó... - A garota olhou suplicante para Sirius - será que agora eu vou poder estudar em Hogwarts? Posso, pai?
Um alívio imenso tomara conta de Sirius, e ele abraçou novamente a filha, que agora sorria.
Isabella desceu para a cozinha, para tomar o café da manhã . Surpreendeu-se ao ver Vívian e Sirius tomando café juntos, rindo e conversando animadamente. Pouco depois, Lyra e os pais também desceram, e os Black tomaram seu primeiro café da manhã juntos, estabelecendo os novos rumos que tomariam dali por diante.
- Eu nem penso em voltar para cá - disse Lyra, séria - a não ser que eu recebesse uma proposta de emprego muito tentadora. Do contrário, continuo em Salém.
- É uma pena, Lyra...aposto como tem gente que iria gostar que você ficasse - Sirius mordeu uma torrada, e sorriu maliciosamente para a irmã. Lyra, no entanto, fechou a cara.
- Se você está querendo insinuar que o seu amigo Remo Lupin gostaria que eu ficasse na Inglaterra, pode esquecer, Sirius.
- Eu não citei nomes...
- Mas insinuou...
- Tá, tá - Sirius perdeu a paciência - esqueça o que eu disse.
- E se ele disser uma palavra a meu respeito, eu não vou querer saber, entendeu?
- Vocês dois querem fazer o favor de parar de discutir como duas crianças? - Mellyssa interrompeu o bate-boca dos filhos.
- Eu sei de uma pessoa que com certeza te achou bonita, Lyra...pelo menos não tirou os olhos das suas pernas...
Lyra virou-se surpresa para a sobrinha, vermelha.
- De quem você está falando?
- Daquele homem estranho que estava no tribunal...o tal do Snape.
Todos caíram na risada, mas Vívian não conseguiu entender o porquê. Até mesmo Sirius riu, imaginando a cena.
- Quer dizer que vocês se encontraram com aquela "coisa"?
- Qual o problema com aquele cara?
- Simplesmente ele é a pessoa que o seu pai menos suportava em Hogwarts, Vívian...
- É...e ainda não gosto dele. Mas agora ele é professor em Hogwarts, e Dumbledore confia nele.
Terminada a refeição, Isabella e Lyra prepararam-se para a viagem , apressando Vívian para se arrumar. No entanto, a garota recusou-se a acompanhar a mãe e a tia.
- Eu não vou.
- Como assim, não vai, mocinha? - Isabella perdia a paciência com muita facilidade diante da teimosia da filha - é lógico que vai.
- Isabella, qual o problema da Vívian ficar? - Sirius argumentou. - Ela fica comigo, você não vai demorar a voltar, vai?
- Não, espero estar aqui antes do dia trinta e um...Vívian, você prefere ficar?
A garota fez que sim com a cabeça, esperançosa.
- Tudo bem, mas sem aprontar, entendeu? - Isabella virou-se para Sirius - Então, nós vamos indo.
- Pode deixar que eu cuido dela direitinho, Bella - Sirius a beijou levemente na boca - e eu vou hoje mesmo buscar o Harry.
Pouco depois da partida de Lyra e Isabella, Felix e Mellyssa também resolveram voltar para a fazenda, na Irlanda, onde ainda viviam.
- Pensei que vocês fossem ficar conosco, aqui em River Country.
- Não, Sirius. Nós nos acostumamos com a tranquilidade do campo, e temos que tocar a nossa plantação. Pode ficar sossegado, e morar aqui se quiser.
- Plantação?
- Seu pai e eu resolvemos voltar a plantar ervas mágicas, Sirius, como os meus pais faziam - Mellyssa sorriu, observando a surpresa no olhar do filho - Espero que você apareça por lá o mais cedo possível, há muitas coisas suas guardadas por lá.
- E por falar em guardados - Felix tirou uma chave do bolso e a entregou a Sirius - a chave do seu cofre em Gringotes.
- Eu já tinha até me esquecido desse detalhe. Obrigado, pai. E a minha moto, vocês guardaram? - perguntou, rindo.
- Ah, sim. Está na fazenda também. - Mellyssa respondeu, sorrindo.
Sirius se despediu dos pais, que desaparataram em seguida. Agora estava a sós com Vívian, que o observava curiosa.
- O que nós vamos fazer agora? - perguntou, ansiosa.
- Agora? Bem...- Sirius coçou a cabeça, não sabia por onde começar. Só então se lembrou que não tinha uma varinha - Acho que precisamos dar um pulo no Beco Diagonal.
O passeio com Sirius no Beco Diagonal foi o mais empolgante que Vívian já fizera até então, não só pelo fato de estar junto do seu pai, como as novidades que estava vendo. Chegou a conclusão de que a Inglaterra era muito mais fascinante que os EUA em questão de magia. Os bruxos americanos estavam se modernizando, enquanto na Europa lutavam para manter a sua tradição. Era isso que a garota observava atentamente, enquanto faziam compras.
Foram primeiro ao Gringotes, sacar dinheiro do cofre de Sirius. Além do ouro, havia lá dentro um envelope, com alguns documentos e um pergaminho que o deixou surpreso e animado ao mesmo tempo: o termo de tutela de Harry. Vívian observava por cima do ombro de Sirius o documento.
- Isso é muito importante?
- É esse pergaminho que garante o meu direito de levar o Harry para viver comigo, e nenhuma pessoa vai poder me negar isso.
- Nem a família dele?
- Eles muito menos...afinal, o Tiago e a Lílian deixaram claro que se qualquer coisa acontecesse com eles, o Harry deveria ficar comigo e com a sua mãe.
Os dois saíram do banco, e dali Sirius foi direto à Olivaras comprar sua varinha. Vívian, que não estava com paciência de esperar o pai, resolveu dar uma volta por conta própria. Acabou entrando na Trapobelo Moda Mágica, encantada com uma camiseta cuja estampa mudava a todo instante. Pediu diversos modelos para experimentar, imaginando se Sirius lhe negaria uma daquelas. Uma mulher ao seu lado também estava escolhendo o mesmo modelo de camiseta.
- Essas blusas são ótimas, não? - comentou, empolgada. - Não gosto muito de usar vestes bruxas no dia a dia, somente em ocasiões especiais...Suzy, por favor querida, pare de mexer nessas roupas, vão pensar que a mamãe não te dá educação.
Vívian sorriu para a garotinha, que tinha no máximo três anos. Pela vitrine da loja, percebeu que Sirius a procurava, e parecia bastante preocupado.
- Está esperando alguém? - a mãe de Suzy perguntou, observando Vívian.
- Quê? Ah, é o meu pai...ele não sabe que estou aqui - respondeu, corando. Foi até a porta, e acenou para Sirius, que respirou aliviado.
- Espero que você saiba que eu não gostei desse sumiço, Vívian - Sirius entrou na loja, mas logo percebeu que todos os olhares se voltaram para ele. A mulher ao lado de Vívian estava lívida.
- Sirius? Sirius Black?
Sirius a encarou, e por um instante pensou não reconhecê-la.
- Nancy?
A mulher sorriu levemente, corada.
- Imaginei que não fosse me reconhecer...bem, coincidências existem. E estou feliz que tudo tenha dado certo para você.
- Bem, obrigado. - Sirius sorriu, sem-graça - E como você está?
- Estou muito bem. Me casei, tenho dois filhos. O mais velho vai para Hogwarts esse ano. E essa menina, é sua filha?
- Minha e da Isabella.
A vendedora da loja os interrompeu, entregando um pacote para Nancy.
- Mais alguma coisa, Sra Avery?
- Não, por hoje só isso, Mary. Obrigada.
Sirius observou Nancy com uma expressão intrigada no rosto, como se não acreditasse no nome que tinha ouvido.
- Sra Avery?
- Algum problema, Sirius? Eu me casei com o Matt, sim. - Nancy encarou Sirius - Dê minhas lembranças à Isabella. Suzy, vem cá, vamos procurar o papai.
Nancy saiu da loja, deixando Sirius pasmo. Ele só se deu conta de onde estava, quando Vívian o cutucou, segurando a camiseta.
- Compra para mim?
Ao final do Beco Diagonal, Sirius parou diante de uma grande loja, que destoava completamente das demais, pela sua fachada moderna: "Automóveis Mágicos e Acessórios".
- Você está pretendendo comprar um carro? - Vívian perguntou, curiosa.
- O que você acha da idéia?
Vívian ficou pensativa por uns instantes.
- A minha vó disse uma vez que você adorava gastar dinheiro à toa, e pelo jeito ela tem razão...ah, mas eu nem ligo. É lógico que vai ser ótimo ter um carro, detesto usar Pó de Flu, e como eu ainda não posso aparatar...
Sirius nem teve dúvidas. Pelo menos naquele dia ele queria se sentir novamente um rapaz de vinte anos, empolgado ao comprar um carro. Deixaria todos os problemas, que ele sabia que iriam aparecer, para mais tarde. Cerca de uma hora depois, Sirius saiu da loja pilotando um possante automóvel prateado, totalmente equipado e movido a magia.
- É uma pena que este carro não voe, como a minha velha moto.
- Fazer carros voarem não é contra as leis da Magia?
- Acho que sim...bem, deixa prá lá. Pelo menos de carro, eu não sou obrigado a aparatar.
- Mas aparatar não é legal?
- Mais ou menos...numa emergência, quando se está sozinho e com muita pressa, aí é uma vantagem. Do contrário, nada como dirigir um bom carro. - Sirius sorriu para a filha, que o observava - Vamos procurar um bom restaurante para almoçarmos, e depois buscar o Harry, que tal?
Vívian concordou, empolgada. Finalmente iria conhecer o famoso Harry Potter, afilhado de seus pais e que, se tudo desse certo, iria viver em sua casa a partir dali. Ficou imaginando o que diriam as pessoas em Salém, quando soubessem de tudo isso. Com certeza, suas antigas amigas iriam morrer de inveja.
Aquela era mais uma tarde normal de verão para a família Dursley. Petúnia fofocava tranquilamente com uma amiga ao telefone, enquanto o seu filho Duda assistia à televisão, se empanturrando com um pacote de batatas fritas ( sua dieta não dera muito certo ). Válter Dursley se encontrava fora, trabalhando. Enquanto isso, Harry lia histórias em quadrinhos de bruxo, muito mais tranquilo do que estivera há muitos dias. Pelo menos agora o seu padrinho estava livre.
A campainha tocou, e Petúnia, contrafeita desligou o telefone e atendeu a porta. Um homem estava ali parado, parecendo impaciente.
- Pois não? - perguntou Petúnia
- A senhora é Petúnia Evans Dursley?
Petúnia o encarou desconfiada. Poucas pessoas sabiam o seu sobrenome de solteira.
- Quem é o senhor?
- Meu nome é Sirius Black, sou padrinho do Harry, e vim buscá-lo.
A mulher permaneceu por uns instantes estática, tentando entender aquela brincadeira sem-graça. No entanto, Sirius não esperou ser convidado. Entrou na sala, enquanto Petúnia permanecia parada à porta, assustada.
- Bem, primeiro vamos esclarecer algumas coisas. Não sou um assassino, como o Harry provavelmente lhe disse, mas estiver preso durante doze anos. E não precisa ter medo de mim.
Petúnia fechou a porta, abismada com a petulância e ousadia daquele homem.
- Então o senhor pensa que pode chegar a minha casa, dizer que vai levar o Harry e achar que vou aceitar isso numa boa? Eu vou é telefonar para a polícia, isso sim...
- A senhora não vai ligar para lugar nenhum, Sra Dursley . Leia isso, por favor.
Entregou à Petúnia o documento assinado catorze anos atrás por Lílian e Tiago. Nisso, Harry atraído pelas vozes, desceu as escadas.
- Sirius! O que você está fazendo aqui? - exclamou, surpreso.
- Vim acertar uns detalhes com a sua tia, antes de te levar daqui. - Sirius virou-se para Petúnia - Já terminou de ler o que a sua irmã e seu cunhado deixaram escrito? O Harry agora já está pronto para ir viver entre os seus iguais.
- Você quer ir viver com essa gente, Harry? - Petúnia, pela primeira vez na vida, considerava a opinião do sobrinho.
O garoto hesitou por alguns instantes, mas tinha certeza do que queria. Só não sabia como dizê-lo, temendo a reação de sua tia.
- Quero sim. Estou esperando isso há dois anos.
- Então vá logo arrumar suas coisas e sumir daqui.
Harry não esperou segunda ordem. Subiu correndo as escadas, em direção ao seu quarto. Petúnia seguiu-o, embora estivesse morrendo de medo de deixar seu filho sozinho em companhia de um bruxo adulto. Mas o que iria fazer não poderia esperar mais.
Entrou no quarto do sobrinho, que enfiava às pressas seus livros de magia no pesado malão. As roupas, que não eram muitas, já estavam guardadas em sua mochila escolar.
- Harry?
O garoto encarou a tia, parada próxima a porta, mas não disse nada.
- Eu acho que você deve ficar com isso. - estendeu uma caixa de sapato, que Harry reconheceu imediatamente. A caixa que continha as fotos de infância de sua mãe.
- Mas...
- Eu não quero mais essas fotos, que só me trazem lembranças dolorosas, entendeu? Prefiro que fiquem com você. E vê se toma cuidado para não ter o mesmo fim que seus pais.
Petúnia saiu do quarto, deixando Harry completamente confuso. Mas o garoto sorriu, satisfeito com a caixa em suas mãos.
Para Harry, aquele dia iria ficar gravado para sempre na sua memória. Sirius guardou as malas no carro, e o apresentou à Vívian. O garoto entrou no carro, e contemplou aliviado a casa dos Dursley. Deu um tchauzinho para a tia e para o primo, enquanto Sirius dava a partida. Do outro lado da rua, a Sra Figg observava a partida de Harry, ao mesmo tempo feliz e preoucpada. Entre os trouxas, o garoto estava seguro. Agora, precisaria conversar com Sirius Black e Dumbledore, para garantir novas medidas de segurança.
Capítulo 5...
voltar
