O BAILE NO MINISTÉRIO
O inverno chegou com força total, cobrindo Hogwarts com neve. Um vento frio invadia os corredores, fazendo com que alunos e professores se protegessem com grossas blusas e capas de lã. Porém, o ambiente era de descontração, conforme as férias de Natal se aproximavam.
Aquele seria o primeiro ano que Harry não passaria as festas em Hogwarts. Sirius deixara bem claro que não admitiria que o afilhado e a filha ficassem na escola. Planejava passar o Natal na Irlanda, na fazenda de seus pais. E no Reveillon, iriam ao baile que o Ministério estava organizando.
- Meu pai comentou sobre esse baile. - disse Rony, na manhã em que Harry recebera a carta de Sirius - minha mãe está louca para ir.
- Então podíamos ir todos, Rony.
- Ah, Harry , por favor. Você sabe que eu não gosto de bailes.
- Nem eu. Por isso mesmo estou falando para você ir. Não está a fim de ir também, Mione?
A garota lia atentamente uma carta, e não deu atenção à conversa dos dois garotos. Rony aproximou-se da garota, e leu o remetente no envelope.
- Vítor Krum! Mione, eu não acredito!
- No que você não acredita?
- Você está se correspondendo com esse cara?
- E qual o problema, Rony? O Vítor é meu amigo - explodiu Hermione.
- Mione...conta pra gente vai...o que houve entre você e o Krum?
- Nada, Harry! Quantas vezes vou ter que repetir isso?
- Nem um beijo, nem nada?
- Eu estou estranhando você, Harry. Por que isso agora? Eu por acaso fico te perguntando quem você já beijou?
Harry ficou vermelho subitamente, deixando Hermione e Rony desconfiados.
- Vamos deixar esse assunto prá lá, ok? Então Mione, topa ir ao baile também?
- Vou pensar, Harry.
- E eu vou falar com o meu pai. Provavelmente a Gina também vai querer ir.
Hermione se afastou dos dois garotos, e continuou a ler a carta. Rony ficou observando-a atentamente.
- É lógico que houve algo entre os dois...
- Você está com ciúmes, Rony.
- Eu? Ciúmes? Você está louco...
De longe, Harry acompanhava atentamente os movimentos de Vívian e Gina, do outro lado da Sala Comunal, onde conversavam animadamente com Neville e Colin. Queria poder explicar para o amigo o que estava sentindo, mas nem mesmo Harry se entendia. Chegou à conclusão que ser adolescente era realmente complicado, principalmente no que se referia a garotas.
Remo terminara sua última aula antes das férias, e entrou assobiando na sala dos professores. Lyra, como sempre, estava cercada de livros, fazendo suas anotações para as aulas.
- Boa noite!
- Boa noite, Remo. Por que tanta felicidade?
- Primeiro, por que vamos entrar em férias amanhã, e segundo porque o Reveillon não vai cair na lua cheia...
- Bom para você...
- Você não quer ir ao baile do Ministério? - perguntou, ansioso.
- Não. O Sirius me chamou, mas eu recusei o convite. Eu vou para a Irlanda, mas volto antes do ano-novo, tenho muito a fazer em Hogwarts.
- Posso saber o quê?
- Não, porque não é do seu interesse, Remo.
- Eu pensei que nós podíamos ir juntos, nos divertir um pouco...
- Então você pensou errado. E se você me der licença...- Lyra juntou seus livros, e resolveu ir para a sua própria sala, onde ficaria mais a vontade. Ao abrir a porta, quase tropeçou em Snape. Mesmo assim, alguns livros cairam no chão, e a professora foi obrigada a abaixar-se para pegá-los. E Remo não pode deixar de notar que Snape não tirara os olhos do decote de Lyra.
- Algum problema, Lupin?
- Nenhum, Severo, nenhum...- disse, irritado. Saiu da sala, mas resistiu à tentação de ir atrás de Lyra. Decididamente, não conseguia entender as mulheres.
Isabella aguardava Harry e Vívian na estação King's Cross. Vestia uma grossa capa de lã, que deixava sua barriga ainda mais saliente. Naquele momento, o bebê dava chutes e instintivamente levou a mão ao ventre. Espantava-se da tranquilidade que estava sentindo, ao contrário de quando esperava Vívian.
E por falar na filha...Vívian desembarcara, acompanhada de Neville e Gina. Pouco atrás, vinham Harry, Rony e Hermione. Ao ver Neville, Isabella entrou numa espécie de transe momentâneo...
Durante anos, ficou remoendo o destino que Denise e Frank tiveram...e toda vez que pensava na amiga, quase arrependia-se de ter ido embora da Inglaterra. Quando voltara, a vontade de vê-la aumentava a cada dia, principalmente depois de ter-se encontrado com a mãe de Denise na estação.
Convenceu Sirius a acompanhá-la ao Hospital St Mungus num domingo à tarde, no início daquele inverno. A enfermeira os acompanhou até uma espécie de pátio, cercado de pequenos apartamentos.
- Esta é a ala dos pacientes mais tranquilos, que não oferecem risco aos outros...
A moça abriu a porta de um dos apartamentos, e falou com uma voz amigável e carinhosa:
- Sra Longbottom, tem visitas hoje.
- Quantas vezes eu lhe disse que não sou "Sra Longbottom"? Eu e Frank não somos casados, Mary.
- OK, Srta Walters, eu vou me lembrar...
Denise foi até a porta, e olhou com assombro para Sirius e Isabella, parados à porta. Então abriu um grande sorriso, e abriu os braços para a amiga.
- Bella, Sirius, como vão? - abraçou Isabella, que ficou sem ação. Não tinha muita idéia se Denise percebera que haviam se passado catorze anos desde que se viram pela última vez.
- Estamos bem...e você?
- Estou bem - sorriu docemente - Frank, vem ver quem está aqui...
Frank Longbottom apareceu, vindo do quarto. Cumprimentou displicentemente os Black, e se sentou no sofá para ler uma revista em quadrinhos.
- Por que faz tempo que você não vem me visitar, Isabella?
- Eu..bem, tivemos alguns problemas, Denise. Eu estava morando na América...
- Por que? - Denise encarou Isabella, mas não esperou resposta - Bella, você está grávida?
- Estou...- Isabella tocou a barriga com carinho e sorriu. - Mas eu já tenho uma filha de treze anos.
- Mas isso é impossível, Isabella. Como você vai ter uma filha de treze anos, se você tem pouco mais de vinte anos?
- Não, Denise...eu, nós já estamos com trinta e sete. - Sirius segurou a mão de Isabella, que tremia, e fez um sinal para a esposa se calar.
- Algo muito estranho acontece, Isabella...minha mãe sempre vem me ver, mas eu não posso sair daqui! E de vez em quando ela traz um garoto, e insiste em dizer que ele é nosso filho...
Isabella não soube o que responder. Sentiu um travo na garganta, e uma vontade de chorar.
- Você tem visto a Lilian e o Tiago ultimamente? - vendo a expressão no rosto de Isabella, Denise emendou - Não vai me dizer que você acredita nesses boatos, dizendo que eles estão...
- Denise, por favor...não é possível que você tenha se esquecido...eles morreram, e você sabe...eu estive na sua casa naquele dia maldito...e você me consolou quando soubemos que o Sirius havia sido preso...Frank, você não se lembra?
- Você foi preso, Sirius? Por que? - perguntou Frank, curioso.
- Isso não vem ao caso agora, Frank. Deixa prá lá - Sirius, com certeza queria mudar o rumo daquela conversa. Mas agora Denise deixava rolar as lágrimas pelo rosto, e encarava assustada Isabella.
- O que aconteceu, Bella? Só pode ter sido um sonho, um pesadelo...me diz que não é verdade, por favor...
Quando finalmente saíram do Hospital, já era noite. Sirius e Isabella entraram no carro, e não trocaram uma única palavra até sairem de Londres. Quando já estavam na estrada para River Country, Isabella começou a soluçar desesperadamente. Sirius parou o carro, assustado.
- Bella, você está se sentindo bem?
Ela não respondeu. Encostou a cabeça no ombro do marido, e chorou mansinho.
- Todas as lembranças daquele dia vieram na minha mente...eu queria tanto esquecer, Sirius, tanto. Mas é muito difícil...
- Eu também gostaria de esquecer, Isabella. Mas isso é impossível...
Agora, ao ver Neville, Vívian e Harry lado a lado, Isabella sorriu satisfeita. Parecia um milagre vê-los juntos, apesar de toda a tragédia que os rodeara durante aqueles anos.
- Como vão vocês?
- Estamos ótimos, mãe. - Vívian contemplou orgulhosa a barriga de Isabella. - O Neville vai ao baile, também.
- Pelo jeito vocês vão fazer uma boa reunião nesse baile...bem, Harry, Vívian, vamos indo? Ainda temos que viajar hoje mesmo para a Irlanda.
- Então a gente se vê no baile, Harry. - Rony gritou, ao se afastar.
- Pode deixar. E você, Mione, já se decidiu?
- É...eu vou falar com meus pais, mas acho que eles vão deixar sim...
- Ótimo. Até lá então.
Mione o beijou no rosto ( Harry decidamente morria de vergonha toda vez que a amiga fazia isso ) e se afastou também.
Definitivamente, passar o Reveillon em Hogwarts fora uma péssima idéia, concluiu Lyra, enquanto lia um romance em seu quarto. Mas ter que aturar Remo naquele baile seria pior ainda. E não podia contar com so pais: os dois resolveram fazer uma longa viagem pelo Oriente Médio, apesar das confusões que os trouxas aprontavam por lá.
Espreguiçou-se, e trocou de roupa. Resolvera aceitar o convite de Hagrid para acompanhá-lo até o Três Vassouras. Pelo menos lá veria gente nova, e não as caras de sempre.
Desceu o jardim, coberto pela neve e bateu na porta da cabana de Hagrid. O guarda-caça a abriu quase que imediatamente.
- Ah, Profº Black, pensei que tivesse se esquecido do meu convite.
- E eu lá sou louca, Hagrid? Mas por favor, me chame de Lyra. Afinal de contas, você me conhece desde criança.
Hagrid sorriu. Realmente, a conhecia há muito tempo. E pelo jeito não mudara nada naqueles anos.
O bar estava repleto quando entraram. Centenas de bruxos e bruxas se movimentavam pelo apertado salão, enquanto uma pequena banda tocava animadamente.
- Ei, olha só quem está aqui - Hagrid apontou para uma mesa ao fundo do bar - Profº Snape!
Snape cumprimentou Hagrid, e ficou olhando curiosamente para Lyra.
- Tem alguma coisa de errado em mim, para você me encarar desse jeito?
- Não. E não estou te encarando...
- Claro que não...você está bebendo demais, isso sim.
O guarda-caça não ouvia a discussão dos dois professores. Estava mais preocupado em conversar com uns tipos estranhos que se encontravam no bar.
- Quanto mais eu fujo, mais você me aparece pela frente...
- Se eu te incomodo tanto, vá embora .
- Eu não quero ir embora.
- E ainda nem são meia-noite, e você já está bêbado.
- E você, como todos os Black, é chata e metida.
- Eu já te disse que qualquer hora eu te azaro...
- Quero ver então - Snape levantou-se, mas tropeçou e deixou cair todo o vinho no colo de Lyra.
- Seu idiota, você manchou minha roupa novinha - Lyra olhou horrorizada para a mancha que se alargava no seu vestido branco.
Durante muito tempo depois, Snape tentava entender os fatos daquela noite. Estava completamente bêbado, mas mesmo assim tivera a consciência de puxar Lyra, que praguejava o vestido praticamente perdido, para fora do bar, longe dos olhares curiosos das pessoas.
- Eu tenho uma poção tira-manchas...vem, ...eu te empresto...acho que vai resolver...
Lyra, mesmo irritada, seguiu-o até o castelo, e desceu as frias escadas qeu levavam às masmorras, onde localizava-se a sala de Snape. O professor pegou um frasco, e o entregou para a moça.
- Usa isso aqui...e só esfregar...- Severo tentava ajudá-la, mas Lyra o afastou com um safanão na mão.
- Não sei por que...eu não devia...você é uma chata...metida...
- E você é um louco...completamente louco.
- Você não é a primeira a me chamar de louco...
- Acredito...
- Qual é o seu problema, Lyra Black?
- Eu é que te pergunto, Severo Snape! Qual é o seu problema? - Lyra levantara-se, e pela primeira vez os seus olhos se encontraram. E viram a mesma coisa: angústia, raiva, amargura. E desejo, paixão e uma vontade incontrolável de amar e ser amado.
Snape a puxou para si, e buscou desesperadamente a sua boca. Foi um beijo frenético, os corações pulsando fortemente. Por fim, Lyra soltou-se dos braços que a agarravam, e saiu correndo das masmorras, indo refugiar-se em seu quarto. Jogou-se na cama e chorou, de raiva. Snape ainda permaneceu alguns instantes em sua sala, aspirando o perfume que Lyra deixara no ar. "Eu só posso estar muito bêbado, para agarrar a irmã de Sirius Black".
O Grande Salão Nobre do Mnistério da Magia estava lotado de funcionários, seus familiares, pessoas ligadas ao governo e personalidades. Era uma festa sem precedentes, que Fudge fez questão de organizar pessoalmente, para tentar abafar os rumores a respeito do ressurgimento de Voldemort, e tentar abafar a opinião pública que lentamente se levantava, questionando a competência do ministro.
Mal chegaram ao baile, Harry e Vívian correram para o local onde se encontravam os Weasley, deixando Sirius e Isabella a sós.
- O Remo não ia vir, Sirius?
- Deve estar chegando - Sirius consultou o relógio, ainda não eram nem dez horas.
Isabella observava atentamente todos os convidados, acenando de vez em quando para algum conhecido. De repente, porém, deixou de sorrir e cutucou Sirius, que estava distraído conversando com a Sra Figg.
- Que foi, meu amor?
Nancy e Mattew Avery entravam pelo salão de braços dados, e se dirigiam exatamente para a mesa onde os Black se encontravam.
- Sirius, Isabella, que prazer encontrá-los aqui.
- Tudo bem com você, Nancy? - Isabella não demonstrava o menor prazer com aquele encontro.
- Tudo. - Nancy observou atentamente Isabella - então vocês vão ter outro filho?
- Parece óbvio, não?
Sirius cutucou Isabella, mas a esposa não parecia muito disposta a aguentar Nancy muito tempo. Avery, por sua vez, sorria sarcasticamente para Sirius.
- Nancy, acho melhor irmos...veja lá, o Lúcio e a Narcissa já chegram...
- Ok, então mais tarde a gente se vê - Nancy deu um tchauzinho para os Black, e se afastou na direção da mesa dos Malfoy.
- Eu não imaginava que a Nancy fosse tão dissimulada...
- Por que você diz isso?
- Porque ela e a Narcissa nunca se deram bem na época em que nós estávamos em Hogwarts. E agora olha lá - Isabella apontou discretamente para Nancy e Narcissa - parecem velhas amigas.
- Também, com o marido que ela arranjou...
- Está despeitado, Sr Black? - provocou Isabella.
- Por que deveria?
- Porque vocês quase se casaram...
- Exatamente: quase me casei. Ainda bem que mudei de idéia depressa - Sirius sorriu para a esposa, e a beijou delicadamente na boca.
Harry, Rony, Hermione, Neville, Gina e Vívian estavam parados diante da pista de dança, observando os casais que já dançavam ao som da banda que animava o baile.
- Esse baile está tão animado...- Rony suspirou, entdiado.
- Só porque você não gosta de dançar, não significa que o baile esteja chato, Rony - Hermione alfinetou.
- É, imagino que você deva estar chateada por que o Vitinho não está aqui...
- Rony, você quer parar de ser criança? Será que você não entende nada mesmo?
- O que você quer dizer? Você quer dançar?
Hermione não respondeu. Puxou Rony pela mão, e o arrastou para a pista de dança. O garoto olhava desesperado para Harry, mas este não conseguia parar de rir.
- Eu acho que eles tem tudo a ver - Gina observava o irmão dançando desajeitadamente, mas parecia estar gostando.
A proximidade da garota fazia Harry suar frio. Agora, estavam sozinhos ( Neville e Vívian tinham acabado de entrar na pista de dança ) e não sabia absolutamente o que fazer.
- Eh...o baile está animado, não? - Harry comentou, sem-graça.
- Hum, hum - concordou Gina, ainda mais sem-graça.
Aquela música terminara, e Vívian voltou para junto de Harry e Gina, de mãos dadas com Neville.
- Eu não acredito que vocês vão ficar aí, parados feitos dois palhaços.
- Nós estamos bem, aqui.
- Eu não acredito...Harry, faz o favor de pegar a Gina e dançar?
Harry corou furiosamente, mas pegou na mão de Gina e levou a garota para a pista. Vívian deu uma discreta piscada para a amiga, e fez sinal de positivo. Em seguida, ela e Neville também voltaram a dançar.
Gina e Harry não disseram uma única palavra enquanto dançavam. Embora fosse péssimo dançarino, o garoto estava curtindo cada instante daquele momento. Gina apoiara a cabeça em seu ombro, e ele podia sentir todo o perfume que vinha de seus cabelos. Rony e Hermione haviam sumdido no meio de tanta gente, mas Harry nem deu conta. O que importava era permanecer a maior parte do tempo junto de Gina.
Quando deu meia-noite, um festival de fogos atraiu a atenção de todos os convidados. Por isso, ninguém notou que alguém colocava um grande embrulho na porta dos fundos do prédio do Ministério. Em seguida, a pessoa sumiu no meio do breu e da nevasca que castigavam Londres naquela noite.
O vigilante noturno do Ministério notou, minutos mais tarde o tal embrulho. E, ao abri-lo não pode reprimir um grito de horror...
Fudge brindava alegremente com sua esposa e seus amigos mais próximos, quando foi interrompido por um guarda, que lhe sussurrou algo no ouvido. O ministro o ouvia com atenção, mas não podia acreditar no que o rapaz lhe dizia. Acenou discretamente para Arabella Figg, e pediu-lhe que o acompanhasse.
- O que está acontecendo, Cornelio?
- Ainda não sei, minha cara...espero que tudo não passe de um trote de mau-gosto.
Desceram as escadas em direção ao Departamento de Execução das Leis da Magia, e entraram numa sala não muito grande. Sobre um balcão de mármore, estava o embrulho, de lona preta.
- É isso aí?
- É sim, senhor. Foi o Sean quem encontrou...
Fudge abriu-o de uma só vez. O corpo de Igor Karkaroff ficou completamente descoberto. Arabella tampou o nariz com as mãos, e virou o rosto, horrorizada.
- Só pode ser obra de um louco...
- Junto do corpo, encontramos isso, Sr Ministro.
Fudge tomou o pedaço de pergaminho da mão do rapaz e leu-o em voz baixa:
Ele é o primeiro de muitos traidores...se vocês não acreditavam, aí está a prova de que eu voltei...agora, estou indo buscar meu rebanho em Azkaban.
- E agora? Será que esses loucos realmente estão indo para Azkaban?
O ministro não respondeu. Segurava com raiva o pergaminho.
- Catorze anos de trabalho duro, pra quê? Me diz, Arabella, pra quê?
- Será possível que você não acreditava que ele havia voltado, Cornélio? Já se passaram seis meses, até que ele demorou para agir...
- Cubram esse corpo, e chamem o Dr Henz para descobrir como esse infeliz foi morto...- Fudge fez uma pausa, tentando por ordem nos próprios pensamentos. - Arabella, interrompa o baile, e convoque todos os seus funcionários e os aurores presentes. Enquanto isso, vou me comunicar com nossa base na Cornualha, e ver se eles notaram algo anormal em Azkaban...
Remo conversava animadamente com Amanda, admirado com o senso de humor refinado que ela possuía. Admirou-se da força que ela possuía, apesar de todas as adversidades pelas quais ela havia passado até então. No entanto, remoía ainda o fato dela ser irmã de Pedro Pettigrew...mas o que isso importava? Amanda era uma pessoa fantástica, independente do seu parentesco com Rabicho.
Foi então que Arabella Figg deu ordens para a banda parar de tocar.
- Srs, desculpem-nos o repentino incômodo, mas teremos que interromper o baile agora. Gostaria de lhes pedir que voltem imediatamente para suas casas, devendo permancerem aqui apenas os funcionários do Departamento de Execução das Leis da Magia e os aurores presentes.
Aquele aviso, repentino e sem-sentido fez com que todos os presentes se agitassem, tentando entender o que estava acontecendo. Sirius levantou-se da sua mesa, e seguiu até o ponto onde Harry e Vívian se encontravam.
- Voltem para junto da Isabella, e vão logo para casa.
- Mas o que está acontecendo?
- Eu ainda não sei, mas não quero vê-los por aí.
Os dois obedeceram Sirius, e se despediram dos amigos. Os Weasley o observava atentamente.
- Isso tudo...tem relação com Você-Sabe-Quem, Sirius?
- Ainda não sei, Molly...vou descobrir agora. Percy, vamos logo.
O rapaz levantou-se, engolindo um pedaço de torta de nozes. Estava assustado, mas tentava parecer seguro de si.
- Pois não, Sr Black.
Isabella aguardava Sirius, que tinha ido sondar a Sra Figg sobre o que estava acontecendo. Sentia-se apavorada, mas tentava parecer sob controle, para não assustar os garotos. Finalmente o marido aparecera, acompanhado de Remo. Ambos estavam sérios e tensos.
- Vá para casa, Bella, e leve as crianças. Eu vou ficar.
- Posso pelo menos saber o que está acontecendo?
- Depois eu te explico, Bella.
- Eu quero saber agora...Remo, você pode me dizer, então?
- Você se lembra do Karkaroff? - perguntou Sirius, em voz baixa.
- Aquele idiota que andava com o Snape e o Avery?
- Ele mesmo...foi assassinado!
- Meu Deus...
- Vá para casa, Bella. Você precisa descansar.
- Você promete que vai se cuidar? Que não vai fazer nenhuma bobagem?
Em resposta, Sirius a beijou docemente, e tocou-lhe a barriga com carinho.
- Vá com cuidado. E vocês dois, obedeçam a Isabella, ok? - Sirius abraçou Vívian e Harry, e desceu as escadas rumo ao Departamento de Execução das Leis da Magia.
Perante todos os funcionáros, Fudge expôs, sem rodeios a situação que se apresentava:
- Acabei de receber uma mensagem da nossa base, situada no extremo sul da Corualha. Eles observaram atentamente a ilha de Azkaban, e perceberam uma movimentação anormal. Tudo nos leva a crer que os Comensais da Morte realmente podem ter invadido Azkaban.
Um silêncio constrangedor tomou conta de todos ali presentes.
- E se eles realmente estão lá, como chegaram à ilha? Pelo que eu saiba, é impossível aparatar em Azkaban. - disse Danyela McKinnon.
- Como eles chegaram nós não sabemos...a ilha é cercada de rochedos perigosos, não é qualquer barco que chega até lá. E quanto aos dementadores?
- Todos nós sabemos que eles não são confiáveis. - emendou Remo.
Sirius, alheio àquela discussão, observava atentamente o mapa da Ilha de Azkaban, armado sobre uma enorme plataforma. A fortaleza, propriamente dita localizava-se no centro da ilha, distante cerca de dois quilômetros da praia, cercada de uma densa e perigosa floresta. Lentamente, ele relembrou todos os seus passos na noite em que fugira da prisão. Levara a madrugada inteira atravessando a nado o canal que separava a ilha do continente.
- Algo a acrescentar , Sr Black? - Fudge perguntou, sarcasticamente. - Ou será que sua experiência não servirá para nós?
- Pelo contrário, ministro. Provavelmente eles chegaram em algum tipo de embarcação. Se em pleno verão, a água já estava gelada, agora no inverno seria impssível alguém aguentar as baixas temperaturas do mar...acredito que não vai adiantar nada especularmos daqui de Londres o que está acontecendo em Azkaban.
- Então, o Sr está nos sugerindo...
- Preparar uma expedição até Azkaban e expulsar Voldemort e sua corja, se eles realmente estiverem por lá.
Remo olhou espantado para o amigo, com tal observação. Sirius não retribuiu o olhar. Estava preocupado demais, observando o mapa daquele lugar maldito...
Capítulo 8...
voltar
