O Contra-feitiço
Kelly Lenstrange conseguiu convencer o monitor-chefe da Sonserina a avisar Snape que Pansy saíra da Sala Comunal fora de hora. Alegou que não podiam perder pontos por causa de uma imbecilidade daquelas.
- Ok, Lenstrange...não precisa me dizer mais nada - disse o rapaz, contrariado. Eram quase meia-noite e o castelo estava silencioso. O monitor hesitou diante da porta do quarto do professor. Todos sabiam que Snape raramente passava suas noites sozinho.
- Quem está aí? - ouviu a voz fria do professor.
- Profº, me desculpe incomodá-lo, mas tivemos um problema na Sonserina...
Snape abriu a porta, furioso. Lyra encontrava-se no quarto, um tanto sem-graça, de camisola.
- Qual o problema?
- Pansy Parkinson acabou de sair do dormitório, sem pedir autorização...achamos melhor avisar o senhor, porque se Filch pegá-la, vamos perder pontos, e eu sei que o senhor deseja tanto quanto nós que a Sonserina ganhe o campeonato das casas este ano - disse, num fôlego só.
- Tá, tá , já entendi . Pode voltar para a Sonserina, eu tomo as devidas providências...ande, vai - disse, ríspido. Fechou novamente a porta, e vestiu o roupão.
- Você vai atrás da Pansy? - Lyra perguntou.
- Fazer o quê? Já que fomos interrompidos mesmo...- sorriu maliciosamente - me espera aqui, ok? Eu já volto.
- Eu vou com você, Severo. Se eu ficar, vou acabar dormindo.
Pansy correu depressa através dos jardins, em direção ao ponto onde o feitiço fora executado. Sentia-se desesperada, pois nunca fora sua intenção matar Harry. Entrara naquela onda mais por zueira, pelo gosto de desafiar as regras...
Montou todo o contra-feitiço, conjurando o fogo, fazendo uma nova poção...agitou o líquido nervosamente com a varinha, e um vapor começou a sair de dentro do caldeirão...Pansy levantou os braços, sentindo toda a vibração de seus poderes em seu corpo. Murmurou as complexas palavras , tentando manter-se consciente enquanto sentia toda sua energia se esvair...
Na ala hospitalar, Harry despertou de repente, sentindo-se um pouco mais forte do que nos últimos dias. Percorreu a enfermaria com o olhar, e viu Sirius dormindo numa poltrona. Sentiu vontade de acordá-lo, mas deteve-se. Pela janela, percebeu que uma grande tempestade se armava . E ele, de alguma forma, deveria estar lá fora...sem raciocinar, levantou-se e saiu da enfermaria. Mesmo na escuridão do castelo, ele conseguiu se guiar pelos corredores. Não sabia para onde estava indo, nem o porque dessa vontade repentina.
Sirius despertou, e viu assustado a cama de Harry vazia. Não entendia como o garoto conseguira se levantar, se estava tão fraco. Alertou Madame Pomfrey que Harry não se encontrava na enfermaria, e saiu para procurá-lo pelo castelo. Já estava próximo do Salão Principal, quando encontrou Lyra e Snape vindos da masmorra.
- Sirius, o que você está fazendo aqui? - Lyra perguntou, espantada.
- Eu faço a mesma pergunta para você - respondeu, mal-humorado, encarando Snape com desagrado - O Harry saiu da ala hospitalar, e não sei onde para onde ele foi...
- Peraí, Black...o Potter saiu da enfermaria? Como, se ele estava tão fraco ao ponto de nem conseguir se levantar?
- E eu que vou saber, Snape? Só sei que quando acordei, a cama estava vazia...
- E uma aluna acabou de sair da sala comunal da Sonserina, Sirius...tem algo muito estranho acontecendo...
Relâmpagos se formavam no céu, indicando que a tempestade se aproximava rapidamente. Sirius não hesitou em se transformar, e ao aproximar-se da porta de entrada, sentiu o cheiro de Harry. O garoto saíra de dentro do castelo.
- O Harry está lá fora, eu vou buscá-lo - anunciou para Lyra e Snape.
- Sempre querendo bancar o herói, Black?
- Ora, cale a boca seu...
- Vocês dois querem parar?!!!- Lyra gritou, nervosa - nós três vamos sair, e procurar o Harry e ver se a Pansy também saiu do castelo.
Os dois homens se encararam novamente, o rancor estampado em seus rostos. Os três, então, sairam do castelo, Sirius transformado novamente em cachorro, seguindo o rastro de Harry. A tempestade desabara por completo, encharcando os jardins. Lyra e Snape foram atrás de Sirius, tentando fugir da chuva.
Pansy Parkinson sabia que estava obtendo êxito...sozinha, conseguira desfazer o feitiço quase por completo...continuava com os braços erguidos, sentindo a tempestade que provacara para limpar o mal que havia provocado...só faltava mais um pouco...reuniu as poucas forças que ainda lhe restavam para finalizar o contra-feitiço...
Um enorme relâmpago cruzou o céu, e atingiu Hogwarts, provocando um violento estrondo, que pôde ser ouvido a quilômetros de distância. Sirius, Lyra e Snape foram jogados para longe, atingidos pelo impacto do raio.
Em questão de segundos, a chuva cessou, e a noite voltou a ser límpida como estava minutos atrás. Lyra levantou-se zonza, e viu Sirius diante de si, olhando-a preocupadamente.
- Você está bem?
- O que foi isso? - disse assustada, agarrando-se ao irmão.
- Um raio...- disse a voz de Snape, pouco atrás de Sirius. - Você está machucada?
- Não...só um pouco assustada...- soltou-se de Sirius, e encarou os dois homens. - Precisamos achar o Harry...
Sirius transformou-se novamente, e em pouco tempo localizou Harry, desmaiado sobre a grama, a alguns metros de onde se encontravam, bem próximo da orla da Floresta Proibida.
- Harry!! Acorda,você está me ouvindo?
Harry abriu os olhos, e viu diante de si a imagem desfocada de Sirius a sua frente, e Lyra e Snape pouco atrás.
- O que eu estou fazendo aqui? - perguntou, assustado.
O padrinho respirou aliviado. Harry parecia melhor do que antes.
- Vamos, você precisa voltar para dentro do castelo, se aquecer...- Sirius ajudou o afilhado se levantar.
Snape se afastara alguns metros, e numa clareira entre as árvores visualizou um vulto, e um caldeirão em chamas.
- Lyra, leve o Potter de volta para o castelo...- disse, voltando para onde Sirius e Lyra se encontravam - Black, eu preciso da sua ajuda...
Lyra, Harry e Sirius se encararam sem entender nada.
- Querida, volte para o castelo, leve o Potter e chame Dumbledore e a Ministra imediatamente...e você , Black, venha até aqui.
Obedecendo a Snape, Lyra afastou-se em direção ao castelo, enquanto Sirius seguia Snape. Na clareira, havia uma adolescente caída no chão.
- Essa garota é Pansy Parkinson? - Sirius perguntou.
Snape não respondeu. Tomou o pulso de Pansy, e tentou sentir as batidas cardíacas.
- Ela está morta, Black. - respondeu, secamente. - Sabe o que é isso? - disse, estendendo um frasco para Sirius.
- Poção da Impercepção, se não me engano...
- Acertou. E está vendo tudo isso? - apontou para o caldeirão ainda fumegante - provavelmente tentou desfazer o feitiço sozinha...
- Discores Amores...- murmurou Sirius - só pode ser executado por mulheres jovens... impossível de ser desfeito por uma pessoa só, a não ser que essa estivesse disposta a sacrificar a própria vida. - Foi o que Dumbledore me disse.
- Há mais garotas envolvidas, com certeza. Bem, agora cabe a você, Black, descobrir as culpadas. Amanhã logo cedo a Sonserina estará aberta para você investigar os pertences da Srta Parkinson, e começar a investigação...
Sirius olhou mais uma vez para o corpo caído no chão. Não sabia ainda que estava começando a enfrentar o seu período mais conturbado dentro do Ministério.
Na manhã seguinte, os alunos de todas as casas foram impedidos de sair para o Salão Principal, e o café fora servido diretamente nas salas comunais. Cada diretor das casas explicou o que acontecera naquela noite, e que seria feita uma inspeção a fim de encontrar os culpados pela execução do feitiço.
Dumbledore foi pessoalmente à Sonserina, acompanhado de Snape, Sirius, Arabella e alguns aurors que estavam acompanhando a comitiva do ministério. Depois de um incômodo silêncio, o diretor anunciou com grande pesar o falecimento de Pansy Parkinson. Tiffany Nott e Emilia Bulstrode apertaram as mãos, apreensivas, enquanto Dumbledore explicava as circunstâncias em que a morte da garota ocorrera. Kelly Lestrange parecia distante. Se Pansy morrera, significava que o feitiço fracassara, e que o Potter estava novamente são.
- Quero todos os alunos de volta para os seus dormitórios. - Snape ordenou, ríspidamente - Black, pode começar pelo dormitório feminino do sexto ano.
- Obrigado - murmurou Sirius.
Não fora nada agradável espalhar todos os pertences de Pansy Parkinson pelo quarto, e descobrir mais poção, restos de ingredientes proibidos utilizados durante o feitiço. Sem encarar as garotas paradas à porta, dirigiu-se para os outros armários, onde também encontrou frascos contendo Poção da Impercepção. Encontrou ainda pergaminos contendo instruções sobre o feitiço, e uma lista de ingredientes que cada uma teria que conseguir.
As meninas o encaravam friamente, o que lhe aumentou ainda mais a sensação de desconforto. Chamou Snape, e lhe mostrou as provas que encontrara.
- Para fora, as duas. Aguardem na sala comunal.
- O que vão fazer conosco? - Emilia perguntou, assustada.
- Por enquanto, podem se considerar expulsas de Hogwarts por fazerem uso de uma poção proibida nessa escola.
- Interessante o senhor nos ensinar o que é proibido, Profº Snape.
- Em momento algum de minhas aulas eu disse que essa poção pode ser utilizada livremente, Srta Nott.
Nos dormitórios das séries mais baixas nada fora encontrado. O último a ser inspecionado foi o do sétimo ano, onde Kelly Lenstrange se encontrava.
- Saiba que é uma grande honra tê-lo como visita, Sr Black.
- Pena que eu não possa dizer o mesmo, Srta Lenstrange.
- Então o senhor vai fuçar nos meus pertences? Eu posso reclamar essa arbitrariedade para o meu pai...
- Acho que não vai resolver muita coisa, senhorita - Sirius acabara de localizar os mesmos itens encontrados anteriormente, além de várias correspondências recebidas por Kelly, remetidas por Narcissa. No entanto, a mãe de Draco havia sido inteligente o suficiente para não assinar as cartas.
- A senhorita também está detida, Srta Lenstrange. Quer fazer o favor de me acompanhar?
- O senhor vai me mandar para Azkaban? Não tenho medo...não há mais dementadores por lá, estou muito bem informada. Se me prender, eu fujo - disse, insolentemente.
A inspeção continuou nas outras casas. Na Corvinal, foram descobertas três garotas envolvidas no feitiço. Duas, não faziam exatamente idéia do que haviam feito, logo percebeu Sirius. No entanto, uma garota do sétimo ano e colega de Cho Chang mostrou-se segura e insolente como Kelly Lenstrange. Aparentemente, a morte de Pansy Parkinson parecia não afetá-las.
Na Lufa-lufa não foi diferente: duas garotas do sexto ano, também envolvidas sem terem muita noção do que haviam feito. A cada inspeção, a raiva de Sirius aumentava, nem tanto pelo feitiço em si, que quase matara Harry, mas pela burrice e ingenuidade daquelas garotas.
Agora só restava a Grifinória, e Sirius não pôde deixar de se emocionar ao entrar na sua casa, depois de mais de vinte anos . Só então percebera como o tempo passara, e que em breve ele estaria completanto quarenta anos...mas sacudiu a cabeça, não era hora de pensar no passado, mesmo ele estando em todos os detalhes daquela sala comunal...parecia ouvir o riso de quatro garotos...
- Tudo bem, Sr Black? - perguntou a Profº McGonagall - Podemos dar continuidade às inspeções?
- Ahn? Ah, sim, lógico...
Aquilo estava tornando-se extramamente enfadonho, e repititivo. Os alunos olhando-o curiosamente, tentando adivinhar o que exatamente Sirius Black estava fazendo ali. A inspeção foi iniciada, e nada fora encontrado nos dormitórios.
No dormitório do quinto ano, Vívian estava sentada em sua cama, extremamente emburrada. Gina, ao seu lado, estava muda. As outras garotas tentaram saber por Vívian o que Sirius estava fazendo nos outros dormitórios, mas calaram-se ao ver a cara que esta fizera.
Sirius entrara no quarto, e instantaneamente as garotas levantaram-se, um pouco assustadas. Somente Vívian permanecera sentada.
- Como passou a noite, Vívian?
- Bem...- ela respondeu, constrangida. - O que você está fazendo aqui?
- A Profª McGonagall não explicou tudo a vocês? - perguntou Sirius.
- Explicou...ela nos disse que você vai procurar provas dos feitiços nos nossos pertences...
Sirius não respondeu. Já havia se acostumado com as más criações de Vívian, mas sentia-se impotente para recriminá-la. Ainda mais numa situação como aquela, totalmente constrangedora. Passou a inspecionar os armários, e quando chegou ao armário da filha, sentiu que Vívian acompanhava cada um de seus movimentos. Mas Sirius respirou aliviado ao constatar que não havia nada comprometedor.
- Pronto, Srta Black. Não havia nada no seu armário, nem no das suas amigas...doeu? - perguntou, em tom desafiante.
- Então você desconfiava de mim? Muito feio, Sr Black, muito feio - Vívian desarmara-se, e deu um leve sorriso para o pai.
Hermione acompanhou atentamente o trabalho de Sirius, enquanto ele revirava seus pertences...se a situação não fosse tão séria, ela teria rido da cena...um baita homem como Sirius inspecionando os armários de uma garota de dezesseis anos...então, quando ele passou para o próximo armário, o leve sorriso que ele mantia nos lábios desmanchou-se.
- Srta Patil? - Sirius voltou-se para Parvati Patil, segurando um frasco nas mãos. A garota o encarou, confusa. - Isso aqui é poção da Impercepção...nós encontramos isso nos pertences de Pansy Parkinson, e de todas as garotas envolvidas.
- Mas isso não é meu!! - gritou, buscando auxílio em Hermione e Lilá - Eu não fiz isso...
Além da poção, Sirius encontrou as outras provas...instruções, bilhetes de Kelly Lenstrange...Parvati acompanhava atentamente os seus movimentos, apavorada.
- O senhor não pode achar que eu sou culpada...eu não fiz nada disso, eu não fiz....
Sirius não soube o que fazer. Tinha a estranha intuição de que a garota falara a verdade, mas as provas eram cruéis...pediu que ela se retirasse do dormitório, e chamou a Profª McGonagall para que vigiasse Parvati. Enquanto isso, Hermione e Lilá se encaravam, com lágrimas nos olhos...
No último dormitório, nada foi encontrado. Sirius dera por concluída aquela tarefa. Saiu da torre, acompanhando McGonagall e Parvati, que soluçava inconsolavelmente.
Hogwarts inteira parecia chocada: dez alunas envolvidas num feitiço ilegal, uma delas morta ao tentar desfazê-lo. A vítima? Harry Potter. Dumbledore não conseguia entender como tudo aquilo acontecera. Tinha quase certeza de que suas alunas não agiram sozinhas. E foi o que disse para Sirius, pouco antes da partida da comitiva ministerial.
- Há gente poderosa por trás disso tudo, Sirius. Tenha bom-senso durante o inquérito - Dumbledore fez uma pausa, e encarou o ex-aluno - Se quer o meu conselho, mantenha-as presas no ministério. Não as mande para Azkaban enquanto você não tiver certeza absoluta da culpa de cada uma .
- E eu não tenho mesmo, Dumbledore - Sirius apoiou a cabeça com as mãos, pensativo - eu jamais imaginaria estar numa situação dessas.
- Eu confio em você, e no seu bom-senso, Sirius. Boa sorte.
- Obrigado, acho que vou precisar mesmo - levantou-se, e despediu-se do diretor - posso ir ver o Harry?
- Claro. Ele ainda está na enfermaria, mas volta hoje mesmo para a Grifinória.
Harry parecia aguardar a visita do padrinho. Sentado na cama, o garoto ainda estava muito pálido, o que fazia os seus olhos verdes se destacarem ainda mais em seu rosto. Sirius percebeu que o afilhado estava muito assustado, mas tentava disfarçar.
- Pensou que eu iria embora sem me despedir?
- Você sempre se despede, Sirius...- Harry sorriu vagamente.
- Como você está se sentindo?
- Bem melhor. Um pouco cansado ainda, mas Dumbledore me disse que é normal...pelo menos eu não tenho mais tonturas ou febre. - o garoto calou-se por alguns instantes - É verdade o que todos estão comentando? Que a Pansy...
- Infelizmente, sim...Harry - Sirius encarou o afilhado - Não vai adiantar você remoer o que aconteceu. Você vai ter de passar por cima disso também.
- É só o que eu faço, não? Até quando, Sirius eu vou ter que ver pessoas morrendo por minha causa?
- Nós estamos trabalhando duro, Harry. Para pegar Voldemort e os Comensais da Morte. É só ter um pouco mais de paciência. Agora eu preciso ir...tenho uma longa viagem, e muito a ser feito em Londres.
Sirius deu um tapinha no ombro de Harry e deixou a enfermaria. O garoto enconstou-se nos travesseiros, entediado. Sentia um travo amargo na garganta, mas não conseguiu chorar. Sabia muito bem que Voldemort estava por trás, comandando cada ação daquelas garotas...pessoas com quem convivera durante aqueles quase seis anos. Não conseguia acreditar que até mesmo Parvati estivera envolvida. Hermione lhe visitara logo após o almoço, e ainda estava chocada, e havia marcas de lágrimas em seu rosto.
A volta para a Grifinória não fora nada agradável para Harry. Mesmo com a calorosa recepção que recebera de Rony e Hermione, e dos seus colegas, o garoto sentiu-se decepcionado com a reação fria de Gina. A garota permaneceu distante durante boa parte da noite, jogando Snap Explosivo com Colin e Neville. Vívian permanecia calada do outro lado da sala comunal, lendo. Ela e Gina não se falavam desde o dia em que Hermione descobrira como o feitiço atingia Harry.
Harry esperou a sala esvaziar, e procurou Gina para conversar. Os dois garotos saíram de fininho, deixando o campo livre para o casal tentar se entender.
- Será que agora nós podemos conversar em paz, Gina? - Harry perguntou, ansioso.
Gina o encarou, séria. Seus olhos brilhavam, era vísivel que ainda estava muito apaixonada por Harry. Disso não tinha dúvida alguma. Mas também não pôde deixar de se sentir magoada, tanto com Harry, quanto com Vívian.
- Você está sendo radical demais, Gina - Harry explodiu, quando a garota tentava explicar o seu ponto-de-vista - Será que você não entende que eu estava enfeitiçado? En-fei-ti-ça-do! Por isso eu te tratei daquela forma...
- Eu não estou falando do modo como você me tratou, Harry. Apesar de ter ficado magoada, eu não sou egoísta ao ponto de brigar com você por causa disso. Eu estou falando do fato de você e a Vívian terem escondido de mim este tempo todo o envolvimento que vocês tiveram, e que nunca me falaram nada.
- Ah, eu não acredito...Gina, aquilo não significou nada, foi só um beijo. Eu nunca me apaixonei pela Vívian, você tem que acreditar em mim...
- Então porque vocês nunca contaram para mim? Eu me senti uma idiota na frente da Hermione, eu não sei como nunca desconfiei de nada...
- Sabe o que eu acho, Gina? Você está dando importância demais para um fato ocorrido há mais de um ano, e que não teve consequência nenhuma. E quer saber? Você já me irritou o suficiente. Agora quem não quer mais continuar essa droga de namoro sou eu. Boa noite.
Harry subiu decidido as escadas para o seu dormitório, deixando Gina arrasada na sala comunal.
Capítulo 16...
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