Epílogo

Meus bons amigos, onde estão
Notícias de todos quero saber
Cada um fez sua vida de forma diferente
Às vezes me pergunto: Malditos ou inocentes?

Nossos sonhos, realidades
Todas as vertigens, crueldades
Sobre nossos ombros aprendemos a carregar
Toda a vontade que faz vingar

No bem que fez prá mim
Assim, assim, me fez feliz, assim

O amor sem fim
Não esconde o medo
De ser completo e imperfeito

"Meus Bons Amigos" - Barão Vermelho


Harry sabia que aquele verão não seria como os anteriores. Teria apenas o mês de julho para descansar, antes de se apresentar ao Pudlemere United e começar a treinar para os jogos da liga juvenil de Quadribol. Resolveu então aceitar o convite dos Weasley, e passar todo o mês em companhia dos seus amigos. Vívian, de última hora, também resolveu ir junto com Harry, apesar dos protestos do namorado.

Embora os Weasley não tivessem se recuperado ainda da perda de Percy, eles tentavam tocar a vida em frente. Fred e Jorge, a essas alturas estavam ocupados com a montagem de sua loja, e quase não paravam em casa. Rony aproveitava ao máximo a companhia de Hermione, que em setembro embarcaria para os EUA. O casal evitava tocar nesse assunto, pois fatalmente acabariam brigando. O rapaz ainda não se conformava com a idéia de ficar longe da namorada.

Aqueles foram dias agradáveis, e que ficariam para sempre na lembrança de Harry. Apesar de tudo o que acontecera em Hogwarts, apesar da dor que ele ainda sentia pela morte de Dumbledore, ele sabia que agora dias melhores viriam. E só a perspectiva de jogar num time profissional já o deixava excitado suficiente para esquecer suas dores, e encarar de peito aberto o futuro à sua frente.

No dia de seu aniversário, a Sra Weasley fez um belo bolo, e comemoraram os dezoito anos de Harry no jardim. Enquanto fazia um pedido ao cortar a primeira fatia, o rapaz reparou que estava sendo observado atentamente por Gina. Seus olhares se encontraram por alguns instantes, mas foi o suficiente para acender em Harry novamene a vontade de estar junto dela, de beijá-la, de tê-la em seus braços. Sabia que o namoro de Gina e Colin terminara antes das férias.

As três garotas conversavam animadamente, mas isso não impediu Harry de aproximar-se, e convidar Gina para uma volta pelos arredores da propriedade.

- Então... você vai seguir carreira no quadribol...- Gina comentou, procurando algum assunto para quebrar o silêncio constrangedor que se instalara entre os dois.

- É...quer dizer...é, vou sim. Começo a treinar em agosto.

- Pena que não deu tempo para você ser convocado para a Copa...

- É...esse ano, a copa vai ser sediada no Brasil...quem sabe na próxima eu não sou convocado? - Harry sorriu , e virou-se para Gina, que perturbou-se. Não imaginava que ainda poderia sentir-se daquela maneira na companhia do rapaz.

- Você me chamou para dar uma volta....- disse, com a voz trêmula - deve ter algum motivo...

- Eu...eu não sei o que dizer , Gina...eu agi como um idiota esse tempo todo...

- O que você está querendo dizer com isso? - perguntou, enfezada.

- Uma segunda chance...de tentar consertar as burradas que nós dois fizemos...eu acho que nunca consegui te esquecer, Gina...

Gina olhou seriamente para Harry. Estava confusa a respeito dos próprios sentimentos, desde que terminara o namoro com Colin. Pensava muito em Harry, em como havia sido infantil...mas ao mesmo tempo sentia medo, de que realmente não houvesse mais nenhum sentimento entre os dois.

- Você ainda está confuso - foi tudo o que Gina conseguiu responder - com tudo o que aconteceu entre você e a Lilá.

- Não estou confuso...eu sei o que eu quero...- Harry estava tão próximo de Gina que conseguia sentir o hálito fresco que a garota exalava, e a eletricidade que percorria pelo seu corpo o deixou tão excitado que ele não conseguiu se conter, e puxou Gina para si, e perderam-se no beijo mais longo e intenso de suas vidas. Ao mesmo tempo que tentava afastar o rapaz para longe, Gina o queria mais próximo, mais seu....mas quando sentiu as mãos de Harry tentando explorar o seu corpo, a garota definitivamente interrompeu o beijo, e o encarou séria.

- Eu ainda sou virgem, Harry...e quero que você me dê um tempo, entendeu? - sua expressão se suavizou, e ela sorriu - nós somos dois grandes idiotas...

- Então você aceita o seu ex-namorado-idiota de volta, Srta Weasley? - Harry perguntou, o sorriso aberto.

Não houve resposta. Apenas outro beijo.


Os meses se passaram, e Harry percebeu que sua nova vida não seria tão tranquila como imaginava. Em agosto, apresentou-se ao seu novo time, e começou a treinar duro para o campeonato juvenil, que teria início em outubro. Harry sabia que se seu desempenho fosse ótimo, conseguiria uma vaga no time principal. E treinava tanto que chegava em casa exausto, querendo apenas descanso.

Em setembro, a rotina estabeleceu-se de vez: Gina e Vívian voltaram para Hogwarts, e Hermione finalmente embarcara para os EUA. Nesse dia, Harry realmente percebeu que sentia pela partida da amiga. No aeroporto, a garota fez um escândalo, chorando no ombro do amigo. E depois, a despedida de Rony...Harry jamais conseguiria descrever a desolação do amigo, quando Hermione passou pelo portão de embarque, e deu um último aceno...

- É o fim, Harry...- Rony murmurou, enquanto o avião levantava vôo - ela vai se desenvolver, ser uma grande bruxa...e eu? - perguntou, angustiado. - O que eu tenho a oferecer a Mione? Nada. - Nos últimos tempos, até encontrar alguma coisa que realmente gostasse de fazer, Rony ajudava os gêmeos na loja de logros, estabelecida num modesto ponto do Beco Diagonal.

- Não fale assim, Rony...vocês se amam, não? É isso o que interessa...

Mas Rony o olhou incrédulo, e Harry perguntava-se o que poderia fazer pelo amigo...

O campeonato começou, e o Pudlemere teve certeza de que acertara ao contratar Harry Potter, o garoto-que-sobreviveu. Vencendo jogo após jogo, o time colocou-se na confortável posição de líder do grupo, garantindo uma vaga na fase eliminatória. Agora, os jornais começavam a estampar fotos do rapaz, fazendo grandes elogios ao mais novo telento do quadribol. E Harry seguiu nesse ritmo frenético até dezembro, quando conseguiu uma folga próxima aos feriados de Natal. E foi nesses dias, quando recebeu uma carta de Hermione, reclamando da falta de Rony. O rapaz não pensou duas vezes, e comprou para o amigo uma passagem para os EUA. Só esperava que sua atitude fosse bem-vinda para Rony.

Harry passou o Natal em casa, em companhia de Sirius e Isabella. E pela primeira vez, Draco compareceu à casa da namorada. Sirius o aceitou relutantemente, mas Harry não conseguiu disfarçar muito bem o desagrado que sentia pelo ex-colega. Mas não falou nada, para não estragar a noite.

Na noite de ano-novo, Harry emprestou o carro de Sirius e viajou até Ottery St Catchpole. Pretendia levar Gina para um jantar em Londres naquela noite, oferecido pelo Pudlemere United aos seus jogadores e familiares. E enquanto esperava a namorada terminar de se arrumar, chamou Rony para um lado, e entregou-lhe a passagem.

- Você ficou louco, Harry? - Rony arregalou os olhos mais uma vez, ao ler no pergaminho Londres-Boston. Isso deve ter custado caro...

- É classe econômica, Rony...e não se preocupe, considere essa passagem um presente de noivado antecipado.

- Mas Harry...

- Não há desculpas para você não ir, Rony. A Hermione está precisando de você. Tenho certeza que ela te ama...mas eu só te peço um favor...

- Qual?

- Que vocês me convidem para padrinho do casamento...- Harry sorriu, dando um tapinha no ombro de Rony, que acabou descontraindo também. Nisso, Gina finalmente desceu do quarto, já pronta para sairem. Usava um vestido preto, longo, simples mas elegante. Harry adorava quando a garota colocava roupas trouxas.

Despediram-se dos Weasley, e partiram para Londres. Gina sentia-se deslumbrada. Entrar com Harry num restaurante, e ser observada pelas pessoas ao redor deixou-a constrangida no início, mas quando Harry começou a apresentá-la para seus companheiros, e dizia "minha namorada", orgulhoso, ela soube que nunca se arrependeria de ter reatado o namoro com o rapaz.

Após a meia-noite, teve início o baile, e Harry puxou Gina para a pista de dança. Embora os dois não soubessem dançar muito bem, perderam a conta de quantas músicas foram tocadas enquanto se beijavam.

- Harry...- Gina murmurou.

- Hum? - Harry estava concentrado na música - fala...

- Eu...eu quero ir para outro lugar...ficar a sós com você...

Saíram incógnitos do baile, e percorreram as ruas desertas de Londres, a procura de algum lugar para onde poderiam ir, sem serem incomodados...Uma louca excitação tomara conta do casal, deixando-os quase sem rumo. Mas Harry teve a prudência de passar por uma loja de conveniências (trouxa) e comprar uma garrafa de vinho e preservativos.

- Eu já sei para onde podemos ir - disse, enquanto dirigia rumo a estrada que dava acesso para River Country.

- E para onde vamos?

- Surpresa ! - beijou-lhe rapidamente os lábios - mas tenho certeza que você vai gostar...

Ao entrar na cidade, Harry teve o cuidado de passar longe da casa de Sirius...não tinha certeza se os padrinhos já estavam dormindo, e não queria criar uma situação constrangedora...tomou um caminho alternativo para a sua casa, o velho casarão dos Potter...

Entraram no primeiro quarto do corredor, e Harry conjurou rapidamente lençois limpos. Embora a casa fosse velha, e estivesse abandonada há anos, pelo menos ali eles teriam privacidade suficiente para sua primeira vez.

Harry acendeu algumas velas, e abriu o vinho. Gina estava levemente tensa, mas ao primeiro toque do namorado, levando-a em direção à cama, a garota procurou relaxar. Deixou que Harry tirasse seu vestido, revelando aos poucos a sua pele branca e macia. E quando finalmente deitaram-se, e deixaram seus instintos guiarem o momento, compreenderam que jamais iriam se separar novamente. Estavam compartilhando a mais intensa das intimidades, e isso só podia ser feito com amor...

Já era dia claro quando Harry finalmente deixou Gina em casa, torcendo para que o Sr Weasley não aparecesse por ali...e só partiu quando a namorada entrou n'A Toca, lançando-lhe um beijo de longe. E naquela manhã fria, 1º de janeiro de 1999, Harry Potter descobriu que Gina Weasley era a mulher da sua vida.


Em Hogwarts, os alunos tentavam se acostumar com a severidade de McGonagall na direção da escola. Muito menos tolerante, a diretora procurava se adequar às suas novas funções. Isso não era tarefa fácil, muito menos sob as circustâncias em que fora obrigada a assumi-las.

Para Remo Lupin, aqueles não foram dias fáceis. A lembrança de Amanda ainda doía, e muitas vezes ele se perguntava, enquanto tentava dormir, como seria a sua vida dali para frente. Haviam apenas duas coisas com as quais ele se importava: sua filha e seu trabalho. Nos primeiros dias sem Amanda, ele logo percebeu que não conseguiria cuidar do bebê sozinho, e não hesitou em pedir ajuda de Lyra. E esta não se negou em nenhum instante, chegando até mesmo a amamentar Maryanne.

Aquele fora um dos invernos mais rigorosos pelos quais Hogwarts já passara. Os alunos andavam amuados pelos corredores gelados, reclamando do frio e da neve que os impedia de permanecer no jardim. Talvez por isso, ninguém tivesse reparado que a medida que as semanas se passavam, Vívian Black estava mais pálida e abatida. A garota pouco conversava com os amigos, preferindo se isolar no seu dormitório. E nem a notícia, em princípios do mês do fevereiro, de que sua mãe dera a luz à um menino, a deixou animada.

Lyra passou a observar a sobrinha com maior atenção. E numa manhã, em que o sétimo ano da Grifinória assistia a aula de História da Magia, Vívian pediu licença e saiu correndo da sala, deixando todos os seus colegas perplexos. Sem perder tempo, Gina seguiu a amiga, preocupada. Aquele comportamento de Vívian não era normal, absolutamente.

Encontrou-a no banheiro, lavando o rosto. Gina não se lembrava de tê-la visto antes tão abatida.

- Você está bem?

- Hã? Ah, estou...quer dizer, foi só uma indisposição...algum problema com o meu estômago...

- E desde quando você tem problemas de estômago, Vívian? - quem respondeu não fora Gina, e sim Lyra, que encerrara a aula mais cedo para verificar o que ocorrera com a sobrinha - Hein?

- Desde que eu comi alguma coisa que não me fez bem, Lyra...vamos Gina, eu já estou bem melhor...

- A senhorita não vai a lugar algum sem antes me explicar o que está acontecendo, Vívian.

- Eu não devo satisfação a você, titia...vê se me deixa em paz! - Deu as costas para a tia, em direção à porta. Gina ainda esperou, sem saber ao certo o que fazer.

- Acontece que eu não sou idiota, Vívian...e eu conheço os sintomas de uma mulher grávida...- virou-se para a sobrinha, que a olhava acuada - eu estou certa, não?

- Isso é um problema meu, você não tem nada a ver com isso...- explodiu Vívian, desesperada.

- Você só tem dezesseis anos, Vívian...dezesseis, já parou para pensar nisso? Como você pôde ser tão estúpida?

- Eu já disse que isso é um problema meu...e pare de se meter na minha vida! - disse e saiu correndo, corredor afora.

- Er...eu vou tentar falar com ela, professora....eu não sabia também...

- Então vá, Gina. Enquanto isso, vou despachar uma coruja urgente para o Sirius...- sua expressão era de puro desconsolo.


Vívian sentia-se uma ré em seu julgamento, enquanto esperava a chegada de Sirius na casa de Lyra, dois dias após o incidente no banheiro. Tentava fingir que nada estava acontecendo, mas temia pelo que podia acontecer no momento em que dissesse para o pai que estava grávida de Draco Malfoy. Segurava Severinho no colo, fazendo algumas gracinhas para o bebê rir. A idéia de ter um filho não a apavorava, principalmente porque Draco estava do seu lado. Recebia cartas quase que diárias do namorado, nas quais ele dizia que já arrumara um modo de ganhar dinheiro, enquanto o Ministério não desbloqueasse os seus bens.

Ao chegar à casa da irmã, Sirius ainda não sabia exatamente o que estava acontecendo com sua filha mais velha. Naqueles últimos dias, andava empolgado com o nascimento do filho, a quem ele e Isabella deram o nome de Thiago, e não esperava que Vívian estivesse com algum problema em Hogwarts.

- Então...posso saber porque fui chamado com tanta urgência? - perguntou à irmã, preocupado. - Infelizmente, a Isabella não pôde vir também...você sabe como um bebê dá trabalho...

- Não faz mal, Sirius...depois a Vívian vai se explicar com a mãe, também...mas por ora, basta vocês dois conversarem...

- Mas o que está havendo? - dirigiu-se à filha - você foi expulsa, ou coisa parecida?

- Vocês querem saber? - Vívian colocou o primo no colo da tia, e se dirigiu ao pai - eu já estou cansada de bancar a ré - virou-se para a tia, furiosa - por que você já não contou tudo para ele na carta? Já que tudo o que você tem feito nesses últimos dias é me julgar, porque não abriu essa sua boca enorme?

- Já chega, Vívian - Sirius segurou a filha pelo braço, espantado com a violenta reação da garota - Lyra, o que você tem a me contar?

- Pergunte à sua filha, Sirius...- Lyra respondeu, decepcionada - eu cuidei dessa garota durante treze anos, e é assim que ela retribui o meu carinho, zelo...

- Então...Vívian, por favor...

Vívian jamais iria se esquecer da decepcão estampada no rosto do pai, quando disse "eu estou grávida". E jamais se esqueceria também da discussão que tiveram naquela tarde, talvez a pior de suas vidas...."tudo o que você e minha mãe queriam era ficar juntos novamente, e pouco se importaram comigo, que eu iria deixar a minha casa, minha escola, o meu país...e vocês nunca me perguntaram se eu realmente gostava de Hogwarts...sem querer, vocês me afastaram de suas vidas, e agora é tarde para voltar..."quando saiu da casa de Lyra, já anoitecia. Chorando furiosamente, escreveu algumas linhas para Draco, avisando-o que não voltaria mais para a casa dos pais.


Rony não imaginava que sua viagem para os EUA pudesse trazer algum benefício para o seu relacionamento com Hermione. Tinha medo que os meses que passaram afastados pudessem ter esfriado o seu namoro. Mas desde o momento em que desembarcara em Boston, e Mione se jogara em seus braços, chorando emocionada, ele sabia que nada mudara entre os dois.

Hermione vivia sozinha, num pequeno apartamento próximo à faculdade. Pelo que Rony percebeu logo ao entrar, era que a namorada não tinha muito tempo para cuidar dos afazeres domésticos. Mas a pilha de livros sobre a mesa da cozinha indicava que a garota continuava tão dedicada aos estudos quanto antes. Mas não perdeu muito tempo examinando aquele que seria seu novo lar...puxou Hermione para si, e a levou para o quarto, onde mataram as saudades...

Nas semanas que se passaram, Rony procurou se adaptar a sua nova realidade. Deixara toda a sua família do outro lado do Atlântico, para ficar com a mulher que amava...isso às vezes o assustava, deixando-lhe inseguro. Tinha medo de estar vivendo apenas um sonho, que pudesse acabar com o tempo. E ainda havia o problema do dinheiro. O rapaz havia trazido algumas economias, mas sabia que logo acabaria. E não era justo viver da ajuda-de-custo que Hermione recebia da faculdade, por trabalhar algumas horas por dia na biblioteca da instituição.

Foi em princípios de fevereiro que Rony finalmente encontrou algo com que pudesse se ocupar, e de quebra ganhar algum dinheiro. Enquanto esperava Hermione sair da biblioteca, viu um anúncio no mural procurando fotógrafos para o jornal editado pelos próprios alunos da faculdade.

- Você viu isso? - mostrou o anúncio à namorada, quando esta finalmente chegara.

- Hum, interessante, Rony...escuta, eu conheço o responsável pelo jornal...você quer falar com ele? Esse pessoal paga muito mal, mas eles são legais...e pode ser um começo.

- Você me apresentaria esse cara? - o rosto de Rony iluminou-se, diante da possibilidade de finalmente ter encontrado alguma coisa que gostaria de fazer - sério?

- Eu faço qualquer coisa para te deixar feliz, Rony - Mione beijou-o, ternamente - eu te amo!


Agora já haviam se passado um ano desde sua formatura, e Harry surpreendeu-se por tanta coisa ter acontecido em tão pouco tempo. Naquela primavera, após garantir a vitória do Pudlemere na disputa pelo Campeonato Juvenil, o rapaz finalmene alcançara sua vaga no time principal. Por consequência, sua vida ficou ainda mais atribulada, e quase não lhe sobrava tempo algum.

Já não encontrava mais seus antigos colegas de Hogwarts, e não tinha muita idéia do rumo que haviam tomado em suas vidas. Apenas Rony e Hermione mandavam-lhe notícias frequentes, contando as novidades. E foi assim que Harry soube que Rony conseguira um emprego como fotógrafo "não é grande coisa, mas já consegui guardar dinheiro para fazer um curso decente de fotografia...Hermione continua bitolada nos estudos, como sempre, a não ser quando o assunto é cozinhar...Harry, a comida dela é horrível!!...e Nova York é o máximo, você e a Gina precisam conhecer essa cidade. "

No entanto, em casa o clima andava cada vez mais tenso, conforme o verão se aproximava, por conta da gravidez de Vívian. A garota simplesmente parara de mandar notícias, e se não fosse por Lyra e Gina, ninguém saberia como ela estava. Sirius vivia de mal-humor, e passava a maior parte do tempo no Ministério, evitando encarar a realidade. Harry prefiria não se meter, mas quando ouvia Sirius e Isabella discutirem, cada qual jogando a responsabilidade sobre o outro, sentia vontade de escrever para Vívian, e tentar fazer com que a garota pedisse desculpas por tudo o que dissera ao pai.

Sirius encarregou Harry de buscar Vívian na estação, no dia em que a garota chegaria de Hogwarts. Arrumara uma viagem de emergência ao interior, e não poderia buscá-la. O rapaz sentiu-se um tanto constrangido, ao perceber que a gravidez de Vívian já estava bem visível. E por alguns instantes sentiu inveja de Malfoy, desejando que Gina, ao lado da amiga, também estivesse grávida...

- Será que vai demorar muito para nos ajudar com a bagagem? - reclamou Vívian, bem-humorada.

- Você ainda não aprendeu a cumprimentar as pessoas? - Harry respondeu no mesmo tom, aproveitando para dar um beijo em Gina - então, finalmente formadas?

- Finalmente livre de Hogwarts - comentou Vívian em tom de tédio - agora eu vou mandar na minha vida...

Gina olhou Harry significativamente, como quem diz "melhor não discutir", e os três deixaram a estação, e seguiram viagem para River Country. Gina passaria o dia com Harry, e à noite o rapaz a levaria para casa. Quanto à Vívian, permaneceria na casa dos pais o tempo suficiente para arrumar os seus pertences. Naquela mesma tarde, Draco iria lhe buscar. Utilizando os seus bons conhecimentos em poções, Malfoy criara diferentes tipos de fragrâncias, e as vendia para uma perfumaria. Se fossem em outros tempos, ele sentiria uma profunda vergonha por estar trabalhando...mas ele tinha esperanças em reaver a usa herança. Por enquanto, alugara um apartamento para viver com Vívian.

Isabella esperava pela filha, tentando por ordem na casa. Diana tinha ataques de ciúmes frequentes em relação ao irmãozinho, o que exigia da mãe atenção dobrada. No entanto, nada a preparara para ver a filha mais velha grávida, aos dezessete anos recém-completados.

- Como vai, Vívian? Você está se sentindo bem? E o bebê?

- Nós dois estamos ótimos, mãe. E você?

- Também estou bem. E a Diana tem falado muito no seu bebê...

Vívian sorriu para a irmã, que brincava no tapete. Diana retribuiu o sorriso, e correu para abraçá-la.

- A mamãe me disse que você vai ter um neném igual ela, Fivy, é verdade? Tem um neném na sua barriga?

- Tem, Didi, vai nascer em setembro.

- Você quer ver a boneca que eu ganhei do papai no meu aniversário? É igual neném de verdade...

Na mesma hora, a lembrança do pai fez Vívian ficar séria novamente. Pediu licença, e subiu para o seu quarto, afim de arrumar logo suas coisas. Guardou as últimas peças de roupa, juntou seus bibelôs, e as suas bonecas...ficou um bom tempo contemplando as companheiras de sua infância, e sorriu amargurada "eu jamais ganhei uma boneca do meu pai... ". Decidiu que as deixaria para Diana. Não adiantava mais remoer a mágoa de ter cerescido longe do pai. Sirius, definitivamente havia sido o mais prejudicado em toda aquela história, e finalmente adquirira maturidade para perceber isso. Mas sabia também que o havia magoado profundamente, e agora não tinha coragem de pedir desculpas.

- Vívian...você tem certeza do que está fazendo? - a voz de Isabella a despertou de seus pensamentos - filha, pense bem, você não acha melhor esperar seu pai voltar, e vocês conversarem como duas pessoas civilizadas?

- Se ele quisesse falar comigo, teria ido me buscar em King's Cross, mãe.

- Você precisa aprender a ter paciência, Vívian...

- E o meu pai precisa aprender a me entender, mãe. Eu sinto muito, mas nós dois não vamos conseguir conviver debaixo do mesmo teto. Não, mãe, é melhor que eu vá viver a minha vida, e vocês a sua...

Quando Draco finalmente chegou, e os dois jovens partiram para a sua nova vida, Isabella percebeu que sua garotinha finalmente crescera, e se tornara dona da própria vontade. E Vívian sentia que agora, ao lado de Draco, teria novamente uma casa para chamar de sua.


Sirius definitivamente não levava o menor jeito para a cozinha e cuidar de duas crianças pequenas ao mesmo tempo. Era uma noite morna, típica do fim de verão, e Isabella ainda não chegara em casa, fato que o estava deixando preocupado. Harry estava viajando, e dessa forma Sirius se encontrava sozinho com os filhos, tentando preparar o jantar. Diana decidira ajudá-lo, e juntos fizeram uma bagunça ainda maior, enquanto Thiago chorava desesperado com fome.

- Mamãe vai ficar muito brava, pai...me empresta a varinha para deixar tudo limpinho? Aí a mamãe não vai brigar com a gente - concluiu a garotinha, sorrindo marotamente.

- Espertinha...nada disso, mocinha. A senhorita vai se sentar e ficar quietinha , enquanto eu termino o jantar.

Quando Isabella chegou, Sirius já colocara as crianças para dormir, e esperava exausto a esposa.

- Eu pensei que fosse ficar louco...Bella, por onde você andou?

- Sinto muito, Sirius, mas não deu tempo de lhe avisar, eu saí correndo do jornal...

- E?

- Sirius, o bebê da Vívian nasceu...é uma linda menininha loira, chamada Valkíria - seus olhos brilhavam de alegria - nós já somos avós, Sirius...meu caro, estamos ficando velhos...


Inseguro, Sirius aparatou diante do pequeno prédio de apartamentos, localizado num bairro bruxo, isolado dos trouxas no centro de Londres. A construção era simples, com poucos andares, sem luxo algum. Parecia impossível que ali vivia o herdeiro de Lúcio Malfoy.

Tocou a campainha, e aguardou ansioso que Vívian atendesse a porta. Quando a filha finalmente abriu a porta, ficaram por alguns instantes se olhando, como se fossem dois estranhos. No fundo talvez fossem mesmo, pensou Sirius, resignado. Sabia muito bem que não conhecia Vívian da mesma maneira que Diana. Decididamente, não entendia o que se passava na mente da filha mais velha.

- Você não vai me convidar para entrar? - perguntou, sorrindo.

- Claro que sim...só espero que você não repare na bagunça...eu ando sem tempo de arrumar a casa... - Vívian estava extremamente constrangida com a presença do pai - entra.

- O Draco está em casa?

- Não, ele foi fazer compras, mas daqui a pouco ele está de volta. Ele não gosta de deixar nós duas sozinhas por muito tempo...

Sirius entrou no pequeno apartamento, e como Vívian dissera, realmente estava uma bagunça. Foi então que começou a sentir pena de sua garotinha, uma criança grande brincando de casinha, pagando pela própria irresponsabilidade. Aproximou-se da filha, e a apertou firme nos braços, se lamentando por ter sido tão frio naqueles últimos meses. Vívian chorava baixinho, querendo com aquele abraço suprir os treze anos de separação...

- Você me perdoa, pai? Pelas coisas que eu lhe disse?

- Shh...não precisa dizer mais nada, Vívian...- Sirius encarou a filha, seus olhos azuis brilhando - você está feliz? O Draco trata você bem?

- Você nem imagina o quanto...

- Então isso me deixa mais tranquilo...- nesse instante, um choro de recém-nascido indicava que não estavam sozinhos.

- Eu acho que já está na hora de você conhecer sua neta, Sr Sirius Black...

Dois meses depois do nascimento da filha, Vívian Black e Draco Malfoy oficializaram sua união, numa cerimônia simples e discreta. Era o início de uma nova fase dos Malfoy, e o jovem casal decidiu que a partir dali limpariam o nome da família, permanecendo longe de qualquer atividade ilegal, relacionada às Artes das Trevas.


Dois anos se passaram desde o casamento de Vívian, e agora Harry já contava com vinte e um anos de idade, e se considerava um homem feito. E o mais importante, feliz e com sua vida totalmente estabilizada. Tinha um bom emprego, uma namorada e grandes amigos. Talvez não houvesse mais o que desejar, mas ele sabia que faltava alguma coisa. E percebeu o que era numa noite fria de outono, enquanto ouvia Gina contar uma passagem de sua infância. Ouvia em silêncio, acariciando os cabelos vermelhos da namorada. Então Harry descobriu o que o andava perturbando: queria uma família, a sua . Por mais que se sentisse à vontade com Sirius, sabia que havia chegado a hora de ter sua própria casa.

- Vou mandar reformar o casarão, Gina...- disse, subitamente - o que você acha?

- Você vem falando disso há meses, mas nunca se decide...

- Mas desta vez é sério, meu amor...me diz uma coisa, que tal nos casarmos no Natal?

- Harry, o Natal é daqui a dois meses, você ficou louco? - Gina riu nervosamente - É sério?

- Você não acha uma boa hora? Nós dois trabalhamos - Gina agora trabalhava junto com os gêmeos, em sua loja, o que, segundo o Sr Weasley dizia, havia sido a salvação do negócio, pois a sua caçula conseguira fazer com que as vendas aumentassem - já temos uma casa, que só precisa de uma reforma...por que esperar mais?

Gina sorriu docemente, e encarou profundamente aquele par de olhos verdes que amava desde a infância...que a salvara da Câmara Secreta...e que seria o seu único homem, o seu marido, o pai de seus filhos...

- Então não vamos mais esperar...


Nunca se vira Ottery St Catchpole tão movimentada quanto no dia do casamento de Harry Potter e Gina Weasley. A notícia do matrimônio espalhara-se, e o que era para ser uma cerimônia íntima, tornou-se um espetáculo para a imprensa, e Sirius e o Sr Weasley precisaram usar toda a sua influência - e alguns feitiços - para evitar a exposição pública do casamento. Mas mesmo assim, no dia seguinte, muitos jornais estampavam na primeira página "O Casamento de Harry Potter".

A cerimônia aconteceu na pequena capela da cidade, e todos os amigos e parentes estavam presentes. Os Weasley eram uma família numerosa, e a igreja ficou repleta de cabeças ruivas, dos tios e primos de Gina. Rony e Hermione deixaram o isolamento de Boston para comparecerem como padrinhos do noivo. Gina convidara Vívian para madrinha, mas não conseguiu tolerar muito bem a idéia de ter Malfoy como padrinho...e para resolver o impasse, achou mais prudente convidar Gui para acompanhar a amiga no altar. Sabia que com essa atitude, pareceria ainda mais antipática aos olhos de Draco, mas tanto Gina quanto Harry não haviam esquecido todas as ofensas que o marido de Vívian fizera aos Weasley no passado.

E Harry e Gina se casaram, diante das pessoas que mais gostavam no mundo. Ao deixarem a igreja, unidos pelo matrimônio, sabiam que seria para sempre.


Sirius conseguira merecidas férias, e mandou os filhos para a Irlanda, na casa dos avós, e aproveitou a folga para viajar com Isabella. Parecia incrível, mas em sete anos de casamento não haviam viajado uma única vez. Sabia que precisavam urgentemente afastar-se um pouco de casa, dos filhos, e dedicarem-se apenas um ao outro.

- Será que não foi loucura deixarmos as crianças tanto tempo sozinhas, Sirius? - estavam no alto da torre Eiffeil, parecendo um casal de turistas trouxas.

- Eu acho que você está se preocupando à toa, Isabella. Nós combinamos que precisávamos desse tempo só para nós...

- Eu sei, seu bobo - Isabella voltou-se para olhar Paris mais uma vez, tirando algumas fotos - bem que a Lílian me disse que essa cidade era mesmo linda...ah, eu não vejo a hora de chegarmos a Roma, Sirius, você tem idéia de quanto tempo eu não vou para a Itália? Sirius, você está me ouvindo?

- Ahn? Ah, me desculpe...eu estava só pensando...

- Em que?

- No quanto eu sou feliz ao seu lado...- abraçou-a com ternura - nos filhos lindos que nós temos, e na nossa neta...e depois que eles crescerem, Isabella? E quando eles também seguirem o seu rumo, como o Harry e a Vívan já fizeram? Vamos ficar feitos dois velhos, em casa?

- Você não acha que ainda há muito tempo para as crianças saírem de casa?

- Daqui pouco mais de quatro anos a Diana já estará com idade para ir para Hogwarts...e aí?

- E aí que ela irá, e depois o Thiago, a Valkíria...esse é o ciclo natural da vida...

Permaneceram um tempo em silêncio, refletindo.

- Eu também tenho medo de envelhecer - murmurou Isabella - e ultimamente eu tenho refletido muito no passado. Isso ainda me dói muito, Sirius...e eu tenho medo que não passe...isso acontece com você também?

- Quase sempre...mas eu me esforço por não pensar...eu quero viver o meu presente, e aproveitar as coisas boas que a vida me ofereceu...e passar todos os meus dias ao seu lado... - puxou-a novamente contra si, e beijaram-se como dois adolescentes. Houvera um dia em suas vidas, há quase vinte anos atrás, em que não acreditavam que um dia se veriam novamente. Mas Sirius e Isabella Black provaram o contrário, e mostraram o que poderia ser a felicidade.


Aquele havia sido um dos verões mais intensos dos últimos anos. Pelo menos foi o que pareceu a Harry, que havia passado os meses de julho e agosto no Egito, país que sediava a Copa Mundial de Quadribol. Naquele fim de tarde, porém, não era o calor que mais o incomodava. Não, era o frio na barriga que sentia toda vez que estava na final de um campeonato, mas aquela, em específico, selaria o destino de sua carreira. Pela primeira vez, em muitos anos, a Inglaterra chegava à final, disputando o título com a Bulgária, a última campeã. Victor Krum estava em sua terceira copa, e não tinha certeza se disputaria a quarta. Mas ainda assim, era considerado o melhor do mundo...ou quase...

Na tribuna de honra, ao lado das autoridades inglesas, encontravam-se todos os amigos de Harry Potter. Mas talvez a figura que mais chamasse a atenção da imprensa fosse a moça - quase uma garota - de cabelos ruivos que sentara-se ao melhor lugar, com maior visibilidade. Gina Potter acompanhara o marido durante todo o campeonato, e por onde andava, sempre havia um repórter querendo entrevistá-la. Por sua discrição, num mundo onde reinava a exibição - a única jóia que usava, além dos brincos, era uma aliança de esmeraldas, a única que Harry conseguira resgatar dos pertences de Lílian Potter - ela despertava a curiosidade dos fãs de seu marido. Agora, ignorava a presença da imprensa, dos seus pais, amigos, irmãos...todo o seu ser se concentrava na partida que iria começar...

- Tenso, Harry? Pense que é mais uma partida Grifinória x Sonserina...- depois de tantos anos, Harry voltava a jogar com Olívio Wood.

- Não é bem assim, Olívio...Krum não é o Malfoy...antes fosse - disse, rindo nervosamente.

A porta do vestiário se abriu, e a seleção inglesa entrou em campo, sob aplausos entusiasmados da torcida. Harry sobrevoou o estádio, localizado no meio do deserto...passou próximo ao ponto onde sabia que Gina estaria, e mesmo sem conseguir vê-la, mandou-lhe um beijo...

A partida não fora nada fácil. A Bulgária era um dos melhores times do mundo, e mostrava toda a sua garra em campo. Krum mostrou toda a sua perícia, fazendo Harry várias vezes mergulhar numa finta de Wronski...mas o rapaz também já havia adquirido experiência suficiente para saber o momento em que deveria subir ...e foi numa dessas subidas que Harry viu o pomo brilhar...o jogo estava empatado em 50 a 50...acelerou a vassoura, podia sentir Krum em seu encalço, a poucos centímetros de distância...

Sentiu o pomo em suas mãos...ouviu a torcida gritar o seu nome...ouviu o locutor anunciar a vitória da Inglaterra por 200 a 50...sobrevoava o campo, sentindo o sol queimar a sua pele...conquistara o seu lugar, provara para o mundo que não era famoso apenas por ter sobrevivido à Voldemort...agora era famoso, e suas fotos estampariam os jornais no dia seguinte , pelo seu próprio esforço, pelo seu mérito...


Todos se perguntavam: onde estará Harry Potter? Após a cerimônia de premiação, o apanhador da Inglaterra desaparecera misteriosamente...a apreensão tomou conta dos seus amigos e fãs...

Somente depois de horas, quando Hermione achara um pequeno bilhete em sua bolsa, a tranquilidade voltou, em parte:

Estamos por aí.

Logo mandaremos notícias...agora, merecemos umas

férias.

H. e G. Potter

- Isso é coisa que se faça? - perguntou uma desapontada Sra Weasley, ao ler o bilhete deixado pela filha.


Isolados do mundo num hotel trouxa, no centro do Cairo, Harry e Gina comemoraram à sua maneira a vitória da Copa. Desde o início do campeonato não tinham tido tempo para se amarem...agora, matavam as saudades de seus corpos e de suas almas...qualquer comemoração poderia esperar...

- Você não acha...- Gina começou a perguntar, entre um beijo e outro - que nossa saída foi um pouco...indelicada?

- Não...eu só queria você...ainda bem que eu trouxe a minha velha capa...

- Bobo...isso foi idéia minha...

- Ah, sou bobo? Você vai ver quem é o bobo - respondeu, beijando-lhe ardentemente a boca, desejando Gina mais ainda...- eu quero você só para mim...

- Humm...acho que agora é um pouco tarde, Harry...

- Posso saber por que? - sussurrou-lhe ao ouvido, arrepiando-a.

- Por que há três meses atrás nós decidimos liberar...lembrou-se?

Harry sentou-se, assustado, e encarou Gina, que sorria.

- Você não quer dizer que...mas já?

- Parabéns, Harry Potter...você será papai!

Talvez não existam palavras que pudessem descrever a alegria dos dois jovens. Para Harry, aquele fora, até então, o melhor momento de sua vida. Saber que Gina esperava o seu filho o deixara num estado de excitação muito maior do que quando apanhara o pomo, naquela mesma tarde. Uma enorme insegurança tomou conta do rapaz, imaginando se seria capaz de criar um bebê...se seria competente, amoroso...mas procurou afastar as dúvidas, e concentrou seu pensamento em Gina, que agora parecia brilhar..."sim - pensou Harry - agora eu realmente sou feliz!!"

F I M

N/A: Agora, realmente eu posso dizer que a fic terminou. Gostaria de agradecer a todos que tiveram paciência durante todos esses meses, e que acompanharam "Meus Bons Amigos" desde o começo. Um grande abraço para o pessoal do Fórum da Harryoteca - www.harryoteca.kit.net - e do Grupo Harry Potter Fanfics. E um agradecimento muito especial à Nanda, minha irmãzinha e companheira, que além de me dar dicas valiosas para o desenvolvimento da história, ainda teve paciência suficiente para betar capítulo por capítulo.

Claudinha Black

SJCampos, 25 de Maio de 2002

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