Capítulo 2 - Vozes na Toca

Harry estava muito nervoso, queria sair da rua dos Alfeneiros de qualquer jeito, o mais rápido possível. Seu malão estava muito pesado, mas ele não se importava, a única coisa que queria era ir embora, sumir e esquecer os Dursley. Harry andou e andou por vários minutos, estava muito escuro e não tinha ninguém nas ruas. Essa noite parecia muito com a noite em que ele e Duda foram atacados pelos dementadores, mas Harry não estava com medo e sim com raiva, ele queria é mesmo que viesse dementadores para ele poder descontar neles.

Já faziam dez minutos que ele estava andando pelas ruas escuras. Harry estava nervoso demais para pensar em qualquer coisa, então se sentou no banco de uma praça com uma fraca iluminação, a mesma que ele encontrou Duda e sua gangue. Ele viu que todo o playgrond das crianças estava quebrado e no meio da destruição estava pichado "BIG-D". Harry sabia que isso era o símbolo da gangue de Duda.

Ele ficou lá, sentado, pensando em tudo que havia acontecido na sua vida desde o dia que conheceu Hagrid. Fez um retrospecto de todos os seus anos em Hogwarts, lembrou do trasgo que ele e Rony enfrentaram no banheiro feminino para salvar Hermione. Se lembrou do Voldemort atrás da cabeça do professor Quirrel; da Câmara Secreta e do grande basilisco que enfrentou com a ajuda da Fawkes; da Casa dos Gritos e de quando viu Sirius pela primeira vez; do Torneio Tribruxo e de Voldemort voltando; ele se lembrou dos Comensais atacando ele e os outros no Departamento de Mistérios, e de Sirius caindo atrás do véu.

Ele se levantou rapidamente meio agitado, e finalmente percebeu que teria que ir para algum lugar. A primeira lembrança de Harry foi aToca, então ele decidiu ir para lá, com certeza seria bem recebido.. Mas como ele iria para lá? Já passava das três da manhã. Ele pensou por alguns segundos...se pudesse aparatar... mas lembrou de outro transporte usado pelos bruxos. Porque não o Nôitibus Andante? Ele levantou sua varinha e de repente um grande ônibus roxo apareceu do nada entre duas casas, empurrando-as, e parou bem na frente de Harry. A porta abriu e Harry viu um rosto já familiar.

-Harry! É você, de novo. - disse Ernesto - Vamos Harry, entre.

Harry não queria conversar naquela noite. Quando entrou logo disse:

-Quero ir para a Toca.

-Para onde?

-Para a Toca.

-Que Toca?

-Ué, a Toca.

Harry achou a conversa muito confusa, começou a ficar nervoso mas disse calmamente:

-Eu quero ir para a casa dos Weasley, a Toca.

-Aahh, a casa dos Weasley... quais Weasley?

-A do Rony, da Molly Weasley, do Artur Weasley... - disse Harry perdendo a paciência.

-Ahh! Agora sim. Sabe Harry, quando você quer ir a casa de alguém você tem que dizer o nome da casa e o nome das pessoas que moram na casa. Só assim você pode chegar ao seu destino.

Harry não sabia disso, mas achou muito interessante, nunca tinha reparado que a casa dos bruxos tinham nome. Pensou que Toca era o nome de casa de bruxo, e não um nome específico da casa. O Nôitibus deu a partida. Harry via pela janela as casas dos trouxas aparecer e desaparecer rapidamente. O Nôitibus deu vários trancos mas ele estava acostumado. Durante a viagem, Ernesto fez várias perguntas, sobre Voldemort, sobre Hogwarts, sobre o motivo pelo qual ele saiu de casa a essa hora e ele só respondia fazendo sim ou não com a cabeça. Muitas vezes ele mal ouvia a pergunta.

-Pronto Harry, chegamos.- disse Ernesto.

Harry nem tinha reparado, ele estava olhando as estrelas. Naquele dia o céu estava muito estrelado e sem nenhuma nuvem.

-O quê...? Ah, chegamos. Obrigado Ernesto. - Disse Harry calmamente, ele já não estava mais bravo. Ao descer do Nôitibus, Harry sentiu sua cicatriz arder. Ernesto olhou para a mão de Harry que estava na cicatriz e disse atencioso:

-Harry, tome cuidado. As noites de hoje não são mais seguras...é...bem....você sabe porquê.

-Não se preocupe - disse Harry feliz de saber que Ernesto se importava com ele

-Está muito tarde e não é aconselhável você ficar saindo por aí a essa hora.

-Não se preocupe, a Toca está ali. - Harry apontou para uma casa de vários andares a uns cinqüenta metros deles, atrás de umas árvores. Ele ficou espantado por conseguir ver a Toca naquela escuridão.

-Tudo bem então, adeus Harry e cuidado. - Ernesto se despediu com um gesto com as mãos e o Nôitibus Andante desapareceu muito silenciosamente atrás de uma colina.

Harry ficou parado por alguns segundos, e começou a sentir medo, tudo a sua volta estava muito escuro e muito quieto. As árvores a sua volta no escuro tinham sombras assustadoras, uma delas parecia o irmão gigante de Hagrid, Grawp. Ele começou a andar em direção a casa, pensando no que os Weasleys pensariam se vissem Harry aparecer na casa deles no meio da madrugada. Será que eles ficariam bravos? Molly provavelmente ficaria.

-Ai....

Harry tinha tropeçado em uma pedra, mas, para a sua surpresa e susto, quando se virou, viu um gnomo de jardim. A criatura olhou para Harry e deu um leve chute na perna dele. Quando Harry se levantou, viu que não era um mas sim vários gnomos que estavam correndo, eles estavam indo na direção contraria à Toca. Harry os ignorou.

Ele andou mais uns trinta metros e agora estava ansioso para sair daquela escuridão e daquele silêncio para ver Rony, seus pais e seus irmãos. Conforme se aproximava, ele reparou que A Toca estava muito escura, com todas as luzes apagadas, os Weasleys provavelmente estavam dormindo. Harry se esforçou para fazer pouco barulho, para não acordá-los. Estava realmente muito escuro. Quando ele estava a uns dez metros da casa, ele viu algo no chão , um gnomo morto. Harry achou estranho, pelo que ele sabia não se matava gnomos e sim fazia-se desgnomização, na qual eles eram arremessados longe. Ele chegou mais perto e viu que não tinha somente um, mas quatro gomos mortos, Harry viu que tinha alguma coisa vermelha no chão, e percebeu que os gnomos tinham sido mortos a pouco tempo. Seriam furanzões que estariam matando os gnomos? Provavelmente.

Harry continuou andando, quando viu outra coisa muito estranha, tinha algo no chão, uma espécie de manto preto se movendo lentamente. Harry sentiu um medo natural e se afastou da criatura. Ele concluiu que foi aquilo que matou os gnomos. Estava muito escuro, muito silencioso. O medo começou a tomar conta de Harry. Quando ele chegou mais perto da Toca, começou a andar mais rápido, mas sempre evitando fazer barulho. Ele chegou na porta da casa e ficou parado, pensou no que iria dizer aos Weasleys. Ele olhou para trás e viu todo o caminho que percorreu, ficou espantado pela sua coragem, aquele lugar era realmente assustador de noite. Harry percebeu que o mato estava se movendo lentamente.

De repente Harry viu um flash de luz saindo da casa. Seria algum Weasley? Harry olhou pelo canto da janela e viu que alguém estava andando dentro da cozinha, bem devagar, com uma luz fraca na ponta da varinha. Harry se perguntou porquê a pessoa não simplesmente não acendeu as tochas. Ele estava confuso e decidiu continuar observando, pois ele tinha um visão perfeita da janela da cozinha, ele também conseguia ouvir perfeitamente. Apesar de observar, ele não podia ser observado, a escuridão o protegia. A pessoa dentro da cozinha estava agora parada, como se estivesse esperando alguém. Depois me mais ou menos um minuto, apareceu uma segunda pessoa, com uma luz mais intensa saindo de sua varinha. Harry pôde ver que as duas pessoas estavam encapuzadas. Ele simplesmente congelou, e percebeu imediatamente que não era nenhum Weasley. Ele se perguntou quem seriam, temeu pela resposta. A segunda pessoa que entrou na casa tirou o capuz.

- N...não....não pode ser. - disse Harry baixo e completamente assustado.

Bellatrix era a segunda pessoa atrás do capuz. Ela estava exatamente como da última vez que Harry a viu, mas estava com o cabelo bem mais arrumado e não estava tão magra como antes. Harry notou uma feição de raiva no rosto de Bellatrix. Ela se virou para a outra pessoa e disse:

- E então, encontrou algo?

- Não, somente coisas inúteis.

- Eu falei para sermos mais rápidos. Eles pegaram tudo o que havia de importante e se foram muito rápido.

Harry se sentiu um pouco mais aliviado, os Weasley tinham fugido. Bellatrix foi em direção a escada e falou:

- Continue, ainda falta um quarto lá em cima.

- Sim senhora - disse a segunda pessoa encapuzada.

- E não esqueça de recolher todas as Mortalhas Vivas, eu sabia que seria inútil traze-las, eles nem estavam dormindo quando chegamos.

- Sim Senhora. - disse o Comensal subindo as escadas com uma expressão indiferente.

Bellatrix ficou sozinha na cozinha e começou a falar sozinha:

-Meu Lord, me perdoe....espero que o meu Lord não me dê outra punição.

Ela levantou o capuz que cobria seu braço. Harry viu, espantado que o braço de Bellatrix estava todo cheio de cicatrizes. Devia ser a punição a que ela se referia, por ela ter perdido a profecia.

Quando Harry olhou para seu rosto, se lembrou do que ela havia feito no Ministério. Ele começou sentir uma raiva incontrolável. Queria vingar a morte de Sirius, então teve a idéia de lançar um feitiço contra ela, ele tentou resistir mas a raiva era maior. Ela continuou lá, parada, falando consigo mesma, sem saber que Harry iria enfeitiçá-la, atacá-la pelas costas. Ele levantou a varinha no mesmo momento que ela começou a subir as escadas. Ele estava pronto para enfeitiçá-la...

- Ei, você, encontrou algo?

Harry se virou rapidamente assustado e viu um terceiro Comensal a uns dez metros dele. Ele começou a se desesperar, pegou sua varinha e a apertou com força.

- E então...viu algo?

Harry não disse nada, tinha reparado que estava muito escuro para o Comensal o ver. Decidiu que iria lançar um feitiço de petrificação e fugiria para as montanhas perto da casa.

- Ei, onde está sua capa?...quem você é?

Harry levantou a varinha imediatamente e falou o mais rápido que podia:

- Petrificus totalus!

O homem caiu no chão. Harry não pensou duas vezes, começou a correr, correr muito. Ele ouviu o barulho do Comensal caindo no chão e não se virou para ver, sabia que os outros tinham ouvido, ele provavelmente teria que se esconder. Decidiu então correr para as árvores e depois ir se esconder nas montanhas perto da Toca. Harry estava com muito medo, não tinha ninguém para ajudá-lo e ele não podia cuidar dos Comensais e de Bellatrix sozinho, Harry se sentiu muito fraco e inútil.

De repente ele começou a diminuir o ritmo da corrida, tudo a sua frente ficou negro, mais do que já estava. Harry começou a sentir uma sensação muito estranha, uma sensação muito familiar. Ele caiu no chão e se virou para trás, três Dementadores estavam indo em direção a ele. Por um instante ele achou que estava tudo perdido e logo fechou os olhos, então se lembrou de Sirius caindo através do véu, com seus olhos abertos, ele também se lembrou da profecia.

- N...não, não vou perder, não agora. - disse Harry com uma voz meio tremida

Harry logo se lembrou de seus amigos, Rony e Hermione. Não podia cair naquele momento. Ele então levantou a varinha e disse com uma voz muito confiante:

- Expectro Patronum!

No exato momento em que ele proferiu o feitiço, um grande cervo apareceu de sua varinha. Os dementadores que estavam flutuando rapidamente na direção dele, foram arremessados pelo grande cervo.

- Não, peguem ele!

Harry pode ouvir Bellatrix gritando e se aproximando dele. Quando ele se virou para ver o que acontecia, viu dois dementadores no chão e o cervo jogando mais um pelos ares. Bellatrix, que estava com outros cinco Comensais, levantou a varinha, ia lançar algum feitiço em Harry, ele não pode ouvir qual, então o cervo fez algo estranho, deu uma chifrada no chão, jogou algo nos Comensais, e depois desapareceu. Harry logo reconheceu que a coisa que o cervo tinha lançado era aquela criatura negra que parecia um manto negro. Isso atrasou os Comensais, Harry se jogou no meio de umas árvores. Bellatrix jogou a criatura para longe e disse com uma voz de criança:

- Harry, Harry... nos encontramos novamente, o que você está fazendo aqui? Bellatrix tava com saudades de Harry.

Ele não disse nada.

- Harrysinho, vem dar um abraço na sua amiguinha. O meu Lord vai ficar satisfeito quando eu entragar a sua cabeça - disse Bellatrix com uma voz que irritava Harry profundamente.

Continuava muito escuro e por isso ele não podia ser encontrado, estava protegido, mas por pouco tempo. Um dos dementadores chegou perto de Bellatrix e apontou sua mão podre para o meio das árvores, onde Harry estava.

-Quer tentar se esconder Harry? Não adianta.

Eles estavão chegando perto, mas mesmo assim era muito escuro, mesmo com o Lumus dos Comensais. Harry olhou para trás e viu dois gnomos subindo a colina perto de onde ele estava escondido. Os Comesais estavam cada vez mais perto. Assim como os dois dementadores que os guiavam na direção de Harry. Ele sabia que os dementadores o encontrariam pelo medo que ele estava sentindo.

-Espectro Patronum! - gritou Harry.

O cervo dessa vez saiu da varinha de Harry com uma força tão grande que o jogou no chão. Harry pode ver os dois dementadores sendo arremessados contra as árvores. Devido ap susto, um dos Comensais tropeçou e caiu, derrubando todos os outros que estavam atrás. Bellatrix, já com muita raiva, tirou o Comensal da sua frente, se levantou e falou com uma voz assustadora:

-SEU INÚTIL, BASTARDO, eu falei para o Lord tomar cuidado em escolher seus novos Comensais.

Harry aproveitou a confusão e correu até o topo, desceu para o outro lado da colina e se escondeu no meio de um matagal.

- SEU IDIOTA, ELE FUGIU...CRUCIATUS!!!

Harry pode ouvir o Comensal novato gritar de dor do outro lado da colina. Quando ele estava quase perdendo as esperanças ele viu algo que lhe chamou a atenção. Um gnomo tinha pulado para dentro de uma espécie de buraco escondido no meio das raízes de uma grande árvore. Ele foi na direção do buraco e viu, espantado, que deveria ter uns dez gnomos lá dentro, era um buraco muito grande. Harry se lembrou que ele tinha lido em um livro que gnomos de jardim tem um forte senso de sobrevivência. Harry não pensou duas vezes. Se jogou no buraco junto com os gnomos que não fizeram nada para detê-lo.

Harry logo notou que o buraco tinha uns dois metros de profundidade. Ele percebeu que havia alguns troncos e galhos velhos perto dele e teve uma idéia. Apontou a varinha para os galhos e troncos retorcidos e disse bem baixo:

- Vingardium Leviosa.

Ao galhos levitaram silenciosamente a meio metro do chão e tamparam a entrada do buraco. Harry estava salvo. Pelo menos por um tempo. Os gnomos tentavam o escalar mas Harry os empedia dando pequenos empurrões e chutes. Tanto Harry como os gnomos medrosos tentavam não fazer barulho.

Harry podia ouvir Bellatrix brigando com os Comensais. Ele ainda ouvia os gritos do Comensal enfeitiçado do outro lado da colina. Os passos ficavam cada vez mais pertos.

- Harry? Cadê você? Harry? - Falava Bellatrix com a sua voz de criança.

Harry tentava olhar pelas frestas dos ganhos mas estava muito escuro. Os passos se aproximavam.

- Harry?

Estavam muito perto. Harry começou a se apavorar, ou agora ou nunca.

- Harry, Harry, Harry, Harry! - cantava Bellatrix

Agora ele podia sentir os passos dos Comensais na terra e nas raízes. Ele não os via mas sabia que estavam a pouco mais de meio metro do buraco no meio das raízes da árvore. Ele podia sentí-los. Os gnomos agora estavam afoitos, mas ainda silenciosos.

-Vamos lá Harry, não tenha vergonha.

Harry sentiu que um dos Comensais tinha pisado nos galhos. Se ele pissase um pouco mais para a esquerda cairia no buraco onde ele e os gnomos estavam.

-Eu estou sem paciência. - falou Bellatrix. Harry a ouvia bem de perto.

Agora ele percebeu que ela e os Comensais estavam se distanciando, pois o barulho dos passos ficava cada vez mais distante. Harry começou a se sentir mais aliviado. Osa passo sestavam bem devagar.

-Ele não pode ter fugido, não conseguiria, muito menos aparatar. Ele não pode, não é senh...

-CALA A BOCA! - disse Bellatrix nervosa.

Agora eles estavam se distanciando. Harry estava mais aliviado.

O tempo tinha passado e já fazia uns vinte minutos que Harry estava lá. Ele podia ouvir a voz de Bellatrix gritando, ao longe, de raiva:

-HARRY, EU VOU TE PEGAR!

Harry sabia que estavam bem longe. Ele então decidiu arriscar um Lumus. A pequena linha de luz na ponta de sua varinha iluminou todo o buraco. Era bem fundo e também parecia que tinha sido cavado por um animal muito grande. Ele ainda sentia os gnomos que agora perderam parte do medo e estavam escalando e chutando Harry. Ele olhou para uma raíz nas parede do buraco e viu uma marca velha cravada na madeira com algo que parecia um canivete. Estava escrito "Esconderijo de Fred e Jorge - fique longe". Agora Harry entedeu porque o buraco estava ali e porque era tão grande. Os gêmeos Weasley tinham feito aquele buraco. Ele prometeu a si mesmo que iria agradecer muito aos dois se os encontrassem.

Harry estava apoiado na parede do esconderijo, já tinha desfeito o feitiço Lumus. Ele estava cansado, deveria ter passado uns cinco minutos mas para Harry parecia vinte anos. Ele não ouvia mais nenhum som do lado de fora. Uma vez ou outra ouvia um grito, era Bellatrix com certeza.

De repente algo gelado tocou Harry, ele se levantou rapidamente, pensou que fosse um gnomo ou uma aranha. Ele tentou tatear e sentiu algo fino e com uma pele meio áspera. Ele levantou a varinha e falou, ainda baixo:

-Lumus

Harry viu uma criatura que se rastejava entre a parede e o chão, parecia um pano negro se arrastando, lembrava uma arraia ser movendo lentamente pelo chão. A criatura não tinha mais que alguns poucos centímetros de espessura. Ele achou que a criatura não era perigosa e ficou a observando, mas ela começou a escalar pelo corpo de Harry lentamente. Ele sentiu aquela coisa gelada subir pela sua perna, e imediatamente a chutou. Os gnomos estavam todos muito agitados.

-ELES ESTÃO AQUI, FUJAM.

Harry parou na hora, era a voz de Bellatrix, ela estava perto e provavelmente correndo. Ele ouviu um barulho que parecia de escapamento de carro, e depois outro que lembrava uma explosão e tudo isso seguido de flashs de luz azuis e brancos. Algo estava acontecendo lá fora. Ele arriscou colocar a cabeça para fora do buraco e viu Bellatrix correndo com dois Comensais a uns dez metros dele. Harry viu que Bellatrix se virou e falou algo muito rapidamente e uma luz branca saiu da sua varinha seguida depois de um grito de dor. Outra voz depois disse:

-Não adianta fugir Belllatrix.

Harry reconheceu na hora aquela voz.

Bellatrix saiu correndo novamente e sumiu no meio da escuridão das árvores. Uma pessoa apareceu, era uma mulher, que disse ofegante:

-Oh não, ela aparatou!

Harry tinha certeza. Tonks estava lá, parada e ofegante, a poucos metros dele.