CONFRONTO FINAL

Sinopse: Harry está no sétimo e último ano em Hogwarts e, agora, com dezessete anos, tudo está diferente. Ele se livrou dos Dursley, está namorando uma Grifinória e Voldemort está finalmente morto. Será? Mais uma vez a vida de Harry e seus amigos corre perigo e o inimigo pode estar mais próximo do que ele imagina... A morte nunca esteve tão próxima e tudo pode acontecer. Spoilers: livros 1 a 5 - Status: Incompleta

Disclaimer: Isso é uma obra de ficção. Algumas personagens e lugares citados pertencem à J. K. Rowling e foram usados sem permissão. Essa história foi escrita sem fins lucrativos. Qualquer transgressão a marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.

Nota da autora: *Espero que vocês gostem e, principalmente, que mandem as opiniões, resenhas, críticas e sugestões de vocês.*Escrevo a história acreditando que ela se passa em 1997. Essa data está sendo baseada na data do aniversário de morte do fantasma da Grifinória, Nick Quase-Sem- Cabeça.*Bem, esta é uma fic de drama, então aviso que vou trabalhar bastante com temas pesados, como a morte.*

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CAPÍTULO 2 - O Aniversário de Mione

Após aquele dia, mesmo com as desculpas de Harry, o clima ainda estava meio tenso na casa. Era finalmente o jantar do dia 31 de agosto e no dia seguinte voltariam para Hogwarts.

- Então, - começou Rony - como iremos para escola amanhã?

- Um táxi bruxo irá nos levar até a estação onde pegaremos as carruagens de Hogwarts até lá - respondeu Harry.

- Portanto, todos estejam prontos às seis horas amanhã - falou Hermione com seu jeito mandão.

Tiveram a infelicidade de encontrar no dia seguinte assim que chegaram à estação com Draco Malfoy e seus capangas, Crabbe e Goyle.

- Ei, Potter! Como está se sentindo agora que seu 'amado mestre' não está mais aqui? - Harry estava pronto para pular em cima de Malfoy quando Rony lhe segurou e mandou Malfoy cair fora.

- Harry, você tem que se acalmar - falou Hermione - Malfoy sempre foi assim e não é agora que ele vai mudar.

- Além do mais, você só tem que agüentá-lo mais um ano - concordou Nicole.

A cerimônia de seleção passou de modo agradável e no final a diretora fez uma homenagem à Dumbledore. Harry pôde notar que a cadeira geralmente ocupada pelo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas estava vazia e ficou se perguntando quem assumiria o cargo desta vez.

No café da manhã seguinte Hermione, que se tornara Chefe dos Monitores, passou distribuindo os horários entre os Monitores-Chefes das casas (dentre eles, Rony) para que eles entregassem aos alunos de suas respectivas casas. Harry não ficou muito animado em notar que continuava com várias aulas conjuntas com a Sonserina. Rony, no entanto, prestava mais atenção em outra coisa ao sentar-se ao lado do amigo: o horário de Defesa Contra as Artes das Trevas. Mostrando-o a Harry e comparando com os de outros anos e casas, eles chegaram a conclusão de que seriam os primeiros a ter essa aula, apesar de ela ser só na quarta-feira à tarde.

Rony e Hermione tomaram seu café da manhã correndo pois teriam de orientar os alunos do primeiro ano até suas salas de aula. Fora Hermione que implantara esse método no ano passado para que os alunos não se perdessem e chegassem atrasados às aulas. Harry aproveitou para acompanhar Nicole até a sala de Transfiguração e depois seguiu para a aula de Feitiços.

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- Certos professores não sabem mesmo que hoje é só o primeiro dia de aula!

- Ora Rony, deixe de ser tão reclamão! Nós só temos que fazer um pergaminho de 2 metros para História da Magia - falou Hermione - E Flitwick nem passou dever de casa!

Harry concordava intimamente com Rony, mas começou a falar com Nicole para não precisar opinar naquela conversa e acabar ofendendo um de seus amigos.

- Nicole, que horas você sai da última aula hoje?

- Só perto da hora do jantar. É mais fácil nos encontrarmos aqui.

- Eu posso passar na sua sala para te acompanhar...

- Não! É... Não precisa, você não tem que me acompanhar a todos os lugares.

- Está bem então.

Harry achou estranha a atitude da namorada e comentava isso no final da tarde após a aula de Herbologia com Rony e Mione quando alguém veio correndo pelo corredor e bateu de frente com eles.

- Nicole! O que aconteceu? - perguntou Rony, enquanto se levantava.

- Você não devia estar em aula? - foi a vez de Hermione. Harry apenas a encarava.

- Hã... Bem, minha aula acabou um pouco mais cedo, é, foi isso - respondeu ela hesitante.

- E porquê essa correria toda? Arriscado fazer isso na frente de dois monitores - provocou Rony.

- Eu, hã, combinei de me encontrar com uma colega e se vocês me dão licença, eu estou atrasada. Vejo vocês no jantar!

- Ela está muito estranha hoje - falou Harry finalmente. Ele a pressionou durante o jantar pedindo explicações, mas só conseguiu respostas vagas e sem sentido. Naquela noite, ele teve outro sonho estranho.

Estava girando como se estivesse sendo transportado por uma chave de portal. Quando tudo parou e Harry pôde abrir os olhos ele se descobriu deitado no gramado daquele mesmo jardim do outro sonho. Desta vez o tempo estava nublado e uma pessoa envolta por vestes negras veio falar com ele.

- Vamos chegar mais perto, ainda este mês - falou uma voz feminina por baixo do capuz que encobria o rosto. Ela saiu correndo para dentro da mansão mas Harry não a seguiu, sabia o que encontraria lá dentro. Mesmo assim, comensais começaram a aparatar ao seu redor e estavam erguendo suas varinhas quando Harry acordou repentinamente. Se ele tinha ficado perdido com o significado do primeiro sonho, nada se comparava com o que ele sentia agora. Afinal, o que ela quis dizer com "mais perto"? Quando ela estivera perto? Quem era ela e o que aconteceria este mês?

Espantosamente Harry voltou logo a dormir e na manhã seguinte não se lembrava mais do sonho. Estava mais preocupado com o quadribol. Ele era o capitão do time desde seu quinto ano e estava invicto nestes dois anos, sem ter perdido uma única partida. Mas novamente um dos jogadores se formara e agora Harry teria de achar um bom batedor antes do início da temporada. Anexou naquele mesmo dia um aviso no mural do Salão Comunal convocando o time para uma reunião urgente naquele sábado.

A tarde de quarta-feira chegou e todos esperavam muito ansiosos pelo novo professor. Ao entrar na sala o professor já estava sentado à mesa esperando pelos alunos. Era um homem realmente jovem e Harry pôde notar que as garotas, principalmente Lilá Brown e Parvati Patil, o estavam achando muito bonito também.

- Boa tarde a todos. Meu nome é Robert Murdoch e serei seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, certamente por este ano. Muito bem, vou fazer a chamada e poderemos começar então.

Ao contrário dos outros professores, este não ligou para o nome de Harry enquanto fazia a chamada, o que fez o garoto ficar muito agradecido. Depois de quase sete anos, ainda não havia se acostumado com a fama que crescia a cada dia. O professor deu uma aula muito calma sobre dementadores e o Feitiço do Patrono, que Harry não teve nenhuma dificuldade em realizar. No final da aula todos estavam empolgados com o novo professor e nem se importaram quando ele passou muito dever de casa.

Sábado logo chegou e Harry reuniu-se com o resto do time de Quadribol no Salão Comunal. Além de Nicole como artilheira, o time tinha como artilheiros Dênis Creevey e Heloísa Midgen (ambos do 4º ano) e como batedor seu colega Simas Finnigan. O goleiro do time era Rony desde o quinto ano deles.

- Bem, mais uma temporada está para começar e nós temos dois assuntos importantes para discutir - começou Harry - Primeiro, temos que começar a treinar o mais rápido possível, por isso vou reservar o campo com Madame Hooch para treinos três vezes por semana.

Nesse ponto todos olharam desanimados para Harry.

- Vamos pessoal, como vamos ganhar a taça se passarmos o ano todo sem treinar? O segundo assunto, e mais importante, é o nosso novo batedor. Acho que devemos marcar um teste para todos os alunos, se vocês não tiverem ninguém para indicar.

- Acho que poderíamos simplesmente chamar a Sara Perks. Ela ficou em 2º lugar no teste do ano passado - sugeriu Simas.

Todos concordaram com a idéia, desde que Sara passasse por um mês de experiência para se entrosar com o time. Aí decidiriam definitivamente. A semana passou normalmente e Sara estava se dando muito bem no time, até que na sexta-feira seguinte Harry teve mais um sonho.

Este fora idêntico ao anterior, com exceção de que a voz falara que chegaria "ainda esta semana". Desta vez Harry se lembrava bem do sonho e estava começando a ficar preocupado. Levantou da cama e, após tomar um copo d'água, desceu para o Salão Comunal. Estava assustado com o que podia acontecer e principalmente porque sentia que desta vez não havia absolutamente nada que ele pudesse fazer a respeito. Também pensava se não devia realmente contar nada para os amigos, mas decidiu por ficar quieto. Aqueles sonhos não eram claros e não continham pistas ou charadas que eles pudessem decifrar.

Isso tudo fez Harry se lembrar do quanto Dumbledore fazia falta. Certas características do ex-diretor da escola como a serenidade e a perspicácia não apareciam em nenhum outro adulto que Harry tivesse intimidade. Até dois anos atrás ele ainda poderia tentar se comunicar com o padrinho, mas isso já não era mais possível. Quanto a Lupin e os outros membros da Ordem, Harry não tinha tanta ligação com eles, nem mesmo, com o Sr. e a Sra. Weasley.

Harry não dormiu mais naquela noite e trocou de roupa antes que os outros alunos acordassem. Na mesa do café, Rony não se conteve:

- Harry, você está com uma cara horrível! - levou um cutucão de Hermione - O que aconteceu?

- Nada, nada de importante.

- Mas Harry, dá pra ver que você não dormiu bem - argumentou a amiga falando como se medisse as palavras.

- É sério, não aconteceu nada diferente. Bem, já planejaram aonde vão em Hogsmead? - emendou Harry para mudar de assunto.

- Estávamos pensando em passar na Arutiel ("Livros e Revistas para qualquer idade") pois Mione precisa de uns livros novos sobre Transfiguração avançada e depois ir na loja dos gêmeos - respondeu Rony.

- Amor, - começou Nicole - que tal se nós deixássemos eles passearem um pouco sozinhos e depois nos encontrássemos no Três Vassouras para uma cerveja amanteigada?

- Acho ótimo - e beijou Nicole.

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Divertiram-se muito em seu primeiro sábado em Hogsmead e a semana seguinte transcorria tranqüilamente, fazendo Harry quase esquecer-se do sonho. A única coisa diferente naquela semana foi que Nicole teve que visitar os pais subitamente. Saiu com tanta pressa que Harry nem conseguiu descobrir porque realmente ela voltara para casa na quinta pela manhã.

De qualquer modo, Harry não teve muito tempo para pensar na namorada pois estava planejando com Rony uma festa para o aniversário de Hermione que seria no dia seguinte. Rony como Monitor-chefe da Grifinória, convencera McGonagall a permitir a festa no Salão Comunal e se encarregaria a atrasar Hermione do lado de fora da Torre. Harry prepararia a festa em si.

Sexta feira chegou e quando a aniversariante desceu para o café da manhã os garotos a cumprimentaram apenas com um 'bom-dia'. Tinham combinado com todos os colegas de que ninguém lembraria do aniversário até a hora da festa. Hermione frustrada com o 'bom-dia' tentou em vão arrancar alguma coisa de Rony:

- Amor, você sabe que dia é hoje?

- Infelizmente sim...

- Co-como assim???

- Hoje é sexta-feira, o que significa aula de poções dupla com a Sonserina. Não queria que eu estivesse contente não é?

- Claro que não. Mas não foi isso que eu quis dizer, - Harry e Gina que estavam sentados do outro lado da mesa, à frente do casal, escutavam tudo se segurando para não rir e estragar a encenação - perguntei que dia é hoje do mês...

- Dezenove, oras... Hermione você está bem? Geralmente você age como uma agenda-dicionário-enciclopédia ambulante e agora não sabe dizer que dia é hoje!!! - neste ponto todos ao redor caíram na gargalhada, até mesmo Hermione, que na verdade procurava disfarçar seu desapontamento com o namorado e os amigos.

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Poções era a última aula daquele dia e tudo transcorria como habitualmente: Neville tivera um acidente com os ingredientes e fizera sua poção explodir, Malfoy passara a aula fazendo piadas a respeito dos Grifinórios, Hermione tentara responder as perguntas feitas e Snape já descontara 30 pontos dos Leões. Mas Harry tinha um motivo a mais para odiar a aula daquele dia: eles trabalharam em duplas que Snape escolhera e Rony tinha acabado com seu inimigo Draco Malfoy, enquanto ele teria que fazer sua poção com Emília Bulstrode que tinha péssimas notas em poções.

Snape fizera isso para provocar Harry e estava de fato conseguindo. Era incrível como mesmo depois de sete anos o professor ainda o tratava deste modo. O descontentamento do grupo era tão grande que eles não puderam culpar Rony quando este perdeu 20 pontos por brigar com Malfoy. Mas isso não os impediu de brigarem novamente no final da aula e Snape fora obrigado a passar detenção para os dois.

Rony teve de ficar nas masmorras por mais meia-hora depois que a aula acabou e quando se juntou aos dois amigos estava indignado com o professor.

- Vocês não acreditam na detenção que aquela cobra sebosa me passou. Vou ter de passar o domingo todo com o Malfoy preparando os ingredientes do armário de Snape!

- É Rony, mas bem que você provocou - disse Hermione.

- Até me admira termos saído dessa aula só 50 pontos a menos - comentou Harry - De qualquer forma é melhor cumprir um dia detenção do que correr o risco de ser linchado por toda a Grifinória caso perdesse mais pontos.

Harry conhecia bem essa sensação. Perdera mais de cem pontos em uma noite no primeiro ano e ainda tivera que cumprir detenção dentro da Floresta Proibida.

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- Rony, fico realmente contente que você mostre interesse pelo dever de feitiços, mas já reviramos a biblioteca inteira atrás de informações e já está tarde. Preste atenção: TEMOS QUE VOLTAR PARA O SALÃO COMUNAL!!!

Rony consultou o relógio mais uma vez e finalmente concordou com Hermione. Dava 'graças a Merlin' por já estar no horário, pois Mione estava uma fera já que ninguém se lembrara do seu aniversário. Chegaram ao quadro da Mulher Gorda ("coração de leão") e quando entraram no Salão Harry puxou o coro cantando Parabéns a você.

Tudo estava decorado com faixas e balões e Hermione deu um abraço tão apertado nos amigos que eles se lembraram instantaneamente de Hagrid. Todos tinham ido parabenizá-la, até mesmo o gigante e alguns corvinais. Perto da uma hora, Mione já havia sido cumprimentada por todos os colegas e levado os presentes para o quarto. Os menos chegados a ela começavam a se retirar quando a profa. Minerva entrou na torre da Grifinória.

- Srta. Granger... Hermione, preciso falar com a Srta. em meu escritório. Por favor venha comigo. - o semblante da diretora era sério e ninguém imaginava o que podia ter acontecido - Sr. Weasley, Sr. Potter, nos acompanhem. Os demais se retirem para seus dormitórios agora.

Os quatro caminhavam em silêncio pelos corredores até que pararam em frente a gárgula que dava entrada para o antigo escritório de Dumbledore. McGonagall entrou com Hermione e pediu que os meninos esperassem pela amiga ali fora. Harry sentia que algo estava extremamente errado e comentava isso com Rony quando Mione saiu da sala da diretora. Ela parecia extremamente abalada e tinha os olhos marejados de lágrimas. Não conseguiu dizer nada, apenas caiu sentada ao chão à frente dos garotos chorando desesperadamente.

Harry e Rony se olharam e rapidamente trataram de "juntar" a amiga e levá- la de volta à torre da Grifinória. Levaram-na até o quarto e a deitaram na cama. Como Chefe dos Monitores, Hermoine tinha um quarto apenas para ela, o que facilitava a vida dos garotos neste momento. Harry conjurou um copo d' água com açúcar e entregando-o a Mione tomou coragem e perguntou:

- Mione, o que aconteceu?

Ela estava em estado de choque: continuava a chorar compulsivamente e não respondeu.

- Amor, porque você está assim? - foi a vez de Rony tentar.

Desta vez ela respondeu, apesar da dificuldade:

- Me-meus pais... eles... eles estão... eles foram.... - ela falava como se ela mesmo estivesse tentando compreender o que ela falava - ...mortos!

Os garotos chegaram a um acordo silencioso de que não deviam perguntar mais nada, pelo menos por enquanto. Ronny deitou na cama e aninhou Hermione em seus braços tentando consolá-la enquanto Harry servia outro copo d'água. O casal dormiu depois de mais três copos e Harry decidiu procurar a profa. Minerva. Segundo ela, o Sr. e a Sra. Granger foram assassinados, e por um bruxo, através do Avada Kedavra. Não tinha mais informações no momento, mas o Ministério estava cuidando das investigações. Isto aliviou Harry por um instante. Durante o sexto ano de Harry na escola, o Ministro Cornélio Fudge fora destituído do cargo. Através de votação, elegeu-se Percy Weasley, que de fato demonstrou durante seu mandato até agora uma sabedoria que não se imaginava que tivesse.

Harry voltou com todos estes pensamentos para o quarto de Mione onde ela e Rony continuavam a dormir e sentou-se na poltrona que havia em frente à lareira. Passou a noite em claro se perguntando se os últimos acontecimentos tinham algo a ver com seu último sonho. Não podia ser apenas coincidência...

Na manhã seguinte Hermione acordou um pouco mais calma e contou a eles que passaria a semana em Londres para cuidar da documentação. Ela partiu na tarde de sábado com o coração completamente partido.

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