CONFRONTO FINAL

Disclaimer: Isso é uma obra de ficção. Algumas personagens e lugares citados pertencem à J. K. Rowling e foram usados sem permissão. Essa história foi escrita sem fins lucrativos. Qualquer transgressão a marcas registradas não é intencional. Outras citações serão feitas quando necessário.

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CAPÍTULO 3 - Na Toca da Serpente

Depois da partida de Hermione naquela tarde, Harry e Rony foram visitar Hagrid. Falarm sobre a morte do Sr. e da Sra. Granger mas logo trocaram de assunto. Tudo ainda era muito estranho.

No domingo Rony teve de cumprir detenção durante todo o dia com Malfoy prestando serviços diversos a Snape. Com Nicole e Mione longe, Harry passou a manhã um tanto quanto solitário terminando os deveres de casa. Para piorar, acabava pensando sempre em seus sonhos e em que conexão eles teriam com as mortes recentes. Após o almoço, Gina veio convidá-lo para uma partida de xadrez. Desde que ela começara a namorar, no 4º ano dela, eles se davam muito bem e sempre conversavam como velhos amigos que se conhecem profundamente.

- Então... Que triste acontecer isso com a Mione, né Harry?

- Hum-hum.

- Eu nem sei o que faria se perdesse meus pais dessa maneira, tão de repente. Harry, você está prestando atenção? Acorda! É a sua vez Harry!

- Ãhn, desculpe, me distraí...

- Isso eu percebi. Aconteceu alguma coisa que eu não sei? Você parece tão preocupado...

- Gina, não é nada de demais, só estou triste pela Mione.

- Não é o que aparenta. Harry, você sabe que pode confiar em mim, certo?

- Claro, afinal, desde que viramos amigos de verdade nunca guardei nenhum segredo pra você.

- Então, por favor, fala comigo.

Harry ainda não entendia isso. Desde que começara a conversar mais freqüentemente com Gina ela tinha o poder de fazê-lo sentir-se mais calmo. A presença dela deixava o ambiente aconchegante e confortável, e suas palavras doces o tranqüilizavam-no. Ele já havia contado a ela certos sonhos e receios que não tivera coragem de falar sequer para Rony. Sem saber o por quê ela lhe transmitia segurança como se fosse seu porto- seguro. Mas não queria preocupá-la com sonhos sem sentido. Talvez falasse algo quando as coisas se esclarecessem.

- De verdade Gina, não precisa se preocupar. - Ele viu nos olhos dela que ela sabia que ele estava mentindo. Neste momento, sentiu um aperto no coração por decepcioná-la.

- Tudo bem então. Nossa! Harry se você não se importa estou atrasada para um encontro com uma colega minha. Tenho que ir. Qualquer coisa, me procure na biblioteca. Tchau!

- Tchau! - E viu ela saindo do Salão Comunal. Harry o olhou o relógio: cinco e cinco. Rony levaria ainda mais uma hora na detenção e Nicole, pela coruja que ela mandou, deveria chegar só tarde da noite. Resolveu estudar mais um pouco então. Já passava das sete quando Harry desceu para jantar. Não estranhava completamente o atraso de Rony, pois Snape provavelmente tinha aumentado o trabalho dele. Encontrou-se com o amigo apenas depois do jantar, já no quarto. Estava com uma cara horrível.

- Eu sei que detenções são ruins, principalmente as de Snape, mas pela sua cara parece que você viu uma assombração, e das brabas! - Harry comentou meio rindo. Rony olhou para os lados como que para certificar-se de que não havia mais ninguém no quarto antes de falar.

- E vi. Passei o dia ao lado de uma.

- Eu já diria três: Snape, Malfoy e Filch. - falou rindo.

- Não brinca Harry! Você não vai acreditar no que eu vi exatamente hoje. Enquanto tentávamos desencardir os caldeirões da masmorra depois de acabar de arrumar o armário de ingredientes, Malfoy teve de arregaçar as mangas da camisa.

- E? - perguntou Harry ainda sem entender aonde Rony queria chegar com a conversa.

- Eu vi. Lá estava ela. No braço esquerdo dele. A marca negra Harry! - Nesse momento ele compreendeu a cara de pavor do amigo. Apesar de todas as suspeitas, não acreditavam que Draco realmente já era um comensal.

- Tem certeza? - perguntou sério.

- Claro que tenho! E estava bem nítida, num tom de verde-musgo, quase negro. O que você acha que isso pode significar Harry? Além do óbvio é claro.

- Pelo que eu saiba, a marca só fica bem aparente quando Voldemort - Rony tremeu nesse ponto - convocava os comensais ou quando um comensal estava perto de outro, para se reconhecerem. Snape estava com vocês não estava? Então, dois comensais na mesma sala igual a marca negra visível.

- Então se o professor não estivesse lá eu não veria a marca do Malfoy?

- Provavelmente não. De qualquer modo, agora que Voldemort está morto ele não deve ter nenhum motivo para se orgulhar daquela marca no braço.

- Harry?

- Hum?

- Você acha que ele e os outros comensais são os responsáveis pela morte dos pais de Mione?

Nesse momento a conversa foi interrompida pela entrada de Simmas e Dino no quarto. Não disseram mais nada aquele dia, apenas foram dormir.

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A semana se passou muito melancólica sem Hermione por perto. Harry não conseguiu se alegrar nem com a volta da namorada que ele só viu na segunda- feira de manhã. Estranhamente, Nicole parecia muito feliz, sem se abalar com as mortes que haviam ocorrido.

Quando Hermione voltou na sexta à noite estava irreconhecível. Sua aparência era de que toda a força e vitalidade que ela tinha haviam sido sugadas para fora de seu corpo, assim como a alegria de seu olhos. Naquela noite, mais uma vez Rony dormiu aconchegando-a enquanto Harry se perdia em pensamentos sentado à poltrona. No entanto, ao contrário da outra vez, conseguiu dormir um pouco ao final da noite.

Enquanto o mês de outubro ia começando, Hermione ia melhorando. A volta às aulas e a presença do namorado e dos amigos realmente a ajudavam, mas via- se que ela não era mais a mesma. E justo neste período, Harry teve de dobrar o tempo dos treinos de quadribol, pois o jogo de estréia deste ano seria contra a Sonserina no sábado anterior ao dia das bruxas, que seria numa sexta-feira. Não que Harry estivesse preocupado com o desempenho de Draco, mas tinha que preparar o time para os golpes sujos que viriam.

No fim de semana antes do jogo Nicole teve de viajar novamente. Voltaria no domingo à noite, mas novamente não explicou muito bem porque iria. Harry tinha a ligeira impressão de que lentamente a namorada estava se afastando dele, mas talvez fosse só impressão mesmo. A final, quem andava atarefado era ele, literalmente atolado de provas e trabalhos preparatórios para o NIEM's (Níveis Incrivelmente Exaustivos em Magia).

Seria menos mal se estas fossem suas únicas preocupações, mas infelizmente havia mais. Para Harry sempre havia mais com o que se preocupar. No sábado a noite, ele teve mais um sonho. Mas desta vez não era nada parecido com qualquer sonho anterior, apesar de ter começado com a mesma sensação de que ele era transportado por uma chave de portal.

Aparentemente ele estava numa sala de estar tipicamente trouxa, não fosse pela pessoa parada no meio dela, tipicamente bruxa. Era uma mulher vestida com vestes verde-esmeralda e que tinha belos cabelos castanhos. No entanto ele não podia enxergar o rosto dela, pois estava de costas para ele. Ao contorná-la, notou que seu rosto estava embaçado, não havia como descobrir quem era, mas de qualquer forma parecia-lhe familiar. Notou também, que atrás dela, onde ele estivera antes, surgiu um bruxo de vestes negras que Harry reconheceria em qualquer lugar: Draco Malfoy.

- Meus parabéns, - começou ele - você passou no teste prático. Sinceramente, achei que não teria coragem de matá-los.

- Acabe logo com isso, você sabe que não temos a noite toda - respondeu a mulher desconhecida.

- Está bem, tenha calma. Por favor, estique seu braço senhorita - retrucou o outro com seu costumeiro tom sarcástico e sorriso irônico.

A mulher estendeu o braço esquerdo enquanto Malfoy empunhava a varinha. Ele sussurrou algo que Harry não entendeu e uma fina, mas nítida, luz negra começou a sair da varinha. Com ela Malfoy ia desenhando no antebraço da mulher e Harry começou a sentir seu próprio braço a queimar insuportavelmente.

Acordou com o braço ardendo fortemente e com muito medo do que aquilo poderia significar. Aos poucos a dor diminuiu e sua coragem aumentou. Colocou seus óculos, pegou sua varinha e decidiu descer até o Salão Comunal. Acendeu a lareira e reunindo grande parte da sua coragem com a curiosidade que só aumentava, puxou a manga esquerda do roupão junto com a do pijama.

Estava paralisado, sem poder crer no que via. Inacreditavelmente, de alguma maneira, Malfoy havia desenhado a Marca Negra no braço de Harry. Ou talvez estivesse sonhando ainda. Mas não podia ser, tudo era real demais... Não sabia o que fazer pois não conseguia raciocinar, sua cabeça estava queimando de raiva. Como Malfoy podia fazer aquilo com ele? Ainda de cabeça quente Harry subiu ao quarto e voltou ao Salão Comunal já envolto por sua capa da invisibilidade.

Hesitou em frente ao quadro da mulher gorda, mas no fim já havia se decidido: precisava tirar satisfações com Malfoy. Mais que isso, precisava entender o que estava acontecendo, e sem Dumbledore por perto com seus sábios conselhos, Harry iria diretamente à fonte dos acontecimentos. Desceu diretamente às masmorras sem se importar com o barulho que fazia. Parou em frente a uma parede de pedra lisa e úmida, que ele sabia ser a entrada da Sonserina.

- Puro-sangue - tentou. Nada aconteceu. "Obviamente que a senha não seria a mesma de cinco anos atrás" pensou ele. Disse diversos nomes diferentes durante cerca de meia hora até acertar a senha "Maldições". Sentiu frio ao entrar no Salão Comunal e notou que a lareira estava apagada. Sinceramente duvidava se ela já havia sido acesa neste princípio de inverno. Procurou por pouco tempo o dormitório masculino do sétimo ano. Entrou em silêncio e rapidamente achou a cama da Malfoy. Vazia.

- Então, - disse uma voz arrastada atrás dele - achou que um Malfoy seria pego desprevenido na própria cama, Potter? - Draco falou o nome de Harry como se cuspisse algo.

- Malfoy, preciso falar com você. - respondeu sério - E agora!

- Você não está em posição de exigir nada Potter. Olhe ao seu redor: cinco sonserinos a sua volta, sendo que eu estou com a minha varinha apontada para você. E não se esqueça de que eu sou Monitor-chefe e o Sr. está bem longe da sua cama no meio da madrugada.

Aos poucos Harry percebia o tamanho da besteira que cometera ao se enfiar sozinho na "toca da serpente". Malfoy parecia divertir-se com o nervosismo de Harry, e subitamente falou:

- Vamos. Se quer conversar, vamos para o Salão Comunal. - e virou-se saindo. Harry sentia o desespero tomar conta, afinal, o que estava fazendo ali? Não tinha afinal nenhuma prova contra Draco...

- Então, - disse Malfoy sentando-se em uma poltrona de frente para Harry, que parara no meio do Salão - o que você quer tanto comigo a ponto de me procurar a essa hora em plena Sonserina? O que foi, um gato comeu sua língua?

- Malfoy, isso tudo não passou de um engano. Estou voltando agora para o meu dormitório. - e fez menção de levantar-se para ir embora.

- Pode ficar bem sentadinho aí, Potter. O castelo não é seu, você não tem o direito de ir e vir a hora que bem entender. Se você não que me falar nada, ótimo. Você sai daqui diretamente para a sala do Filch, ou quem sabe, eu posso chamar o prf. Snape para ter uma palavrinha com você.

Harry ficava cada vez mais com raiva de si mesmo, quanta ignorância! Mas agora não havia volta, estava ali e teria que falar com Malfoy, querendo ou não.

- Ótimo! - resmungou Harry. - Muito bem, quer saber o que faço aqui? - o outro apenas fez um leve movimento de cabeça confirmando - Eu vim para falar com você. Eu sei, e não se faça de desentendido, que você já é um Comensal da Morte.

- Potter, - interrompeu o loiro - não sei se você notou mas Voldemort já está morto, o que quer dizer que não significa mais nada o fato de eu ter ou não sido um Comensal.

- Eu não terminei! O fato é que a marca negra ainda está usada por assassinos, e os Comensais são os únicos que podem conjura-las.

- O que não quer dizer necessariamente que sou eu. Você tem idéia de quantos Comensais ainda estão soltos? - Malfoy continuava a interromper Harry e falava utilizando toda a calma e cinismo que conseguia reunir, o que só deixava o outro cada vez com mais raiva.

- Você quer ou não me escutar? O caso é que esta noite aconteceu algo que me leva diretamente a você. Eu tive um sonho, ou melhor, pesadelo com você, eu podia muito bem te reconhecer. E você, iniciava uma nova comensal tatuando a marca no braço dela.

- Potter, se você anda tendo pesadelos, não é problema meu!

- Acontece, - disse Harry levantando a manga de seu pijama - que eu também fui marcado! - deixando a marca agora bem visível para Malfoy olhar.

Malfoy deu um suspiro cansado, como se ele já tivesse explicado a mesma coisa simples um milhão de vezes para Harry.

- Ainda assim, eu não tive nada a ver com seu pesadelo ou com a marca no seu braço. É impossível, pois passei a noite inteira dormindo na minha cama aqui na escola. E você bem deve saber que existem vários detectores de Magia Negra aqui. Então, - disse ele levantando-se - se você me dá licença, eu vou voltar a dormir, já que amanhã terei que trocar logo cedo a senha das masmorras.

Harry deixou o Salão da Sonserina extremamente indignado e não se dirigiu para a Torre da Grifinória. Precisava pensar e não queria encontra-se com ninguém, então envolto pela capa da invisibilidade seguiu para os jardins da escola, onde se sentou embaixo de árvore de frente para o lago.

Milhares de dúvidas pipocavam em sua cabeça e ele estava completamente perdido. A única coisa da qual ele tinha certeza, era de que Malfoy estava envolvido até o pescoço nessa história. E depois de algum tempo, Harry se decidiu. Amanhã, seria domingo e eles não teriam aulas. Seria perfeito para conversar com Rony, Gina e Hermione. Nesse momento Harry se lembrou da namorada que não estava ali, e ele se sentiu extremamente carente. Voltou para o seu dormitório, mas não pegou no sono até que os primeiros raios de sol despontassem no horizonte.

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Continua no próximo capítulo...

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