Uma Viagem Inesperada
Capítulo 6 - Na Teia da Aranha
Havia anoitecido e nem Gina, nem Draco haviam aberto a boca para falar um com o outro. Gina ainda estava muito magoada com ele, e ele não sentia a mínima necessidade de falar com a "Weasley fêmea". Eles estavam procurando algum lugar para passar a noite, já haviam desistido de procurar Hermione, ela devia ter seguido outro caminho. Estavam caminhando entre algumas árvores e ficava uma noite cada vez mais negra. Podia se ouvir o barulho de algumas corujas e às vezes uns barulhos que vinham dos arbustos das redondezas. Gina estava ficando realmente cansada, não havia parado de andar desde de tarde quando resolveu procurar Hermione, de quem havia ouvido a voz gritando algo que já não mais lembrava. Malfoy de repente parou de andar e encostou em um tronco de árvore dando um suspiro.
"Quem ele pensa que é para parar de andar sem ao menos avisar!" Mas aí, lembrou-se de que eles não estavam se falando mais, por ordem dela mesma e percebeu que ele estava com a razão em parar de andar sem ao menos perguntar à Gina se ali eles deviam parar. E mesmo se ele perguntasse e ela dissesse que não, ele iria parar da mesma maneira, por que ele iria obedecer uma Weasley?
Gina parou sem hesitar, ela também queria descansar, e muito. Malfoy estava sério, sem nenhuma linha de expressão em seu rosto, mas ela se mostrava aflita e inquieta, não parava de se mexer um minuto. O silêncio era algo que Gina não conseguia manter por muito tempo, apesar de sua solidão. Gina sentiu-se muito só em todos os anos que ela passou em Hogwarts, poucos amigos, pouca popularidade... Ainda mais no primeiro ano que ela passou em maioria sozinha, não necessariamente sozinha, tinha a companhia, por acaso péssima, do diário de Tom Riddle, que era o único que fingia a compreender, mas só para depois usá-la.
Ela estava acostumada com o silêncio, mas sem saber porque não estava mais agüentando ficar ali com Malfoy em silêncio, precisava falar. Ela chegou perto dele que estava deitado com a cabeça apoiada em um tronco, numa posição bem desconfortável e viu que ele estava dormindo. Ela lembrou que um dia antes ele havia reclamado de ter que dormir sem cobertor e em um vagão de trem, mas agora estava dormindo na grama, todo torto, encostado em uma árvore e aparentemente desconfortável, o que o cansaço não poderia fazer com uma pessoa? Gina desistiu de falar com ele, já que estava dormindo.
Ela se ajeitou ao lado de Draco e começou a pensar em onde e como os outros estavam e se estavam bem ou mal. Mas quando ela chegou na parte de pensar se eles estavam vivos ou mortos, resolveu parar de pensar no assunto. Ela pensou que não conseguiria dormir aquela noite, mas quando menos esperava o sono a pegou, surpreendendo as suas previsões.
***
Aquele lugar era realmente estranho. As paredes eram bem avermelhadas, pareciam de barro, com uma textura nada plana pois aparentava que várias pedras tortas a constituía. Esse lugar era fechado por todos os lados, estreito e arredondado, a não ser por um buraco redondo, um pouco grande que havia na parede. Ali não havia chão, e sim um abismo sem fim, um grande buraco negro, mas perto do buraco redondo não estava escuro, estava apenas mal iluminado pela luz de umas poucas tochas.
O clima daquele lugar era sinistro, não parecia que nenhum ser bom vivia ali dentro. Mas não dava para saber quem vivia, pois não havia ninguém ali, pelo menos naquele momento. De repente ouviu-se um estalo, que se acompanhou de uma fumacinha e o surgimento de alguém coberto com uma capa negra, que estava flutuando de costas. Assim que essa pessoa com a capa surgiu, um bicho grande saiu do buraco que havia na parede. O formato do bicho, que só dava para ver como uma sombra por culpa da má iluminação do local, era de uma aranha.
A aranha saiu deslizando no que parecia ser uma teia e se aproximou do homem de capa. Eles ficaram um tempo parados frente a frente conversando, mas não era possível ouvir o que falavam. Depois de um tempo de conversa a aranha entrou no buraco dela e o homem se virou, de modo que era possível ver seu rosto. Antes de aparatar deu para ver o seu rosto, e o seu nariz de cobra, era ele...
***
Harry acordou em um solavanco, já era dia, e ele estava com a cicatriz em chamas. Ele levou a mão à testa, colocando-a sobre a cicatriz, como se fosse aliviar a dor que sentia. Mas isso não adiantou. Com o barulho que Harry fez ele acabou acordando os outros, que se assustaram.
-O que está acontecendo Harry? - Neville parecia estar recuperado de tudo que aconteceu com ele no dia anterior.
-Minha cicatriz... - Harry não agüentando de dor caiu no chão.
-Harry ! - Hermione gritou correndo até ele. Rony levantou de onde dormia e correu até ele também.
-Sua cicatriz está doendo Harry? - perguntou Rony se ajoelhando ao lado de Harry - Se ela está doendo é porque Vold... quer dizer Você-Sabe-Quem está por perto.
-Eu tive um sonho com ele... - disse Harry se recuperando e pondo-se de pé.
-Sonhou com ele? - perguntou Hermione em tom de voz fraco.
-Foi. - disse Harry já de pé sem nenhuma dor em sua cicatriz - Ele estava conversando com uma aranha gigante...
Rony fez uma careta apavorada.
-Tipo a Aragogue? - Rony estava meio assustado com aquela história.
-Exatamente. - respondeu Harry.
-Aragogue? Quem é essa? - perguntou Neville, que não conhecia a história de Aragogue.
-É uma aranha gigante que vive na floresta proibida. - Harry não gostava muito de lembrar dela. Rony então, sentia pavor.
-Ela também tem uma família tão gigante quanto ela... - Rony fez outra de suas convencionais caretas ao dizer aquilo.
-Ah! - Neville parecia não gostar nada daquela história.
-Você sonhou que Você-Sabe-Quem estava conversando com uma aranha. Será que é um sonho premonitório? - perguntou Hermione.
-Deve ser... Ano passado eu sonhei com ele, sonhei que ele havia voltado. E ainda acordei com a cicatriz em chamas, como hoje... - Harry estava verdadeiramente preocupado.
-Então, é... - Rony estava sem voz - ...ele deve estar planejando algo com aquela aranha.
-É, só pode ser. - disse Harry.
-Ele disse ontem da armadilha, lembra? - Hermione disse se lembrando do recado que Voldemort havia dado através de Rony.
-"A armadilha está se formando"... - resmungou Harry lembrando-se de uma parte do recado.
-Quem disse o quê? - perguntaram Rony e Neville em coro.
Nem Rony nem Neville sabiam de nada, Neville estava caído de sono, dormindo feito um anjinho, e Rony estava possuído, ele quem deu o recado do Lord. Harry olhou para Hermione, que retribuiu o olhar a Harry que assentiu.
-Nada gente, esquece. - disse Hermione olhando de Rony para Neville. Harry e Mione haviam decidido que era melhor os dois nem ficarem sabendo de nada, para não se assustarem.
-Vamos sair daqui. Agora temos que encontrar um jeito de sair desse lugar e voltarmos para Londres, ou Hogwarts, ou qualquer lugar com civilização. - disse Harry meio que ordenando os outros a o seguirem.
-Tá legal chefe! - Rony levantou os braços em gesto de rendição.
-Estou com fome... - no mesmo instante que Neville disse isso saiu um ronco de seu estômago.
-Vamos procurar comida então, o carrinho de comidas já era. - disse Harry dando de ombros.
-Não tem nenhum lago nem rio para pescarmos por aqui? - perguntou Rony dando uma sugestão de alimento.
-Não estou vendo nenhum. - disse Harry em resposta.
Eles andaram um pouco, até encontrarem uma árvore com uns frutos bem em seus galhos mais altos. Assim que Rony avistou a árvore disse apontando-a :
-Olhem! Frutas.
-Nunca vi frutas iguais. - disse Hermione olhando para aquelas frutas que estavam no alto do galho. As frutas eram realmente estranhas, eram azuis.
-Devem ser frutas do mundo mágico. - disse Rony lambendo os beiços - E devem ser deliciosas.
-É mesmo. - Neville se aproximou de Rony com cara de quem estava muito afim de comer aquelas frutas também.
-Mas podem ser venenosas. - disse Hermione cortando o barato dos dois.
-É mesmo... - Neville agora se aproximara de Hermione com cara de quem estava com medo de comer aquelas frutas.
-Melhor não comer. - disse Harry concordando com o ponto de vista de Mione.
-Ai, claro que não há problemas em comer uma frutinha daquelas! - Rony correu até a árvore e começou a escalá-la.
-RONY! - gritou Mione correndo atrás dele - DESCE DAÍ JÁ!
-CLARO QUE NÃO MIONE! - Rony gritou já de um galho bem alto perto das frutas.
-Ele é teimoso feito uma mula. - Mione agora olhava para Harry e Neville.
-Realmente. - disse Harry.
Rony já no galho mais alto da árvore, onde se encontrava alguns dos frutos gritou:
-EU VOU JOGAR ALGUMAS FRUTAS! PEGUEM AÍ!
Rony puxou uma das frutas, mas ao tocá-la percebeu que havia algo de errado com ela, ela era dura como plástico, e ao invés de quebrar e ficar em sua mão saiu algo parecido com um barbante. Rony puxou mais para tentar quebrar o barbante mas ao invés disso o barbante se esticou mais ainda e um alarme, que era um som muito estranho, começou a tocar. De repente a árvore sumiu e o chão começou a se abrir, tragando todos que estavam na árvore e em seus arredores para um profundo breu.
***
Aquela havia sido outra péssima noite. Draco e Gina haviam dormido muito mal, era realmente desconfortável dormir na grama. Foram só os raios de sol chegar que eles foram despertados, além de dormir mal dormiram pouco. Ao acordar Gina sentou e olhou para Draco, ele estava com umas olheiras horrorosas. Draco olhou para Gina e viu que ela também tinha olheiras, mas não eram tão feias quanto as dele.
Ele levantou completamente e olhou ao seu redor, estava procurando algo para comer. Gina estava ficando furiosa, queria saber o que ele estava fazendo, mas não queria falar-lhe. Draco olhou para ela, que ainda estava sentada no chão e disse:
-Vamos ficar nesse silêncio até quando?
-Até sempre! Esqueceu que eu não quero mais falar com você? - ela estava séria, tentando esconder a vontade de falar com ele.
-Que frescura, menina! Até onde você pretende levar isso? - Malfoy estava começando a se irritar.
-Não interessa! Não quero papo e pronto! - "Por que eu não falo direito com ele logo e engulo o meu orgulho?"
-Quer saber? Você é muito orgulhosa. - Malfoy agora alterara o tom de voz - Como se você tivesse direito de ser orgulhosa dessa maneira! Você além de ser pobre é uma Weasley, uma família nojen...
-Será que dava para você esquecer a minha família, o que minha família tem a ver com nossa briga? Será que não dá para esquecê-la um pouco?
-Tudo bem... - Gina não estava acreditando que ao invés de saírem palavras mais grosseiras ainda da boca de Malfoy saíra aquilo - Tudo bem, se você voltar a falar comigo eu paro de ofender sua família, eu não agüento mais ficar de boca fechada. Nem esse silêncio.
-Tá legal, vamos ver se encontramos o que comer.
-Era isso mesmo que eu ia fazer. - disse Draco entrando na frente de Gina.
Eles saíram andando novamente entre as árvores, algo que já estava enchendo a paciência, as árvores daquele bosque eram todas praticamente idênticas, isso estava realmente irritando os dois. Gina estava doida para sair dali e Malfoy estava com vontade de botar fogo naquele bosque inteirinho.
-Tem umas árvores estranhas ali. Você sabe quais são? - disse Gina apontando para umas árvores que estavam mais ou menos uns seis metros de distância dos dois.
-São bananeiras. - respondeu Draco - São mais abundantes na América do Sul.
-Será que nós estamos na América do Sul? - perguntou Gina curiosa.
-Provavelmente, não. Na América do Sul não há bosques, e normalmente é bem mais quente que aqui.
-Ah! Mas como você sabe de tudo isso?
-Eu tinha aulas de um professor particular antes de entrar em Hogwarts. Aprendia matérias trouxas, entre elas geografia. - respondeu ele meio que se gabando.
-E na bananeira nascem bananas? - ela estava curiosa.
-Não, Gina! Nas bananeiras nascem pêras. - disse Draco sarcasticamente.
-Nunca comi banana, deve ser gostoso! - disse Gina antes de sair correndo até as bananeiras.
-Lógico, uma família pob... - Malfoy lembrou da promessa de não ofender mais os Weasleys - Quer dizer, aqui em Londres banana é caro.
-Será que alguma daquelas bananas está boa?
Malfoy parou ao lado de Gina e olhou para as bananas que estavam no topo da árvore.
-Estão todas amarelas, devem estar gostosas. - disse Draco olhando as bananas no alto da árvore.
-Vinguardium Leviosa! - Gina arrancou uma penca de bananas do alto da árvore e as trouxe ao seu colo.
Malfoy arrancou uma e descascou, levando à boca. Gina fez o mesmo. Após devorarem aquele cacho de banana eles se sentiram satisfeitos, mas arrancaram mais uns cachos daquela bananeira para levarem e comerem mais tarde. Eles andaram mais um pouco entre aquelas árvores e ao chegarem em um certo ponto foram surpreendidos por não haver mais árvore alguma, as árvores haviam acabado-se dando espaço a um grande campo vazio com apenas grama e mais grama.
-O bosque acabou? Cadê mais e mais árvore? - Gina estava boquiaberta.
-Sei lá! - respondeu Draco - Alguma hora teria que acabar mesmo, senão não seria um bosque e sim uma floresta.
-Mas é normal um lugar descampado assim, sem ninguém ter derrubado suas árvores?
-Quem garante que ninguém derrubou essas árvores?
-Não há vestígios de troncos de árvore cortados, então não há arvores nesse lugar mesmo. - Gina estava meio confusa.
-Vamos seguir nesse campo, quem sabe tem alguém humano que mora aqui?
-É, vamos então, se encontrarmos alguém que possa nos informar onde estamos e como podemos sair daqui. - respondeu Gina com esperança no olhar.
Os dois seguiram por aquele campo de grama verde-clara, que estranhamente estava aparada, como se alguém tivesse cuidando daquele gramado diariamente.
***
Harry e os outros foram afundando na escuridão até caírem em algo estranho e grudento, que era impossível de se livrar. A luz que vinha lá de cima se acabou quando o teto fechou, deixando-os no escuro, a não ser por umas tochas que estavam acesas à volta deles na parede arredondada do local. Harry reconheceu aquele lugar, era o mesmo lugar de seu sonho.
-Onde estamos? - perguntou Neville desesperado.
-Nem queira saber. - disse Harry com a voz trêmula.
-E o que é isso que está nos prendendo? - agora quem estava fazendo uma pergunta era Hermione.
-Teia, teia de aranha. - disse Harry com a voz mais tremula ainda.
-Isso significa que tem uma aranha por perto, não é? - Rony perguntou entre soluços.
-É... - respondeu Harry preocupado.
-AH ! ARANHA!!!!!! Não pode ser!!! - gritou Rony ainda mais desesperado.
-Shiii!!! Quer que a aranha venha nos devorar Rony, você vai chamar atenção dela gritando dessa maneira. - Hermione cochichou furiosa.
-Já chamou! - Neville viu a aranha saindo de um buraco que havia em uma das paredes do buraco.
A aranha saiu deslizando na direção deles. Mione tentou atacar a aranha com sua varinha, mas a sua mão estava presa na teia, e quando ela tentou atirar na aranha acertou o teto da caverna, derrubando uma pedra na cabeça de Neville, que desmaiou.
-Ai! Que eu fui fazer!? - Hermione só havia atrapalhado.
Agora a aranha estava indo em direção de Neville, seria fácil devorá-lo pois ele não tinha como se proteger.
-Preci...samos fazer... algo, senão... - Rony não conseguia falar com aquela aranha gigante tão perto dele.
A pedra que fez Neville desmaiar, ou quem sabe o matou, saiu deslizando em direção do pé do Harry que deu um chute nela fazendo-a voar em direção da aranha. A pedra acertou em cheio ela que deu um grande grunhido.
-Boa, Harry! - Hermione disse em elogio - Mas agora ela está indo em sua direção!
A aranha agora andava em direção de Harry.
-Tente atingi-la com alguma magia! - gritou Rony que estava do outro lado daquele lugar.
-Não dá, minha mão está presa, vou acertar o teto como a Mione. Tente para mim!
-Não dá, minha mão está presa como a sua e a da Mione!
-Então não há jeito de escapar desta aranha. Não há escapatória. - disse Mione desanimada.
-Não caia nessas palavras, ele disse isso só para nós desanimarmos. Há escapatória sim, Mione!
Harry havia tido uma idéia de como poderia derrotar aquela aranha, e essa idéia ele tinha certeza que ia dar certo.
No próximo capítulo:
Será que Harry vai conseguir derrotar aquela aranhona? E o que será que tem naquele campo que Draco e Gina encontraram? Essas e outras perguntas serão respondidas. Se eu fosse você eu não perdia.
N.A.: E aí gente estão gostando da fic? Mandem suas opiniões em um review (participem da campanha Review Mil, ajude autores necessitados que estão precisando deles e que escrevem melhor ao ler um, como eu!), ou por e-mail: victorichijouji@yahoo.com.br . Ficarei very happy!
Os agradecimentos desse capítulo vão para: : Biba Akizuki (minha maninha que me ajuda muito), Jaqueline Granger (leiam: Na Escuridão da Sua Ausência), Anne Potter (brigadu!), Isabella (você é 10!), Mônica (tem D/G sim.), Victória (R/Hr é d+!) e Diana (minha fic atravessou o oceano!).
