Uma Viagem Inesperada
Capítulo 10 - A Poção Ofídicla
-HERMIONE! - Rony ouviu a voz de Neville gritar.
Ele estava com o corpo da garota sobre ele, que tirou delicadamente para não machucá-la.
-Diffindo! - Harry gritou apontando para a serpéntoles, que caiu com força contra o chão.
A cobra de asas levantou novamente e foi atacar Harry.
-Petrificus Totalis! - Neville a petrificou, fazendo-a cair dura contra o chão.
Rony levantou e viu Mione no chão, ela estava em um péssimo estado. O garoto ajoelhou-se na frente da garota e perguntou:
-Como você está se sentindo? - perguntou preocupado.
-Eu... eu não estou conseguindo ver nada com este olho... - disse apontando para o olho esquerdo.
-Vou te pôr na cama. - Rony pegou Hermione no colo e a deitou na cama, cobrindo-a com o cobertor verde.
Logo Harry e Neville, estavam de pé na frente da cama também. Rony segurou na mão de Hermione e a pôs junto de seu peito.
-E agora? Como está se sentindo? - perguntou Rony.
-Frio... muito frio... - resmungou Mione perdendo a voz.
-Pegue outro cobertor para ela! - Rony ordenou a Neville, que levantou para ir pegá-lo.
-Não! - impediu Harry - Não pegue, se ela estiver com febre vai piorar.
-Soro... poção... livro... - dizia Mione.
-Ela está alucinada! - disse Neville.
-Claro que não, ela está querendo nos dizer algo. - disse Harry irritado.
-O livro de poções... na caverna... malas... poção... curar... - dizia Mione com muito esforço.
-Claro! Vocês precisam do livro de poções, que nós usaríamos na escola, deve ter a receita da poção que pode curar a Mione! - disse Rony com um facho de esperança batendo em seu rosto.
-Isso... - disse Mione, esgotada, antes de desmaiar.
-NÃO! - gritou Rony. - Acorda, Mione! Fala comigo!
-Calma Rony! - disse Harry colocando dois dedos no pescoço de Mione - O coração dela ainda está batendo.
-Ela só está desmaiada. - concluiu Neville.
Rony virou com os olhos cheio de lágrimas para os amigos, e gritou:
-ESTÃO ESPERANDO O QUÊ? CORRAM ATRÁS DESSE LIVRO DE POÇÕES QUE EU FICAREI CUIDANDO DELA AQUI! - ele parecia estar fora de si.
-Tudo bem. - respondeu Harry - Vamos Neville.
-Vamos.
Harry havia achado melhor não reagir ao comportamento de Rony, pois ele estava certo, não estavam ajudando ficando ali parados. Neville ao ver a serpéntoles, disse a Harry:
-Vamos tirá-la daqui.
Harry abaixou para pegar a cobra, que estava dura como pedra, mas não conseguiu por causa de seu peso. Ele achou melhor estuporar a cobra. Ao estuporá-la, ele conseguiu pegá-la, pois o feitiço de petrificação havia sido retirado, algo que fez seu peso diminuir significativamente. Logo os dois estavam fora do quarto, indo em direção da saída, para colocar a cobra lá, e dar um jeito de ter o livro de Poções em mãos.
Os dois abriram a porta da saída, além dela havia uma escadinha. Harry subiu e abriu um alçapão, que dava embaixo da árvore. Harry saiu, logo Neville estava ao lado dele. A chuva estava fraca, era uma garoa que mal estava molhando, mas em compensação, estava muito frio, um frio que machucava até a alma. Quando Harry foi dizer algo a Neville, um vapor saiu de sua boca.
-Vamos jogar essa coisa longe daqui! - Harry estava se referindo a serpéntoles, que estava desmaiada em seus braços.
-Boa idéia.
Os dois saíram andando, e se distanciaram da árvore, que era gigantesca, aparentando ter uns vinte metros de altura. Andavam por uma grama molhada e enlameada, com seus sapatos se encharcando e ficando enlameado também, assim como a grama.
Neville esfregava uma mão na outra, para aquecê-la, estava frio, realmente. A garoa, batia geladamente sobre o rosto deles, os congelando.
-Que é aquilo? - disse Neville apontando para algo triangular.
-Sei lá! - ao se aproximarem mais viram o que era - Uma pirâmide!
Os dois estavam surpreendidos.
-Isto não importa, Neville! - Harry jogou a cobra ali mesmo - Vamos embora daqui, nem sei o que estamos fazendo.
-É, não vamos encontrar nossa mala com o livro de Poções por aí, afinal, ele está na caverna... Por que você não usa o mesmo feitiço que usou para encontrar a Firebolt e não convoca sua mala?
-Boa idéia! - exclamou Harry com um sorriso esperançoso em sua face.
***
Rony estava sentado em uma cadeira ao lado da cama de Hermione, que continuava inconsciente. Agora que Rony olhara melhor em seu rosto, percebera que havia uma pequena cicatriz, um risco que passava da sobrancelha dela até embaixo do olho. O veneno devia tê-la cegado do olho esquerdo, pois havia batido nela, e além do mais ela já havia se queixado, falando que não estava enxergando com o mesmo. Ele pegou na mão dela novamente, segurando entre seus dedos, percebeu como estava gelada. Ele colocou a mão em seu pulso e viu que seu coração ainda batia.
"Por que você foi fazer isso? Você não merece morrer, quem merecia morrer era eu. Eu quem deixei a porta aberta. Foi por minha culpa que aquele ser repugnante entrou neste quarto. Única e exclusivamente. Por que eu fui deixar a porta aberta? Por que eu estava nervosinho? Por que eu não olhei se ela havia fechado ao invés de sair andando, sem ao menos perceber?" - Rony se sacrificava por dentro. Ele começou a chorar novamente, jogando sua cabeça sobre o corpo dela.
-Por que você... está chorando seu... bobo? - perguntou sorrindo, apesar do esforço para fazê-lo.
-Eu não poderia viver sem você... - disse levantando a cabeça e olhando para ela.
-Você não vai viver sem mim... - disse ela sorrindo - Já, já o Harry e o Neville estão aí, com o livro...
-Eles estão demorando. - resmungou Rony.
-Lógico, eles tem de... encontrar o livro, na caverna e... presumo que essa seja tarefa demorada...
-Eles não podem demorar, não tem esse direito!
-Pare com isso... - ela estava irritando-se.
"Não posso deixá-la irritar-se, afinal ela está entre a vida e a morte." - pensou Rony.
-Eles tem vinte e quatro horas... para encontrar o livro e os ingredientes... pouco antes ou depois deste tempo, estarei morta. - disse secamente e com lágrimas surgindo no canto de seus olhos.
-Não Mione, não chore, eles estarão com a poção pronta antes desse tempo.
-Estou com frio...
-Não posso, sua febre vai subir. - ele disse culpado.
-Tudo bem... - ela disse compreensivamente - Meu olho esquerdo, ele está escuro... acho que estou cega dele...
O Weasley não respondeu, ele não queria deixá-la mais triste, não havia achado uma resposta adequada para animá-la.
-Acho que vou pôr... um olho mágico... como o de Moody.
-Legal. - disse Rony tentando animá-la.
-Não sei se menores podem pôr, mas se puderem eu colocarei assim que formos embora daqui.
-Quando você ficar maior de idade, você coloca, mas acho que não vão pôr mais esse tipo de coisa em pessoas, pois não será mais preciso, depois de nós e Harry derrotarmos Você-Sabe-Quem. - disse o ruivo colocando outro sorriso no rosto de Mione.
-Estou com aqui doendo... - disse colocando o dedo sobre a cicatriz, que havia sido feita em seu rosto recentemente - Por que?
-Porque o veneno da cobra queimou. - respondeu Rony, não conseguindo pôr nenhum sorriso no rosto.
Hermione fez uma cara triste e perguntou manhosa:
-Eu estou feia com essa cicatriz, não estou?
-Você é linda de qualquer maneira, sem dizer que a cicatriz é bem fraquinha e pequena, quase inotável! - Rony conseguiu colocar outro sorriso no rosto da garota, que piscava constantemente.
-Obrigado... - disse sem graça.
Rony e Mione ficaram um tempo em silêncio, ansiosos pela chegada de Harry e Neville, estavam esperando os dois entrarem por aquela porta. Mas eles não chegavam.
-Mione... eu gostaria de dizer que... - Rony começou a dizer sem graça - que eu g...
-Encontramos! - Neville entrou correndo com um livro na mão pelo quarto - O livro de Poções!
-Que bom! - gritou Rony animado - Vamos procurar a poção.
Harry adentrara no quarto, com duas malas, uma em cada mão, e perguntou a Rony:
-Está tudo bem com a Mione?
-Sim, até a próxima noite. - respondeu.
-Dê-me o livro aqui, Neville... - ordenou Mione.
-Não. - disse o garoto - Você não está em condições de folhear este livro. Como chama a poção?
-Poção Ofídicla. - respondeu.
-Ofídicla... - disse Neville folheando o livro - Ofidicla!
Neville bateu o dedo em uma folha e começou a ler:
-Essa poção serve como um Soro Ofídio, que os trouxas usam, só que ela é recomendada única e exclusivamente para quem foi atingido pelo veneno, ou picado por uma serpéntoles. Deve ser tomado antes de vinte e quatro horas serem completadas, caso contrário... - antes de ler isso Neville deu um soluço - ...o envenenado morrerá. Advertência: Se a poção for preparada de forma incorreta será bebida pelo paciente como água, ou seja, não causará efeito nenhum e o paciente morrerá da mesma forma.
-Ih! - disse Harry - E quais os ingredientes?
-Leia você mesmo. - disse Neville entregando o livro nas mãos de Harry.
Harry ao pegar o livro viu que os ingredientes tinham uma foto ao lado do nome escrito, isso ajudaria muito a Harry e Neville encontrarem. Harry ia começar a ler o nome dos ingredientes em voz alta, mas foi cortado por Mione.
-Esses ingredientes... Cof! ... não interessam... a mim e Rony... - Mione não conseguiu completar a frase, não tinha forças.
-Ela está querendo dizer que os ingredientes não nos interessam, vão buscá-los, senão as vinte e quatro horas passaram e não haverá volta. - Rony estava muito sério, algo estranho para Harry, que estava acostumado a ver seu amigo sempre brincalhão, evitando a seriedade - Aqui, na cozinha há um caldeirão já, vocês precisaram apenas buscar água, que não há aqui, nenhuma torneira funciona. E os ingredientes, claro.
-Tudo bem. - disse Harry levantando da cama que estava sentado, indo em direção da porta. Neville já estava de pé também, indo atrás do amigo.
-Prometo que voltaremos logo! - disse Neville esboçando um sorriso.
-Voltem logo mesmo. - disse Rony sério.
Harry e Neville já não estavam mais no quarto, já haviam saído na busca pelos ingredientes. Rony acariciou o cabelo de Mione, que já havia sido pega pelo sono, e levantou da cadeira. Deitou-se na cama, e se cobriu com o cobertor verde, tentaria dormir, mesmo com tanta preocupação em sua cabeça.
***
Gina e Draco não faziam idéia de que porta deveriam escolher, das quatro, para seguir. Mas foram surpreendidos por uma voz feminina, invadindo a câmara que estavam.
-Não devem seguir nenhum!
Os dois estavam de costas para o ser que os interrompera, e viraram-se de frente para ele. Ao olharem o ser viram que ele era fêmea, possuía a cabeça de mulher, presa ao corpo de um leão, só que com asas. Era uma esfinge, que com os seus cabelos castanhos, e olhos verdes, formava um rosto muito bonito. Ela olhou docemente para Gina, mas quando virou seu olhar para Malfoy, fez uma cara desconfiada e agressiva.
-Vejo escuridão em você, jovem rapaz. - disse com uma voz doce e agressiva ao mesmo tempo - Em compensação, vejo uma boa alma em você.
-E... - começou Draco dando de ombros - O que você quer?
-Eu quero saber o que vocês estão fazendo aqui? Esse lugar é muito perigoso para jovens como vocês.
-Nós estamos fugindo da chuva. - disse Gina docemente a esfinge, recompensando a voz doce com que foi tratada - Está muito perigoso lá fora.
-Garanto que qualquer uma dessas câmaras é mais perigoso do que lá fora. - disse a esfinge moderadamente.
-E daí?! - perguntou Draco ignorantemente - O que você tem a ver com isso?
-Cale a boca rapaz! - agora a esfinge agia ignorantemente - Você não sabe de nada dessa pirâmide.
-É, e você sabe algo? - respondeu o garoto mau-criado.
-Cala a boca Malfoy! - disse Gina irritando-se.
-Claro que eu sei! Eu sou a guardiã dessa pirâmide, moro a séculos nela. - a esfinge mostrava-se superior.
Draco depois dessa resolveu ficar quieto, ele não podia falar que sabia mais da pirâmide do que seu próprio guardião. Mas apesar disso, continuou discutindo com a esfinge.
-E por que eu não deveria seguir por nenhum desses caminhos.
-Porque eles são amaldiçoados. - respondeu a esfinge - A não ser que você queira morrer, ou acabar ganhando uma maldição.
-Ah! - resmungou Draco.
-E por que esses caminhos são amaldiçoados? - perguntou a Weasley.
-Segredos. Não posso revelá-los. - as esfinges são os seres mais usados durante séculos para guardar segredos.
-Pois deve! - respondeu Malfoy.
-Não adianta insistir. - disse Gina desanimada - Vamos embora, as esfinges não revelam segredos para quaisquer pessoas que cruzarem o seu caminho.
-Mas não há saída. - disse Draco com sua tipiquíssima voz arrastada - Não há como sair, se lembra?
Mas a esfinge ao ver um brilho dourado bater em seus olhos, impediu Gina de sair.
-Espere minha jovem, você não pode partir. Pelo menos agora.
-Por que? - perguntou estupidamente.
-Você tem o anel do texugo! - disse a esfinge esperançosa - Você é o ser destinado aos segredos.
-Destinado aos segredos?
-Sim minha jovem, o ser da profecia, você deve saber de tudo! - disse a esfinge com um brilho no olhar - Mas você deve ir embora, você não deve saber sobre nada. - dirigiu-se a Draco.
-Eu não vou embora! - ele resmungou.
-E, por que eu deveria saber de algo? - perguntou Gina, se sentindo estranha.
-Porque você tem o anel do texugo! - disse a esfinge.
-E o que eu tenho a ver com esse anel? Eu apenas o encontrei na câmara ao lado e pus no dedo, por acaso ele encaixou no meu dedo e não saiu mais.
-Oh! - a esfinge parecia mais surpresa - Você conseguiu pôr o anel no dedo, não é qualquer um que pode experimentá-lo, ele não entra no dedo de ninguém, a não ser do escolhido.
-Vamos embora! - disse Draco.
-Vá você, eu vou com a esfinge.
-Não é justo, eu também quero saber dos segredos.
A esfinge fez uma cara feia ao garoto, mas depois sibilou ao garoto, devagar.
-Você vai conosco, também deve saber dos segredos, você está na profecia. Mas eu não confio em você, terá de fazer um pacto com a jovem.
-Meu nome é Virgínia. - disse cansada de ser chamada de "jovem".
-Tudo bem. - disse a esfinge - Então você deverá fazer um pacto com Vírginia.
-Eu sou Malfoy.
-Tudo bem Malfoy, você vai ter que fazer um pacto com Virgínia.
-Virgínia Weasley, eu prometo que tudo que for dito por essa coisa...
-Nada disso, você acha que ISSO é um pacto de verdade? - perguntou a esfinge revoltada - Um verdadeiro pacto deve ser feito com sangue.
-Sangue? - perguntou Gina com uma careta muito parecida com as de Rony.
-Sim minha jovem, vocês deveram fazer um pacto de sangue, para poderem guardar os segredos que lhes contar, não podendo contar para ninguém.
-Eu não vou fazer um pacto de sangue com um Weasley! - reclamou Malfoy.
-Vai sim rapaz! - a esfinge, mesmo sendo um ser calmo, não conseguia manter a calma diante de Malfoy.
-Tudo bem, mas quem garante que eu vou manter o segredo?
-Você só não vai ter de manter o segredo, como não poderá fazer nada contra a pessoa que fez o pacto com você. - disse a sábia esfinge.
-Quem garante? - perguntou desafiador.
-Breve saberá rapaz! - a esfinge não conseguia, realmente, manter a calma diante dele.
-Está bem, eu aceito o pacto.
-E você Virgínia? - perguntou a esfinge, docemente, a garota.
-Aceito!
No próximo capítulo...
Será que Harry e Neville vão encontrar os ingredientes da Poção Ofídicla? E Gina e Draco? No que será que vai dar essa história de pacto e segredos? Será que a esfinge vai revelar grandes coisas?
N.A.: Dessa vez não vou encher o saco de vocês para me mandarem reviews, mas se quiserem me mandar um, me sentirei bastante feliz... Espero que vocês estejam gostando da fic. Agradecimentos para todos que me mandaram reviews do cap 9: Biba Akizuki, Green, Anne Queiroz, dely_li, amy ^_^ .
