Uma Viagem Inesperada

Capítulo 11 - O Pacto e os Amuletos

Harry e Neville, já não estavam mais no abrigo subterrâneo, e sim lá no campo, que tinha sua grama verde, agora bem escura por causa do temporal que havia caído. Caminhavam completamente desorientados. Onde encontrariam aqueles ingredientes? Pelo menos não seria tão difícil, havia uma pequena foto ao lado de cada ingrediente escrito, era o primeiro livro que Harry pegava para a aula de Poções com figuras, Snape nunca havia perdido nenhum livro assim. Mas graças ao livro que ele pediu, agora seria mais fácil encontrar aqueles ingredientes.

-Deixa eu dar outra olhadinha nesse livro. - disse Neville estendendo os braços para pegar o livro das mãos de Harry.

Neville pegou o livro e folheou até encontrar a página da poção Ofídicla. Ele ficou olhando criticamente até encontrar algo de que conhecia.

-Claro! - disse animado batendo o dedo na página do livro.

-O que foi Neville? - perguntou Harry agora no seu tão típico tom irritado.

-Eu sei onde encontrar três dos ingredientes dessa poção! - exclamou o garoto mais feliz do que nunca.

-Ah é?! - parecia ter passado um raio de esperança pelos olhos de Harry.

-É... - o garoto ficou pensativo - Mas nós vamos ter de encontrar a Wicked Cavern novamente.

-Como? - perguntou Harry, não acreditando no que havia ouvido.

-É, mas não vamos ter de entrar nela. - ao dizer isso Neville ouviu um suspiro aliviado - Esse aqui ó!

Harry aproximou-se de Neville para ver onde ele estava apontando. Era para uma frutinha rosa, de aparência suculenta.

-Vamos precisar disso? - perguntou Harry apontando a frutinha - Será que é comestível?

-Deve ser, para estar em uma poção que te traz a vida devolta... - resmungou Neville.

-Parece deliciosa... - Harry estava com o estômago doendo de fome.

-As outras coisas que precisamos são essas, que tem lá por perto das frutas: Pétalas de orquídea amarelas e o talo dessa planta de nome estranho...

Harry leu o nome da planta, era realmente estranho: Apaticucôlos. Harry nunca decoraria aquele nome. Ele tomou fôlego e disse:

-Então esses três ingredientes podem ser encontrado por perto da caverna? - Neville fez que sim com a cabeça - E como poderemos chegar lá?

-Sei lá. - respondeu Neville.

-A caverna fica ao norte...

-Como você sabe? - exclamou o garoto surpreso.

-Quando a gente foi atrás da Gina, para não nos perdemos, Hermione... - Harry parou de falar naquele instante, a vida dela estava em suas mãos e da de Neville. Depois voltou - Ela fez aquele feitiço para mostrar aonde estava o norte...

-... Para não nos perdemos? Sim me lembro.

-Então, o feitiço acusou que a caverna ficava para o norte. - disse Harry com um idéia na cabeça.

Neville a compreendeu, mesmo sem Harry dizê-la e perguntou:

-Então vamos usar esse mesmo feitiço para encontrar o norte, e logicamente a caverna?

-Isso mesmo. - Harry pegou a varinha - Oriente-me!

Imediatamente a varinha apontou loucamente para a direção contrária da que Harry estava, fazendo-o girar rapidamente. Ele agora estava olhando na direção contrária da que olhava anteriormente.

-Vamos! - disse Harry para Neville, antes de sair andando e ele seguí-lo.

***

A esfinge estava entre Draco e Gina, que fitavam um ao outro com uma cara assustada e determinada ao mesmo tempo. A esfinge olhava para os dois com uma cara séria, que foi cortada só de ouvir a voz de Malfoy.

-Então, o que fazemos agora? - perguntou ironicamente.

-Cortem a palma de suas mãos. - ordenou a esfinge.

-Mas não temos nada para cortar... - reclamou Gina.

-Sem problemas. - disse a esfinge - Faca!

No mesmo instante que a esfinge disse isso uma faca caiu entre os dois, por pouco não adentrando o pé de Draco. Ela caiu no chão e fez Gina tapar os olhos, a luz do fogo de umas tochas reluziu fortemente nos olhos dela, cegando-a temporariamente até tapar os olhos, e destampando-os já olhando em outra direção.

Ela agachou e pegou a faca, com uma cara um tanto assustada. Draco ao vê-la mais de perto fez uma cara de aflição, já imaginando o sangue saindo de sua mão. Ele pegou delicadamente a faca das mãos de Gina e analisou-a, era uma faca de qualidade, com umas escritas na língua das paredes. Era uma faca de boa qualidade.

-Então? - perguntou Gina - devemos fazer algum sinal em especial?

-Uhn... - a esfinge estava pensativa, não devia saber se eles tinham de fazer um sinal em certo - Façam as suas iniciais do sobrenome.

-Mas isso não é problema. - disse Draco com uma animação repentina muito estranha - Já tenho um "M" de Malfoy na palma da minha mão.

Ele se referia aos três riscos, que ao se encontrarem formam a letra M, que todas as pessoas, tem nas palmas de suas mãos. Gina ao invés de criticar a piadinha de Draco embarcou nela.

-Se eu virar a minha mão tenho um W, de Weasley. - disse animadinha.

-Muito bem, não façam a marca com o sobrenome, - começou a pirâmide - façam a marca de um... ispe.

-E o que é a marca de um "ispe"? - Gina não tinha conhecimento daquela palavra.

-Ispe é um símbolo de meu alfabeto, o dessa pirâmide, que significa pacto na língua de vocês.

-E como é esse símbolo? - exclamou Draco curioso?

-É aquele ali. - no mesmo instante que a esfinge disse isso um dos símbolos que estavam na parede brilhou com uma luz azul, destacando-se perante os outros. Ele era um símbolo parecido com a letra T, só que com um risco tanto em cima quanto embaixo.

-Esse símbolo besta quer dizer pacto? - perguntou Draco menosprezávelmente.

-É. - disse o ser estufando o peito de leão, coberto de pelo - E com muito orgulho dos símbolos de meu lugar, concordo com esta afirmação.

Malfoy tinha razão, pensou Gina, aquele símbolo era muito ridículo. Era engraçado imaginar que um símbolo, simples como aquele poderia significar uma palavra inteira. Como alguém poderia decorar todos os símbolos daquela língua? Deviam ser milhões, assim como há milhões de palavra. Os povos antigos, da época que aquela pirâmide deve ter sido erguida, deviam saber de cor a língua. Mas também, a palavras deviam ser bem simples, pelo menos ispe é uma.

-Você começa, Weasley. - Malfoy deu a faca na mão de Gina, ela pegou, sabia que Malfoy não cortaria a mão antes de ver ela cortar a mão dela mesmo.

Gina pegou a faca e corajosamente fez uma reta, que se tornou vermelha quando o sangue começou a sair. Depois ela fez uma reta embaixo e em cima do risco, formando o ispe. Estava doendo, e naturalmente, lágrimas começaram a sair de seus olhos, era impossível detê-las.

Malfoy fez uma cara terrível ao Gina oferecer-lhe a faca, iria doer. Mas ele queria seguir com ela e a esfinge, para isso faria qualquer pacto. Ele pegou e fez como Gina, passou a faca em três retas, logo formando o tal do ispe. Ao terminar jogou a faca violentamente no chão. Só que o símbolo da mão dele estava notavelmente menor do que o dela, ele agindo mais espertamente, fez o símbolo menor do que ela fez, iria sofrer menos assim. O símbolo dos dois ainda sangrava, mesmo que fracamente.

-Posso fazer um feitiço para o corte cicatrizar sozinho? - perguntou Gina, ainda com lágrimas nos olhos.

-Não minha jovem, deve deixá-lo cicatrizar naturalmente. - disse a esfinge mais séria do que nunca - Agora façam o que eu disser.

A esfinge entrou no meio dos dois, fechou os olhos e começou a falar.

-Vírginia esbequem ispe Draco, hyungwin jinjo perti sosse krynqui. Grangüem hurges des sosse esbequem fringun. - a esfinge abriu os olhos - Traduzindo: Vírgina irá pactuar com Draco, envolvendo sangue e dor em suas mãos. Agora eles iram dar as suas mãos um ao outro e deixá-los misturar-se.

Os dois obedeceram a esfinge e deram as mãos. Sentiram seus sangues se misturar. Draco sentiu muito nojo daquela cena, seu sangue de família nobre e pura, envolvendo-se com um sangue ralo e pobre da ninhagem Weasley. Era repugnante, ele arrependeu-se profundamente de pactuar com qualquer tipo de Weasley e arrancou sua mão bruscamente, fazendo umas gotas de sangue voar em direção do chão. A esfinge fechou os olhos e concentrou-se novamente.

-Mosbrem amuleto, - essa palavra eles conheciam - dedricus sosse pinge.

Dois amuletos, de ouro, surgiram através de um brilho no ar, e foram descendo lentamente até encaixarem-se no pescoço deles. Ao encaixar no pescoço de Gina ela pegou na mão e viu o símbolo que havia em sua mão, agora no amuleto. Era o símbolo que significa pacto.

-Pra que isso? - perguntou Draco com seu tom agressivo.

-É o amuleto, na hora que precisarem iram ver para que serve. - respondeu a esfinge, falando pela primeira vez serenamente com Draco.

-Como vamos saber se precisamos sem saber para que serve? - insistiu Draco.

-Deixe de ser insistente garoto! - agora a serenidade da esfinge havia ido embora, só um ser muito irritante podia fazer a esfinge perder a calma, e nesse caso era Malfoy, com seu jeito irônico e entediado, ao mesmo tempo.

-Por quê? - perguntou, mais insistentemente ainda - Conta logo.

-Pare Malfoy. - Gina irritou-se, puxando-o para o canto e começando a cochichar - Não adianta querer arrancar algo de uma esfinge dessa maneira, elas não contam e pronto. As exceções são raras, como a nossa, vamos saber desse tal "tudo", graças a uma tal profecia, que a esfinge disse a qual pertencemos.

-Mas... - começou Draco.

-Chega. - Gina continuava a cochichar - Vamos ver o que essa tal esfinge tem a nos dizer, segundo ela vamos ficar sabendo de vários segredos desse lugar. Mas o meu principal interesse é que, talvez possamos acabar sabendo como sair daqui, e voltar para Londres ou Hogwarts.

-Tá legal... - respondeu o garoto.

-Vamos. - disse a esfinge em frente de uma das portas que havia ali.

-Tá legal. - respondeu Gina indo aonde a esfinge estava, seguida por Draco.

Logo os três estavam em uma câmara completamente escura, e Draco já foi acendendo a ponta de sua varinha.

-Lumus!

-Não precisa acender isso meu jovem rapaz. - disse a esfinge antes de dizer outra palavra em sua língua estranha - Netis!

Muitas tochas acenderam na parede, iluminando bem melhor do que a varinha de Draco. Logo poderia se enxergar as paredes dali, que tinham a mesma tonalidade da parede das outras câmaras: dourado. Essa também tinha algumas escrituras nas paredes, como a outra, só que bem menos. Eram paredes estreitas em um cômodo comprido, formando uma espécie de corredor longo.

-Nox! - disse Draco apagando a ponta de sua varinha, que não tinha necessidade alguma agora de ficar acesa.

Chegando a um certo ponto, a esfinge parou na frente dos dois, fazendo-os parar de andar e sibilou:

-Desarmin! - era outra palavra em sua estranha língua.

Após a palavra dita, milhares de buracos se abriram na parede, fazendo lanças de pontas muito bem afiadas saírem deles. As lanças fizeram um barulho resultante da velocidade pela qual foram lançadas contra o ar, um barulho metálico. Após todo aquele barulho, e também das lanças voltarem para dentro da parede, só se pode ouvir um "Oh", saindo da boca de Gina, que estava de queixo caído.

-Podemos seguir agora. - disse a esfinge avançando para onde milhares de lanças atravessariam seu corpo, se ela não as tivesse desativado.

-Nossa! - Gina exclamou a Draco - Se nós tivéssemos seguido esse caminho, sem a esfinge nos impedir, já estaríamos em pedacinhos...

-É. - respondeu Draco, que também estava boquiaberto com o ocorrido.

-Venham meus jovens. - disse a esfinge - esse caminho já está seguro, já não há mais perigo algum em seguí-lo.

-Tudo bem. - disse Gina, indo até onde a esfinge estava, seguida por Draco.

Logo estavam avançando por aquele perigoso corredor, que sem auxílio da esfinge tornaria-se mais perigoso ainda. Gina estava com os olhos bem abertos, e se a esfinge esquecesse de desativar alguma armadilha? Ela não esqueceria, afinal era a grande guardiã daquele lugar, esquecer onde as armadilhas dele estão instaladas seria uma grande falha.

-Por que temos que seguir por esse corredor, para podermos saber de tudo que você diz que temos de saber? - perguntou Malfoy com sua voz arrastada.

-Quando chegarmos ao nosso destino você saberá. - ela respondeu.

Draco ficou com o seu rosto vermelhíssimo, algo que Gina achou muito estranho nele, deveria ser de raiva daquela esfinge. Ele fechou as mãos e soltou um rosnado, apanhando a sua varinha e apontando contra a esfinge.

-Não usaria isso contra mim, não é? - perguntou a esfinge.

-POR QUE VOCÊ NUNCA RESPONDE O QUE EU TE PERGUNTO? - perguntou Draco mais do que nervoso.

-Calma rapaz. - respondeu a esfinge - Não haja dessa maneira, assim você não consegue ganhar a confiança de ninguém.

-CALMA? - Draco estava agora muito mais do que irritado, estava a beira de um ataque de nervos.

Ele apontou a varinha para a esfinge com convicção, mas na hora que ia jogar algum feitiço contra ela, um braço segurou o seu, impedindo-o de fazer qualquer coisa contra a esfinge, que não estava acreditando no que via.

-Pare com isso! - brigou Gina segurando Draco - De que adianta ficar tendo chilique aqui, agora?

-Me larga! - Draco empurrou Gina bem indelicadamente, derrubando-a no chão.

-Ei! - reclamou Gina, já no chão.

Malfoy saiu correndo, avançando naquele corredor, o que foi uma grande burrada.

-Cuidado rapaz! - gritou ela, mas já tarde.

Um buraco se abriu sob os pés de Draco, derrubando-o. Só se pode ouvir um grito, vindo lá de dentro do buraco.

"Imbecil!" - pensou Gina.

***

Hermione acordou com o seu corpo todo dolorido e soado, estava com calor e se descobriu devia ser resultado do veneno. Ela olhou para a cama ao lado e viu Rony deitado nela, já dormindo, não iria acordá-lo, o deixaria dormir, pois ele estava cansado demais, não queria incomodá-lo. Ela sentia muito fome naquele momento, mas não havia nada para comer... E também sentia muita vontade de levantar de sua cama, mas não podia, não tinha forças para tal. Logo o silêncio foi cortado por um bocejo de Rony, que espreguiçou seus braços e abriu os olhos.

-Bom dia, Mione. - disse Rony não muito animado.

-Estou com fome... - resmungou a garota, com a voz tremula.

-Deve estar com febre também, está bem soada. - disse Rony.

-Quero comer algo...

-Mas não há nada o que comer aqui. - disse Rony.

-Vá lá fora buscar algo, eu preciso comer, para ganhar mais forças, quem sabe eu até melhoro.

-Tudo bem, eu vou lá fora, também estou com fome, mas estou com medo de te deixar sozinha aqui, tenho medo de algum outro ser invadir aqui.

-Tranque... a porta do quarto... - disse Mione soluçando.

-Tudo bem.

Rony levantou e olhou cada canto do quarto, para ver se não havia nenhum ser perigoso lá. Não viu nada, então foi até a porta e saiu do quarto, antes de fechar disse:

-Comporte-se, hein?!

Mione forçou um sorriso antes do garoto sair e trancar a porta. Poucos minutos depois Rony entrou no quarto novamente, carregando umas frutas consigo. Elas eram amarelinhas, com uns riscos cor-de-laranja.

-Foi a única coisa que encontrei. - disse Rony jogando-as sobre a cama - Será que são comestíveis?

-Sim. - respondeu Mione - Essa é... uma fruta muito rara e exótica, o jacápu, dizem que é uma... maravilha. Ela só nasce no alto de árvores gigantescas.

Rony deu a fruta para Mione e ela devorou, depois comeu mais alguns, acompanhada de Rony. Após isso, Hermione logo caiu no sono. Ela só precisava alimentar-se. Rony estava profundamente triste com aquela situação, Harry e Neville não poderiam demorar muito mais, Hermione estava por um fio.

No Próximo Capítulo...

Harry e Neville vão encontrar alguns ingredientes, mas será que eles vão conseguir fazer isso em paz? E quanto a Draco, será que ele vai estar bem? Será que aquele buraco que ele caiu foi mortal? E Mione? Será que ela vai estar ainda pior ou um pouco melhor? Está impossível parar de ler essa fanfic com tantas perguntas no ar, não é?

N.A: Que bom que você está lendo minha fic! Continuem hein?! E mandem reviews, por favor. Agradecimentos para: Biba Akizuki e Nessa Potter. Também para quem me mandou review do cap 10: Victória e Dely Li. Poxa que poquinhos reviews...Me mandem mais! Valeu vocês duas!