Uma Viagem Inesperada

Capítulo 13 - O Pesadelo de Rony

Harry e Alastor continuavam seguindo ao norte, já fazia uma hora. Harry, achando que estava perdendo muito tempo, perguntou:

-Estamos chegando?

Alastor deu uma tremidinha, e ficou com o pêlo todo arrepiado ao ver uma montanha que surgira na frente dos dois, após subirem um pequeno morrinho. A montanha parecia um pouco longe, mas nada que se você não fosse correndo até ela, não chegasse em questão de poucos minutos.

-Vou ficar por aqui mesmo... - disse Alastor, soando com voz amedrontada.

-Não precisa ir comigo. - disse Harry - É muito arriscado, não quero te ver correndo risco de vida, meu pequeno amigo.

Harry deu um sorriso sincero a Alastor, que retribuiu com um olhar de incapacidade. Depois disse:

-Eu gostaria de te ajudar ali, mas um dinossér me devoraria em menos de um segundo.

-Tudo bem, agora tenho de ir. - Harry disse e saiu correndo em direção à montanha - Espere aí por mim.

-Tudo bem! - depois de Harry se tornar pequenininho na visão de Alastor, ele virou de costas para a montanha e deu uma pequena, porém sinistra, risada.

Ele foi embora, e resmungou algo como: "Morra, está indo no ninho se entregar como alimento". Depois foi embora.

Harry continuou seguindo, com um frio na espinha, para a montanha. Ele chegou na frente dela e não viu nada, mas havia uns pequenos buracos no chão em volta da montanha. "Um dinossauro não caberia ali!" - pensou Harry. Mas aí se lembrou do que Neville disse:

'Um dinossér é uma espécie de dinossauro, só que menor.'

Se eles eram uma espécie de dinossauro menor, poderiam morar dentro daqueles buracos, e proteger os ovos ali! Como ele entraria naquele buraco, sendo que um feroz dinossauro o esperaria? Iria ser devorado por um dinossér na hora. Se ele tivesse sua capa de invisibilidade, poderia usá-la. Mas ele não a tinha, conseqüentemente não podendo a usar. Então ele teve uma idéia, mesmo que fosse um pouco estúpida. Certa vez, os Dursleys haviam deixado ele ver aquela TV estúpida, e estava passando uma espécie de documentário, que mostrava os dinossauros e como eles viviam. Quando Harry estava o achando interessante, o ignorante do tio Válter chegou na sala e disse: 'Para que ver esses tipos de coisas? Vou mudar de canal', e Harry não pôde mais ver o documentário. Tio Válter acabou pondo em um daqueles programas sensacionalistas, em que um homem se banhava em mel, depois tomava banho de dinheiro, e todo dinheiro que conseguisse poderia levar para casa. Esse tipo de programa fazia tio Válter, tia Petúnia e Duda caírem na gargalhada, e Harry sair da sala e se trancafiar no quarto, ou dar um passeio na rua, para espairecer a cabeça.

Harry havia se lembrado que para proteger os ovos, certos dinossauros faziam qualquer coisa, e se ouvissem o ruído de outro dinossauro, eles poderiam até procurar essa ameaça e travar uma luta fatal. A idéia imbecil de Harry era imitar o som de um dinossauro e se esconder em algum lugar. Depois de definir melhor a idéia, ele já sabia exatamente o que ia fazer: iria dar um grunhido na frente da grutinha que tinha um lugar para subir e se esconder em cima dela, o lugar para se esconder era uma rocha.

Então Harry faria isso. Ele foi caminhando sorrateiramente até a frente da gruta. Quando chegou lá fez um alto grunhido, imitando toscamente o som de um dinossauro. Depois de dar esse grunhido mais umas duas vezes, ouviu um grunhido três vezes mais potente saindo de dentro da gruta. Harry deu um grande salto e se escondeu aonde planejara: em cima da gruta, atrás da pedra.

O dinossér saiu todo bravo de dentro da caverna, dando grunhidos e mais grunhidos. Ele nem era tão grande assim mesmo, era do tamanho do Canino, o cão guarda-caças de Hogwarts. Mas não deixava de ser grande. Harry arrancou uma pequena pedra da rocha, e jogou numa direção contrária da do dinossér, que foi na direção dela. Mas Harry não se sentia seguro ainda, e se houvesse outro dinossér lá dentro? Ele pegou agora, uma pedra maior, para ter mais impacto e chamar mais atenção. Mas na hora que ele foi tacar, errou a pontaria e acabou acertando, com tudo, na cabeça do pobre dinossér.

Ele deu um grunhido que quase estourou os tímpanos de Harry, e em seguida desmaiou. Nesta hora muitos outros dinossérs saíram das grutas preocupados, e começaram a farejar o ar, olhando em todas direções.

"Oh não!" - pensou Harry - "Eles estão sentindo o meu cheiro, tenho que ser rápido e discreto...". Ele pulou de trás da pedra e caiu discretamente na grama, com a perna dobrada e a mão no chão, sem fazer barulho algum. Ele entrou devagar na gruta, que estava mal iluminada, apenas com a luz do sol entrando.

Harry viu um pequeno ninho com seis ovos. Mas os ovos eram muito menores do que ele imaginava, só um pouco, bem pouco mesmo, maior que um de galinha. Quando Harry pegou, percebeu que pelo contrário de um ovo de galinha, ele era bem mais forte, não quebraria facilmente. Pelo menos Harry poderia sair correndo com eles sem o risco de quebrá-los. Harry roubou uns três e saiu correndo de dentro da gruta. Quando ele saiu viu um dinossér olhando para ele.

"Droga!" - pensou Harry. O dinossér soltou um grito de fera, bem raivoso. Em seguida todos olharam para Harry e saíram correndo na direção dele. "Eu devia ter trazido a Firebolt, eu devia ter trazido a Firebolt... Mas isso não é problema!"

-Accio Firebolt!

***

Neville havia acordado e sentado na cama. Ao sentar viu Rony deitado na cama ao lado, e acordado com uma expressão preocupada.

-Calma, Rony. - começou Neville - Vai dar tudo certo, o Harry foi pegar o ovo, e já já ele estará ai.

-Quem garante que ele está vivo? - perguntou Rony bem ignorante.

No mesmo instante a Firebolt, que Harry havia esquecido de levar para procurar os ingredientes, flutuou do chão e levantou vôo em alta velocidade, abrindo todas portas e levantando muita poeira.

-Eu garanto. - disse Neville - Ele convocou a Firebolt.

***

O dinossér avançou na direção de Harry. O garoto correu para o lado, tentando escapar do terrível dinossaurinho. Logo, muitos outros deles estavam atrás de Harry, que não estava conseguindo atingir uma velocidade suficiente para não ser pego dentro de um minuto. Mas logo viu a salvação voando em sua direção. Mas a salvação, que era sua Firebolt, veio tão forte em sua direção, que deu uma pancada em seu rosto, derrubando-o violentamente no chão.

A Firebolt caiu ao seu lado direito, e os dois ovos, de casca muito resistente, apenas rolaram a uma pequena, porém mortal, distância de Harry para o lado direito. Harry pegou a Firebolt e golpeou com força um dinossér que se aproximou dele, fazendo-o cair inconsciente no chão. Ele correu até os dois ovos e se aproximou muito de outro dinossér, mas conseguiu pegar os ovos rapidamente.

Harry, com a Firebolt em sua mão direita, e agora com dois ovos na outra, subiu na vassoura, e levantou um vôo muito baixo ainda sobre os dinossérs. Mas aquele que estava próximo a Harry, enquanto ele pegava velocidade para levantar um vôo mais alto, afundou as presas em sua perna. O garoto ficou desesperado ao ver sangue escorrendo pelo rosto do dinossér. Harry sentiu uma vertigem ao ver a cena, e se sentiu tonto, logo olhou para baixo e viu que já estava muito longe dos outros dinossérs.

Ele sentiu seu corpo pesar em cima da vassoura, e começou a cair, com a força que aquele dinossér puxava a sua perna ainda... Ele não tinha mais forças para lutar, estava tudo perdido, ele desmaiaria e seria devorado pelo dinossér, nada daria certo... E Hermione iria morrer sem o ingrediente também...

"Isso não é hora de morrer Harry, você tem muito o que fazer ain..." - Ele caiu violentamente no chão e ficou inconsciente.

***

A esfinge, Draco e Gina estavam em uma câmara não muito grande e com as paredes douradas como em todas as outras câmaras, com uma grande tela e a figura de um unicórnio nela. A esfinge voltou a falar aquela longa história de Norrow II, Imperador Uhkaro, o país de Necktar e de Millanus. Os dois países haviam se juntado e o filho de Uhkaro estava o governando, mas Norrow ressurgiu, matando o outro Faraó e tomando conta de todo o território.

-Então, Norrow II, que não admitia ser chamado por esse nome, se tornou o novo Faraó. Logo teve muitos aliados, mas muitas pessoas não o apoiaram também. Ele jogou uma grande doença em todos os trouxas e bruxos que não o apoiavam. Essa foi a época mais triste, muitos trouxas morreram. Mas ele não fazia idéia de que existia um grupo de resistentes, que se chamava Força do Unicórnio. Eles, que haviam previsto que essa doença seria jogada sobre os seus lares, construíram secretamente, um abrigo subterrâneo, que ajudou a salvar muitas vidas bruxas. Mas só tinha camas para 500 pessoas, causando uma superlotação lá dentro, que acabou enchendo com muito mais que 500 pessoas apenas...

"Norrow achou que todos os bruxos que não o seguiam estavam mortos, e tirou a doença que havia jogado do ar. O que ele mal sabia é que um de seus seguidores era um traidor, que contou a todos que estavam no abrigo a doença estava fora de circulação. Logo todos saíram do abrigo com um grande plano de ataque contra a torre de Norrow. Eles saíram sorrateiros do abrigo, e na hora menos esperada invadiram a torre. O que eles mal sabiam era que a torre não podia ser invadida assim, muitos dos que a invadiram acabaram perdidos para sempre lá dentro."

-Mas como se perderam dentro de uma torre? - perguntou Gina, que estava confusa tendo que absorver tanta informação sobre toda aquela história.

-Aquela torre tinha muitas portas, e cada porta tinha o seu segredo, suas ilusões, certas ilusões que prendiam os homens. Algo que eu não sei explicar direito, pois nunca estive lá. - resmungou a esfinge, estranhamente mal-humorada para Gina - Então, menos da metade do exército conseguiu chegar ao topo da torre. Os que chegaram travaram uma grande batalha contra Norrow II, que parecia invencível, mas ele foi morto de fez, limpando toda a atmosfera desse país. Suas últimas palavras foram: "Outro bruxo das trevas, daqui a milhares de anos, ainda vai estar nessa torre, e vai tentar dominar o mundo. Vocês vão sofrer com ele...".

Gina percebeu que a hora era agora, e o bruxo que lá estaria seria Voldemort.

-Mas ele não se lembrava que antes do outro Faraó ser derrotado ele disse: "Daqui a muitos anos uma história muito parecida, apesar de ser muito diferente, vai se repetir. Mas o Triângulo vai o derrotar...". Mas as palavras do outro Faraó são mais convincentes do que a de quando Norrow morreu.

Draco que estava contendo uma pergunta não agüentou mais e a disse:

-Mas que bruxo derrotou Norrow? - usando sua voz mais arrastada do que nunca.

-Foi o líder da Força do Unicórnio. Seu nome era Severo...

-Argh! - resmungou Gina lembrando de seu professor de poções.

-Garota! O que houve? - perguntou a esfinge.

-Nada, é que esse nome me dá uma lembrança desagradável.

-Posso continuar? - Gina assentiu com a cabeça - Então Severo derrotou Carlos Norrow II definitivamente. Mas houve uma grande guerra, não tão facilmente vencida, contra os seguidores do mal. Eles tinham um exército de dementadores, vampilinos, e muitos outros seres das trevas. Após a guerra ser vencida, os poucos bruxos que aqui viviam, abandonaram esse lugar, pois aqui estava muito cheio de seres das trevas, e era perigoso viver aqui, como é até hoje. Em homenagem ao antigo Faraó construíram essa pirâmide, selando o seu corpo nela. Depois disso, eles fugiram daqui, e usaram uma magia feita pelo grupo para ocultar esse continente para ninguém correr o risco de ir parar lá e ter que enfrentar seres perigosos. Eu fiquei encarregada de guardar essa história e contar apenas a garota do anel de texugo e o seu companheiro. - disse olhando irritada para Draco, que virou a cara.

-Nossa! Quanta coisa você nos contou agora. - disse Gina tentando botar a cabeça em ordem.

-Agora tenho que contar alguns segredos sobre esse lugar para vocês poderem sobreviver e ajudar a derrotar o bruxo das trevas que invadiu aqui.

"Eu não vou ajudar a derrotar Voldemort!" - pensou Draco.

-Ah, vai sim! - disse a esfinge.

-Mas... eu não falei nada. - disse Draco assustado.

-Às vezes eu posso ouvir pensamentos. - disse a esfinge - Principalmente quando eles me contrariam.

-Ah, você acha que vou ajudar? Eu não vou, afinal meu pai...

A esfinge o fitou irritada:

-Vai, por mais que ache que não. - disse a esfinge.

Gina, que custou um pouco a entender do que os o dois estavam falando para poder entrar na conversa, disse:

-Duvido que ele ajude o nosso lado, afinal, é um filho de comensal. Ele não pode... é risco de vida.

-Isso aí. - disse Draco - Eu não vou ajudar.

Gina se aproximou mais da esfinge e cochichou:

-Na hora do aperto ele nos ajuda, nem que seja para salvar a vida dele.

-Está na profecia, ele vai te ajudar, e ajudar aos outros também.

-Ignore-o, vamos esquecer esse assunto. - disse Gina virando-se de frente para Draco, que olhava desconfiado.

-Então. - disse a esfinge - Tenho uma dica importantíssima para lhes dar de como subir a torre, que o atual Lorde das Trevas deve estar.

-Como podemos subir lá? - perguntou Gina entretida, parecendo se divertir agora - Você disse que há muitas ilusões e etc.

-Simples - respondeu a esfinge - É só fechar os olhos e subir.

-Ah, tá! - resmungou Draco - E tropeçar em um degrau, rolar a escada, e morrer, uma morte bem dolorida.

-Vocês não vão rolar a escada! - disse irritada - O segredo é: feche os olhos, esvazie a cabeça, e suba. Apenas isso e chegará ao topo da torre.

-Mas, não há vozes que podem te atormentar e atrapalhar sua cabeça? - perguntou Gina inventando dificuldades na subida da escada.

-Há, mas apenas esvazie a cabeça e pronto! Tudo terminará bem.

-Parece difícil...

-É mais fácil do que você imagina minha jovem.

-Deve ser então. - disse Gina.

-Só isso? Podemos ir embora agora? - perguntou Draco apressado.

-Sim, mas antes vocês devem saber que a Torre fica a sul. De onde vocês vieram? - perguntou a esfinge séria.

-Nós viemos do bosque.

-Então vieram do norte. Não continuem seguindo o caminho que estavam seguindo antes de pararem nessa pirâmide, virem a Oeste, à direita de onde vocês vieram. Vocês vão encontrar uma floresta. É bom que vocês conheçam feitiços de defesa, porque vão precisar deles. É uma floresta muito perigosa.

-Não conhecemos... Por que você não vai conosco? - perguntou Gina.

-Eu não posso... claro que sim, meu dono me deu permissão de sair daqui após as pessoas da profecia aparecerem. Eu vou com vocês.

-Não acredito que vou ter que... - Draco começou irritado.

-Eu posso lhes ajudar a lançar azarações, conheço muitas delas. Fora alguns feitiços de defesa, que são vitais, sem eles podem considerar-se mortos. - a esfinge parecia estar muito ansiosa em estar saindo com eles - Há seres horríveis mesmo naquela floresta, o antigo mestre das Trevas a encheu deles. Fora uns dementadores asquerosos. Mas aí posso os botar em minhas costas e os levar comigo, voando.

-Então vamos sair daqui logo. - disse Draco muito entediado.

-Minha jovem, estou me sentindo tão grandiosa em ajudar numa missão dessas... mal posso esperar para lutar...

-Só uma pergunta? Que por questão já devia ter feito há muito tempo...

-Qual, Virgínia? - perguntou a esfinge.

-Qual seu nome?

-Ah. - deu para ver as bochechas da esfinge ficando vermelhinhas - Meu nome? Anúbis. Não gosto muito dele...

-Anúbis? - caçoou Draco - Que nome mais ridículo.

-Não é nada! - cortou Gina - Esse nome é lindo. O nome de uma deusa egípcia, eu acho...

-Que é ridículo por sinal!

-Meu nome não é ridículo! O seu que é: Draco! Humpft!- protestou a esfinge - Tem tudo a ver comigo.

E eles foram pelo caminho que levaria à saída daquela pirâmide.

Gina achava essa esfinge, Anúbis, muito engraçada. Ela havia lido em um livro que normalmente as esfinges são centradas, sérias e falam pouco além do necessário, mas essa era diferente, além de falar pelos cotovelos e não ser tão séria assim, não havia feito nenhum enigma, algo de que esfinges (pelo que Gina havia lido em um livro), gostam muito de fazer. Mas ela gostava muito dela assim, diferente de como se falava que eram nos livros.

***

-MIONE! MIONE! - Rony estava correndo entre as trevas, um lugar que ele não podia ver nada além dele mesmo e de Hermione, que estava caindo, abaixo dele, no meio das trevas também.

-Rony, me salve, me salve das trevas! Ela vai me engolir... - dizia Mione estendendo a mão para Rony puxá-la.

-NÃO DÁ!!! NÃO CONSIGO LEVAR MINHA MÃO ATÉ ONDE VOCÊ ESTÁ!!! - gritou chorando.

-AH!!! - um grito fino ecoou da voz de Mione. Uma luz surgiu em volta do corpo dela, soltando uma grande mão, que a puxou para dentro da luz. Antes da luz se fechar, uma língua de cobra gigantesca chacoalhando saiu dela. Rony se viu sozinho em meio a escuridão e colocou suas mãos sobre o rosto liberando mais lágrimas.

Quando ele tirou as mãos do rosto, viu que agora estava na toca, em seu quarto. Ele saiu correndo para a cozinha, talvez lá encontrasse Molly ou Arthur. Ele parou na frente da porta da cozinha, vendo um líquido vermelho-vivo saindo debaixo dela. Ele abriu a porta cautelosamente e sentiu um forte cheiro de sangue, quando percebeu que aquele líquido no chão era sangue.

Rony olhou no relógio de Molly, e viu que o seu ponteiro estava apontado para Toca. Mas os de Molly, Arthur, Gina, Fred, Jorge, Gui e Carlinhos estavam todos apontando para cemitério. Rony fez uma cara de desespero e correu até a pia que liberava sangue e a fechou. Ele estava em pé sobre o sangue, e de repente quando olhou para ele sua vista embaçou, ele se sentiu tonto e derrubou seu corpo desmaiado sobre o sangue.

Ele acordou em outro lugar, no meio de um campo, todo sujo de sangue. Ao seu lado ele via Harry, que apontava sua varinha para uns dementadores que investiam contra ele. Estava tudo ficando escuro. Harry lançou um patrono em forma de cervo contra os dementadores, mas eles eram muitos, e o garoto não deu conta. Rony foi lançado longe, como se uma mão gigante o tivesse empurrado contra uma árvore próxima. Ele caiu sentado na frente da árvore, que soltou umas ligaduras de sua madeira que enrolaram-se em volta do corpo de Rony, que estava vendo muitos dementadores indo em direção de Harry, que lançava outro patrono.

Um dementador viu Rony, e começou a flutuar em sua direção. Rony viu nas redondezas, perto de Harry, um pequeno dinossauro desmaiado. Harry havia conseguido escapar de todos os dementadores que estavam em sua volta, e começou a caminhar e ir embora. Rony tentou gritar por socorro, mas nada saia de sua boca, a não ser pequenos suspiros de como se ele estivesse sem ar. O dementador se aproximava cada vez mais, e Harry se distanciava cada vez mais. Rony tentou gritar mais várias vezes, mas nada saía de sua boca, como antes. E o dementador se aproximava... Rony não conseguia gritar... nem falar... e o dementador... Harry sumiu de vista...

***

-Rony, Rony! - Neville estava chacoalhando ele, que abriu os olhos devagar - Você está bem?

-Humhn? - disse Rony como resposta.

-Ah, não! Mais um doente? Isso não dá! - resmungou Neville.

-Não, não é isso. Eu estava tendo um sonho... mais para pesadelo...

-É, você estava dando uns suspiros estranhos, como quando alguém tenta falar e não consegue.

-É, isto estava acontecendo no meu sonho... pesadelo! - disse Rony pensativo.

-Ainda bem que foi só um sonho! - disse Neville - cheguei a pensar que você estava com febre...

-Ainda bem mesmo! - disse Rony - Se fosse real aquele sonho, eu não teria mais alma!

-Conte-me o que aconteceu nesse pesadelo.

Rony começou a contar aquele terrível sonho, desde quando Hermione e ele estavam nas trevas, até a parte dos dementadores, Harry e a árvore.

-Credo! - disse Neville com a voz fechada - Eu que não queria ter um sonho desses.

-Mas numa coisa esse sonho me pegou...

-Qual?

-Eu acho que ele quer dizer alguma coisa... sinto que alguém, alguém... alguma das pessoas que apareceram no sonho está em perigo. - disse Rony pensativo.

-A Mione, olha a situação dela! - disse apontando para Mione, que estava suando sem parar, e murmurando algumas coisas, num tom de voz quase inaudível.

-Fora a Mione claro, Neville! - Rony ficou irritado com a tolice que Neville havia acabado de dizer.

-Foi estranho, eu não estava com sono, mas de repente eu dormi...

-Isso acontece comigo direto. - disse Neville como se aquilo fosse algo tão normal quanto sentir fome.

-Mas eu não sou você! - disse Rony estupidamente.

-Mas nós estamos desviando do velho assunto, sobre você achar que alguém do seu sonho estava em perigo.

-Sim, - Rony fitava o chão com um olhar vago - podem ser meus parentes... todo aquele sangue e o ponteiro deles no cemitério, apesar do relógio de mamãe não ter esse lugar... E Harry, cercado de dementadores...

-Deve ser Harry, ele foi para aquele lugar perigoso, ele pode estar em perigo...

-Mas não podemos ajudá-lo, ele deve estar muito longe. Vai voltar vivo sim, e com os ovos!

Mas a conversa deles foi interrompida por uns murmúrios mais altos que Mione soltava.

-Podem acreditar... não saiam daqui... Harry está aqui... Harry estará aqui... mesmo em perigo... ele vai voltar... ele vai voltar... se vocês saírem vai ser pior...

-Parece que ela está tendo alucinações. - Neville estava mais preocupado.

-Não, ela está sonhando, como eu. Deve ser um sonho... - disse Rony confuso.

-E agora? Devemos seguir o seu sonho, ou o dela?

-O dela e o meu. - disse Rony convicto agora - Ambos mostravam que eu não deveria me aproximar de Harry.

-Como assim? - agora quem estava confuso era Neville.

-Meu sonho mostrou eu me aproximando de Harry, mas quando estava perto dele, me dei muito mal. E isso me levou a concluir que eu não deveria tentar ajudá-lo. Além do mais, ele se livrou dos dementadores muito bem, e foi embora, sem nenhum arranhãozinho...

-Se esse sonho mostra algo realmente, se ele for um sonho premonitório. Se! - Neville fez questão de falar essa palavra com um tom de voz mais forte, a destacando.

-Se... - resmungou Rony - Pode ter sido só um sonho, um pesadelo comum. Não deve ter significado nada.

A atenção deles foi novamente chamada pela cama de Mione. Ela havia acordado e sentado.

-Estou... mal...

-Nós sabemos. - disse Neville se sentando ao lado da cama de Mione - Mas o Harry já vai chegar com o ingrediente que falta.

-Neville... que bom... você está de volta! E... o Harry? - Mione estava com a voz mais fraca do que antes.

-Acabei de dizer: o Harry já vai chegar. Ele vai buscar o último ingrediente que falta, ele foi sozinho e mandou eu voltar com os ingredientes que já havíamos conseguido. - disse Neville, que como Rony, tentava mostrar animação.

-Tomara que ele volte logo... estou me sentindo como... como se estivesse me... apagando... sumindo...

-Mas você não vai se apagar! - disse Rony - Tenho certeza de que Harry vai chegar aqui dentro de minutos.

-É, eu também tenho. - disse Neville com um sorriso o tanto falso.

-Eu sei que... que estou sentindo dor de cabeça... e tá doendo muito... essa doença está me matando...

"Está mesmo..." - pensou Rony desanimado.

Mione fechou os olhos.

-Ah, não! - disse Neville - Não pode ser!

-Calma... - disse Mione - Eu só pisquei.

-Ai, desculpa! - Neville ficou muito sem graça.

-E o seu olho esquerdo? - perguntou Rony que havia lembrado de que ela estava cega dele.

-Continua a mesma coisa... não enxergo nada com ele, tá tudo escuro... - Mione começou a chorar.

-Não chora... - disse Rony acariciando o cabelo dela - Não chora que eu choro também... pára!

-Ah, não! Parem vocês dois chorar, não vai adiantar nada.

E eles ficaram ali, conversando mais um tempo. Hermione se mostrava cada vez pior. Harry precisava voltar logo!

No próximo capítulo...

Harry caiu da vassoura e desmaiou, quais serão as encrencas que ele vai se meter agora? E a esfinge Anúbis, Gina e Draco? Eles vão sair da esfinge, será que isso vai dar certo? Será que finalmente a poção de Mione vai ser feita e ela curada? Ou será que ela não vai ser feita a tempo e Mione morrerá? Uf... Quanta pergunta! Continuem lendo então para saber o que vai acontecer.

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