Uma Viagem Inesperada

Capítulo 16 - Uma Weasley, Uma Espada e Você-Sabe-Quem

-Malfoy? Anúbis? Onde vocês estão?

Sussurrava Gina que se encontrava jogada entre muitas árvores, os cabelos caindo sobre o rosto, muito oleosos e despenteados. Ela levantou com seu corpo todo sujo de terra. Em que lugar ela estava? Como ela havia ido parar ali? A última lembrança que ela tinha era de estar com Draco e Anúbis seguindo pela floresta, e de Draco ter escorregado em uma casca de algum fruto, e quando ele estava reclamando algo a puxou, e sem nem tempo de gritar desmaiou ao ser puxada por isso. O que será que havia acontecido? Como ela havia ido parar ali? Quem havia a levado para lá?

Ela olhou melhor ao seu redor e viu que logo em sua frente havia grandes portas cinzentas. Portas fortes, porém arranhadas e envelhecidas. Em volta uma parede arredondada feita com blocos antigos, como os de Hogwarts. Ela olhou para cima aonde uma grande e alta torre se erguia. Aquela era a Torre de que Anúbis havia falado e ela havia visto meio que ao longe, parecendo bem maior.

Uma gota caía aqui e ali, e parecia que a chuva ia apertar, pois alguns raios caíam ali e aqui. A maioria dos raios caía perto da Torre como se ela os atraísse. Gina sentia-se deprimida ali, uma energia muito negativa era liberada da Torre. "Devem ser as trevas." - pensou Gina, "Voldemort está nela, e há uma forte concentração de trevas aqui. E isso me faz sentir tão... miserável..."

CABRUM!

Um raio caiu num pequeno lago perto de Gina, a assustando. Com a luz desse raio ela viu um bicho com corpo de leão e duas grandes asas, devia ser Anúbis.

-Anúbis! - gritou Gina correndo até mais perto do lago.

Mas quando ela se aproximou mais do lago viu que quem estava ali não era Anúbis: era o vampilino! Gina se desviou sorrateiramente, para ver se o vampilino havia não a notado por ali. Mas não adiantou, pois ao ela fazer o movimento o vampilino também fez um movimento, só que brusco.

"Droga! Mais essa agora." - pensou Gina "Como vou me livrar desse bicho ruim?". Gina se afastou devagar e de costas para o bicho. Ele se aproximou mais da margem do outro lado do lago. Gina se lembrou que deveria desviar seu olhar do dele. "Não olhe nos olhos dele... não olhe nos olhos dele..."

Ele se aproximou mais, abrindo suas asas e sobrevoando lentamente as águas esverdeadas dali. "E agora? E agora?" - pensava Gina desesperada. Por instinto ela tirou a varinha do bolso do casaco, e o vampilino pareceu não gostar muito do movimento, avançando com força para cima de Gina.

Gina soltou um grito fino e desviou do ataque do vampilino, caindo no chão violentamente e sujando suas vestes mais ainda de barro. O vampilino investiu para cima dela que saltou para longe dele apontando sua varinha e lançando um facho de luz vermelha.

O facho de luz acertou em cheio o corpo do vampilino que soltou um alto rugido de dor, e caiu no chão fracamente. Ele fechou os olhos. "Será que ele desmaiou?" - pensou Gina, "Deve ter..."

A garota saiu andando em direção do lago (e mais um raio caia do céu naquele instante), será que Draco e Anúbis iriam aparecer por ali? Será que eles estavam à procura dela? Será que eles estavam bem? Eram tantas perguntas rondando a cabeça de Gina que ela se sentia confusa. Eram muitas possibilidades de coisas que poderiam ter acontecido, será que Draco ainda estava vivo? Com esse pensamento uma lágrima havia escapado do olho esquerdo de Gina. "Por que eu estou chorando por ele?" - "Duvido que ele choraria se pensasse que eu poderia estar morta. Mas o que isso importa Gina Weasley?".

Algo pulou por trás de Gina a empurrando no lago. Era algo de pêlos fofos que a havia derrubado, só podia ser o vampilino acordado. Por que ela foi vacilar assim? Ele devia ter apenas fingido que desmaiou para atacá-la quando estivesse desprevenida. Do jeito que aquele ser era inteligente...

Agora Gina se via encharcada e mergulhada em uma água esverdeada e barrenta. Logo atrás dela ela via o vampilino nadando. Ela nadou mais rápido em direção do fundo do lago, que era maior e mais fundo do que ela havia imaginado. Enquanto ela nadava prendeu o seu pé em uma pedra, aprisionando-se perto de algumas rochas pelo que ela conseguia enxergar no lago esverdeado a sua volta. Como ela ia se livrar daquela pedra?

O vampilino estava se aproximando dela, nadando rapidamente em sua direção. Ela só tinha uma solução: quebrar a rocha em que seu pé estava preso usando magia. Ela apontou sua varinha e tentou pronunciar as palavras certas para que o feitiço fosse lançado, mas o único efeito que as palavras lançaram foram bolhas saírem de sua boca e um barulho de alguém tentando falar embaixo d'água.

"Como eu posso me livrar dessa pedra? Como eu posso me livrar dessa pedra?" - ela pensava desesperada. "Só há uma solução: puxar o meu pé daqui e tentar tirá-lo!". Ela segurou sua perna e puxou seu pé, repetindo esse movimento três vezes e só conseguindo sucesso nessa última tentativa. Quando o vampilino estava mais próximo, ela desviou dele nadando incrivelmente rápido para sua esquerda. Ela foi nadando mais para o fundo e viu algo prateado reluzindo contra os seus olhos? O que seria aquilo?

Ela se aproximou mais para ver, pois aquela água verde não permitia que ela visse lago muito nitidamente. Quando ela chegou perto viu que aquilo era uma espada, uma espada encravada na terra do fundo do lago. "Vou arrancar essa espada e me defender do vampilino com ela!" - Gina pensou subitamente.

Quando ela arrancou a espada do fundo do lago uma luz se interligou entre ela e a espada, uma luz anil, como se ela e a espada estivessem destinadas. Uma fúria invadiu seu corpo quando ela apanhou a espada, uma fúria gigantesca, que fez Gina se sentir como se fosse explodir. Ela avançou contra o vampilino, jogando a espada violentamente contra o corpo do bicho, mas ele conseguiu desviar, escapando do golpe mortal. Depois de ser atacado quem começou a fugir agora era o vampilino, invertendo a situação anterior em que Gina fugia dele que a tentava atacar.

Logo o vampilino já estava fora do lago e Gina o continuava seguindo furiosamente, parecia até que algum espirito furioso havia invadido o corpo da garota. Logo ela estava fora do lago e o vampilino estava bem ao seu alcance. Ela deu um salto apontando a espada contra ele, que dessa vez não conseguiu escapar de movimento tão rápido da garota e foi atingido. O ser arregalou os olhos e caiu no chão. Ele deu um forte grunhido, um grunhido de morte, que não mexeu em nada com Gina que olhava para o bicho repleto de sangue a sua volta e se contorcendo todo no chão, com um olhar apenas desprezível e glorioso, apontando a espada para ele.

-Parabéns, minha querida. - uma voz sombria e aguda invadiu a cena - Você se encaixou perfeitamente em meus planos.

Um homem magro, com um rosto mais branco do que um crânio, olhos grandes e vermelhos, um nariz chato com fendas no lugar das narinas, e uma capa tapando todo o seu corpo deixando apenas o seu rosto amostra dentro de um capuz, estava de pé em frente de Gina, que se ajoelhou ao seu surgimento mostrando um olhar vago e vazio. Aquele homem era Voldemort, mas Gina não pareceu se abalar em nada com sua chegada, muito pelo contrário, ela se ajoelhou em sua frente, segurando a espada cravada contra o chão. Ele bateu palmas e colocou a mão esquerda sobre a cabeça de Gina.

-Parabéns realmente! - voltou a falar a voz fria e aguda - Você caiu direitinho no meu plano com o vampilino, que... - ele apontou sua mão direita para o bicho estirado no chão - Felizmente já se foi, e destruído pelo seu sangue guerreiro que se encaixou direitinho com a minha espada. Agora siga-me.

Ele tirou a mão da cabeça de Gina, que se levantou e ficou de pé de costas para ele, e apenas seguiu-o até a porta da Torre. Ele empurrou a pesada porta de concreto da Torre que fez um grande e alto barulho ao colidir arrastando-se no chão. Voldemort entrou na Torre e segurou a porta, até Gina entrar e parar de pé ao seu lado.

-Sinta-se à vontade. - disse Voldemort antes de fechar a grande porta.

***

-Chega! Estou cansado! - soou Malfoy com um tom realmente casado em sua voz - Nunca vamos encontrar Gina sem nenhuma pista!

-Realmente, impossível... - Anúbis disse desanimada.

A chuva já havia acalmado, apenas uma gota aqui e ali caíam do céu, que ainda liberava uns raios perto da Torre. Os dois sentaram nos pés de uma árvore e Draco soltou um largo suspiro. Anúbis fez menção de que ia dizer algo, mas acabou fechando a boca e não dizendo nada. Draco nem percebeu que Anúbis ia dizer algo, por isso nem perguntou o que ela ia dizer, e continuou sério e calado. De repente Draco sentiu um forte calor em seu peito, e uma luz saía dele.

-O que é isso? - levantou assustado com o brilho em seu peito.

-É o amuleto! - disse Anúbis com um brilho de esperança no olhar - O amuleto está brilhando!

-E o que quê tem? - perguntou Draco estressado.

-Acho que ele vai te dar uma pista de onde Gina está. - disse Anúbis.

O amuleto levantou, puxando a corda que o envolvia ao pescoço de Draco para cima e apontou para o Oeste, direção da Torre. De repente ele desceu violentamente batendo contra o peito de Draco, que deu um grande gemido e foi empurrado para trás. O amuleto parou na posição anterior, sobre o peito de Draco, ainda brilhando intensamente com uma luz dourada.

-E o que isto significa? - perguntou Draco com a voz enfraquecida pela porrada que havia levado do amuleto.

-Significa que a Gina está em perigo. - disse Anúbis preocupada - E ele apontou em direção da Torre, significa que Gina está em perigo naquela direção.

-Será que Voldemort a pegou? - perguntou Draco tentando não mostrar preocupação - Será que ela está morta?

-Não, se ela estivesse morta o amuleto ia se apagar, tornando-se uma rocha negra e dura. Ela ainda está viva.

"Que bom!" - pensou Draco "Mas que diferença faz ela viva ou morta? É melhor até se ela morrer...", tentava não mostrar seus sentimentos nem em pensamento. Anúbis fez uma cara preocupada.

-Enquanto esse amuleto estiver brilhando significa que Gina está correndo perigo. - disse em tom mais sério ainda - E temos que a salvar logo.

-Melhor voarmos até lá então! - disse Draco - Afinal se irmos andando vamos demorar mais ainda não é mesmo?

A esfinge se colocou ao lado de Draco e disse:

-Monte aí!

Draco subiu e se encaixou entre as asas de Anúbis, tentando encontrar uma posição confortável ali.

-Preparado para voar? - perguntou Anúbis.

-Si-Sim! - respondeu hesitando.

A esfinge deixou suas asas bem abertas e levantou vôo. Draco, além dos cabelos castanhos de Anúbis em seu campo de visão, podia ver as asas dela batendo ao seu lado, e ver-se saindo do meio da mata e árvores, indo em direção de um céu repleto de nuvens negras, com alguns raios caindo pouco longe.

"Isso é uma loucura!" - pensou o garoto "Voando nas costas de uma esfinge para ir atrás de uma Weasley... Você já imaginou que isso ia acontecer contigo rapaz?". Ele via vários raios caindo ao longe, e mais perto da Torre um número bem maior de raios caíam, tornando aquela torre mais sinistra ainda.

Um forte vento batia contra seu rosto, fazendo o seu cabelo não tão curto esvoaçar para trás. As árvores que lá embaixo haviam, se tornaram um borrão verde embaçado por causa da velocidade que havia tomado o vôo. Agora o vento batia mais gelado fazendo um pequeno rugido em volta do rosto de Draco, que estava com as mãos sobre Anúbis congelando de frio. Voar em Anúbis em alta velocidade por cima daquela floresta gelada, era a mesma coisa que sair de moto à noite, em uma cidade fria e sem luvas. De repente Anúbis deu uma freada rápida, jogando o corpo de Draco para trás e quase o jogando longe, lá no meio da floresta. Draco bateu a cabeça nas costas dela, que não se abalou, e apenas jogou o corpo de Draco para cima de novo, o equilibrando de volta entre suas asas.

-O QUE ESTÁ ACONTECENDO? POR QUE VOCÊ PAROU? - gritou para Anúbis o ouvir, mesmo parados o vento batia forte e gelado, ainda fazendo um barulho alto.

-OLHE PARA FRENTE! - gritou desesperada.

À frente deles uns seres aéreos haviam tapado o caminho. Havia tantos deles que Anúbis nunca seria capaz de derrotá-los. Eles eram horrorosos: tinham a pele esverdeada e muito enrugada, deixando pelancas penduradas em algumas partes do corpo, tinham bocas como de velhos sem dentaduras, olhos arregalados e amarelados em volta da íris castanha, usavam um capacete de ferro, como os usado na época de príncipes e princesas pelos guardas, tinham uma lança em cada mão e também havia asas em suas costas, naturalmente, para eles poderem se manter no ar, elas eram completamente brancas e reluzentes.

-OH, NÃO! - gritou Draco.

Mas já era tarde demais, os bichos avançavam com suas lanças, e Draco e Anúbis seriam massacrados. Ao ver essa cena Draco perdeu o equilíbrio e caiu da esfinge, que havia liberado uma magia de defesa que não permitia que os bichos a tocassem. Começou a chover e Draco caía, sentindo-se como se caísse em câmera lenta.

Lá em cima ele via Anúbis, que não tinha mais o feitiço de defesa em volta de seu corpo. Ele pode ver um daqueles seres horrorosos tocando as pontas de suas lanças uma na outra e convocando uma magia, que saiu da ponta da união delas. Essa magia era um grande arco multicolor que se aproximou rapidamente de Anúbis e a tragou.

Draco sentia muito frio, mas esse frio logo passou quando sentiu seu corpo batendo violentamente no chão e seus olhos se fecharam.

***

Harry havia acabado de acordar de um pesadelo horrível, sonhara que Voldemort controlava Gina. Sua cicatriz ardia um pouco, aquele sonho tinha parecido tão real: Gina lutara contra um vampilino do tamanho de um tigre, e ao pegar uma espada se transformou, matando o bicho friamente. Depois Voldemort aparecera, a parabenizou, e depois a levou para dentro de uma torre de aparência horrível. Ela estava em uma floresta em seu sonho, uma grande floresta.

"Será que foi um sonho de premonição? Será que Gina está nas garras de Voldemort?" - pensava Harry lembrando-se das cenas horríveis de seu sonho. "Se ela estiver sendo usada por ele... Tenho que contar desse sonho para Rony!" Harry levantou e caminhou nas pontas dos pés para não acordar Mione no caminho até a cama de Rony, mas foi surpreendido com a voz da garota, que disse com a voz divertida:

-Não precisa caminhar nas pontas dos pés não, Harry! Eu já estou acordada, e dormi muito bem essa noite. - ela começou a cochichar para não acordar Rony nem Neville, que dormiam a sono solto.

-É que eu queria falar com Rony e não te acordar...

-Tudo bem. - ela respondeu.

Seu olho esquerdo parecia fora de foco, não estava normal, devia ser porque ela estava cega dele. Será que era muito ruim não poder usar um dos olhos? Harry fazia esse tipo de pergunta a si. Mione ao perceber que ele fitava os seus olhos, ficou sem graça e virou o rosto, depois disse:

-Eu estou feia né? Meu cabelo está arrepiado e embaraçado, meu olho deve estar estranho né? - perguntou com um tom de choro em sua voz.

"Realmente ela não está muito linda..." - pensou Harry. "Mas eu não posso dizer isto a ela...". Logo o garoto disse uma mentira:

-Claro que você não está feia Mione! Você está linda como sempre. - disse não muito sinceramente.

-Tudo bem. - disse ela secando algumas lágrimas bestas que cismavam em escorrer de seu rosto - Não vou mais pensar nestas coisas. Melhor acordar Rony e Neville, para partimos desse abrigo.

-Já vou acordá-los, mas e quanto ao seu olho? Você acha que ele pode ter cura? - perguntou Harry sério.

-Não sei... acho que não. Sinto como se o tivesse perdido para sempre... Sei lá, acho que ele não vai voltar a enxergar, mas pelo menos eu ainda tenho o meu outro olho, o direito, e consigo enxergar muito bem com ele. E o Rony me deu uma idéia... a idéia de colocar um olho-mágico caso não volte a enxergar.

-É uma boa idéia, além do mais se você quiser pegar alguém com uma capa de invisibilidade para aí.

-Você já pensou em ser Auror? - perguntou Mione séria - Eu penso nisso...

-Não sei. - respondeu Harry - Para falar a verdade sonho em ser jogador de quadribol, jogar na seleção e em algum time aqui da Inglaterra.

-Lá da Inglaterra. - disse Mione - Afinal não sabemos se estamos na Inglaterra, e eu acho que não. - cochichou Mione.

-É, acho que realmente não estamos na Inglaterra, sei lá devemos estar em uma área mais tropical...

-Não faço idéia de onde estamos. Mas você não ia acordar Rony? - perguntou sorrindo.

-Ia, tenho uma coisa para contar a ele.

-Ah é? O quê? - perguntou curiosa.

-Espera que conto para os dois ao mesmo tempo. - respondeu Harry.

Ele levantou dos pés da cama de Mione, onde havia sentado para conversar, e caminhou até a cama de Rony.

-Rony... - cochichou ele batendo nem tão delicadamente em seus ombros.

Rony acordou com uma careta horrorosa e sentou com seu tufo ruivo e despenteado, colocando a mão sobre o ombro que Harry utilizou para acordá-lo

-Ai, meu ombro! - resmungou ele.

-Bom dia. - disse Harry - Tenho uma coisa para te contar...

-Já amanheceu? - perguntou ele esfregando os olhos.

-Já são nove horas da manhã. - respondeu Harry.

-Hora de acordar então. - disse Rony tirando o travesseiro de suas costas e atacando na cabeça de Neville, que dormia em uma cama no outro oposto do quarto - NEVILLE!

-Ai! - gritou Neville ao ser atingido pelo travesseiro - Quem foi o idiota?

-Rony! - disse Mione brava.

-Ah, bom dia Mione! - disse Rony.

-Bom dia também. - disse Neville para Mione, dando um grande bocejo em seguida.

-Bom dia para os dois. - respondeu Mione por educação.

-Está se sentindo melhor hoje? - perguntou Rony.

-Sim. - respondeu ela - Estou me sentindo perfeita, fora o meu olho...

Neville pegou o travesseiro e atacou de volta em Rony, acertando em cheio o seu nariz.

-Por que você me acordou daquele modo? - perguntou revoltado referindo-se ao momento em que Rony jogou o travesseiro nele para o acordar.

-Oras, porque estava na hora de acordar e você teria de acordar de qualquer modo. Então uma travesseirada é um modo bem fácil de acordar alguém, não é? - perguntou fazendo outra careta.

-Resumindo: porque ele é um babaca. - disse Mione revoltada.

-Desculpa... - disse Rony abaixando a cabeça.

-Tudo bem. - disse Neville.

-Mas o que você tinha de contar para Rony, Harry? - lembrou Mione.

-Ah, é claro. Eu tive um péssimo sonho Rony, com a Gina.

-Com Gina? Você viu Gina em um sonho? - perguntou sentando-se mais perto de Harry, mas ele levantou e sentou na cama em que ele havia dormido.

-Sim, e nesse sonho ela estava lutando contra um vampilino do tamanho de um tigre, depois ela caiu em um lago e ao pegar uma espada saiu raivosamente contra o bicho, matando ele friamente. Depois Voldemort - todos estremeceram ao ouvir esse nome - apareceu a parabenizando, e a levou para dentro de uma torre muito feia. E o lugar em que ela lutava contra o vampilino grande era uma floresta.

-Meu Deus! - disse Rony - Será que Você-Sabe-Quem está com ela? Será? Precisamos procurar essa floresta!

-Mas pode ter sido só um sonho. - disse Neville.

-Ai, não vem com essa estória de sonho de novo não, Neville. Você falou que meu sonho quanto a Harry devia ser só um sonho e ele realmente foi atacado por dementadores. Acho que esse sonho deve ser um tipo de visão.

-Eu também acredito nesse sonho. - disse Mione - Eu acredito que às vezes os sonhos podem nos mostrar algo que vai acontecer, ou já está acontecendo. E Gina deve estar correndo perigo.

-E Malfoy? Você viu Malfoy em seu sonho? - perguntou Neville.

-Não, só Gina.

-Mas eles não sumiram juntos? - perguntou Neville.

-Sumiram, mas isso não significa que eles tenham sumido realmente "juntos", e eles podem não estar mais um junto com o outro, confusões que podem ocorrer nesse lugar é algo que facilita muito uma pessoa se perder da outra. - disse Harry.

-É, acho que eles não estão juntos. - disse Rony - Por mim Draco está morto.

-Que horror, Rony! Não se deve desejar a morte a alguém dessa maneira.

-Mas por mim ele deve estar morto mesmo. - disse Rony emburrado.

-Desse jeito a gente nunca vai dar certo juntos! - protestou a garota.

-Vocês estão juntos? - perguntou Neville se mostrando surpreso - Vocês estão finalmente juntos?

Rony abaixou a cabeça escondendo as bochechas que ficaram vermelhas, Hermione idem. Depois ela disse de cabeça ainda baixa:

-Para falar a verdade ainda não estamos "juntos"... falta só um empurrãozinho... - disse sem graça.

Rony levantou e caminhou com o rosto mais vermelho do que um pimentão, até a cama de Mione. Ela sentou na cama apoiando seus pés no chão. Rony se aproximou mais e segurou as mãos da garota delicadamente. "Que mãos macias..." pensou ele.

-Hermione, você me aceita em namoro? - agora o seu rosto não estava mais tão vermelho, mas suas bochechas ainda estavam levemente coradas.

Os dois ficaram se olhando. Rony estava com um olhar mágico e apaixonado, e Hermione estava com um olhar brilhante, com pequenas gotícolas de lágrimas caindo de seu olho direito. Hermione não o respondeu com palavras, apenas o deu um abraço, um abraço muito carinhoso, e reconfortante naquele instante. Ela estava se achando tão feia e indesejável, e Rony a pediu em namoro... era o momento mais feliz no último mês que Hermione havia passado. Ela soltou dele, e olhou de novo profundamente em seus olhos, depois disse:

-Claro que eu o aceito em namoro. - disse muito feliz.

-Agora o beijo! - disse Neville.

-Beijo? - disse Rony confuso e vermelho.

-Não os deixe sem graça. - disse Harry - Olha gente, esse momento foi lindo, mas temos que fazer algo em relação a Gina.

Todo o momento mágico dos dois passou, ao serem lembrado de Gina. Toda a preocupação que havia se esvaziado do peito dos dois voltou com mais peso: Gina poderia estar correndo um grande risco nas garras de Voldemort e eles ali pensando em namorico! Eles precisariam ir à procura de Gina e da torre que ela supostamente estaria. Mas onde será que essa torre ficava?

-Mas onde você disse que ficava a torre mesmo? - perguntou Mione tentando fingir que não havia tido uma declaração há um minuto.

-Em uma floresta, uma grande floresta. - disse Harry.

-Uma floresta? - perguntou Rony.

-É, uma floresta... eu lembro de ter visto uma floresta enquanto procurava o ovo de Dinossér, passei ao lado de uma grande floresta, devia ser esta a floresta em que a torre está. - disse Harry pensativo.

-Então vamos nessa floresta, se essa torre for realmente alta vai dar para ver ela ao longe, de fora da floresta.

-Vamos então. - disse Neville - Se ficarmos aqui enrolando nunca vamos a encontrar. Sem dizer que não agüento ficar mais nesse abrigo.

-Você está em condições de partir, Mione? - perguntou Harry.

-Claro. - a garota assentiu.

Hermione levantou, e logo todos estavam de pé. Harry pegou sua Firebolt e saiu pela porta do dormitório, logo todos o seguiram e o dormitório estava vazio.

No próximo capítulo...

Em que será que Gina vai ser usada nos planos de Voldemort? Draco caiu de Anúbis que foi atacada por aqueles monstrinhos horrorosos, qual será o destino dele agora que vai seguir sem Anúbis que foi tragada por um portal mágico? E Harry e os outros? Será que eles encontrarão Gina?