Uma Viagem Inesperada

Capítulo 19 - Avada Kevadra

Draco estava caído em um canto do térreo da Torre, com Gina apoiando sua cabeça em seu ombro. Mas ao aquela imagem aparecer na frente deles e dizer 'O que você acha que está fazendo aí parado? E com ela ainda!', Gina tirou sua cabeça do ombro de Draco, que se mostrou surpreso. Era Lúcio, usando uma capa negra, assim como a que Voldemort usava. Ele fitava Draco com um olhar terrível, e para Gina ele nem olhava como se ela fosse invisível. Ele tinha em sua mão esquerda uma bengala preta, com uma cabeça de cobra em sua ponta, e cobria a sua cabeça com um gorro, e ao tirar esse gorro ele mostrou seu cabelo loiro, liso e escorrido, que estava seboso, parecendo não estar sendo muito bem cuidado nesses últimos dias. Mas Draco sempre via Lúcio impecável, seu cabelo sempre penteado e limpo, ele não devia ter tido muito tempo para cuidar dos cabelos nesses últimos dias.

-Vamos Draco, se mexa! Vai ficar aí jogado no chão mesmo? - perguntou exigentemente lançando um olhar desconfiado ao filho.

-Eu estou com a perna quebrada pai. - disse manhosamente.

-Senhor! - disse ele bravo - Não me deve chamar de pai em público. Eu sou o seu pai, mas não gosto de ser chamado assim em público, já não te falei?

-Desculpe... - disse Draco de cabeça baixa.

-Mas você não é pai dele? - perguntou Gina.

-Seus pais não te deram educação, Weasley? - perguntou ele impecavelmente - Deve se referir a alguém mais velho como senhor ou senhora.

-Mas ele não é o seu filho, senhor? - disse Gina tentando esconder sua irritação.

-Estupefaça! - Gina caiu inconsciente no chão - Vamos, levante-se!

-Mas eu não consigo! - disse Draco irritado.

Lúcio soou algo que fez Draco levantar e ser empurrado para frente.

-Ai!!! - gritou o garoto ao ser puxado - Minha perna...

Ele caiu no chão novamente, ao lado da espada que havia tirado de Gina. Lúcio o olhou com o olhar mais desprezível que Draco já havia visto sair do rosto dele, aquele olhar fez Draco se sentir inútil e miserável. Ele gostava muito de seu pai, admirava como ele era mau e impiedoso sempre. Draco seguia sua linha, sempre queria tirar vantagem de algo, e a pessoa que disputasse com ele teria que se dar mal. Ele ainda seguia essa tese, mas nem se sentia mais tão mau assim, pelo menos ao lado de Gina. Ele estava sentindo uma vontade imensa de levantar, empurrar o seu pai para longe e correr de lá com Gina. Mas nem que quisesse fazer isso (além de não ter coragem), não estava em condições de levantar naquele instante. Gina estava caída atrás deles, ele olhou para ela. "Ela está desmaiada tão sutilmente que parece um anjo... Que pensamento mais brega!" - pensou Draco.

-Você é um inútil mesmo! O que andam ensinando em Hogwarts? Não acredito que você não saiba uma simples magia para juntar ossos quebrados?

-Não. - respondeu Draco.

-Ai meu Deus! Não acredito que não te ensinaram isso em Hogwarts ainda! Absurdo! - disse Lúcio nervoso.

Lúcio se aproximou e se ajoelhou ao lado do filho, apontou sua varinha para sua perna quebrada e soou uma palavra que Draco não ouviu por não estar prestando atenção, pensando em fugir dali com Gina. Sentiu seus ossos se juntarem e isso doeu um pouco. Depois Lúcio fez o mesmo com o braço dele, que se juntou rapidinho, causando uma dor um pouco mais forte do que na perna.

-Pode se levantar. - disse Lúcio.

Draco levantou. Era tão bom estar de pé! Ter a perna e o braço úteis era tão bom! Draco não imaginava que algum dia ia dar tanto valor a eles. Em um ato de loucura o garoto puxou Gina do chão a colocando no colo. Quando ia sair correndo com ela Lúcio disse:

-Muito bem filho, leve ela no colo que veremos o que Voldemort fará, não sei se ele vai querer que ela morra agora ou mais tarde. - disse irônico, parecendo saber dos sentimentos do filho - Ah, e hoje após triunfarmos sobre o cadáver do Potter vamos fazer uma "festinha", comemorando a entrada de um novo comensal para a equipe: Draco Malfoy.

Tudo que ele não queria que acontecesse estava acontecendo.

Lúcio entrou numa porta e foi seguido por Draco, que tinha Gina em seu colo e logo aquele cômodo estava vazio.

***

Harry abriu os olhos e se viu preso naquele alvo que Gina estava presa anteriormente. Em sua volta ele via uma péssima situação: em um canto oposto a ele Neville amarrado no chão inconsciente, Rony não estava amarrado, estava sentado aos seus pés, no canto esquerdo do alvo, Hermione estava sentada, sem estar amarrada assim como ele, no outro canto do alvo. Voldemort não se encontrava ali agora, nem Pedro, nem nenhum Comensal. Aquilo estava muito estranho...

-Rony, Hermione! - cochichou ele em tom apreensivo - Por que vocês estão aí sentados sem fazer nada? Levantem-se, me desamarre, e desamarre o Neville também para nós todos fugirmos.

Mas nem Rony, nem Hermione o responderam nada. Harry insistiu e nada! Por que eles não respondiam a ele? Aquilo era muito estranho.

-Por que vocês não estão falando comigo? - insistiu o garoto.

-Porque eles não estão especificamente aqui. - a voz calma de Lúcio invadiu o lugar - Eles estão com uma certa "maldição imperdoável". Não vão ouvir o que você tem a dizer...

Lúcio surgiu ali, com Draco ao seu lado segurando o corpo inconsciente de Gina ainda em seu colo.

-Ponha ela ali, ao lado do Longbotton, e a amarre também. - ordenou Lúcio exigente.

-Tudo bem, senhor. - disse Draco caminhando em direção de onde Neville estava amarrando.

-Você é traidor mesmo! - gritou Harry do alvo para Malfoy - Disse que estava do nosso lado, mas nos traiu!

-Muito bem filho, traição é um grande método para conseguir certas coisas. E você agiu perfeitamente bem. - Lúcio disse em um tom perfeitamente irônico, como se soubesse que tudo que dizia não era verdade.

Ele devia saber que no fundo Malfoy o decepcionaria muito se ele não agisse dessa forma, tão exigente e o pressionando. Mas Draco queria que o Potter, o Weasley, a Granger ou o Longbotton fossem explodidos pelo Voldemort, mas Gina ele queria salvar desse triste fim. Ela era uma pessoa tão boa e uma pessoa tão vívida, ao mesmo tempo que egoísta e briguenta. Draco gostava dessa combinação dela, por isso ela não merecia morrer ainda. "O que ele mal sabe é que na verdade estou o traindo!" - pensou Draco. "Afinal, eu quero que Gina viva, e não vou a deixar morrer."

-Traidor! - gritou Harry mais feroz.

-Eu já te disse que estou do seu lado? - perguntou Draco - Eu só disse que ia salvar a Weasley... - ele não podia demonstrar ao seu pai que queria realmente salvar Gina - Mas foi um bom método não foi? Fingi estar interessado apenas em protegê-la, mas tudo não passou de uma engenhosa armadilha para eu ter Gina em meus braços e fazer ela de boba, não a deixando sair da Torre e escapar das garras do mal, afinal, ela poderia fugir e pedir ajuda para derrotar Voldemort aqui.

-Pedir ajuda para quem? - perguntou Harry irritado com essa história.

-Oras... para centauros por exemplo. Existem centauros nessa floresta, e eles sempre andam muito bem armados. Eles poderiam dar uma pequena dor de cabeça a Voldemort, não que ele não mataria a todos.

-Você é nojento... - Harry soou raivoso.

-Muito bem filho, agora você está me convencendo. Como pude achar que esteve realmente ao lado do Potter? - Lúcio se perguntou colocando a mão ao queixo. Parecia estar acreditando em Draco agora.

-Você achou que ia ajudar a um Potter nojento? - Draco estava gostando da história agora, de fato não estava afim de ajudar ele mesmo.

Ele deu um nó fraco em Gina, a deixando muito mal amarrada ao lado de Neville.

-Deu aquele nó que eu te ensinei nela, não foi? - Lúcio estava se referindo a um nó super cego e resistente que ensinou a Draco quando ele era criança.

-Claro. - respondeu Draco mentindo.

-E meus amigos? Como eles ficam? - perguntou Harry se entristecendo - Eles estão sob efeito de qual maldição? A Imperius não é?

-Isso mesmo Potter, Voldemort os colocou essa maldição, ele quer controlá-los, e acho que ele está aprontando algo terrível para mandá-los fazer. - disse Lúcio.

Voldemort aparatou na sala, e ao aparecer Rony e Hermione levantaram, fizeram uma reverência e se mantiveram em pé. Ele tinha um gorro cobrindo o seu rosto. Logo muitos outros comensais surgiram na sala, e ao invés de usarem as máscaras como usavam antigamente, estavam cobrindo os seus rostos da mesma maneira que Voldemort e Lúcio, que estava usando a capa preta e o gorro cobrindo o rosto.

-Uma convenção como você pode ver Potter. - disse Voldemort com sua voz sombria e aguda.

Ao ver essa cena Harry se lembrou profundamente do cemitério em que esteve no ano anterior, muitos comensais, ele preso... Só que lá tudo era mais trágico, afinal Cedrico havia acabado de morrer e Harry se sentia miserável e assustado. Agora Harry não sentia medo de Voldemort, nem se sentia triste, estava com uma raiva profunda. Ninguém estava morto ainda e Harry sentia esperança de que no fim tudo iria dar certo.

-Vamos nos divertir agora. - disse olhando rapidamente para os comensais e lançando seu olhar devolta a Harry - Granger, que tal... dar um soco no estômago do Potter?

Hermione se aproximou de Harry e investiu a mão violentamente contra o estômago do garoto.

-É divertido, não é? Os seus próprios amigos te batendo, e eles vão te fazer sofrer muito hoje e depois acho que vou os jogar fora. Que tal os jogar da janela da Torre, 1000 metros da altura? - perguntou com uma risadinha baixa saindo de sua boca.

Logo todos os comensais riam, menos Draco que estava emburrado atrás de todos comensais. "Aonde isto é divertido? É entediante ficar vendo a Granger ficar batendo no Potter, se ela fosse o matar ainda... seria muito mais divertido." - pensava Draco ao ver uma nova cena: Rony estava dando um chute em Harry.

-Muito bem, muito bem. - disse Voldemort - Agora podem parar, sentem-se como estavam anteriormente.

Hermione e Rony sentaram-se um em cada canto do alvo. Malfoy ouviu um barulho de pano atrás dele, era Gina que havia acordado e estava se desamarrando. Logo ela estava livre da corda e levou a mão a boca olhando para Draco em sinal de silêncio. Mas Voldemort pareceu perceber que algo estranho estava acontecendo ali atrás e logo se virou para lá, empurrando todos comensais que estavam na frente do seu campo de visão, apenas apontando a sua varinha para eles e fazendo-os voar para os cantos. Logo viu Draco, e atrás dele Gina de pé e acordada.

-Mentiroso... - sussurrou Lúcio.

-Agora lembrei de algo muito importante. - disse Voldemort - Hoje iremos ver um novo comensal ser nomeado. Venha cá Malfoy. E você garota, espere sua vez. - ele apontou sua varinha para ela a empurrando contra a parede, e fazendo-a cair sentada no chão.

Malfoy caminhou lentamente até Voldemort parecendo amedrontado. Voldemort tirou o capuz revelando seu rosto horroroso e seus olhos vermelhos. Draco parou a sua frente, e fez o que achou que deveria ser feito, se ajoelhou aos pés de seu futuro mestre. Ele colocou a mão na cabeça de Draco e disse:

-Pode se levantar agora. - Draco se levantou - Você deve jurar lealdade a mim, e se algum dia você me trair será morto, entendeu?

-Sim... - disse Draco nervoso - Eu juro lealdade.

-Está mentindo! - Draco levou um chute no estômago e caiu ajoelhado no chão.

-Eu juro lealdade meu mestre. - disse Draco com a voz rouca pelo chute no estômago.

-Então prove, faça o que eu mandar, caso contrário será morto.

Draco olhou para o seu pai, será que ele deixaria Voldemort matá-lo assim? Lúcio ao receber o olhar de seu filho passou a mão no pescoço como se tivesse o cortando. Aquele sinal não era coisa boa...

-Você deve matá-la! - disse Voldemort olhando para Gina que estava caída no chão - E não há problemas em você ser menor e essa magia ser rastreada pelo ministério, ele não alcança aqui onde estamos, nunca vai descobrir que você usou a Avada.

-Tu-tudo bem. - Draco se levantou e fitou Gina no outro lado da sala, Gina o lançava um olhar assustado.

-Não faça isso! - gritou Harry.

-Granger! - disse Voldemort antes de Mione dar outro soco no estômago de Harry, que ficou quieto rapidinho.

Draco ficou um minuto olhando para o rosto assustado de Gina, que cochichava sem força, e assustada: "Não faça isso... não faça isso...". Mas as vozes dos comensais insistiam que ele deveria matá-la logo.

-Vá Malfoy!

-Dê uma lição nos Weasleys!

-Essa sonsa merece morrer!

Ao ouvir essa frase Draco quase falou: 'Ela não é sonsa', mas segurou essa vontade.

-Vamos Malfoy, quer morrer? - perguntou Voldemort apontando sua varinha para ele.

"Ou ela ou eu... ela! Afinal, se ele me matar vai matar ela depois. É mais inteligente eu matá-la e não ser morto em seguida.". Com a pressão de Voldemort Draco foi obrigado a virar para Gina e apontar a varinha para ela.

-Não faça isso! - gritou Harry antes de levar um soco de Rony dessa vez.

-Não, Draco... - cochichou Gina se levantando, deixando escapar uma lágrima do olho.

-Me desculpe... - cochichou Draco deixando uma lágrima discreta escapar de seu olho também.

Os dois lançaram um olhar que pareceu eterno, e com muito sacrifício Draco disse:

-Avada Kevadra!

-NÃO!!! - gritou Harry.

Gina caiu dura no chão.

No próximo capítulo....

Sem comentários do próximo capítulo... Não quero comentar nada para não entregar.

N.A: Oi gente! Que bom que vocês mandaram mais reviews no capítulo anterior! Estou esperando ansioso reviews para esse. Os agradecimentos: Tha Malfoy, Ly Malfoy, Bella e Aline Potter. Já vou adiantando que o próximo capítulo vai ser deeeeeeeemaaaaaaaais!!! A Biba e a Nessa amaram (agradeço a vocês nesse cap como sempre). Também agradeço a Monikita, que me mandou e-mail.

Bjos e até o próximo capítulo!

Não posso deixar de dizer que estou ouvindo a minha música preferida do cd Away From the Sun da banda 3 Doors Down: Going Down In Flames. É D+, quem puder baixar...