AS ESTRELAS NÃO TÊM NADA A VER COM ISSO

Autora: Madam Spooky
E-mail: spooky_rae@terra.com.br

Retratação: As personagens de Rurouni Kenshin pertencem a Nobuhiro Watsuki, não a mim. Não tenho intenção de obter lucro com este fanfic, apenas divertir fãs do anime.

N/A: Mil desculpas pela demora!!! Gripe, matéria acumulada, defeito no computador... Foi praticamente uma conspiração. Fora isso, eu andei reescrevendo esse capítulo umas tantas vezes... Minha intenção era escrever a história inteira na primeira pessoa, mas cheguei a conclusão de que algumas coisas importantes ficariam irremediavelmente de fora, e voltei ao rascunho inicial, na terceira. Devo voltar com o Kenshin narrando no último capítulo.

Bom, chega de conversa, divirtam-se!

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Capítulo 1 - Tudo Começou...



Uma Semana Antes

Sanosuke sempre teve orgulho de ser um homem sem raízes. Gostava de viver por aí, de um lado a outro, sem saber o que esperar do instante seguinte. Não tinha uma casa. O lugar no subúrbio onde vivia tinha sido ocupado por ele como estadia provisória quando chegara aquela cidade, isso graças à bondade de um senhor que salvou de um bando de arruaceiros certa vez, mas de quem nunca se preocupou sequer em aprender o nome. Muitos podiam rir e zombar que o grande Zanza vivia de caridade, mas nenhum poderia negar o quão agradável era ter um teto sobre sua cabeça quando a noite caía fria e desapiedada, ainda que a maneira como o conseguira não tivesse sido a mais admirável.

E era assim que ele via o lugar onde vivia, como um teto e nada mais, mas sempre agradecido aos céus por não ser um dos tantos em situação pior do que ele. Seu espaço não era um lar. Mas quem precisava de quatro paredes apertadas quando tinha o mundo inteiro para chamar de minha casa?

Quanto tempo fazia mesmo, desde que chegara a Tokyo? Podia se lembrar de ter sido há menos de um ano atrás. Naquela época chamaria de maluco quem tivesse lhe dito que ficaria por tanto tempo, mas foi exatamente o que acontecera. Ali ele reencontrara seus antigos ideais, reencontrara o Sanosuke Sagara que deixara para trás no dia em que a cabeça de seu capitão foi exposta em praça pública tantos anos antes. Ali ele encontrara mais amigos do que jamais imaginara chegar a ter e acabara ficando e esquecendo de todo o mais. O tempo foi passando e o dia da partida nunca chegara, mas agora, apesar de tudo o que encontrara naquela terra, começava a sentir seu espírito aventureiro inquietar-se, clamando por novos ares, sentindo a velha conhecida necessidade de conhecer novas terras palpitando no peito com uma insistência dolorosa. O Japão já tinha lhe dado sua quota de aventuras.

Foram esses pensamentos, cada vez mais insistentes, que o levara a caminhar naquele dia até o dojo Kamiya. Falaria com Kenshin sobre aquela necessidade súbita de partir e perguntaria o que ele pensava. Aquilo poderia a princípio parecer mais um plano para conseguir comida grátis - e já que estava indo até lá em plena hora do almoço, não recusaria o convite -, mas acima de tudo, precisava mesmo ouvir o que Kenshin Himura, o amigo que devolvera sua fé nos homens e a pessoa em quem mais confiava tinha a dizer. Ele sempre parecia ter as palavras certas em todas as ocasiões e Sano sabia que lhe daria uma resposta esclarecedora. Kenshin não o deixaria ir se ele não estiver fazendo a coisa certa.

Quando deu por si, já estava na frente do dojo. O portão estava aberto como se o convidasse a entrar. Estranhamente, não se ouvia nenhum barulho lá dentro. Àquela hora da manhã, Kaoru e Yahiko já deveriam estar praticando e eles sempre faziam uma verdadeira guerra durante os treinos. Sano pensou um pouco. Talvez os dois tivessem ido a um dos dojos vizinhos, onde Kaoru dava aula de vez em quando. Isso seria muito bom, pois poderia falar com Kenshin sem ser interrompido. Por enquanto preferia que ninguém mais soubesse daquela sua idéia de ir embora, especialmente Kaoru. Ela contaria a Megumi e sua história com a doutora era algo complicado, em que teria ainda que pensar. Ele contaria a todos no momento certo.

Sano atravessou o portão devagar, decidido a não fazer barulho. Achava que o mais prudente seria primeiro investigar se Kenshin estava realmente sozinho e evitar surpresas. Podia imaginar o escândalo que seria se começasse a falar e Kaoru aparecesse de repente. Ela gritaria com ele como uma educadora que pegou um menino no meio de uma travessura, censurando-o por pensar em ir embora e deixar sua amiga sozinha, indefesa, desamparada e todos os adjetivos que podem se enquadrar a todas as mulheres no mundo, com exceção da doutora Raposa. Em seguida sairia correndo em direção a clínica antes mesmo que ele pudesse impedi-la, com sua versão cheia de opiniões acusadoras e frases do tipo "deixe-o fazer o que quiser, aquele idiota não vela a pena", que ele considerava típicas das mulheres.

Nenhum sinal de vida no quintal nem no alpendre e o salão de treinamento continuava no mais profundo silêncio. Ele seguiu em frente, passando direto para a cozinha. Kenshin costumava passar as manhãs absorto entre uma das duas atividades que regiam sua existência: lavar roupa ou cozinhar. Levando em conta que a tina que ele sempre usava na primeira podia ser vista secando sob o sol, completamente vazia, Sano imaginou que já tivesse terminado sua seção diária de 'treinamento'. Era uma idéia louca, até mesmo engraçada, mas de vez em quando se pegava imaginando se toda a roupa que lavara na vida tinha sua parcela de crédito na força e resistência sobre-humana de Kenshin. O ex-rurouni parecia ser capaz de deixar qualquer peça de roupa imaculada por pior que estivesse e ele não podia negar que aquilo era um talento, ainda mais quando ele mesmo não conseguia deixar a própria roupa em um estado decente de uso quando se dignava a lavá-la e sempre acabava por recorrer a doutora.

Então tinha sobrado o almoço, outro talento natural de Kenshin, se é que ele não devia generalizar e classifica-lo logo como homem do lar. Almoço estava perfeito, ele mataria dois coelhos com uma só cajadada. Eles até poderiam comer enquanto conversavam. Estava quase sentindo o cheiro do peixe assado e bolinhos de arroz, mas não sabia se por eles realmente existirem ou pela auto-sugestão. Outro pensamento engraçado o assaltou: talvez Kenshin não tivesse talento para tarefas domésticas, talvez ele fosse mágico como os homens que ele já vira cortando ao meio pessoas dentro de caixas nos festivais. Só um mágico para fazer com que a pouca comida que Kaoru conseguia comprar e os pouquíssimos peixes burros o suficiente para morderem a isca do péssimo pescador que Kenshin era, desse para alimentar três pessoas e ocasionais convidados - ele mesmo, na maioria das vezes. Sano às vezes se compadecia do ex-rurouni. Perguntava-se se trabalhar o dia inteiro em casa como uma mulher era realmente o que ele desejava para si o resto da vida. Será que era feliz como estava? Será que seu espírito não olhava a estrada nostalgicamente de vez em quando?

Ao chegar a porta da cozinha, Sano parou e espiou lá dentro. Kenshin estava de costas, com um esfregão entre as mãos, limpando com afinco qualquer coisa que caíra no chão. Na falta de roupa para lavar e comida para fazer, Kenshin sempre pode se distrair com um esfregão, ele não esperaria menos do amigo. De repente, o ruivo parou e olhou para cima pensativamente, com um olhar que Sano descreveria como meio bobo se estivesse em um ângulo de onde pudesse vê-lo de frente. Quando o ex-lutador estava prestes a revelar sua presença, Kenshin virou o esfregão para cima, pigarreou e disse:

- Kaoru, eu...

Sanosuke estancou no mesmo lugar, incrédulo. Kenshin estava falando com o esfregão? Mais estranho ainda: Kenshin tinha chamado e esfregão de Kaoru?

Tão absorto estava em fosse lá o que pensava estar fazendo, Kenshin continuou sem perceber o amigo do outro lado da porta. Não sentiu a presença, não escutou a exclamação de surpresa que ele deixara escapar diante da cena, sequer sentiu o cheiro das roupas que imploravam por sabão e água. Apenas continuou fitando o esfregão com aquele mesmo olhar apaixonado enquanto tentava dizer algo que parecia estar preso em sua garganta.

- Kaoru, eu sei que sou... que sou... apenas um... um... vagabundo de estrada... Não! - ele abaixou o esfregão e deu uma tapinha na própria cabeça. - Um vagabundo de estrada, Himura? - perguntou a si mesmo. - O que são os dez anos como rurouni perto dos cinco como Battousai? Responda!

Sano continuava escutando, cada vez mais perplexo. Em sua mente, três possibilidades se formaram: 1. Kenshin era um homem normal sentindo-se levemente perturbado aquele dia e resolvera falar consigo mesmo para aliviar a tensão. Possibilidade imediatamente descartada. Desde quando o homem que abrira caminho para o Japão entrar em uma nova era e que agora era viciado em lavagem de roupa e andava por aí com um gi rosa pode ser considerado uma pessoa normal? Ele devia ter tido um breve bloqueio mental para ter sugerido uma coisa dessas. 2. Estava presenciando uma discussão entre Kenshin Himura, o andarilho, e Battousai, o retalhador. Uau! Isso sim seria uma cena e tanto. Seu melhor amigo discutindo com seu alter ego levemente (levemente?) perturbado bem na sua frente... Fascinante se ele não tivesse chamado o esfregão de Kaoru. 3. Uma alternativa brilhante, lógica e provável: Kenshin ficou saturado de ser tratado como ama do lar e finalmente ficou maluco. Ou talvez Megumi tenha deixado algo escapar nos exames depois da última luta, ele tenha batido com a cabeça mais forte do que ela imaginara e agora estaria confundindo um esfregão com Kaoru...

Foi vez de Sano dar um tapa na própria cabeça. Confundir um esfregão com uma mulher... Pois sim... Só ele mesmo para pensar em uma coisa tão idiota. Não é a toa que todos o chamavam de burro.

Ele olhou para dentro da cozinha mais uma vez. Kenshin encarava o esfregão novamente, agora balbuciando qualquer coisa ininteligível.

- Ele ficou louco mesmo...

- Kaoru! - disse Kenshin de repente e olhou para o outro lado, como se evitando olhar nos olhos da garota, ou melhor, nas cerdas do utensílio de limpeza. - Eu tenho algo muito importante para te dizer... - ele respirou fundo outra vez e passou a respirar de uma maneira estranha, como Sano nunca o vira fazer nem mesmo em batalha. Kenshin parecia nervoso. Extremamente nervoso enquanto esperava... Que o esfregão respondesse? - É uma coisa que venho sentindo já há algum tempo... Uma coisa sobre a qual nós precisamos conversar...!

Nos próximos cinco minutos o silêncio reinou. Kenshin parecia ter se convertido em uma estátua, enquanto Sano pensava se continuava testemunhando a ridícula cena ou arrastava o amigo para a clínica de uma vez por todas.

- Droga! - gritou Kenshin, quebrando o silêncio. Sano deu um salto, o coração batendo rapidamente. O ex-rurouni não costumava ter esse tipo de atitude, mas ele não parecia ter se convertido em Battousai. Pensando bem, seria muito estranho se Battousai viesse à tona apenas porque um esfregão não respondera a seus apelos. No mesmo instante, Kenshin largou o objeto com força no chão e desabafou: - Droga, Kaoru! É tão difícil assim dizer que eu te amo? Não deveria ser...

Ele sentou-se no chão com a cabeça ruiva para baixo e Sano tratou de sair dali o mais rapidamente possível, evitando dar as costas à porta da cozinha. Agora que o espadachim desistira da brincadeira, logo perceberia sua presença e ele não queria que isso acontecesse. Por um lado seria ótimo zombar de Kenshin para o resto da vida com essa história de declarar o amor para um esfregão. Por outro, ele era seu amigo e precisava de ajuda. Não de ajuda com a cabeça, como pensara minutos antes, mas de ajuda com o coração.

"Minha especialidade...", pensou Sano.

Em seguida, pôs-se a imaginar como seria Kenshin e Kaoru juntos e realmente apaixonados. Ele tinha certeza que Kaoru sentia algo por Kenshin e sempre achara que os dois acabariam por ficar juntos, ainda que fosse apenas pelo profundo agradecimento que Kenshin sentia por ela. Ele nunca tivera a menor desconfiança de que o espadachim ruivo também a amasse. "Provavelmente ele vai servir de escravo para ela o resto da vida, mas se é assim que ele se sente feliz, quem sou eu para discordar?"

- Muito bem, Kenshin! - disse Sano em voz alta. - Parece que Sanosuke Sagara ainda não pode partir. Uma última batalha me espera... - uma imagem de Kenshin falando com o esfregão lhe voltou a mente, fazendo-o concluir desanimado: - E parece que esta vai ser bem mais difícil do que qualquer outra que eu já tenha enfrentado.

Dizendo isso, Sano voltou a entrar no dojo, dessa vez fazendo até mais barulho do que o necessário, de modo a anunciar sua presença. Já estava ali mesmo, por que não um almoço grátis?

* * *

Mais Tarde

Tae deixou escapar um suspiro agoniado ao olhar mais uma vez para as caixas amontoadas no meio do restaurante Akabeko. Estava furiosa não só pelos imbecis dos carregadores tê-las deixado na passagem dos clientes, mas principalmente por ao invés do sake que pedira, terem trazido uma tal bebida exótica dos trópicos, mais forte do que qualquer uma que fosse comum no Japão.

- Elas têm um cheiro ruim. - disse Tsubame aproximando-se das caixas. Tae sequer a vira chegar. Estava muito ocupada fantasiando uma morte lenta e tortuosa para o responsável por aquela enorme mancada. - Tia? Você está bem?

Tae forçou um sorriso e balançou a cabeça afirmativamente. Não disse nada. Sabia que se pronunciasse uma palavra que fosse, não conseguiria continuar controlando-se e explodiria em insultos contra o distribuidor daquela bebida esquisita cujo terrível odor estava impregnando todo o restaurante.

- O que vamos fazer com tudo isso? - perguntou Tsubame.

- Yahiko!!!!!!!! - Tae gritou tão alto que todos no lugar a fitaram assustados, inclusive sua jovem ajudante. Ela cerrou os punhos e sorriu para disfarçar. Não estava com ânimo para ouvir reclamações. Era bom que todos continuassem comendo e não a importunassem.

Menos de dez segundos se passaram antes que Yahiko aparecesse correndo. Ele olhou de Tsubame para Tae, que na sua opinião parecia estranha, e enxugou a testa com a manga do gi. Estivera trabalhando lá fora, no sol, até então, e naquele dia estava fazendo um bocado de calor.

- Estou aqui. - falou por fim.

- Me ajude aqui. - pediu Tae enquanto caminhava na direção das caixas. - Vamos levar isso tudo para o armazém antes que eu me aborreça ainda mais. - ela ergueu umas das caixas e entregou a Yahiko. Ele obedeceu sem questionar apenas lançando um olhar interrogativo a Tsubame que lhe respondeu com um quase sussurrado "depois nós conversamos". - Imagina se vou servir isso aos clientes. - continuou Tae, falando mais para si mesma que para o garoto. - Não consegui manter o Akabeko aberto por tanto tempo e manter nosso nome comercializando qualquer coisa...

A jovem mulher continuou resmungando durante todo o tempo em que passaram transportando as caixas de um lado a outro. Quando terminaram, ela liberou Yahiko para ir para casa e saiu com a intenção de banhar-se. O dia estava realmente quente e o exercício de transportar toda a estranha bebida não ajudara.

- O que será que ela vai fazer com tudo aquilo? - perguntou Tsubame enquanto oferecia a Yahiko um copo de água.

- Eu não sei. - ele respondeu arrebatando o copo das mãos da menina e bebendo tudo de um gole só. - De qualquer maneira, espero que ela consiga resolver isso logo. Quando a Tae fica de mau humor, sou eu quem paga o pato trabalhando dobrado.

Tsubame riu. Não era só Yahiko quem trabalhava dobrado naquelas desagradáveis e raras ocasiões, ela também, mas não se importava. Adorava trabalhar no Akabeko, não importava com que humor Tae estivesse nem quanto trabalho teria. O restaurante era o seu lar, o lugar em que se sentira mais feliz em sua vida e não seria um dia mais pesado que o normal que a faria pensar diferente.

- Agora você pode ir para o dojo. Eu tenho certeza que depois de um dia como esse, tia Kaoru vai deixa-lo descansar.

Yahiko suspirou ao ouvir o nome de Kaoru. Pois sim que ela o deixaria descansar. Tinham combinado um treino para aquele fim de tarde e ele sabia que nenhum cansaço físico que pudesse alegar faria a mestra substituta do estilo Kamiya Kasshin mudar de idéia.

- Até amanhã.

Foi tudo que o garoto disse enquanto livrava-se do avental - exigência para quando estivesse na cozinha, mas ele sempre o mantinha para não ter que ficar recolocando todo o tempo - e saía para a rua, ainda iluminada pelo sol da tarde que já enfraquecia, à medida que a noite se aproximava.

Mal andou três metros na direção contrária ao restaurante, reconheceu a silhueta de Sano, as mãos nos bolsos, uma espinha de peixe na boca, aproximando-se distraidamente. Quando os dois se olharam cara a cara, Yahiko balançou a cabeça desaprovadoramente para o outro e disse:

- Se está pensando em fazer o que eu tenho certeza que está pensando, é melhor desistir. Tae não está com humor para ouvir falar em comida de graça, ainda mais de uns tempos para cá quando ela resolveu prestar mais atenção nas suas contas e vive dizendo que você ainda vai leva-la a falência.

Sano olhou para os lados e para trás. Não havia mais que meia dúzia de pessoas na rua e todos andavam pelo outro lado, bem longe dos dois.

- Está falando comigo, garoto? - seu rosto se contraiu em uma expressão ofendida. - Posso saber porque todo mundo que me vê na rua do Akabeko acha que eu vou pedir alguma coisa a Tae? Eu sou um homem, sabia? Nós homens temos orgulho. Quando você for um de nós poderá compreender do que estou falando.

Yahiko engoliu a provocação. Em outra ocasião começaria a gritar que já era um homem, que parasse de trata-lo como criança e outros argumentos que ele mesmo sabia perfeitamente que não tinham nenhum fundamento, mas agora estava muito cansado para isso e resolveu adiar a contenda.

- Se você diz... Mas olha que eu falei sério. Tae recebeu um pedido errado e está muito irritada. Se você for até lá vai sair voando exatamente como da última vez que pediu dinheiro a Kaoru.

- Pedido errado, é? - Sano olhou para a porta do restaurante a distância, ponderando se seguia em frente ou deixava para fazer aquela visita em outra ocasião.

- É, se enganaram com o carregamento de sake. - respondeu Yahiko. - Trouxeram uma bebida forte, do novo mundo. A coisa tem um cheiro terrível de álcool, foi um suplício para levar tudo para o galpão.

- Bebida forte... - repetiu Sano agora ligeiramente interessado. - Mais forte que sake?

- Muito mais forte. Eu tenho pena do coitado que beber aquilo. Aposto que sairia falando pelos cotovelos sobre todas as faltas que cometeu na vida, isso se não caísse morto antes disso. - Yahiko riu da própria observação. Ele esperou que Sano dissesse alguma coisa, mas como este permaneceu quieto, olhando fixo para o Akabeko como se ainda não tivesse decidido se seguia ou dava meia volta, o garoto resolveu que estava perdendo tempo e resolveu ir embora. - Eu vou para o dojo antes que a feia fique mais zangada do que de costume. Você está avisado sobre o Akabeko.

Com um grande sorriso no rosto, que pareceu formar-se pouco a pouco, à medida que seus pensamentos iam clareando até formar um quadro inteiro, Sano respondeu:

- Eu entendi, mas o meu estômago fala mais alto. - disse ele fazendo menção de voltar a caminhar.

Mais atrás, Yahiko gritou:

- E como fica o seu orgulho de homem?

- Continua aqui, ora essa, o que esperava? - respondeu Sano sem preocupar-se em se virar. - Só que escolho quando usa-lo e, acredite, não será hoje.

Dizendo isso, apressou o passo até sumir pela porta dianteira do Akabeko. Na calçada, olhando para trás no mesmo lugar, ficou Yahiko, de boca aberta, pensando que se uma coisa era certa no mundo, era que Sano nunca ia mudar.


FIM DO CAPÍTULO 1

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Hehehe... Acho que a partir de agora, já vai dar para entender alguma coisa sobre o que aconteceu com o Kenshin. Espero que tenham gostado desse capítulo.

Sobre a Tsubame, eu não lembrava como ela chamava a Tae no anime, acho que de Tae mesmo, sei lá, mas como ela chama todo mundo de 'tia' no mangá - apesar de que eu não faço a menor idéia se isso é só coisa da tradução ou não -, resolvi deixar assim mesmo. ^_^


Muito obrigada pelos reviews na última atualização a:

Chibi-lua (como assim espera ansiosa para saber o que vai acontecer se você me disse o que vai acontecer? Hahaha. Não se preocupe, eu vou fazer o possível para atualizar mais rápido. Sobre a Lua e o Hemi, o que posso dizer além de ainda estou com o fofinho... *risada malévola*).

Hime Hayashi (hahahaha, não é sina não, o Kenshin tem um dom para lavar roupa, ele é o homem do lar. ^_~ Obrigada pelo comentário).

Dai (eu também estou feliz de ter publicado esse fic, pelo menos agora. Ele é muito divertido de escrever. Hm... dessa vez você está inocente, mas se fosse o Sano perseguido por mulheres... _).

Kaoru Himuramiya (o Kenshin está inocente nesta história, coitado. Você vai ver, logo logo, obrigada).

Carol Malfoy (fico feliz que tenha gostado do prólogo. As coisas vão ficar mais estranhas ainda. Obrigada por comentar).

Chibi Lani (se tivesse uma vaga naquele porão, acredite, eu não estaria na frente desse computador. *sorriso maroto* Oro... estou continuando!! E sobre aquela sua sugestão, ainda vou ver isso, estou meio sem tempo... u_u Obrigada).

Sayo Amakusa (claro, claro, só EU tenho o direito de persegui-lo, concordo plenamente. Oro! O Sano escrevendo?? Não é bem por aí, mas eu gostei da sua idéia!!)

Pri (hahaha, o Kenshin sofre na minha mão... Fico muito feliz que esteja gostando e, que bom que lembrou, quero ler mais capítulos de Rosas Vermelhas, por favor!!!)

Hikari (sí, pobre Sano, jajaja. Aún no sé lo que haré con él, pero estoy segura que prefieres que él estea bien vivo para lo que yo dije el otro día... ^_~ Gracias por el comentário).

Kisamadesu (hahaha, pobre Sano, tão bem intencionado que ele é... Muito obrigada pelo comentário *advertidamente orgulhosa* =^-^x=).

juli-chan (sumida mesmo, heim? Ainda estou esperando ler aquele fanfic... Eu vou tentar atualizar mais rápido sim. Obrigada).

Agradeço a todos que leram e, por favor, continuem comentando.

Até o próximo capítulo!!

Madam Spooky