Capítulo Nove - Não Há Lugar Como o Nosso Lar

A visita que Rony tinha feito a Harry causou grande repercussão na família Weasley. A primeira coisa que o ruivo fez depois que saiu contrariado da casa de Harry foi fazer uma visita para os pais n'A Toca. Mione ainda tentou demovê-lo da idéia.

- Ron, é um absurdo você se intrometer desta forma na vida da Gina. Ela sabe o que é melhor para ela – disse, a mão na testa. Ele sacudiu a cabeça.

- Mione, a Gina sempre foi uma sonhadora, uma avoada. Como você pode dizer uma coisa dessas? Ela? Saber o que é melhor? – a esposa começou a perder a paciência.

- Rony, as pessoas mudam. Ela me pareceu bem mais madura... - tentou consertar mas ele tinha percebido que ela já sabia de tudo.

- Você sabia? Esse tempo todo você sabia, e não me falou nada... - disse, ressentido. - Por quê? - perguntou de forma acusadora. A esposa suspirou.

- Você já percebeu como está agindo quanto a isso? É por isso que não falei nada. E eu também tinha prometido aos dois. Você sabe como eu sou quando prometo alguma coisa para alguém... - disse, irritada; Rony fez uma careta.

- Então foi uma conspiração? O meu melhor amigo, a minha mulher e a minha irmã? - perguntou, ofendido. Hermione apertou os olhos.

- Ronald Weasley! Faça um favor a você mesmo e cresça. O mundo não gira à sua volta. Francamente...

- Você não vai comigo à Toca? - perguntou, ignorando o comentário dela.

- Não. Eu já disse. Não concordo que você apresse as coisas dessa forma. Acho que a Gina poderia conversar com os seus pais quando ela estivesse pronta - Rony sacudiu a cabeça.

- Então eu vou até lá sozinho - disse, melancólico. - Você não vai ficar daquele jeito e me colocar para dormir no sofá por causa disso, vai? - ela segurou uma risada.

- Vamos ver, Ron - disse sem olhá-lo e ele aparatou para A Toca, desanimado.

Assim que chegou na casa dos pais encontrou a mãe descascando batatas magicamente. O pai estava na garagem, desmontando alguns artigos trouxas e os encantando para funcionar na casa. Molly ficou feliz ao vê-lo mas o sorriso morreu do rosto dela ao ver que o filho estava com algum problema.

- Olá mamãe - ele disse, sério. Molly fez com que a fila de batatas, que passavam uma a uma em frente a uma faca e saíam descascadas do outro lado, parassem.

- O que aconteceu? Mione está bem? Meu neto? - perguntou, ansiosa; Rony a tranqüilizou.

- Não, mãe. Está tudo bem lá em casa - ela suspirou fundo.

- Que susto você me deu, querido. Eu fico tão preocupada... - Arthur entrou na sala nessa hora; tinha o rosto coberto de graxa e estava particularmente engraçado. Rony sorriu para o pai.

- Eu não sei desmontar aquelas engenhocas. Um tal de motor de sei lá o quê me cuspiu esse treco preto na cara... - Molly sacudiu a cabeça, estendendo um pano úmido ao marido.

- Eu já disse para você não se meter com essas coisas, meu bem - disse, inconformada, enquanto Rony continuava em silêncio.

- Olá filho - Arthur disse, agora com apenas a ponta do nariz e em volta dos olhos pretos. Parecia um guaxinim. - Como estão Hermione e o bebê?

- Estão bem - Molly respondeu no lugar do filho. - Mas ele está com algum outro problema – concluiu; Rony respirou fundo.

- O que é, filho? – o pai perguntou, sentando-se no sofá, dando um beijo na bochecha da esposa, que ficou com uma mancha escura no rosto. Rony apertou os lábios, tinha ficado sem jeito de contar.

- Gina - ele falou em voz baixa, Molly e Arthur se entreolharam.

- O que tem a sua irmã? - Molly perguntou em um tom normal. Arthur olhou da mulher para o filho.

- Ela voltou, mamãe – ela não pôde deixar de sorrir. Arthur apertou a mão da esposa.

- E... – a mãe gesticulou para que o filho prosseguisse; sabia que ele tinha algo mais a dizer.

- Eu não sei como falar uma coisa dessas mamãe. É escandaloso. Uma vergonha - disse tristemente. Arthur apertava tanto a mão de Molly que ela começava a sentir dormência.

- Fale logo Ronald. O que aconteceu com ela? - ela ordenou ao filho adulto. Ele abaixou a cabeça e falou de uma só vez.

- Ela está morando com Harry, mamãe - Molly abriu um sorriso.

- Ufa! Ainda bem - disse, colocando a mão no peito, aliviada. Rony ficou espantado com a atitude da mãe. - Eu achei que você ia me dizer que ela estava grávida daquele marido dela. Eu ia ter um troço - Arthur riu.

- Realmente, só de imaginar um Weasley Malfoy eu fico nervoso - Molly riu e disse, piscando para o marido.

- Mas, por outro lado, um Weasley Potter viria em uma boa hora - Rony fez uma careta escandalizada.

- Mamãe! - ele a repreendeu. - Como a senhora pode dizer uma coisa dessas? - Arthur se levantou e saiu da sala. Sabia que o filho ouviria poucas e boas.

- Ronald Weasley! - ela disse em um tom mais alto de voz. - Desde quando o senhor é o juiz da moral? - ele se encolheu no sofá. - Vai me dizer que o senhor preferia ver a sua irmã com aquele traste lá do que com o seu melhor amigo? – perguntou, aborrecida.

- Mamãe, a senhora sabe que eu...

- Não me interrompa, mocinho - ela apontou o dedo para ele. Rony engoliu em seco. - Você sabe muito bem o quanto a sua irmã amava o Harry. E você se lembra muito bem de vê-la cabisbaixa pelos cantos desta casa, sem comer e nem dormir. Chorando dia e noite por causa do Harry, não lembra? - Rony sacudiu a cabeça.

- Lembro mas... - Molly sinalizou para que ele continuasse calado.

- E você sabe muito bem que foi por isso que nós não a apoiamos quando ela começou a namorar o filho do Malfoy - ela fez uma careta. - Por que nós sabíamos que ela não seria feliz. Que ela estava se enganando e enganando ao rapaz...

- E quem se importa com ele, mamãe? - Molly o repreendeu com o olhar.

- Você sabe muito bem que ele gostava muito da sua irmã ou não teria ido para a Alemanha com ela, viver como trouxa. Você sabe como deve ter sido para ele. Principalmente depois do pai ter desaparecido. Aquela família dele deve ter esperado que ele ficasse no lugar de Lúcio - Rony concordou contrariado. - Então eu acho que a questão não é o Malfoy ou a Gina ou mesmo o Harry - disse seriamente. - Não é isso que está te preocupando. Não, senhor, Ronald Weasley - ela voltou ao tom mais alto. - O senhor está é com ciúmes da sua irmã. Ciúmes porque ela foi pedir colo para o seu amigo e não voltou como uma garotinha assustada para casa - ela deu uma risada. - E o que você esperava? Que ela fosse vir para casa como se nada tivesse acontecido? Eu ficaria desapontada com sua irmã se ela fizesse algo assim... - disse calmamente agora. - Isso demonstraria que ela não aprendeu nada com o sofrimento e que continuava a mesma garotinha de antes. Agora eu sei que ela se tornou uma mulher, Rony – terminou, orgulhosa.

- Como assim, mamãe? - ela sorriu.

- Meu filho, ela resolveu voltar. E isso é difícil... Mas ela pediu ajuda e abrigo ao Harry. Eu imagino que a parte mais difícil ela já fez. Eu imagino o que ela deve ter sentido ao revê-lo – o filho ainda não tinha compreendido. - Para ela seria bem mais simples voltar para cá. Mesmo com toda a mágoa de ambas partes, nós somos a família dela e ela é parte de nós, sempre vai ser recebida de volta. Mas com o Harry... – ele pareceu entender.

- Ele poderia negar? - Molly sacudiu a cabeça.

- Exatamente. Então ela foi direto à raiz do problema, o que mostra o quanto ela cresceu - Rony sorriu.

- Eu não tinha visto as coisas desta forma, mãe - Molly apertou seu nariz carinhosamente.

- É por isso que você é homem, meu filho - ela riu. - Eu quero vê-la. Você pode dar um jeito de dizer isso a ela? - Rony ergueu os ombros.

- Como? - Molly bufou.

- Oras, Harry é seu amigo. Você não pode mandar uma coruja a ele e marcar isso? - Rony torceu os lábios.

- Bem, tecnicamente nós somos amigos mas na prática... Digo, depois do que eu disse a ele talvez ele não queira me ver nunca mais – acrescentou, temeroso com a reação da mãe.

- O que você disse ao Harry, Ronald Weasley? - Rony afundou no sofá.

- Eu praticamente o acusei, mamãe. Isso depois de não ser nenhum pouco gentil com a Gina também – terminou em tom arrependido. Esperou ouvir uma grande bronca da mãe mas Molly não fez isso.

- E agora você está arrependido? – ela perguntou carinhosamente; ele sacudiu a cabeça. - Então o que você está esperando para consertar isso, querido? - Rony franziu a testa. - Vá até a casa de Harry, meu filho. Vá ate lá e converse com ele. Fale com a sua irmã e a traga aqui. Eu vou fazer um jantar para ela. Chamo os meninos, você traz Hermione e Harry também deve vir - ela sorria para o filho.

- Está bem mamãe. Eu vou até lá. Espero que Harry não me estupore. Ele teria motivos suficientes pra isso. O jeito com o qual eu falei com a Gina foi inaceitável... - Molly ergueu seu rosto.

- Então diga isso para a sua irmã, Ron Weasley. Não para mim - deu um beijinho em sua testa. - Agora vá. Espero uma coruja sua me avisando do dia do jantar - Rony sorriu.

- Dê um abraço no papai - disse, abraçando a mãe, e desaparatou para casa.

Molly permaneceu no sofá em silêncio por alguns instantes antes de chamar o marido e contar as novidades. Arthur ficou tão feliz quanto ela.

Assim que Rony chegou em casa contou sobre a conversa que tinha tido com a mãe para Hermione. Ela ficou tão feliz que nem se lembrou de brigar com o marido. E inclusive se ofereceu para ir com ele até a casa de Harry no dia seguinte e ajudá-lo a convencer a irmã e o amigo de irem ao jantar n'A Toca.

De manhã o casal se arrumou e aparatou na casa de Harry. O dono da casa estava na sala, sozinho e em silêncio. Gina já estava com ele há quase um mês e nunca mais havia encostado nela, pelo menos não da forma que gostaria. Estava começando a achar que tudo aquilo era um grande erro. Que ela deveria ir para a casa da família ao invés de ficar ali, levando uma semivida ao seu lado. Sentia-se um empecilho pra ela. Achava que se ela estivesse n'A Toca, na companhia da família, não estaria mais insegura e provavelmente não estaria assim tão iludida quanto ao que sentia por ele. Estava divagando quando os dois amigos se materializaram à sua frente. Trocou um rápido olhar com Rony e se voltou para Hermione.

- Ele não vai criar mais problemas, vai? - Mione sacudiu a cabeça negativamente. Rony abaixou a cabeça.

- Ela está lá em cima? - perguntou, sem graça. Harry confirmou, desconfiado.

- Está dormindo ainda. Ela estava muito cansada ontem - Rony sacudiu a cabeça.

- Eu não vim para feri-la, Harry – o amigo o olhou, sério.

- Ah, sim. Você já fez isso no outro dia, Ron. Ela ficou arrasada, se realmente lhe interessa saber... - acrescentou, ressentido. Rony suspirou. Mione fez um gesto com a cabeça, indicando ao marido que se desculpasse.

- Harry... Eu sinto muito. Eu estava fora de mim. Eu tive ciúmes... - Harry olhou nos olhos do amigo, que abaixou a cabeça.

- Você foi muito duro com ela, Ron. Ela não merecia ouvir metade das coisas que você disse. Você não deve desculpas a mim mas sim a ela - Rony concordou.

- Ela não vai me receber, vai? - Harry torceu os lábios.

- Você receberia se fosse você? – completou, rindo, e deu uma piscadela para Hermione, que sorriu. Rony tinha a expressão derrotada. A mulher estava segurando uma risada. O amigo apertava os lábios para não rir também.

- Então como eu vou pedir desculpas para ela, Harry? - Hermione olhava para o amigo já com pena do marido. Harry trocou um olhar cúmplice com a amiga.

- Já chega? - perguntou para ela, irônico. Hermione sacudiu a cabeça.

- Acho que sim, Harry. Molly já o torturou bastante ontem - Rony ergueu o olhar e percebeu que a esposa e o amigo estavam brincando com ele.

- Odeio quando vocês fazem isso comigo! - disse, aborrecido. Harry e Hermione riram e logo Rony também ria. Ele esticou a mão para Harry.

- Amigos? - Harry hesitou e ficou sério.

- Não - ele disse secamente. Rony arregalou os olhos. E Harry deu um sorrisinho maroto. - Irmãos, Ron. Que tal? - disse, pegando a mão do amigo, puxando-o para mais perto, abraçando-o. Mione ficou comovida coma cena. - Mas isso não te livra de enfrentar a fera - ele apontou o teto com a cabeça, indicando o segundo andar. O amigo respirou fundo.

- Eu subo ou é melhor você me anunciar? - perguntou, nervoso. Mione riu da falta de jeito dos dois.

- Posso subir? Eu preparo a Gina para você, meu amor - disse para o marido; Harry concordou.

Mione subiu as escadas e bateu na porta do quarto de Harry, onde Gina estava dormindo. Depois de alguns momentos ela ouviu a voz abafada da amiga.

- Pode entrar agora Harry. Já estou composta - Mione abriu a porta.

- Sou eu Gina. Posso entrar? - perguntou educadamente. A outra assentiu.

- Como está o bebê?

- Bem, eu acho - passou a mão pela barriga. - Estou com apenas dois meses. Ainda não dá para notar. Embora o Rony insista que dá para perceber - Gina sorriu.

- Mione, eu estou feliz que esteja aqui - disse enquanto a amiga se sentava ao seu lado. - Eu queria muito te pedir uma coisa... - Mione estava atenta. - Já que Rony sabe que eu estou aqui eu gostaria de aceitar a sua proposta e deixá-la me atualizar em magia novamente. Eu realmente pretendo voltar à Academia Medi-Bruxa e acredito que precise passar por exames. Ficaria muito feliz se você pudesse me ajudar com isso - Mione sorriu, satisfeita.

- É claro que eu te ajudo. Venho todas as tarde até o bebê nascer. Está bem assim? - Gina sacudiu a cabeça, feliz, e abraçou a cunhada. - Mas eu posso te pedir uma coisa também? - Gina se afastou do abraço e encarou os olhos vivos de Hermione. - Seu irmão... Ele está lá embaixo e quer vir te pedir desculpas. Eu quero saber se ele pode subir aqui ou eu ficaria viúva se ele fizesse isso? - Gina riu.

- Está bem, eu não vou deixar meu sobrinho sem pai - Mione sorriu.

- Eu vou chamá-lo então... – disse, levantando-se; Gina segurou sua mão.

- Obrigada Mione.

- De nada Gina - ela saiu porta afora. Dois minutos depois Gina ouviu duas batidas fracas.

- Entre.

Rony abriu a porta aos poucos, com medo de que Gina lhe atirasse algo pesado. Olhou a irmã, sentada na cama de Harry, os cabelos presos em um rabo de cavalo, vestindo uma camisola florida e o mesmo roupão do outro dia por cima. Não pôde deixar de sorrir. Gina sorriu de volta.

- Você se lembra aquela vez que eu escondi a sua boneca preferida e depois não encontrava? - perguntou, olhando para o chão.

- Lembro. Eu fiquei dois dias inteiros sem falar com você - Rony olhou nos seus olhos.

- Foram os piores dias da minha vida. Eu sentia falta da sua voz. E fiquei tão feliz quando te devolvi a boneca... - sorriu.

- É, eu também fiquei feliz de poder voltar a falar com você – disse, também sorrindo.

- Mas eu não te contei que nunca encontrei a boneca, contei? - Gina sacudiu a cabeça.

- Como assim? - ele torceu os lábios.

- Esqueci em que parte do jardim a havia enterrado então vendi parte da minha coleção de figurinhas animadas do Chudley e comprei outra boneca para você, Gina. Igualzinha - ela se espantou. - Eu jurei que nunca mais faria algo estúpido com você, que a magoasse assim - deu uma pausa. - E eu não cumpri a promessa - suspirou. - Espero que possa me perdoar por isso - ela sentiu os olhos se encherem de lágrimas.

- E eu jurei que nunca mais ficaria tanto tempo sem falar com você. E passei dois anos - disse, levantando da cama. - Pelo jeito nós dois temos uma séria dificuldade de cumprir este tipo de promessas - completou, sorrindo.

- Se não fosse assim não seríamos irmãos, Gina - disse, rindo com o canto dos lábios.

- Nem Weasley - completou, divertida, rolando os olhos para cima.

- Nem me fale - ele riu. Ficaram alguns instantes em silêncio.

- Você vai me dar um abraço ou eu vou ter que te dar uma surra antes? - ela perguntou, as duas mãos na cintura.

Rony se aproximou e a apertou com força, levantando-a do chão e rodando a irmã, como fazia quando eram pequenos. Ela riu e deu vários beijos estalados nas bochechas coradas de Rony. Desceram as escadas de mãos dadas, o que deixou Harry e Hermione muito satisfeitos.

- Agora sim. - Mione disse, satisfeita. Harry piscou para o amigo, que sorria de orelha a orelha. - Você contou as novidades para ela? - Gina se virou para ele.

- Mamãe quer ver você, e papai, e creio que os meninos também. Ela pediu para marcar um jantar de boas vindas para você - Gina ficou pálida.

- Eu não sei se é uma boa idéia. Não sei o que mamãe está pensando e... - Rony franziu a testa.

- E se eu disser que o único idiota da família sou eu? Isso te ajuda a resolver ir? - ela riu.

- Jura? - deu uma gargalhada. - Mamãe e papai não estão bravos comigo? - perguntou, admirada.

- Segundo a bronca que esse aí levou... - Harry disse, rindo. Hermione ficou sem graça.

- Você contou para ele, né? - Rony perguntou para a esposa; que riu, desconcertada.

- Eu vou - Gina disse, abraçando Rony de novo. Os outros três trocaram olhares satisfeitos. - Pode marcar para o final de semana - completou, satisfeita. - Mas antes de vocês irem embora eu gostaria de falar um pouquinho com Ron em particular, você nos dão licença? - Harry e Hermione deram de ombros. Era natural que quisessem matar a saudade.

- Vem Mione. Eu faço um chá - Harry disse, dirigindo-se para a cozinha. Gina sentou no sofá com Rony.

- O que é, Gina? - ela torceu os lábios e apertou uma mão à outra.

- Eu imagino que você esteja trabalhando no Ministério – ele confirmou.

- Eu só faço burocracia por lá mas é um bom emprego - emendou.

- Então você mesmo pode me ajudar... - ele franziu a testa. - Ron, eu quero me divorciar do Draco – o irmão apertou os olhos e ficou em silêncio por alguns instantes.

- Talvez isso não seja necessário - disse depois de pensar um pouco.

- Como assim? - Gina não compreendia.

- Você viveram como trouxas, não é? - ela confirmou. - Mas o casamento de vocês foi um casamento bruxo. E se vocês não viveram como bruxos...

- Não estávamos casados? - perguntou, sem acreditar.

- Bem, tudo leva a crer que sim. As leis do Ministério sobre matrimônio não são bem claras mas, se eu estiver certo, o casamento poderá ser anulado. O que é bem mais rápido que um divórcio - Gina sorriu e deu um novo abraço no irmão.

- Você cuida disso para mim? – perguntou, suplicante. Rony segurou a pontinha do queixo dela.

- E eu poderia negar alguma coisa à minha irmãzinha? - ela sorriu, satisfeita. - Vou ver isso amanhã mesmo e envio os documentos ao Malfoy para ele assinar.

- Hey! Vamos para a cozinha? - ela o puxou. - Você tem que provar o chá que o Harry faz. Ron, ele cozinha tão bem... - disse, abrindo a porta.

- Sei... – o irmão respondeu, reconhecendo o tom apaixonado na voz dela sem que Gina percebesse, e entrou logo atrás da irmã na cozinha.