Fantasmas do Passado

Por Suryia Tsukiyono e Bad Kitty

Parte II

Aquele dia foi o mais longo de suas vidas, Yohji fumou quase duas carteiras de cigarro, estava muito nervoso e não conseguia se concentrar em nada, apenas pensava em Aya e em sua nova personalidade. Estava ansioso pela visita de Ken para resolverem aquele mistério.

Omi também não conseguia fazer nada, o encontro com Ken havia instabilizado-o um pouco. Esperava que Ken tivesse as respostas para suas perguntas.

Pouco antes do horário combinado Ken apareceu, para alívio deles ele estava sozinho. Como não queriam correr o risco de serem descobertos ficaram no quarto do hotel, o silêncio constrangedor foi quebrado pelo jogador que estava ansioso para descobrir o que estava acontecendo.

"Estou esperando uma explicação, não foi isso que vocês me prometeram?", perguntou Ken olhando de Yohji para Omi impaciente. Antes que pudesse cogitar a possibilidade deles serem quem alegavam ser queria saber toda a história.

Yohji apenas olhou para Omi, o menino teria que explicar para o jogador porque até agora ele não tinha entendido como haviam ido parar no futuro. Apenas sabia que estavam ali e tinham que descobrir uma maneira de voltar.

"Ken... o que vou dizer pode parecer irracional, mas primeiro me escute. Estávamos todos numa missão, perseguíamos os criminosos. Um deles conseguiu fugir, Yohji e eu pegamos um avião e começamos a persegui-lo. Tudo corria normal quando de repente notei que alguma coisa estava estranha. O avião que estávamos perseguindo desapareceu de nossos radares e os computadores de bordo pararam, a radiocomunicação foi cortada." Omi interrompeu um pouco a narração tentando escolher as palavras certas para dizer o que para ele parecia ser o único fio de explicação lógica para tudo aquilo. "Passei um dia na biblioteca pesquisando tentando achar uma causa para esses acontecidos, e descobri que sem percebermos nada estávamos sobrevoando o chamado Triângulo do Dragão. As linhas imaginárias daquela região incidem de forma contundente no magnetismo terrestre. Têm a ver com o fato de os pólos magnéticos e geográficos norte e sul não coincidirem, isso acarreta uma interferência que faz com que as bússolas não apontem para o verdadeiro norte e eu acho que foi isso que causou a pane nos nossos sistemas."

Ken ficou observando o garoto repetir aquelas palavras e explicações científicas, mas que em nada satisfaziam suas incógnitas. "Tudo bem, eu lembro desse dia, mas o que isso tem a ver com vocês estarem aqui??", questionou um pouco impaciente.

"Deixe-me prosseguir, por favor... Bem, acontece que estudos posteriores afirmam que estas mesmas ondas eletromagnéticas são capazes de fazer os objetos influenciados por elas de alguma forma romperem a barreira do tempo, jogando-os em épocas diferentes da sua realidade. Acho que pode ter acontecido isso com a gente. Vimos um clarão no céu e quando acordamos já estávamos aqui, Ken." ·

Ken olhou para Omi incrédulo, será que realmente eles o julgavam tão tolo a ponto de acreditar em uma história fantasiosa daquelas? Eles teriam que se esforçar mais para convencê-lo. "Eu ouvi muitas histórias sobre embarcações que simplesmente desapareceram nesse lugar desde a época dos Xogunatos do Japão, mas daí a acreditar que esses navios e aviões foram mandados para o futuro ou para o passado, sei lá, é meio ridículo! Vocês não acham??"

"Kenken, sei que parece inacreditável, mas é verdade", disse Yohji vendo que o jogador não havia acreditado na história. "A única coisa que sei é que quero voltar para casa, onde tudo era normal. Não consigo entender o que aconteceu para tudo mudar desse jeito".

"Nem eu", murmurou Ken desanimado. "As coisas mudaram do dia para a noite. Primeiro uma missão deu errado e Yohji saiu ferido. Depois a dinâmica do grupo começou a mudar, todos passaram a se evitar e eu fiquei no meio de tudo, perdido".

Ficaram em silêncio ouvindo o desabafo de Ken, cada palavra estava carregada com dor , os olhos dele estavam fechados e sua cabeça encostada na janela era como se falasse para si mesmo. Queriam fazer muitas perguntas, mas não queriam interrompe-lo e correr o risco de que ele parasse.

"Aos poucos Omi foi se afastando de mim até que um dia terminou tudo sem nenhuma explicação. Enquanto isso Aya e Yohji continuavam juntos, mas algo havia mudado. Yohji que sempre havia tratado seu amante como se ele fosse de cristal passou a tratá-lo mal e humilhá-lo, como vocês puderam ver hoje", Ken detestava lembrar daqueles dias que haviam mudado suas vidas completamente. "Algum tempo depois Sena e Kyou foram designados para o grupo. Omi e Sena se identificaram e começaram a ficar íntimos ate se tornarem amantes. E eu continuei sozinho".

"Mas e aquele rapaz que sempre está com você?", perguntou Omi sentindo seu coração ficar mais leve. "Pensei que vocês estivessem juntos".

"Kyou? Não, somos apenas amigos", negou Ken com veemência. 'Que idéia ridícula, ele e Kyou'. Nunca havia conseguido se imaginar com outra pessoa que não fosse Omi.

Yohji não conseguiu conter um sorriso quando viu o rosto de Omi ao descobrir que Ken não tinha um novo amante. O chibi parecia não perceber que na verdade fora ele que trocara Kenken por outro.

"Ken, nós precisamos descobrir o que deu errado para tudo ter mudado tanto, você precisa nos contar tudo que você sabe", pediu Omi deixando seus sentimentos de lado e voltando a se concentrar no presente, na dura tarefa que tinham em mãos.

"Isso é tudo que sei, mas tenho certeza que eles esconderam algo de mim. Eles ficaram misteriosos e sempre que eu aparecia eles mudavam de assunto ou paravam de falar, principalmente Yohji e Omi, Aya simplesmente me ignorava", revelou Ken balançando a cabeça em um gesto de desagrado. "Aconteceu alguma coisa naquela missão e eles não me contaram".

"Droga! O que faremos agora? Não podemos nos aproximar de nossas versões futuras e aqueles dois novos nunca acreditariam em nós", comentou Yohji desanimado acendendo outro cigarro.

"Então só nos resta falar com Aya", afirmou Ken fazendo com que os outros o olhassem espantados. "O que? Eu também quero descobrir o que aconteceu e porque eles esconderam tudo de mim."

"E como faremos para falarmos com Aya sem que o Yohji psicótico descubra?", perguntou Yohji apreensivo, não queria provocar a ira do loiro que acabaria descontando em Aya.

"Realmente não vai ser fácil, Yohji não larga do pé de Aya nunca. É como se ele desconfiasse de Aya, mas é ridículo porque ele nunca o trairia", disse Ken "Mas amanhã a tarde Yohji e Kyou estão escalados para trabalhar no Koneko, posso tentar convencer Aya a sair comigo".

"E ninguém desconfiaria de nada?", perguntou Omi preocupado, não sabiam como Aya iria reagir a eles.

"Eu dou um jeito nisso", garantiu Ken seguro. "Tenho que ir antes que notem minha falta".

"Obrigado, Ken", murmurou Omi ficando na ponta dos pés e beijando Ken na bochecha.

Ken não disse nada, antes de sair apenas olhou para Omi com os olhos marejados de lágrimas. O gesto singelo o fez relembrar do tempo em que eram felizes juntos. Estava determinado a descobrir o que havia acontecido na missão que havia posto fim a sua felicidade.

"Yohji-kun, não sei se é uma boa idéia você estar aqui amanhã quando Ken trouxer Aya", disse Omi assim que Ken saiu do quarto.

"O que? Mas por que?", perguntou Yohji confuso, não queria perder a chance de encontrar o Aya do futuro.

"Ele pode se sentir coagido, lembre-se de como ele é tratado pelo Yohji psicótico", ponderou Omi, sabia que aquela era uma batalha perdida, mas tinha que tentar. O temperamento do playboy podia por tudo a perder.

"Sem chances, vou ficar aqui com vocês. Posso ajudar você a convencê-lo de que falamos a verdade e além do mais eu era investigador particular, Omi, sei melhor do que você e Kenken interrogar uma pessoa", disse Yohji refutando a sugestão de Omi.

No dia seguinte Yohji não conseguia controlar a ansiedade, queria conhecer o Aya do futuro. Ele estava deixando Omi louco andando de um lado para outro no pequeno quarto.

"Controle-se, Yohji-kun", pediu Omi vendo o playboy indo pela décima vez ao banheiro em menos de meia hora. No começo havia sido divertido ver a preocupação de Yohji com seu visual, mas agora já estava incomodando-o.

Yohji não falou nada apenas se atirou na cama e ficou deitado em silêncio. Estava nervoso como não ficava em anos, iria ver de perto seu amante, na verdade a versão futura dele. Havia dado tudo de si para que aquele relacionamento desse certo, então não conseguia entender porque havia mudado tanto e passado a maltratar Aya, talvez o ruivo pudesse esclarecer suas dúvidas. Também não entendia como Aya continuava com ele sendo tratado daquela forma.

Passava das quatro da tarde quando Ken e Aya chegaram, Yohji e Omi não sabiam como agir na frente de Aya. Teriam que ter muito cuidado porque Aya era muito desconfiado e não acreditaria facilmente neles.

"Vamos, Aya, quero que você conheça algumas pessoas", falou Ken praticamente obrigando Aya a entrar no quarto.

"Ken, temos que ir embora, Yohji está me esperando", disse Aya tão baixo que se não estivessem prestando atenção não teriam ouvido.

Quando Viu Omi e Yohji sentados na beira de uma das camas empalideceu, parecia que havia visto um fantasma. Quando estava prestes a sair do quarto Ken o segurou.

"Ken, que brincadeira é essa?", perguntou Aya encarando Ken perigosamente.

"Não é nenhuma brincadeira, Ayan....", começou Yohji levantando-se.

"Não me chame assim", alertou Aya recuando quando o loiro se aproximou. "E quem são vocês?"

"Somos nós, Aya-kun, Yohji e Omi", respondeu Omi, repreendendo o loiro com um olhar. Era por esse tipo de coisa que preferia que Yohji não estivesse com eles.

Aya olhou-os com incredulidade, aquilo era loucura tinha que sair logo dali, mas Ken continuava segurando seu pulso.

"Sente-se, Aya, eles vão contar tudo para você", falou Ken puxando o ruivo para uma cadeira de frente para a cama onde Omi estava sentando.

Omi repetiu tudo que havia contado para Ken, conseguiu evitar que Yohji se intrometesse e colocasse tudo a perder. Aya escutava tudo em silêncio, o rosto impassível, Omi não tinha nenhuma pista do que ele estava pensando. Após terminar a história o silêncio tomou conta do quarto, ninguém sabia o que dizer.

"Vocês esperam que eu acredite nisso? Ninguém pode viajar no tempo", perguntou Aya olhando para os três que o encaravam com expectativa. "Tudo que você contou pode ser facilmente encontrado nos arquivos de Kritiker, basta ser um bom hacker para conseguir isso".

"Aya, o que você quer como prova de que estamos dizendo a verdade?", perguntou Yohji tentando aparentar tranqüilidade, mas seu coração estava acelerado.

Aya olhou nos olhos de Yohji pela primeira vez desde que havia entrado no quarto, reconheceria aqueles olhos esmeralda em qualquer lugar, mas era loucura aquele não podia ser seu koi. Teve que conter uma risada amarga, tudo na sua vida era uma loucura, por que ainda se surpreendia com alguma coisa?

"Aya?", chamou Ken despertando-o de seus devaneios. Tinham que resolver aquilo rápido, porque logo teriam que voltar para a floricultura antes que Yohji desconfiasse de alguma coisa. "Eu acredito neles, Aya, e você?"

Omi voltou-se surpreso ao ouvir o que Ken havia falado, na noite seguinte ele havia ido embora sem dar qualquer indício que havia acreditado neles.

"Não sei", murmurou Aya confuso. Queria acreditar neles, mas nada fazia sentido. Sabia que Ken queria acreditar porque o menino era parecido com o antigo amante dele.

"Aya, olhe para mim", pediu Yohji ajoelhando-se na frente do ruivo. Assim que Aya olhou-o, Yohji segurou uma mão pálida entre as suas. "Como eu posso provar para você que estou falando a verdade?"

Sem uma palavra Aya debruçou-se e encostou seus lábios nos de Yohji, surpreendido pelas ações do ruivo Yohji ficou parado atônito. Assim que se recuperou e foi corresponder ao beijo Aya o afastou e ficou em silêncio.

"Aya, você precisa nos contar o que aconteceu naquela missão", falou Omi vendo que ninguém tomava a iniciativa. Por um breve momento vislumbrou dor e tristeza nos olhos violeta, mas no momento seguinte tudo havia desaparecido dando lugar a frieza habitual.

Antes de começar a falar Aya olhou para cada um dos que estavam no quarto. Ele repetiu exatamente o que Ken havia dito na noite anterior, mas cada palavra parecia ter sido ensaiada milhares de vezes. Quando chegou na parte em Yohji havia se ferido, evitou olhar para qualquer um deles.

"Aya, você esta escondendo alguma coisa", comentou Yohji apagando o cigarro e afastando-se da janela. Sabia que o ruivo estava relutante para contar algo que nem imaginava o que era, mas iria descobrir.

"Contei tudo que sabia", rebateu Aya nervoso evitando olhar nos olhos de Yohji. "Pode olhar nos arquivos, isso foi o que aconteceu".

"Por favor, Aya-kun, nós precisamos saber", falou Omi tentando não chatear Aya que estava desconfortável naquela situação. "As coisas mudaram muito e queremos saber porque."

"Sinto muito não poder ajudá-los", murmurou Aya virando as costas para eles e indo para a porta. "Temos que ir embora antes que fiquem preocupados".

"Ah, mas não mesmo, Aya, você não vai fugir assim", falou Yohji segurando Aya pelos braços e fazendo com que o ruivo o olhasse nos olhos. "Você vai nos contar o que aconteceu, Aya".

"Você vai me obrigar?", perguntou Aya com um olhar derrotado, de quem estava acostumado a ceder as vontades de outra pessoa.

Percebendo que estava agindo como o Yohji psicótico ele soltou Aya e sentou-se na cama de cabeça baixa, aquela situação toda tinha mexido com seus nervos. Aya continuou parado no meio do quarto aturdido, estava esperando uma punição por seu comportamento. Ninguém sabia o que dizer ou fazer para acabar com o clima tenso. O celular de Aya tocou, deixando o ruivo mais nervoso ainda assim que olhou no visor e reconheceu o número.

"Moshi, moshi", sussurrou Aya indo para um canto do quarto atender a ligação.

Ficaram em silêncio porque sabiam que era o amante de Aya no celular e se ele desconfiasse de qualquer coisa ficaria furioso com Aya e Ken. Poucos minutos depois Aya desligou o telefone, pela expressão em seu rosto sabiam que seu amante estava atrás dele e não muito feliz.

"Ken, temos que ir", avisou Aya com a voz ainda trêmula, sabia que quando chegasse em casa Yohji iria infernizar sua vida.

"Aya-kun, precisamos de sua ajuda", falou Omi sentindo-se culpado por colocar Aya em apuros, mas não tinham outra opção.

"Aya, por favor", pediu Yohji aproximando-se dele, precisavam da ajuda dele de qualquer jeito.

Aya ficou parado em silêncio refletindo, tinha que ir embora logo para não deixar seu namorado mais irritado ainda, mas não podia deixá-los na mão.

"Amanhã cedo posso me encontrar com vocês", disse Aya, era muito arriscado, mas tinham que tentar. "Sempre corro em um parque pela manhã, antes que ele acorde".

"Eu vou me encontrar com você," disse Yohji firme, não queria ninguém por perto quando confrontasse Aya, sabia que ele não reagia bem ao ser confrontado, havia passado diversas vezes por aquela situação no passado.

Ninguém contestou as instruções de Yohji, sabiam que ele queria ficar a sós com o espadachim. Aya e Ken foram embora deixando Yohji e Omi imersos em pensamentos e recordações.

"Aya, o que Yohji queria?", perguntou Ken quando deixavam o hotel.

"Nada, apenas saber se vamos demorar", respondeu Aya não dando importância para o assunto.

Como estavam apressados Ken deixou passar a mentira, mas iria falar com Yohji assim que chegassem para que ele não fizesse nada contra Aya. Arrependia-se por nunca ter feito nada para ajudar seu amigo, mas agora iria tentar reparar seu erro. Quando chegaram Yohji estava esperando-os nas escadas, ele parecia muito irritado.

"Já não era sem tempo", resmungou Yohji assim que Aya e Ken chegaram. "Pensei que tinham se perdido....ou fugido de mim".

"Perdemos a noção do tempo com as crianças", mentiu Ken. "Desculpe, Yohji, foi minha culpa".

"É mesmo, Aya?", perguntou Yohji virando-se para o ruivo que permanecia calado.

Aya não respondeu nada apenas meneou a cabeça, sabia que não era prudente mentir para Yohji, mas como poderia contar a verdade? Yohji nunca acreditaria neles.

"Boa noite, Ken", disse Yohji puxando Aya para o apartamento que os dois dividiam.

"Boa noite", murmurou Ken indo para seu apartamento desanimado. Depois do encontro com o Yohji do passado ele havia percebido o quão ruim o futuro havia se tornado.

"Crianças!", gritou Yohji assim que entraram no quarto. "Vocês acham que sou idiota?? Eu fui até o parque e me disseram que vocês tinham ido embora há muito tempo".

Aya ficou atônito, não imaginava que Yohji fosse atrás deles. Tinha que tentar evitar que Yohji ficasse bravo com Ken e o proibisse de andar com ele. No momento Ken era a única pessoa com quem Yohji não implicava e o deixava sair, não queria perder aquele único elo com o mundo que tinha.

"Onde vocês estavam, Aya?", perguntou Yohji furioso jogando Aya na cama e o segurando. "Não minta outra vez".

"Fomos dar uma volta, Yohji, nada de mais", respondeu Aya evitando olhar nos olhos de seu amante.

"Agora está me traindo com o Ken também?", inquiriu Yohji apertando os pulsos esbeltos com força.

"Não, não existe nada entre Ken e eu", negou Aya com veemência.

"Aya, não suportaria passar por tudo aquilo outra vez. Acho que sou capaz de matá-lo se ele ousar tocar em você." rosnou Yohji beijando os lábios macios.

"Nunca irá acontecer novamente, Yohji", afirmou Aya tentando se soltar das mãos de aço que prendiam seus pulsos.

Yohji continuou a explorar a boca úmida sem soltar Aya, era um beijo violento e selvagem. Quebrou o beijo para respirar, depois que recuperou o fôlego começou a beijar o pescoço delicado deixando marcas por onde passava. Queria que todos soubessem que o ruivo tinha dono, que ele lhe pertencia e que ninguém mais o tocaria.

"Yohji, pare, por favor. Você está me machucando", murmurou Aya debatendo-se. Yohji havia se deitado sobre ele deixando-o sentir como estava excitado com toda aquela situação. Algo no fundo de sua mente gritava para que impedisse Yohji de continuar ou seria estuprado aquela noite por seu amante e nunca o perdoaria se isso acontecesse.

"Você nunca reclamou dos meus toques antes, o que aconteceu? Ken é melhor do que eu?", perguntou Yohji parando de beijá-lo e encarando-o possesso.

"Yohji, não existe nada entre Ken e eu", repetiu Aya debatendo-se, nunca vira Yohji tão alterado.

O playboy ignorou os apelos de seu amante e continuou a beijá-lo com brutalidade. Com medo do que estava por acontecer acertou uma joelhada entre as pernas do loiro. Seu gesto serviu para irritar Yohji mais ainda, antes que Aya conseguisse sair da cama o playboy o agarrou pelos cabelos e o jogou de volta na cama.

"Yohji, pare", implorou tentando sair da cama, seu amante estava assustando-o com tanta violência.

Irritado com a resistência de seu amante Yohji acertou um soco na mandíbula do ruivo que o deixou tonto. O golpe partiu seu lábio superior que começou a sangrar, mas Yohji ignorou o sangue e voltou a beijá-lo.

"Yohji...", suplicou Aya em um fio de voz, aquela era sua última tentativa se Yohji não o soltasse ia acabar fazendo algo de que os dois se arrependeriam.

"Merda, Aya!", gritou Yohji soltando seu amante e saindo do quarto furioso.

Aya não teve ânimo para nada depois que Yohji saiu do quarto, apenas tirou seu calçado e rastejou para baixo das cobertas. Adormeceu antes que Yohji voltasse para casa.

Continua...

Por Suryia Tsukiyono e Bad Kitty / Agosto de 2002

Email: suryiachan@bol.com.br
lazialebr@yahoo.com.br

* Nota das autoras: as informações utilizadas sobre o chamado "Triângulo do Dragão" são reais. É uma área triangular (semelhante ao famoso Triângulo das Bermudas) que ocupa as águas do pacífico acidental, a linha divisória parte da costa ocidental do Japão, ao norte de Tóquio, e segue até um ponto do pacífico, passando pelas ilhas Bonin, ilhas Guam e Yap, vai em direção a Taiwan e volta na direção do Japão na bacia de Tóquio. Existem relatos de aeronaves que na época da segunda guerra mundial enviavam mensagens dizendo que alguma coisa estranha estava acontecendo no céu, que o céu estava se abrindo. Segundos depois as transmissões eram cortadas e as aeronaves desapareciam dos radares sem deixar qualquer pistas ou rastro. Tais casos ainda continuam em aberto nos arquivos aeronavais.