Fantasmas do Passado
Por Suryia Tsukiyono e Bad Kitty
Parte VIII
Omi estava sentado perto da janela com o olhar perdido, podia sentir seu coração bater em ansiedade, mas agora uma ansiedade diferente. Sabia muito bem o "algo importante" que Ken havia mencionado que deviam conversar. Era evidente que o jogador viria lhe cobrar as explicações sobre tudo o que estavam vivendo. O garoto estava apreensivo, se pudesse teria evitado ao máximo aquele encontro, não seria nada agradável contar aquilo tudo para Ken, ainda mais porque isso traria muito sofrimento ao jogador, pensou também nas reações de Ken quando soubesse de todos os fatos, a traição de Aya e principalmente a chantagem de Yohji.
Definitivamente aquilo não seria nada bom, conhecia o moreno o suficiente para saber que ele não conseguiria manter o autocontrole, e Omi não queria tornar as coisas ainda piores, sentia-se perdido. Despertou de seus pensamentos quando a campainha tocou, caminhou até a porta devagar abrindo-a cuidadosamente. Ken sorriu ao ver o garoto, mas o chibi não devolveu o sorriso o que deixou o jogador desconfiado. Omi deu espaço para que Ken passasse pela porta fechando-a logo em seguida. O jogador tentou acercar-se do menino tocando-lhe a face como de costume, mas Omi recusou o toque virando–se de costas e indo até a janela. Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos digerindo o clima pesado que havia ficado no ar.
"Aya-kun está melhor?", perguntou Omi meio seco enquanto olhava pela janela.
"Sim... Quando saí ele estava dormindo", respondeu o jogador um pouco sem jeito, não esperava ser recepcionado daquela maneira. Podia supor pelo comportamento do garoto que aquela conversa não seria nada fácil.
"Hun... que bom", murmurou Omi ainda sério.
"E Yohji? Onde está?", só agora tinha notado ausência do loiro.
"Ele saiu para dar uma volta. Disse que não agüentava mais ficar trancado aqui", explicou Omi um tanto frio.
"Ei, por que você está tão distante de mim? Eu queria tanto te ver", disse Ken tentando quebrar a barreira que o garoto estava colocando entre eles. Sabia que se fosse direto ao assunto não arrancaria a verdade de Omi, precisava envolve-lo e pagá-lo num momento desprevenido, era a única forma para conseguir o que queria, não que ver e estar com Omi não fosse o que queria, muito pelo contrario, era o que mais queria, porém naquele momento precisava das respostas para suas perguntas ou acabaria ficando louco. "Vem aqui, vem. Quero ficar perto de você".
O coração de Omi ficou apertadinho de tanta angustia. Não podia recusar aquele pedido. Talvez tivesse julgado errado as intenções do jogador. E se ele quisesse apenas vê-lo como estava dizendo? Aproximou-se de seu ex-amante cuidadosamente e ainda um pouco desconfiado.
Ken envolveu o menino num abraço forte. "Hun... eu estava com saudades", sussurrou aos ouvidos de Omi.
Omi não respondeu nada, apenas acomodou melhor a cabeça no peito de Ken. Era impressionante o poder que o jogador possuía de deixa-lo relaxado.
"Vem cá", chamou puxando o garoto para sentarem-se na cama. O olhou com olhos ternos e tomou gentilmente os suaves lábios. "Assim está bem melhor"
Omi concordou com um leve movimento de cabeça enquanto sentia o gosto bom da boca do jogador.
Ken continuou a beija-lo mais um tempo até ter certeza de que Omi já não estava mais tão tenso. Acariciou os cabelos do loirinho em gestos lânguidos. "Omi, por que você me tratou daquela maneira quando eu cheguei? Aconteceu alguma coisa?", perguntou tentando ser o mais espontâneo possível, não queria que Omi percebesse onde ele queria chegar com aquela pergunta.
"Não foi nada, é que você me pareceu um pouco estranho no telefone. Achei que você estava chateado com alguma coisa", disse Omi muito envolvido pelos carinhos do outro. "É normal depois de tudo que aconteceu, mas ainda bem que está tudo bem".
"Não Omi... não está tudo bem", replicou Ken cuidadoso. "Quero que me diga o que foi que aconteceu naquela missão e por que nossas vidas se transformaram nisso em que vivemos".
Omi interrompeu imediatamente o beijo e se afastou rapidamente. 'Golpe sujo...', foi o pensamento que lhe ocorreu.
Ken observou o sorriso do menino desaparecer enquanto ele caminhava novamente para a janela. O jogador havia se enganado. Ou Omi não estava o suficientemente distraído para deslizar e acabar contando a verdade, ou aquilo devia ser algo tão importante que perturbava muito a consciência do garoto. Achou que a segunda opção seria a mais plausível.
"O que você pensou que estava fazendo?", perguntou Omi visivelmente irritado. "Estava tentando me seduzir? Era isso? Só queria que eu falasse, não é mesmo?".
"Não, Omi... não é nada disso", Ken tentou se explicar. "Estou mesmo com saudades, sabe o quanto adoro ficar com você, mas eu também preciso saber o que está acontecendo. Como você acha que eu me sinto?".
"Droga, Ken... isso foi muito feio. Fez isso por que sabe que eu perco a noção das coisas quando estou com você", disse Omi magoado.
"Não, Omi... eu só queria deixa-lo mais à vontade. Desculpe". Desculpou-se o jogador, não esperava que Omi reagisse daquela forma. Aquele assunto devia mesmo deixa-lo muito contrariado.
O silencio tomou conta do ambiente, mas Ken estava disposto a descobrir a verdade aquela noite a qualquer custo."Omi. Você precisa me contar o que aconteceu. Por favor!", pediu o jogador vigorosamente.
Omi nada respondeu. Apenas sentiu suas mãos começarem a suar. Não gostava nem um pouco de ter que fazer aquilo com seu koi, mas a vida não lhe estava dando muitas alternativas.
"Omi, diga-me o que aconteceu!". Insistiu o jogador ainda mais enfático.
"Eu... não sei... não sei de nada, Ken", mentiu o menino.
"Acha mesmo que eu acredito nisso?", refutou o jogador imediatamente. "Não minta, Omi. Eu preciso saber a verdade".
"Sinto muito... não sei de nada", continuou o garoto.
Ken se levantou devagar e foi até a janela ficando bem próximo de Omi. "Escute. Sei que você está mentindo, mas dessa vez não vou aceitar isso. Você vai ter que me contar".
Omi tentou se afastar, mas o jogador o impediu, colocando um braço de cada lado do corpo do garoto, mantendo Omi entre a parede e ele. "Vamos!! Conte a verdade", ordenou num tom alto e ríspido.
"Pare... está me assustando, Ken", pediu o menino amedrontado.
"Desculpe, Omi... Eu... fiquei nervoso", disse Ken se afastando quando viu os olhos assustados do garoto.
"Eu sei... é por isso que não queria tocar no assunto. Tenho medo das suas reações", contrapôs o chibi um pouco triste.
"Mas eu me descontrolo com bem menos freqüência que antes", explicou-se um pouco sem jeito. "Eu só queria saber o que está aconteceu".
"Não me peça pra falar sobre isso", repetiu o menino mostrando-se bastante incomodado.
"Mas eu tenho o direito de saber, estou envolvido nisso também", argumentou o jogador.
Omi continuou em silencio, só ele sabia o quanto se sentia mal por estar mentindo para seu amado, mas não queria nem pensar no que Ken poderia fazer ao descobrir tudo o que Aya e Yohji haviam feito.
"Omi, se você me ama, me conte o que foi que aconteceu! Não estou mais agüentando essa sensação, estou ficando louco com isso!".
"Sinto muito...", respondeu Omi com os olhos marejados de lágrimas.
Ken se levantou transtornado, fechando os punhos com força. Não conseguia entender por que Omi insistia em esconder a verdade.
"Eu não sei por que ainda insisto. Sou mesmo um idiota de pensar que você é diferente dele", disse o jogador se referindo a versão futura de Omi. "Agora entendi que não há nada de diferente entre vocês dois. Você deve ter se divertido muito me fazendo de idiota, não é?", prosseguiu com a voz coberta de tristeza.
"Não, Ken... isso não é verdade... eu nunca faria isso...", respondeu Omi ainda meio aturdido com aquelas acusações.
"Nunca? Mas você fez, Omi, e está fazendo de novo", avisou o jogador. Omi o havia enganado todo aquele tempo e agora se recusava a falar a verdade, não havia como pensar diferente.
"Desculpe, Ken... eu não pretendia...", Omi não sabia o que dizer, Ken de certa maneira estava certo.
"Esse tempo todo eu quis acreditar que você me amava, que existia um motivo para tudo o que você fez... mas estou vendo que não há", continuou com aquele discurso que a cada minuto feria Omi mais um pouco. "Kyou tinha razão... Você nunca me amou".
"Não!! Não, Ken. Isso não é verdade. Eu te amo!! Te amo muito!", repeliu o menino de imediato aquela idéia.
"Como você quer que eu acredite nisso? Se você está agindo exatamente como ele, quer dizer como você", Ken estava cada vez mais confuso.
As palavras do jogador estavam partindo seu coração, Omi não concebia a idéia de ser comparado com seu eu do futuro."Não... não fale assim...", pediu o menino.
"O que você quer que eu diga? Depois de tudo não posso deixar de pensar que Kyou está certo. Abra logo o jogo, diga que você não me ama. Eu devia ter imaginado que você faria isso, que iria me enganar, na verdade eu mesmo pedi para ser enganado", praguejou o jogador sem o menor cuidado.
"Pare! Não me acuse desse jeito", pediu o chibi abraçando fortemente seu ex-amante "Eu te amo! Nunca duvide do meu amor... por favor".
"Como posso não duvidar se você mesmo não confia em mim e tenta me esconder uma coisa que é tão importante?", revidou Ken seriamente tentando afastar o garoto. "Não quero mais me iludir, talvez seja mesmo melhor seguirmos nossas vidas, cada um por si".
Omi ficou chocado com aquilo. Não tinha culpa de nada, achava que não merecia ser tratado daquela maneira e mesmo assim a vida o estava injustiçando novamente. Milhões de coisas passaram na mente de Omi naquele instante, não achava certo ter que passar por aquilo. Sabia que Ken ficaria ainda mais magoado com ele depois daquela discussão e que provavelmente se deixasse o jogador ir embora daquele jeito ele iria direto para os braços de Kyou e Omi simplesmente não suportava essa idéia. Passara a vida se anulando em favor dos outros e estava perdendo seu amante pela segunda vez, não queria que isso acontecesse. Então seria egoísta apenas naquela hora.
"Eu conto...", murmurou quase inaudível.
Ken o olhou surpreso, já havia desistido de obter alguma informação de Omi.
"Eu conto o que você quiser, mas, por favor... fique comigo", balbuciou o garoto inseguro, sabia que não devia fazer aquilo, mas pela primeira vez seu coração estava falando mais alto que sua razão.
Ken o olhou e sorriu carinhosamente abraçando-o em seguida. "Que bom, Omi. Que bom que não me decepcionou".
"Ken, eu sempre vou te amar. Não duvide disso". Afirmou Omi com os olhos azuis tomados de lagrimas.
Ken secou gentilmente as lagrimas que rolaram da face do garoto e lhe ofereceu um outro sorriso enquanto dizia, "Não vou duvidar se você concordar em nunca mentir para mim".
Omi concordou balançando a cabeça levemente
"Vem. Senta aqui", Ken conduziu Omi até a cama sentando-se ao seu lado."Acalme-se. Acha que pode me contar o que aconteceu?".
"Sim, mas... antes você tem que me prometer que seja o que for que eu disser você não fará nada impensado".
"Eu prometo", respondeu beijando carinhosamente os lábios de Omi.
"Bom, o que sei é que naquela missão... aquela missão foi o dia em que Yohji descobriu que Aya o havia traído". Disse Omi totalmente apreensivo, mas Ken apenas o ouvia falar sem demonstrar nenhuma reação. "Aya o traiu com Schuldich".
"Hun... isso eu já sabia", disse Ken naturalmente fazendo Omi se surpreender.
"Já sabia? Como você sabia?".
"O próprio Aya me contou hoje cedo", respondeu serio, lembrar daquilo ainda o deixava chateado.
"Mas e o que você fez com ele? Você não...", perguntou Omi um pouco nervoso.
"O que eu fiz? Não fiz nada, Omi. Embora eu ainda não consiga acreditar que isso seja verdade e ainda que Aya tenha mesmo feito isso, não podia fazer nada com ele, não agora", esclareceu Ken cortando os pensamentos de Omi."Aya já foi muito castigado nos últimos anos. Yohji o fez sofrer bastante por isso. Achei que eu não tinha o direito de repreendê-lo, ainda mais em um estado tão delicado como ele se encontra".
Omi sorriu para Ken com surpresa e admiração, tinha certeza que em outros tempos o moreno teria partido para cima do ruivo querendo dar-lhe uma boa lição. Talvez Ken tivesse razão, o jogador também havia mudado.
"Isso foi o que Aya me contou, mas eu sei que existe mais alguma coisa nisso tudo, pois de outra maneira porque estaríamos separados? Você sabe o que aconteceu, pois nem se quer comentou sobre o que você havia descoberto no apartamento do Omi naquela noite".
O sorriso de Omi se desfez novamente. Essa era a parte da historia mais complicada de explicar para Ken.
"Bom, naquele mesmo dia eu presenciei toda a briga entre Aya, Yohji e Schuldich, eu fiquei muito aborrecido com Aya e estava decidido a entregar a traição de Aya para a Kritiker e...", Omi fez uma pausa estava muito receoso de revelar aquilo.
"E...?", insistiu Ken.
"Resolvi esperar até que Yohji saísse do hospital e então ele me pediu para que eu não entregasse Aya e que não contasse nada a ninguém. Como eu me recusei Yohji me ameaçou, disse que te mataria se eu contasse alguma coisa. Então eu fiquei com medo que ele realmente fizesse isso e me calei. Mas eu me calei para o resto do mundo também. Fiquei muito decepcionado, porque não esperava isso de Yohji. Então para o bem de todos eu resolvi terminar com você, não queria arriscar sua vida. Daí me afastei de todo mundo com medo de outra decepção. Bem, e você conhece melhor do que ninguém aquilo que me tornei hoje". Desabafou o menino ainda muito sentido com a historia, para ele ainda era difícil aceitar aquilo.
"Então quer dizer que você terminou comigo porque não queria que nada me acontecesse?", perguntou Ken completamente atônito. "Eu não podia imaginar... Então você nunca quis me magoar, ao contrario, você quis me proteger".
"Sim... Não podia permitir que Yohji fizesse algo com você", confirmou Omi.
"YOHJI! Aquele desgraçado!", esbravejou o jogador se levantando furioso. "Como ele teve coragem de ameaçar você!".
"Ken... por favor... acalme-se", pediu o menino preocupado e arrependido por ter tocado no nome do Playboy.
"Não dá para ter calma! Aquele filho da mãe pretendia me matar, Omi! Éramos amigos! Como ele pôde pensar nisso? Isso é inaceitável!", esbravejou novamente em total indignação.
Omi podia compreender como aquilo devia estar sendo difícil para Ken, era a segunda vez que Ken era traído por um amigo e da primeira vez, esse amigo havia mesmo tentado matá-lo. Podia imaginar a decepção que Ken estava sentindo novamente naquele momento.
"Olha só o que ele fez com nossas vidas, Omi! Olhe para isso e me diga!", gritou o jogador deixando Omi ainda mais nervoso.
"Não, Ken. Por favor... tente entender Yohji. Ele só fez isso porque queria proteger Aya da punição, assim como eu também quis proteger você. Ele fez isso por amor e você sabe o quanto o ser humano pode ser egoísta quando se trata de amor".
"Eu sei, mas ainda assim... eu devia...".
"Não! Você não vai fazer nada. Você me prometeu que não faria nada impensado e eu confiei em você. As coisas já estão complicadas demais para piorarmos tudo. Alem do mais sabemos que Schuldich está no meio disso e vindo dele não pode ser boa coisa", disse Omi apelando para a razão do jogador.
"Você tem razão. Como sempre, você tem razão", concordou Ken abraçando novamente o garoto. "Não vou fazer nada, mas estou muito chateado com isso tudo".
"Eu também estou, mas o mais importante agora é tentarmos descobrir exatamente o que aconteceu naquele dia para tentarmos evitar que isso realmente aconteça e depois arrumar uma forma de fazer com que Yohji e eu voltemos ao nosso tempo", explicou Omi se acomodando nos braços de Ken.
"E como você pretende fazer isso? Os Schwarz desapareceram, acredito que estejam todos mortos", questionou Ken curioso.
"Não, não estão mortos, pelo menos Nagi não está", respondeu Omi.
"Não? Como você sabe disso?", Perguntou o jogador agora muito mais intrigado.
"Eu encontrei com ele na cidade, tentei saber mais alguma informação, mas Nagi não se deixa convencer muito fácil, pretendo voltar lá mais uma vez e tentar persuadi-lo a me contar o que houve", respondeu o chibi sem muitos rodeios.
"Até isso você me escondeu, Omi?", perguntou o jogador tentando digerir todas aquelas informações.
"Por favor... não vamos começar de novo, não quero mais falar disso hoje", vetou Omi se inclinando para beijar sei koi novamente.
"É mesmo? E... sobre o que você quer falar então?", perguntou Ken lançando para o garoto um olhar cheio de malicia.
"Não quero falar nada. Quero apenas que me beije...".
Enquanto isso no Koneko os dois amantes se beijavam sobre a luz da suave lua que inundava todo o quarto.
"Yohji, não devemos", murmurou Aya ofegante, tinha que resistir, mesmo que fosse difícil.
Novamente o playboy não deu ouvidos aos apelos do ruivo e reivindicou outro beijo. Os lábios suaves se entreabriam sob a pressão forte de sua própria boca e sua língua deslizou para dentro da boca de Aya. O espadachim tinha um gosto tão viciador que Yohji não conseguia resistir. Logo Aya se entregou ao beijo e as carícias do playboy. Yohji não conseguiu conter um sorriso quando sentiu o corpo esbelto se render aos seus toques. Uma perna longa era ajustada entre as suas, coxas fortes perto de sua virilha, ele se debruçou o suficiente para Aya sentir sua excitação. Ele podia sentir as mãos do ruivo espalmadas em seu tórax, sentir o calor delas pelo material de sua camisa. Enquanto isso sua mão deslizou da cintura esbelta para as nádegas firmes.
Aya cessou bruscamente o beijo com uma boqueada, afastando sua boca da de Yohji e tentou se soltar do playboy. Yohji aproveitou esse momento para dar leves beijos na bochecha, no queixo e na curva da garganta de Aya. A boca de Aya pulsava da intensidade do beijo que trocaram minutos antes e os beijos que Yohji dava em seu pescoço enviavam um calor agradável por sua espinha. As mãos fortes o ajeitaram na cama de forma que Yohji tinha total acesso ao seu corpo.
Até pelas duas camadas de roupas Aya podia sentir a dureza do playboy que ávido começou a abaixar o cós da calça do ruivo. Aquilo o despertou do torpor que o impedia de se mover antes.
"Pare... pare", pediu Aya sem fôlego, batendo nos dedos de Yohji, ao tentar se afastar ele torceu seus quadris contra a virilha de homem mais velho, excitando Yohji ainda mais. "Por favor... pare!".
Levou um momento para as palavras de Aya penetrarem em sua mente, o ruivo estava recusando-o, e o esforço para parar, para se afastar de Aya era tão grande que fez Yohji tremer. Ele não estava acostumado a ser recusado, ainda mais por Aya. Mas ele fez um esforço e deixou Aya se afastar, não queria agir como seu eu psicótico e impor sua vontade ao espadachim. Porém foi incapaz de resistir aquela boca tentadora e deu um último beijo.
"Não quero obrigar você a nada, Aya", disse Yohji com voz rouca enquanto se ajeitava na cama para dar espaço ao ruivo.
"Eu, sinto muito", murmurou Aya desviando o olhar. Não queria decepcionar o playboy que havia sido tão atencioso com ele, mas não podia se entregar assim, não era certo.
"Está certo, Aya, você não tem que fazer uma coisa que você não quer", afirmou Yohji segurando o queixo de Aya e o fazendo encará-lo. Queria mostrar para o espadachim que ele não tinha que ceder as vontades de outras pessoas se não quisesse.
"Mas eu quero", sussurrou Aya tão baixo que Yohji quase não ouviu.
"Então por que você parou?", perguntou Yohji um pouco confuso. Havia percebido que Aya o desejava, mas algo o impedia de entregar-se totalmente.
"Ele...", começou Aya, mas foi interrompido por Yohji.
"Ele sou eu, Aya. Por mais assustador que isso me pareça as vezes, essa é a realidade", falou Yohji recostando-se na cama e suspirando amargurado. Havia demorado para assimilar aquilo, mas finalmente havia aceitado a dura realidade.
"Não, você não é...", tentou Aya para ser outra vez interrompido por Yohji.
"Eu posso não ser como ele, mas sou ele", afirmou Yohji sem conseguir olhar para o ruivo. Sabia que quando Aya visse tudo por esse angulo perderia o ruivo, mas não queria que Aya se sentisse culpado por não dormir com ele.
"Eu gostava mais de você assim", murmurou Aya antes de beijar os lábios de Yohji que estava de olhos fechados. Iria aproveitar aquela segunda chance que o destino oferecia a ele, talvez aquela seria a última oportunidade para ter seu antigo amante de volta.
"Aya, não faça isso comigo. Se nós começarmos isso outra vez eu não sei se conseguirei parar", alertou Yohji usando o que restava de seu controle. Devia estar ficando louco para recusar o oferecimento do espadachim, mas sabia que se forçasse Aya a fazer aquilo ele nunca mais confiaria nele.
"Eu não quero parar", murmurou Aya silenciando o playboy com outro beijo.
Ao ouvir aquelas palavras Yohji beijou o ruivo com sofreguidão enquanto acariciava o corpo esbelto em seus braços. Sua única preocupação no momento era não machucar Aya. Sentiu o ruivo se retesar e olhou-o nos olhos.
"O que foi, Aya? Machuquei você?", perguntou Yohji preocupado.
Aya não falou nada apenas fez um sinal para que o playboy se calasse, um pouco confuso Yohji ficou quieto tentando descobrir o que havia acontecido. Ouviu vozes no corredor, mas não conseguiu identificar de quem eram.
"Yohji, alguém pode aparecer", murmurou Aya receoso assim que as pessoas passaram. O alguém que temia era seu amante, não queria nem imaginar o que aconteceria se ele os flagrasse na cama de Ken.
"Não se preocupe, eu fechei a porta. Ninguém vai entrar e nos surpreender", sussurrou Yohji mordiscando o pescoço pálido.
Naquela mesma hora, no hotel, Ken beijava Omi enquanto suas mãos cálidas percorriam toda a extensão do corpo do menino. Há muito tempo que o contado com seu pequeno amante não passava de uma mera lembrança, o jogador mal podia esperar para saciar todo o desejo que sentia. Inclinou lentamente seu corpo por sobre o de Omi deitando-o na cama. Pressionou um pouco mais aqueles lábios, sedento por sentir o gosto delicioso do loirinho. Deixaram que as línguas se tocassem de maneira ousada. Era quase impossível resistir aquela vontade tão intensa que os arrebatava.
As mãos de Omi percorreram as costas e nuca de Ken em caricias lentas fazendo o jogador ansiar cada vez mais pelo momento em que faria Omi ser seu novamente. Omi sentiu o ar lhe faltando quando o beijo foi interrompido e pode sentir como as caricias de seu amante agora eram totalmente direcionadas ao seu pescoço. Gemeu baixinho percebendo os lábios de seu koi percorrerem avidamente sua pele. Ken estava deixando Omi tão inebriado pelos carinhos que este nem tomara conhecimento que jogador já havia desabotoado habilmente sua camisa e que agora mãos fortes exploravam seu peito delicadamente. Quando Ken buscou o tórax de Omi com sua língua, o garoto foi subitamente tirado de seus delírios empurrando-o exasperado, pedindo que não continuasse. O garoto sabia muito bem onde Ken pretendia levar aquilo.
"Calma, Ken. É melhor pararmos...", murmurou com a respiração descompassada.
"Mas eu estou louco para ficar com você", revidou o jogador manifestamente decepcionado. "Passei todas as noites dos últimos anos imaginando como seria estar com você novamente. Não me negue isso. Quero você...", sussurrou enquanto beijava Omi novamente. "Achei que você também me quisesse".
"Mas... e se Yohji-kun chegar...", respondeu sem jeito. Evidentemente que desejava o jogador tanto quanto ele o desejava, mas ainda assim não podia evitar de pensar nas conseqüências daquele encontro.
"Você sabe que Yohji não voltará hoje... Nós dois sabemos muito bem onde ele foi mesmo que não tenha nos contado", explicou Ken investindo novamente para beijar Omi, mas este o deteve.
"Ainda assim, não sei se isso é prudente... É a primeira vez que ficamos sozinhos", insistiu Omi um tanto receoso.
"Isso não é hora para pensar em prudência. Alem do mais não acha que é um pouco tarde para ter pudores? Você não está com um estranho, Omi. Sou eu... Não tem com o que se preocupar", Afirmou o jogador tentando passar um pouco de segurança para o garoto.
Ken conhecia muito bem Omi. Aquele comportamento não era em nada estranho para o moreno, Omi sempre agia daquela forma naqueles momentos, pois embora estivesse cheio de desejo não conseguia livrar-se de seus pudores e receios. Por outro lado Ken também sabia que quando Omi se deixava levar pelas emoções era capaz de fazer coisas que nem mesmo ele era capaz de imaginar.
"Então... Pare de ficar pensando e medindo o que pode e que não pode dar errado, pelo menos agora. Confie em mim", insistiu o jogador voltando a beijar o pescoço de Omi desta vez mais delicadamente.
"Mas Ken, você não entende... logo eu irei embora. E se eu não conseguir concertar o futuro isso...", retrucou Omi entristecido, mas sendo rapidamente interrompido pelo jogador.
"Eu sei que você vai conseguir, mas se você quer mesmo saber, o futuro e o passado não me importam, só o presente, e o presente é que você está comigo aqui. Deixe-me viver o agora! E o que quero agora e apenas você, Omi", disse Ken resoluto calando de vez o menino com um beijo muito mais intenso. Depois de alguns minutos Ken já havia despido Omi por completo e agora se livrava de suas próprias roupas, mas sem deixar que os corpos ficassem separados por muito tempo. Deixou que suas mãos tocassem novamente o corpo do menino numa busca quase desesperada, excitando-se ainda mais com as reações de seu amante que já começa a apresentar sinais de rendição.
"Não... Ken...", murmurou Omi entre seus gemidos.
"Por que você sempre faz isso? Por que você diz não se eu posso ver o quanto você está excitado?", Ken tocou de leve a ereção pulsante do menino, fazendo-o tremer com o toque. Aproximou-se do peito de Omi deixando a língua oscilar sobre seu mamilo esquerdo e mordiscou-o levemente, muito interessado naquele joguinho de fazer o outro perder o controle. Omi arquejou e gemeu, entregando-se com paixão.
O chibi chamou pelo nome de seu koi com sua voz entrecortada e ofegante, misturada aos sons dos seus gemidos por diversas vezes, isso estava deixando o jogador completamente extasiado de desejo. O garoto não podia deixar de reparar mais uma vez em como Ken estava ainda mais bonito, Omi estava realmente encantado, e naquele momento seu corpo exigia por um contado mais intimo. Amava Ken demais, e se perguntou varias vezes como pudera viver longe dele tanto tempo no futuro.
O jogador cobriu o corpo sob o seu de beijos, foi descendo até seus lábios encontrarem a virilha de loirinho e suas mãos deslizarem pelas coxas macias até alcançarem as nádegas, apertou-as delicadamente. O garoto remexeu o quadril sentindo-se provocado. Ken suspendeu um pouco as pernas de Omi abrindo-as totalmente, expondo a intimidade do garoto. Contemplou a entradinha tão cobiçada e sentiu todo seu corpo tremer num espasmo louco, era tanto desejo que achou melhor controlar-se ou acabaria machucando seu pequeno amante de tão ansioso que estava. Omi levou um dedo até a boca mordendo-o, virou o rosto em seguida sentindo sua face enrubescer, ficava muito encabulado por ser olhado daquele jeito, mas ao mesmo tempo isso também o excitava ainda mais.
Aquela vontade ardente já havia se apoderado de ambos. Ken levou o dedo médio a boca umedecendo-o com a própria saliva, desceu na direção da fenda do garoto tocando-a levemente, introduziu o dedo lentamente atentando para cada reação de Omi que já não conseguia conter os gemidos, começou a explorar aquela cavidade pacientemente, executando o movimento com precisão, tentando atingir todos seus pontos sensíveis. Sentia necessidade de dar prazer ao seu amante.
Aquilo estava deixando Omi completamente fora de si, o único pensamento que dispensou naquela hora alem da vontade de ser possuído, foi a certeza de que Ken mesmo estando um pouco diferente ainda era o mesmo. Só ele conseguia promover aquela euforia e sensação enlouquecedora em seu corpo, somente ele o fazia sentir-se assim, estava claro que apesar de tantas mudanças Ken ainda era o mesmo na cama.
Ken achou que deveria dar prosseguimento aquele ato de amor, sabia que se continuasse provocando Omi daquele jeito logo o garoto estaria implorando para ser possuído, mas não iria espera-lo pedir, pois mesmo ele já não agüentava mais esperar. Retirou o dedo da entrada agora devidamente preparada para receber e agüentar seu membro quente e pulsante. Suspendeu as pernas e elevou um pouco os quadris do menino tornando-o mais acessível. Posicionou o pênis rijo no anus de Omi penetrando-o firmemente, mas ainda sim com delicadeza, não queria machuca-lo.
O loirinho gemeu contraindo os músculos da face querendo acostumar-se com aquela invasão leve e passageiramente dolorosa. Rebolou um pouco os quadris manhosamente ajustando-se ao seu amante permitindo que ele agora o preenchesse por inteiro. Não resistindo àquele corpinho tão tentador Ken começou a movimentar-se insaciavelmente dentro de Omi. O garoto pode sentir o jogador investindo cada vez mais, pressionado-o contra cama, enlouquecendo-o.
"Vem... quero que me mostre aquilo que só você sabe fazer, Omi. Estou com saudades", disse Ken. Levantando o menino sem sair de dentro dele, invertendo a posição. Recostou-se na cabeceira da cama e posicionou o garoto em seu colo. Omi tentou protestar, estava um pouco encabulado, abraçou o pescoço do amante escondendo o rosto.
"Ei, vamos, meu amor. Você é só meu, quero você. Quero que faça!", ordenou Ken cravando seu pênis com força no interior do loirinho fazendo o gritar.
Omi acatou a ordem prontamente começando um rebolado tímido. As mãos de Ken o seguravam pelas coxas e nádegas ajudando-o a movimentar-se. Logo o menino loiro empinou o traseiro e começou a subir e descer engolindo vigorosamente com seu anus o membro faminto de seu amante. Ken auxiliava Omi naquela deliciosa cavalgada permitindo ao garoto faze-lo mais rápido sem se cansar.
"Hunn... isso mesmo, Omi", incentivava o moreno já completamente inebriado por aquele rebolar tão gracioso, quase feminino.
Omi deixou a cabeça pender para traz quando percebeu que o ritmo já estava maior do que podia agüentar. Seus lábios entreabertos dando livre passagem aos gemidos que se fizeram tão altos denunciando claramente que o êxtase se aproximava. Mais algumas investidas e Omi despejou seu sêmen quente no abdômen definido do jogador, Ken também não pode mais agüentar e numa ultima estocada fez seu gozo preencher todo o interior de Omi num jato forte e intenso. O garoto deixou o corpo cair descansando sobre o tórax de seu koi, acomodou a cabeça em seu peito sentindo um relaxamento no corpo. O jogador acolheu-o num abraço carinhoso e vislumbrou a face doce de Omi, pode perceber as lagrimas que umedeciam os olhos do menino loiro, mas mesmo com as lagrimas um sorriso de satisfação estava lá. Sem duvida aquelas não eram lagrimas de tristeza
Antes que o espadachim pudesse protestar mais uma vez, Yohji silenciou-o com um beijo. Queria aproveitar aquele momento e fazer com que Aya aproveitasse também e se entregasse a ele. Aos poucos sentiu que Aya relaxava novamente em seus braços, aproveitando-se disse Yohji lentamente o despiu. Assim que o espadachim estava nu se afastou um pouco para admirar o corpo de seu amante.
O playboy teve que se controlar para não deixar a raiva dominá-lo e matar seu eu do futuro quando viu as marcas no corpo do ruivo. Sabia que nem todas marcas haviam sido causadas pela queda já que exibiam diversas cores, muitas estavam amareladas o que mostravam que eram antigas. Vendo o medo nos olhos ametista Yohji debruçou-se para beijar os lábios macios.
"Te amo, Aya, nunca esqueça disso", sussurrou Yohji acariciando os cabelos sedosos espalhados no travesseiro.
Aya ficou estático ao ouvir aquelas palavras sendo pronunciadas com tanto amor. Fazia muito tempo que não ouvia aquilo sem que antes seu amante não o tivesse espancado. Entregou-se sem reservas ao playboy, iria aproveitar tudo que Yohji estava oferecendo. Em princípio Yohji ficou um pouco surpreso ao sentir que Aya retribuía suas carícias com a mesma paixão dele.
Com relutância Yohji se afastou de Aya para se despir, em poucos segundos suas roupas estavam espalhadas pelo quarto de Ken. Não queria perder nem um minuto agora que tinha conseguido que Aya se entregasse.
Yohji olhou para o espadachim deitado a sua frente e sentiu uma forte possessividade, nunca desistiria dele não importando as conseqüências. Ele de debruçou e passou sua língua sobre um mamilo de Aya, apreciando o som abafado de prazer que o ruivo emitiu. Mãos fortes acariciavam seu cabelo, os dedos deslizavam pelas mechas escuras e ele subiu achando os lábios suaves de Aya mais uma vez.
Ele se acomodou na cama, metade ficando sobre Aya enquanto o beijava, sua perna entre as coxas do espadachim. O ruivo se moveu abrindo as pernas e naquele momento Yohji puxou a perna de Aya colocando-a ao redor de sua cintura aumentando o contato entre eles. Não existia nenhum pensamento consciente agora, nenhum racional. Só existia dois corpos entrelaçados juntos e a necessidade entre eles.
Movendo-se novamente, deitou-se em cima de Aya, deslizando sua mão pelo cabelo ruivo espesso enquanto sua língua percorria todas as regiões doces de sua boca. Os gemidos de Aya eram tragados pelos lábios de Yohji e então ele parou, olhando para o rosto corado de Aya. O espadachim olhou para ele, um suspiro escapando de seus lábios. As mãos fortes deslizaram pelas costas de Yohji e Aya ergueu a outra perna, buscando mais contato com o playboy.
Yohji sentiu seu corpo doer de necessidades, ele alinhou seus corpos fazendo com que Aya gemesse novamente de prazer. Ele parou, assistindo Aya, que mordia os lábios para não gritar de prazer. Era primoroso para ele assistir o ruivo totalmente entregue.
"Não pare", sussurrou Aya suspirando e beijando o ombro de Yohji. "Por favor".
O loiro se debruçou e capturou a boca de Aya, empurrando ele mesmo contra o corpo do ruivo. O espadachim gemeu, sua respiração presa em sua garganta quando Yohji começou a prepará-lo para a penetração. Após cobrir seus dedos com um creme que achou no quarto de Ken ele empurrou um dedo lubrificado contra a entrada apertada. Após sentir Aya relaxado ele adicionou um segundo dedo, detendo-se quando Aya gemeu e estremeceu quando tocou sua próstata. Não conseguiu conter um sorriso e apertou suavemente naquele mesmo lugar novamente até Aya se arquear na cama contra sua mão.
"Por favor, Yohji, eu quero você dentro de mim", pediu Aya ofegante quando o playboy adicionou um terceiro dedo.
Yohji removeu seus dedos e cuidadosamente penetrou o espadachim, não conseguiu conter um gemido quando sentiu a pressão em seu pênis.
"Você é maravilhoso", Yohji sussurrou tomando a boca macia em um beijo selvagem. Adorava fazer Aya perder o controle durante o sexo, nesses momentos o espadachim era seu.
Aya suspirou, deslizando seus braços ao redor de Yohji, seus dedos segurando firme nas costas musculosas. O prazer que o playboy proporcionava anulava qualquer pensamento coerente que pudesse ter e tudo que podia fazer era segurar o homem mais velho, enlevado pelas sensações maravilhosas.
Yohji ergueu as pernas do espadachim até colocá-las em seu ombro, o ritmo ficou mais rápido. Com precisão angulava suas estocadas fazendo Aya se contorcer na cama. Não conseguia tirar seus olhos das faces esvaziadas de seu amante, os olhos fechados de prazer.
Aya sentia o suor de Yohji gotejando em seu rosto, em seu tórax e em sua barriga mesclando-se com o seu próprio suor. Eles moviam-se juntos, o calor entre eles era quase mais do que ele podia agüentar. Aya clamou quando Yohji segurou sua ereção, sentiu que nenhum dos dois iria durar muito naquele ritmo. Ele estava preso no prazer, enlaçado por ele e tudo que queria era que durasse para sempre. Mas não era para ser e quando ele sentiu seu orgasmo vindo ele clamou, arqueando contra o loiro e o segurando firmemente.
"Yohji", gemeu Aya estremecendo nos braços do playboy.
O playboy sentiu uma erupção de fluido quente em seu tórax quando o ruivo chegou ao orgasmo. Sentiu também os músculos do espadachim se contraírem ao redor de seu pênis levando-o a loucura antes de preencher Aya com seu liquido quente.
Yohji deitou quieto, caído sobre Aya e à medida que descansou mãos fortes acariciavam seu cabelo. Ele suspirou pesadamente, o calor de sua pele combinado com o calor do corpo de Aya. Não queria se mover, queria ficar deitado onde ele estava envolvido pelos braços e pernas do ruivo, abrigado de todas complicações do mundo exterior.
"Eu amo você", disse Aya em voz suave.
Yohji sorriu, levantando sua cabeça, examinando as orbes ametista que o olhavam de volta com adoração. "Eu também amo você, meu anjo".
Aya sorriu, rolando com seu amante quando Yohji se moveu para ficar lado a lado com ele. Eles ficaram abraçados, Yohji escovando o cabelo ruivo úmido longe do rosto de Aya. Ele beijou a fronte de Aya, traçando círculos no ombro do espadachim. Em poucos minutos o ruivo adormeceu em seus braços.
Com o espadachim abrigado em seus braços Yohji tentava não dormir, tinha que sair cedo antes que os outros acordassem ou teriam muitos problemas e no momento era a última coisa de que precisavam. Sabia que não devia ter dormido com Aya principalmente porque logo iria embora, mas não havia conseguido evitar.
Agora tinha que ajudar Aya a recuperar sua auto estima antes de voltar, não podia deixá-lo frágil como estava nas mãos do seu eu psicótico, isso era impensável. Estava em um dilema terrível, não podia abandoná-lo ali a mercê de sua sorte, mas também não podia ficar e deixar seu amante sozinho no passado. Tinha que arrumar uma solução para tudo ou não teria paz.
"No que esta pensando?", perguntou Aya acordando e se ajeitando na cama, seu braço estava incomodando-o um pouco.
"Em como você é perfeito", respondeu Yohji beijando a ponta do nariz de Aya. Não iria expor suas preocupações para o espadachim, ele já tinha muitas coisas para se preocupar.
Um leve rubor tingiu as faces pálidas de Aya, estava desacostumado a elogios. Fazia muito tempo que ninguém dizia algo de bom para ele. Tudo aquilo deveria ser um sonho, um sonho do qual não queria nunca mais acordar.
"Aya, meu anjo, agora tenho que ir, esta amanhecendo", disse Yohji levantando-se. Não queria ir, mas não tinha opção.
Aya não disse nada apenas o fitava com olhos tristes enquanto ele se vestia. Queria ficar, mas tinha que ser sensato e sair antes que alguém aparecesse. Odiava ser o motivo de tanta tristeza para o ruivo, mas seria melhor assim. Além do mais não o deixaria, pelo menos enquanto estivesse naquele tempo estaria sempre presente.
"Eu voltarei, Aya", sussurrou Yohji beijando o espadachim pela última vez antes de sair do quarto sorrateiramente.
Com dores por todo corpo Aya lentamente levantou-se da cama e se vestiu, se seu amante o pegasse nu na cama de Ken ele o mataria. Após vestir-se ele voltou a deitar. Tomou um dos remédios que o médico receitou e dormiu, não queria enfrentar no momento a realidade.
Continua...
Por Suryia Tsukiyono e Bad Kitty / Novembro de 2002
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