Fantasmas do Passado

Por Suryia Tsukiyono e Bad Kitty

Parte XIII

Yohji continuava a andar de um lado para o outro do avião e isso já estava começando a deixar Omi nervoso. O loirinho não conseguia se concentrar em sua tarefa, não queria nem pensar caso fracassasse, tinha que conseguir guiá-los em segurança de volta ao passado. O peso daquela missão nunca havia se feito tão presente dentro dele.

"Pare de andar de um lado para o outro, Yohji-kun! Não vai adiantar nada ficar assim", disse Omi já ficando zonzo com a movimentação do loiro.

"Eu sei chibi, mas...", Yohji ia tentar explicar o porquê não conseguia manter-se calmo, mas foi interrompido quando uma forte trepidação envolveu todo o avião. "Mas que diabos está...".

Omi olhou assustado para o painel de controle do avião, mas todo o sistema de computação simplesmente se apagou.

Abrindo os olhos lentamente o playboy tateou o chão onde estava deitado. "Merda! Isso já está ficando chato, essa droga de areia estraga todo meu cabelo", reclamou o loiro enquanto se levantava.

Omi também se levantou e sacudiu a cabeça varias vezes até que seus olhos pudessem dar uma boa olhada a sua volta, reconheceu a praia onde haviam caído dias atrás quando todo aquele sofrimento havia começado, no entanto estava muito escuro e por mais que se esforçasse o menino não conseguia dizer com clareza se haviam tido sucesso em sua volta para casa. Mas os olhos azuis de Omi brilharam feito dois faróis reluzentes quando avistou Ken e Aya, não em suas versões futuras e sim do jeito que Omi mais desejou encontra-los naqueles últimos dias. E agora os dois estavam ali a poucos metros de distância dele e de Yohji.

"Ken!!!", gritou o garoto eufórico correndo na direção de seu koi. Pulou sobre o jogador abraçando-o com tanto desespero que a queda ao chão foi inevitável.

Qualquer tentativa de Ken de retirar Omi de cima dele foi derrotada pela avalanche de beijos apaixonados que o loirinho despejou sobre seu koi

Yohji se aproximou de Aya e o abraçou e beijou com sofreguidão, porém bem mais discretamente que Omi. Teve que se controlar para não jogador o ruivo no chão e fazer amor com ele na frente dos dois, o loiro conhecia seu koi o suficiente para esperar estar sozinho com ele e comemorar aquele reencontro como ele merecia. Mal podia acreditar que estavam de volta, onde tudo era como se lembrava. Tinha que conseguir convencer Aya a sair com ele àquela noite, estava eufórico para retomar sua vida e tentar esquecer aquele futuro sinistro.

"Vocês demoraram a voltar então nós viemos procurar os dois", contou Aya, apesar de tentar disfarçar o espadachim sentiu-se muito aliviado por encontrar Yohji e Omi bem. "Ainda bem que estão todos vivos".

"Ah Ken... Eu estou com tantas saudades, não agüentava mais ficar longe de você", continuou Omi sem sair de cima do jogador e sem deixar de beijá-lo um único minuto.

Ken pode perceber todo o desespero de Omi naquele carinho e estranhou um pouco, não só Ken como Aya também teve a mesma sensação de estranheza. O moreno sabia que às vezes Omi costumava ter reações extremamente carinhosas como aquela, mas nunca havia feito isso na frente dos outros.

"Saudades, Omi? Mas não nos vemos a apenas duas horas", revelou Ken ainda não entendendo o comportamento de Omi, mas ele não fez nada para deter o garoto, na verdade estava adorando ser tratado com tanto carinho.

"Duas horas?", repetiu Omi finalmente entendendo que todos aqueles dias em que passaram no futuro não havia se passado mais que duas horas em seu presente. "Não importa, pareceu que foi uma vida inteira", retrucou voltando a beijar sei koi, parecia que todos os beijos do mundo não eram suficiente para tirar de dentro dele todas aquelas sensações. Queria esquecer tudo que viveram naquele futuro desastroso, mas não podia, sabia que precisava ter a lembrança daquele futuro gravado com força em sua mente, para evitar que cometessem os mesmo erros.

"Ei, será que os dois não podem esperar chegar até em casa, não?", disse o loiro sarcástico. "Eu sei que essa praia, a lua tão linda, é um cenário muito romântico, mas Aya e eu não temos a mínima vontade de sermos telespectadores desta cena".

"Ah... Desculpem", pediu Omi finalmente saindo de cima do jogador.

Os três integrantes mais velhos dos Weiss riram vendo Omi se levantar meio embaraçado e vergonha brotar rapidamente na face rubra do menino. Mas o rubor se desfez rapidamente quando Omi se lembrou de uma coisa muito mais importante.

"Ken, me prometa uma coisa. Me prometa que não importa o que aconteça vamos sempre confiar um no outro", pediu Omi ansioso.

"Mas para que isso, Omi?", questionou Ken confuso.

"Não importa, apenas prometa!", insistiu Omi.

"Mas, Omi...".

"Por favor, Ken... me prometa...", suplicou o loirinho.

"Claro, eu prometo, mas acalma-se", consentiu o jogador, como poderia recusar alguma coisa àqueles olhos tão lindos?

"Prometa você também, Yohji-kun", disse Omi.

"Claro, Omi. Não precisa nem pedir duas vezes", respondeu Yohji instantaneamente, afinal era o único que podia entender o porque daquela insistência de Omi.

"Aya-kun... você também", Omi fez seu ultimo pedido.

Aya manteve-se em silencio por alguns segundos fitando seu koi, este fez um leve movimento com a cabeça indicando ao ruivo que ele deveria concordar e Aya o fez.

Retomando sua postura de líder do grupo Aya encarou Yohji e Omi esperando que eles lhe dissessem como haviam se saído na missão. "E os criminosos que estavam perseguindo?", perguntou Aya.

"Bem, o avião deles caiu minutos antes do nosso. Acho que não tiveram a mesma sorte que Yohji e eu", respondeu Omi só agora se lembrando do que realmente havia acontecido naquela missão.

"Ótimo então, já que a missão foi completada vamos voltar para o Koneko antes que apareça alguém por aqui", ordenou Aya sendo seguido pelos demais.

Mal haviam entrado em seu apartamento Yohji prendeu Aya contra a parede com seu corpo. "Senti sua falta", murmurou Yohji puxando o corpo do ruivo para mais perto de si. Aya esboçou um leve protesto antes de enlaçar o pescoço do playboy com seus braços. Sentia-se seguro e protegido nos braços de seu koi, mesmo não gostando de admitir aquilo.

Yohji sentiu o cheio de Aya misturado com o shampoo de rosas quando beijou os cabelos sedosos de seu koi. Ele fechou os olhos e ficou apreciando o momento, o reencontro com seu Aya. O espadachim também fechou seus olhos, entregando-se ao abraço. Yohji afastou uma mecha do rosto de Aya e se afastou um pouco.

"Te amo, Aya, nunca se esqueça disso", disse Yohji com a voz rouca de desejo. Yohji segurou o rosto de Aya com as duas mãos antes de se inclinar e beijá-lo. Os lábios de Aya roçando levemente os seus, tentando ele com a promessa de muito mais. Quando o beijo começou a esquentar Aya o interrompeu.

"Depois, Yohji, preciso de um banho antes", sussurrou Aya desvencilhando-se do playboy com um sorriso provocante. "Sozinho".

"Provocador", murmurou Yohji antes de se atirar na cama.

Algum tempo depois, sentado na cama recostado em algumas almofadas Aya tentava relaxar enquanto Yohji se arrumava. Pela animação do playboy sabia que ele queria ir a algum de seus clubes lotados e pelos olhares de soslaio que o loiro lançava para seu lado tinha certeza que seria arrastado junto.

"Aya!", chamou Yohji escolhendo uma roupa do armário. Levaria o espadachim para sair nem que fosse amarrado, estava tentando não pensar em nada do que havia visto no futuro, no que havia se transformado. Aquela noite queria se distrair e esquecer tudo.

Fingindo que estava distraído ouvindo música Aya nem mesmo olhou para o playboy, sabia que se olhasse estaria perdido. Yohji faria de tudo para arrastá-lo para o clube. A melhor tática era ignorá-lo e fingir que estava descansando, na maioria das vezes esse truque funcionava. Quando Yohji subiu na cama ao seu lado percebeu que aquela noite não teria tanta sorte.

"Aya, por favor, vamos sair", pediu Yohji tirando os fones do ouvido de Aya. Queria a atenção do espadachim ou não conseguiria convencê-lo. "Vamos comemorar o sucesso da missão".

"Você e Omi poderiam ter morrido e os criminosos ainda podem estar vivos, não acho que foi uma missão tão bem sucedida", retrucou Aya ainda evitando olhar nos olhos de Yohji.

"Duvido que eles tenham sobrevivido àquela queda e nós não morremos. Quer um melhor motivo para celebrar do que esse?", insistiu Yohji magoado. "É tão difícil para você entender que gosto de sair com você?".

Aya ficou olhando para Yohji em silêncio, dificilmente o playboy agia daquela forma. Normalmente ele fazia alguma barganha, mas não se expunha daquela maneira. Desde que havia encontrando Yohji e Omi na praia eles estavam agindo de modo estranho. Apesar de sempre tentar ser o menos emotivo possível, não se sentia bem magoando as pessoas, por isso muitas vezes cedia aos pedidos de seu amante.

"Ok, Yohji, vamos sair, mas com uma condição", falou Aya pela primeira vez olhando nos olhos verdes.

"Qualquer coisa. Faço qualquer coisa para sair com você", respondeu Yohji rapidamente. Aceitaria qualquer condição para sair com seu koi.

Quando viu o espadachim conter um sorriso triunfante Yohji quase voltou atrás, sabia que a condição não seria muito favorável a ele, mas não tinha outra opção.

"Você não vai me arrastar em suas saídas noturnas por um mês", avisou Aya tentando esconder sua satisfação com o espanto do playboy.

"Aya, isso não é justo", Yohji ainda tinha esperanças de conseguir barganhar com aquela condição.

"Sem acordos, ou você aceita ou não saímos juntos hoje", avisou Aya dando o assunto por encerrado colocando os fones.

"Certo, certo. Um mês sem nenhuma saída noturna. Aceito sua condição, Aya", concordou Yohji sem opções. Aya que se preparasse porque só voltariam pela manhã, já que durante um mês ficariam confinados a floricultura. "Mas pode deixar que eu escolho sua roupa, Aya".

Nunca em sã consciência deixaria o espadachim escolher uma roupa para sair à noite. Se não cuidasse ele sairia com aquele horroroso suéter laranja que tinha sido tentado a dar um fim várias vezes. Aquela noite seria memorável para os dois, se certificaria disso.

Quando Omi entrou em seu quarto atirou-se na cama preguiçosamente. "Não acredito que estou aqui, ahh... realmente não há lugar no mundo melhor que a nossa casa", dizia o menino para si mesmo. Depois de tomar um banho e vestir roupas limpas resolveu descer, pois acabara de lembrar que a louça do jantar ainda o esperava dentro da pia para ser lavada. Já ia começar a colocar ordem naquela sujeira quando Ken praticamente expulsou Omi da cozinha se oferecendo para lavar a louça. Omi estranhou um pouco, pois não pode perceber as verdadeiras intenções do jogador naquele gesto, Ken sabia como Omi era perfeccionista e provavelmente levaria séculos até a arrumar o caos em que se encontrava a cozinha e hoje em especial Ken não estava disposto a esperar muito.

Cruzou com o playboy ao voltar para sala e julgou pelo visual caprichado que ele iria sair junto com Aya.

"Vai sair com Aya, Yohji-kun?", interpelou o jovem arqueiro, não sabia porque, mas aquilo o deixou meio apreensivo.

"Sim, vamos ao clube. Vou esperar por Aya no carro", respondeu Yohji sem dar muita importância.

"Yohji-kun...", chamou o menino bem devagar. "Seja lá o que aconteça, por favor, tome cuidado com suas atitudes. Todo o nosso futuro depende agora de seus atos".

"Não se preocupe, chibi. Vou manter isso em mente", respondeu Yohji com um sorriso, sabia que o menino estava certo e realmente faria o possível e o impossível para não estragar tudo novamente.

"Não se trata disso, Yohji-kun. O que você precisa ter em mente é uma única certeza. A certeza de que você ama Aya e de que ele também te ama. Lembrem-se, nós prometemos sempre confiarmos uns nos outros".

"Eu não vou me esquecer, Omi", respondeu Yohji desarrumando os cabelos do menino. "Tem certeza que você tem apenas dezessete anos?".

Sem entender o comentário Omi viu o homem mais velho sair pela porta, o menino atravessou a sala e sentou-se no sofá iria tentar esquecer tudo aquilo pelo menos por agora.

Já estavam no bar há muito tempo, tempo demais para seu gosto. Àquela hora quase todos já estavam bêbados ou no mínimo muito altos. Aya massageou as têmporas para afastar uma enxaqueca que começava a incomodá-lo. O barulho ensurdecedor, as luzes frenéticas piscando ofuscando sua visão, a multidão aglomerada dançando na pista movendo-se ao som das batidas da música, tudo parecia irritá-lo, não via a hora de ir embora. Maldizia o momento em que havia cedido ao capricho do playboy, tudo que queria era estar em casa praticando com sua katana ou relaxando um pouco.

Como se seu sofrimento até aquele momento não fosse grande o bastante, um baka estava sentado em uma mesa próxima encarando-o com um sorriso idiota no rosto. Só esperava que o idiota se tocasse que estava acompanhado e achasse outra distração.

Yohji por sua vez estava adorando cada segundo daquela noite, nem mesmo havia percebido que seu koi estava entediado. Para melhorar sua noite só se conseguisse arrastar Aya para a pista de dança, mas sabia que era melhor não provocar o espadachim afinal já havia conseguido um milagre até aquele momento. Aya estava com ele até àquela hora sem reclamar e sem matar ninguém.

Sua animação acabou quando um garçom trouxe um drink para Aya, sabia que o espadachim quase não bebia e não havia pedido nada. Algum idiota ali não percebia que o espadachim estava fora dos limites.

"Quem mandou isso?", perguntou Yohji segurando o pulso do garçom quando este estava afastando-se da mesa.

"O senhor daquela mesa", respondeu o rapaz trêmulo.

"Baka", rosnou Yohji entre dentes levantando-se da mesa sem soltar o garçom. Ensinaria a todos no bar a não mexerem com seu koi.

"Yohji, pare com isso", avisou Aya levantando-se e segurando o playboy. "Solte o garoto, ele só estava fazendo o trabalho dele".

"Quem aquele idiota acha que é para ficar dando encima de você deste jeito?", perguntou Yohji furioso. Aya era seu e de mais ninguém, tinha que deixar isso bem claro para todos.

"Sente-se, Yohji. Você não vai fazer nada, o ignore", falou Aya irritado com o comportamento irracional de seu koi.

"Então vamos sair daqui, vamos para o outro lado do bar", disse Yohji encarando o homem que havia mandado a bebida para Aya.

"Não", falou Aya começando a perder a paciência com o loiro. Não entendia qual era o problema em continuar ali, não via o motivo que o homem incomodava Yohji ele nem estava correspondendo a paquera.

"Aya, mas aquele baka vai continuar te olhando", argumento Yohji fumegando. A teimosia de Aya não estava ajudando em nada naquele momento.

"Qual o problema disso? O importante é que eu não estou olhando para ele", contestou Aya furioso com a insistência do playboy. Parecia que Yohji não confiava nele.

"Então vamos embora, já que você não quer mudar de lugar", disse Yohji pegando seu casaco e levantando-se outra vez.

"Não vou a lugar nenhum, Yohji", avisou Aya furioso. A coisa que mais queria era sair daquele lugar, mas não daquela maneira. Nunca havia permitido que mandassem nele e não começaria agora devido ao ciúme sem sentido do homem mais velho.

"Como?", perguntou Yohji erguendo uma sobrancelha. Não acreditava que o espadachim faria uma coisa assim, o desafiar por um babaca qualquer.

"Você ouviu bem, não vou sair daqui", repetiu Aya virando o drink que o homem havia mandado em um só gole. A whisky desceu queimando em sua garganta, fazendo seus olhos lacrimejarem.

"É assim, Aya? Então se divirta, porque eu estou indo", avisou Yohji irado. Não sabia o que o havia irritado mais, o homem paquerando seu koi ou a teimosia de Aya. Deixou Aya na mesa sem nem mesmo olhar para trás, estava muito contrariado com tudo aquilo.

Atordoado com a reação do playboy Aya continuou sentando à mesa, não acreditava que o playboy tivesse feito isso com ele, largando-o sem carro naquele lugar detestável. Em primeiro lugar nem mesmo queria sair de casa aquela noite, havia sido idéia dele irem aquele lugar. E em segundo nunca trairia Yohji, aquela idéia nunca havia passado por sua cabeça.

Sem pensar em nada pediu ao garçom mais um whisky, não havia bebido nada a noite toda até o momento da briga, talvez um pouco de álcool o distraísse um pouco. Sabia que se fosse atrás do playboy brigariam outra vez, ficaria um pouco mais ali para esfriar os ânimos depois iria para casa.

"Nada melhor do que se divertir um pouco depois de uma missão", pensou Schuldig entrando no clube lotado. Agüentar Crawford às vezes era quase impossível, aquela noite havia sido uma dessas vezes. O americano não havia saído do seu pé a noite toda.

"... teimoso, como alguém pode ser tão teimoso?", resmungou um loiro passando ao seu lado sem notá-lo.

"Interessante, o que será que o líder destemido fez para deixar o playboy tão enfurecido?", pensou Schuldig sem esconder um sorriso de satisfação. Adorava quando as coisas saiam erradas para balines. No mínimo Aya havia ligado para o loiro voltar para casa.

Devagar foi para o bar observando os freqüentadores, não queria voltar para casa sozinho àquela noite. Surpreendeu-se quando viu absínia sentado em uma das mesas com os cotovelos apoiados nela e o rosto entre as mãos. Parece que a briga entre os dois gatinhos tinha acontecido ali mesmo. Aquele deveria ser seu dia de sorte, pensou o alemão sorrindo.

Pegando dois drinks no bar, Schuldig foi para a mesa onde Aya estava. A mente do espadachim estava uma bagunça, certamente havia bebido mais do que estava acostumado. Ele seria um alvo fácil para o telepata naquela condição.

"Vá embora!", disse Aya assim que colocaram um copo com alguma bebida em sua frente. Não beberia mais nada, dois copos já estavam muito além de sua cota. Poucos minutos se passaram desde que o playboy saíra, mas vários homens já haviam feito seu movimento para ficar com Aya deixando o espadachim irritado.

Tsc...tsc...tsc, assim você vai acabar sozinho, absinia, falou Schuldig invadindo os pensamentos do ruivo e sentando-se na cadeira desocupada ao lado de Aya.

"Schwartz", exclamou Aya virando-se para encarar o alemão. Aquele não foi um movimento muito esperto, o movimento brusco fez com que sua cabeça latejasse outra vez.

Acalme-se, Absínia, não pretendo fazer nada que você não goste, Schuldig estava se divertindo com o líder de Weiss. Nunca havia conseguido nenhuma reação do ruivo por mais que tentasse, tinha que se lembrar de agradecer Balines pelo presente.

"Saia da minha cabeça", rosnou Aya entre dentes. Como se não bastasse à briga com Yohji agora Schuldig aparecia para piorar sua noite, o que mais poderia acontecer?

Você esta muito tenso, precisa relaxar um pouco, Schuldig não deixaria uma oportunidade daquelas ser desperdiçada. Não quer ir dançar comigo?

A única resposta que o alemão obteve foi um olhar glacial do ruivo, teve que fazer muito esforço para não rir na cara de Aya e irritá-lo mais. Aquela noite prometia ser muito proveitosa conforme Crawford havia previsto, ainda não entendia porque questionava as visões de seu chefe, elas sempre se provavam verdadeiras. Tinha confiança no americano, mas não sabia que teria a oportunidade de mexer com a cabeça dos gatinhos tão cedo e tudo graças ao playboy.

Será que o maldito telepata não percebia que não queria companhia? Apesar de que Aya não entendia porque o alemão não havia tentado atacá-lo enquanto estava totalmente fora de combate. Na condição em que se encontrava não seria capaz de se defender. Mataria seu amante lenta e dolorosamente quando chegasse em casa por tê-lo deixado sozinho no clube. O barulho ensurdecedor da música fazia sua cabeça latejar cada vez mais, as luzes machucavam seus olhos e a presença do alemão o deixava tenso. Tinha que ir embora de qualquer jeito ou enlouqueceria.

Não, não, não. Você não vai a lugar nenhum nesse estado e você nem mesmo terminou sua bebida, comentou Schuldig atento aos pensamentos de Aya. Não podia deixá-lo escapar tão facilmente, jamais conseguiria encontrá-lo indefeso como estava.

Em um único gole Aya tomou o que restava de seu whisky e levantou-se da cadeira rapidamente. O mundo girou ao seu redor se Schuldig não o segurasse ele teria caído, o cheiro forte de fumaça, suor e bebida embrulhou seu estomago, tinha que sair daquele lugar logo ou desmaiaria.

Não se preocupe, Absinia, vou tomar conta de você, a droga que tinha colocado na bebida de Aya estava fazendo efeito rápido, precisava tirá-lo dali antes que ele desmaiasse, ou antes, que alguém percebesse que ele estava passando mal.

O Pânico tomou conta de Aya quando percebeu que não conseguia falar e nem se mover direito, estava à mercê do telepata. Logo nem mesmo seus pensamentos estavam coerentes mais, estava nas mãos do ruivo de Schwartz. Schuldig o estava levando para fora do clube, mas apesar de toda sua vontade de sair dali não queria sair com o alemão, muito menos nos braços dele.

Furioso como nunca Yohji saiu do clube sem pensar duas vezes. Não conseguia acreditar que Aya o havia enfrentado por um desconhecido, mas sabia que um pouco da relutância de Aya se devia ao fato de que ele havia tentado impor sua vontade e o ruivo odiava ser mandado.

Algo no fundo de sua mente o alertava a não deixar Aya sozinho no bar, mas sua raiva era mais forte e o impedia de pensar direito. Após sair do clube acendeu um cigarro e ainda muito irritado foi para o carro sem reparar nas pessoas que tentavam atrair sua atenção. Só conseguia pensar em Aya e na briga, brigavam por motivos fúteis às vezes, mas normalmente não na presença de estranhos. O espadachim muitas vezes agüentava tudo em silencio para depois descontar no playboy em casa. Alguma coisa naquela situação o incomodava, mas não conseguia saber o que era. O melhor a fazer no momento era ir para casa, se acalmar e esperar o espadachim.

Estava a algumas quadras do clube quando se lembrou da conversa que teve com o chibi antes de sair de casa. Tinha que aprender a controlar seu ciúme e confiar mais em seu koi. Suas declarações de amor pareciam vazias quando ele fazia uma idiotice dessas. Ciúmes e falta de confiança esses eram quase sempre os motivos das brigas que tinha com Aya e sempre prometia para o espadachim que mudaria, mas eram promessas vazias que nunca se cumpriam. Amava o ruivo mais do que tudo, mas precisava aprender a demonstrar isso para ele com seus atos e não com simples palavras. Sem se preocupar com os limites de velocidade e sinais de transito voltou para o clube em tempo recorde, tinha que se desculpar com seu koi.

Nem mesmo se preocupou em estacionar o carro direito, o largou de qualquer jeito no estacionamento e voltou correndo para o bar onde havia deixado Aya. Seu coração quase parou quando não encontrou o espadachim na mesa em que o havia largado. Quando estava quase desistindo de procurar Aya viu seu koi sendo praticamente carregado por um ruivo alto para fora do clube. Correu atrás dos ruivos antes que os perdesse de vista, mas não conseguia ver quem estava com seu koi.

Quando estavam entrando em um beco escuro próximo ao clube Yohji finalmente reconheceu quem estava com seu amante: Schuldig. Não teve alternativa a não ser usar seu arame antes que o telepata sumisse com Aya, mas tinha que tomar cuidado para não machucar seu koi. O alemão ágil esquivou-se do arame, mas não contava que o playboy se lançasse sobre ele. Pego de surpresa o alemão cambaleou e só não caiu porque conseguiu segurar-se na parede, Yohji não teve tanta sorte e caiu batendo o rosto no chão irregular.

Desapareça antes que se machuque, Kudoh, avisou Schuldig com veneno na voz. Estava furioso porque o playboy havia estragado seus planos, por mais estúpido que o loiro fosse ele nunca acreditaria que Aya estava com ele por vontade própria.

"Nunca, solte Aya antes que eu o machuque", alertou-o Yohji. Tentaria primeiro tirar Aya das garras do telepata para depois matá-lo lenta e dolorosamente.

Esqueça, Kudoh. Você não vai estragar minha diversão esta noite, riu Schuldig debochando do playboy. O ciúme do playboy o estimulava a continuar sua tortura, mesmo não conseguindo alcançar seu objetivo se divertiria um pouco as custas do loiro.

"Não me provoque. Solte Aya", gritou Yohji com os punhos fechados tentando controlar sua fúria. Schuldig nem mesmo imaginava no que estava se metendo. Ninguém mexia com seu koi, muito menos aquele alemão irritante.

Ameaças, ameaças, você não é homem o bastante para cumprir nenhuma promessa, provocou Schuldig, matar o playboy seria uma boa forma de compensar seus planos. E depois se divertiria um pouco com o espadachim.

Distraído olhando para o ruivo em seus braços Schuldig não viu o avanço do playboy que se atirou na sua direção. Desta vez não teve tanta sorte e caiu no chão batendo a cabeça, o impacto do corpo do playboy e do espadachim caindo sobre ele tirou seu fôlego. Essa foi toda distração que Yohji precisava, enquanto o alemão se recuperava da queda ele pegou Aya nos braços e se afastou.

"O que você fez com ele?", perguntou Yohji chegando o pulso de Aya que continuava desacordado apesar da queda.

Rohypnol, Schuldig mesmo sentindo dores em todo corpo não conseguiu esconder um sorriso quando viu o choque no rosto do loiro.

"Maldito, vou te matar", grunhiu Yohji desnorteado. Não sabia se matava Schuldig, se cuidava de Aya ou fazia as duas coisas.

Outro dia, Kudoh, agora tenho outras coisas para fazer, sorrindo Schuldig desapareceu do beco usando sua velocidade. Não tinha mais nada para fazer ali e a violenta batida havia lhe proporcionado uma grande enxaqueca. Naquelas condições e com a fúria que Yohji demonstrava achou melhor deixar sua diversão para outra hora antes que se machucasse.

Deixando o alemão de lado Yohji levou Aya para o carro para verificar as condições de seu koi. Colocou Aya no banco do passageiro e examinou-o em busca de algum ferimento ou reação a droga, mas por sorte não encontrou nada. O espadachim estava apenas um pouco frio, mas seus sinais vitais estavam normais.

Não conseguia deixar de pensar que tudo era sua culpa, nunca deveria ter deixado Aya naquele lugar sozinho. Seu consolo era que seu amante estava bem apesar de tudo, mas teria que ser mais cuidadoso no futuro ou acabaria estragando tudo novamente.

Amava Aya mais do que jamais havia amado ninguém em sua vida e não queria nem pensar em perdê-lo. Schuldig quase havia conseguido acabar com sua felicidade, mas da próxima vez que encontrasse o telepata as coisas não ficariam assim. O alemão aprenderia do pior modo a não se meter com Aya, Omi ou Ken, ninguém se metia com as pessoas que amava e saia impune, ninguém.

Omi ficaria no mínimo decepcionado com os eventos da noite. Algumas horas antes estava jurando para seu koi no futuro que faria de tudo para consertar seus erros e no fim quase havia conseguido que tudo se repetisse. Tinha que mudar ou acabaria como seu eu psicótico, não podia fazer aquilo com Aya, o ruivo merecia ser feliz.

Sujo, machucado e furioso Schuldig irrompeu no escritório de Crawford. Só mesmo o americano para estar metido em seu escritório na madrugada de sexta-feira. Aquilo sempre havia sido motivo de muitas piadas e brincadeiras por parte do alemão, mas naquela noite não estava achando nada divertido. Queria uma explicação de seu líder infalível, não aceitava o fato de que havia apanhado do playboy indolente.

Recostado em sua cadeira atrás da escrivaninha Crawford esperava pacientemente pela chegada do telepata. Algum tempo depois que Schuldig havia saído teve outra visão do futuro e nela tudo havia mudado.

"Crawford, você não disse que tudo daria certo esta noite?", Schuldig estava furioso pelo que havia acontecido e não ajudava em nada o fato de que estava sentindo a dor de cabeça se transformar em uma enxaqueca.

"Tive outra visão do futuro algumas horas atrás e tudo foi alterado. Eles estavam felizes e confiando uns nos outros", relatou Crawford friamente. "Não sei como nem porque? Muito menos como eles fizeram isso, mas de alguma forma eles mudaram o futuro".

"E não lhe ocorreu de me avisar sobre isso?", o alemão estava quase certo que Crawford estava se divertindo com a situação toda.

"Tinha coisas mais importantes para pensar, temos uma missão muito importante e estava acertando os últimos detalhes dela", avisou Crawford encerrando a conversa e dispensando o alemão.

Ultrajado Schuldig saiu do escritório batendo a porta com mais força do que necessário, mas antes de sair assegurou-se de dividir com seu líder sua enxaqueca. Vendo Crawford massagear as têmporas Schuldig sentiu-se um pouco melhor, aquele seria um bom castigo por ele ter deixado que fosse humilhado pelo playboy.

Um sorriso insinuou-se nos lábios do americano quando o telepata saiu da sala, Schuldig às vezes precisava de umas lições para ficar em seu lugar. Agora precisava achar outra fraqueza em Weiss porque o relacionamento dos dois assassinos mais velhos não era mais um ponto fraco no grupo. Pelas suas visões aquele grupo ainda lhe traria muita dor de cabeça no futuro, assim como um certo alemão agora.

O Jogador finalmente terminou de arrumar a cozinha e voltou para a sala, encontrou seu pequeno amante deitado displicentemente no sofá lendo um livro, a primeira coisa que reparou foi como seu koi parecia extremamente sexy vestindo apenas aquela camiseta que deixava suas lindas pernas completamente amostra. Isso o fez desejar Omi ainda mais, na verdade já estava esperando pelo momento de ficarem a sós desde o encontro na praia.

"O que você está fazendo?", interpelou Ken fingindo algum interesse quando sentou ao lado dele.

"Estou terminando de ler o livro que comecei essa semana", respondeu Omi.

"Ah é? E é outro livro de ficção cientifica daqueles que você costuma ler?", nem sabia porque estava perguntando aquilo, sua única vontade era arrancar aquele livro das mãos de Omi e carregá-lo para o quarto sem lhe dar chance de recusar.

"Não, esse é um livro diferente, é uma aventura medieval. Conta à história de dois cavaleiros que atravessaram uma guerra tentando voltar para casa para salvar seu reino. Uma aventura muito interessante, quase tão interessante quanto à aventura que Yohji e eu vivemos", comentou o jovem sem se dar conta do que estava dizendo.

"Aventura? Do que está falando, Omi? Que aventura você e Yohji viveram", questionou Ken extremamente curioso.

"Nada... não é nada...", negou Omi tentando disfarçar o nervosismo, não saberia como explicar aquilo tudo.

"Como nada? Eu ouvi muito bem. Não minta para mim, Omi. Sabe que não gosto quando você me esconde alguma coisa".

As palavras de Ken pensaram sobre Omi com a força de um martelo, havia se lembrado da promessa que fizera a seu koi antes de voltar para o passado, havia jurado que nunca mais mentiria para Ken.

"É que... bem, hoje na missão eu e Yohji viajamos até o futuro e vimos muitas coisas ruim por lá. Eu e você não estávamos mais juntos e Yohji e Aya apesar de ainda se relacionarem, não viviam nada bem, mas graças a deus Yohji e eu conseguimos voltar para casa".

"Eu e você separados? Yohji e Aya não se entendendo...", repetiu Ken baixinho. "Ai, Omi... acho que você está passando muito tempo enfrente ao computador, isso está te fazendo mal. Onde já se viu viajar para o futuro", cortou Ken não conseguindo conter a gargalhada.

"Ah, Ken... Eu lhe disse a verdade, foi você quem não acreditou. Melhor assim...", pensou o menino respirando aliviado.

"Omi... você não pode deixar esse livro para amanha?", insistiu Ken beijando levemente o pescoço de Omi.

"Não vou demorar, já estou terminando", retrucou Omi com um sorriso.

"Ahhh, Omi... seu diabinho. Você só tem cara de anjo. Faz isso só pra me deixar com mais tesão, não é?", disse o moreno acariciando o rosto de seu amado. "Depois eu te pego de jeito você não vai poder reclamar".

O chibi segurou o risinho. "Bem, confesso que não foi essa a minha intenção. Mas agora que você mencionou confesso também que gosto quando você fica assim".

Sem pensar muito Ken beijou Omi apaixonadamente, iria fazer Omi mudar de idéia e largar aquele livro de uma vez por todas, mas foram interrompidos pelo barulho da porta, ao que parecia Yohji e Aya havia voltado mais cedo do que eles imaginavam.

"Yohji-kun, o que aconteceu?", perguntou Omi pulando do sofá assim que viu o playboy entrando com Aya desacordado em seus braços.

"Schuldig", respondeu Yohji entre dentes. Ainda não acreditava que havia sido estúpido o suficiente para deixar Aya sozinho no clube apesar das recomendações do chibi.

"Aya está ferido?", perguntou Ken aproximando-se do casal. Yohji estava com algumas escoriações e o lábio superior partido, mas o espadachim não parecia estar ferido.

"Não, só desacordado. Em algumas horas ele vai estar bem", informou Yohji tentando se controlar. Precisava manter a calma e cuidar de seu koi no momento, outra hora mataria o alemão.

"Mas o que aconteceu, Yohji-kun?", insistiu Omi preocupado. Sabia que Schuldig faria algo para afetar Weiss, mas não esperava que fosse tão cedo.

"Aya e eu brigamos no clube, eu o deixei sozinho e Schuldig apareceu. Pelo visto ele drogou a bebida de Aya, provavelmente Rohypnol. Mas voltei antes que ele pudesse fazer alguma coisa", explicou Yohji esperando uma repreensão de Omi.

"Sorte que você voltou ou nem quero imaginar o que poderia ter acontecido", falou Ken inocentemente sem perceber a troca de olhares entre Omi e Yohji.

"Nem eu", murmurou Yohji beijando a testa de seu koi. "Mas não se preocupem com nada, vou colocar Aya na cama e amanhã ele estará melhor".

"Se precisar de alguma coisa, Yohji...", Omi estava preocupado com Aya que estava imóvel nos braços do playboy. Não viu motivo para repreender o loiro porque viu os olhos esmeralda repletos de culpa, Yohji sozinho estava fazendo um bom trabalho se censurando pelos seus atos aquela noite. Por outro lado Omi sentiu-se aliviado, Yohji parecia ter aprendido e apesar de tudo havia conseguido cumprir sua promessa. Omi tinha certeza de que agora o futuro estaria a salvo. Estariam seguros enquanto confiassem um no outro.

"Eu aviso, mas não precisa se preocupar. Boa noite", despediu-se Yohji subindo para seu quarto. Quase havia estragado suas vidas mesmo sabendo que algo aconteceria, da próxima vez poderia não ter tanta sorte. Não tiraria mais os olhos de seu koi, não deixaria nada ficar entre eles, principalmente o maldito alemão.

Assim que Yohji e Aya subiram as escadas, Ken voltou-se novamente para Omi. Iria insistir até conseguir levar Omi para seu quarto. Era tudo o que queria agora.

"E então ainda vai demorar muito?", pediu Ken de um jeito todo manhoso.

"Não, koi. Eu já terminei de ler", respondeu Omi largando o livro sobre o sofá.

"Mesmo? E então? Os cavaleiros conseguiram salvar o reino?", perguntou Ken fingindo interesse novamente.

"Conseguiram sim", disse Omi beijando Ken suavemente.

"Que bom, então vamos subir logo", o jogador deu um sorriso malicioso, pegou Omi em seu colo e juntos foram subindo as escadas trocando beijos apaixonados.

Sobre o sofá permaneceu o livro de Omi com sua ultima pagina aberta, onde uma frase do Mago Merlin anunciava o final daquele historia, não muito diferente do final da historia vivida pelos quatro assassinos. E na ultima frase do livro estava escrito: "A verdade de todas as coisas não repousa sobre sua aparência e sim em quão profundamente você está disposto a olhar".

FIM

Por Suryia Tsukiyono e Bad Kitty / Agosto de 2003

Email: suryiachan@bol.com.br
lazialebr@yahoo.com.br

Notas das autoras:

- Finalmente conseguimos terminar essa fanfic, e o ultimo capitulo foi praticamente um comemorativo de aniversario de um ano de Fic, já que começamos a escreve-la em agosto do ano passado. O Que poderíamos dizer quanto a isso? "Ufa!!! Finalmente conseguimos", nem sabemos explicar o quanto foi divertido e sem duvida muito engraçado escrever essa história, mesmo depois de tantos terremotos, maremotos, chuvas e trovoadas.

- Agradecemos a todos os leitores que pacientemente nos acompanharam nessa aventura ao longo desses doze meses.

- O medicamente chamado Rohypnol utilizado na fic realmente existe. É uma droga muito utilizada nos USA, antigamente quando dissolvida não apresentava gosto, cor ou cheiro. O Laboratório Hoffman-Roche reformulou o medicamento em 98 para facilitar sua detecção já que agora ele apresenta uma coloração azul e é de difícil dissolução. No entanto ainda existem vários destes medicamentos sem as novas características espalhados pelo mundo

- Gostaríamos também de fazer alguns esclarecimentos quanto à série de Weiss Kreuz Gluhen, pois não é nossa intenção passar aos leitores uma idéia errada sobre a série, se você não quer spoiler não continue a partir daqui.

- Esta fic acontece basicamente dentro do universo de Weiss, no entanto um pouco diferente da realidade de gluhen que tem sua história girando em volta de um colégio que está sendo investigado pelos Weiss.

- Algumas personalidades foram bastante alteradas nesta fic:

*Aya está na serie levemente mais passivo e simpático com as pessoas, mas não tão passivo como na fic, pois consideremos que isso se dá ao trauma que nós fizemos ele sofrer.
*Yohji está com alguns distúrbios psicológicos, mas não se compara ao nosso Yohji psicótico (considere que nós exageramos um pouquinho).
*Omi é mesmo o novo Pérsia e está mais serio e triste, mas seu contato com os Weiss é infinitamente menor do que em nossa fic.
*Kyou nem de longe é essa fofoqueira que nós descrevemos na fic, mesmo porque ele morre no episodio 05 da série, mas alguém tinha que fazer o trabalho sujo nessa história heheheh esperamos que o Kyou nos perdoe algum dia por isso.

- Os Schwarz não desapareceram, eles aparecem no episodio 10 de Weiss Kreuz Gluhen. Acho que exatamente por essas diferenças é que acabamos classificando a fic como "Alternative Universe" quando na verdade ela se passa praticamente dentro da realidade de Weiss.

Esperamos que tenham gostado dessa história e que continuem nos acompanhando por outras fics que ainda estão por vir.

Bad Kitty e Suryia