Segunda fic da Série Elos. Fic pós Hogwarts. Continuação de Agora e Para Sempre. Gina e Harry prosseguem, tentando organizar uma vida a dois. Mas eles não serão os únicos a lidar com os seus problemas. Draco Malfoy aprenderá que nem sempre a vida acontece da maneira que se espera. E vai lutar de verdade por uma nova chance de ser feliz, não apenas para sempre, pois para sempre não é o bastante.
Disclaimer: Alguns personagens, lugares e citações pertencem a J.K. Rowling. Essa estória não possui fins lucrativos.
Agradecimentos: Dedico essa fic a todos aqueles que me deram força e que gostaram da sua antecessora: Agora e Para Sempre. Deixo um beijo especial para a Pichi, pelas capas, propagandas, betagem, alfagem e por me aturar e me estimular a escrever, e me ajudar com a pena de repetição automática sempre, à Mile por ter me dado todo o apoio também, além de ter feito as propagandas da primeira fic e à Nini, que é uma das minhas mais queridas amigas. Espero que vocês gostem, e estou trabalhando na continuação desta fic. Bjims da Lú.
Capítulo 1 – Depois de Agora- No que você está pensando? - a voz dele a trouxe de volta à realidade.
Ela estava há dois meses vivendo um sonho e, às vezes, precisava quase se beliscar para ter certeza de que era tudo mesmo verdade. Esteve por alguns minutos absorta, distante. Completamente distraída pelo calor do corpo dele e da água da banheira apertada para duas pessoas - que teimavam em dividir - e pelo barulho da água pingando no chão do banheiro.
- Gina, no que você está pensando? - perguntou, passando a mão na barriga dela. - No bebê de novo? - ela sorriu mas continuou calada e de olhos fechados por mais alguns instantes.
- Também... Mas principalmente no pai dele... – respondeu finalmente e ele sorriu, satisfeito.
- No pai dele? E se for dela? - Gina riu.
- Algo me diz que é ele...
- Só porque você quer continuar a ser a única mulher da casa? - ela se levantou, esparramando mais água no chão, e se virou para ele, ficando de joelhos.
- E o senhor não quer continuar sendo o único homem da casa? - ele pareceu avaliar o que ela tinha dito.
- Muito interessante a sua proposta, talvez eu aceite... – Gina tentou fazer cara de ofendida mas ele percebeu que ela tinha achado engraçado.
- Harry Potter, não distorça o que eu disse. Eu não quis dizer isso, você sabe... - ele a enlaçou bruscamente pela cintura, derramando água de novo.
- Então isso não era uma proposta? - ela sacudiu a cabeça enquanto ele a trazia para mais perto; tinha os lábios contraídos, tentando prender o riso.
- Não... - respondeu, quase encostando os lábios nos dele.
Harry sorriu e disse, antes de beijá-la:
- Eu posso fazer uma então? - ela retribuiu o beijo e sussurrou em seu ouvido.
- Você não precisa dizer mais nada...
Depois de algum tempo ela repousava novamente encostada nele. A água agora estava fria mas isso era um alívio para o calor que os dois sentiam. Novamente Harry correu a mão pelo ventre dela, acariciando-o. Ficou um tempo assim, até voltarem ao compasso da respiração e dos batimentos cardíacos, quando ela começou a dizer no que estava pensando antes.
- Eu estava pensando em como vamos fazer para dividir o tempo... - ele demorou a entender que estava continuando a conversa de antes.
- Como assim?
- Bem, Harry, eu pretendo retomar os estudos. Voltar à Academia Medi-Bruxa. Vou precisar estudar, treinar magia... - ela deu um muxoxo. - Mas também quero cuidar do bebê, da nossa casa, de você...
- Do casamento... - completou.
Ela se levantou subitamente e puxou a toalha, enrolando-se.
- Por Merlin, o casamento... Eu deveria ter enviado os convites hoje mas ao invés disso resolvi surpreendê-lo com o banho... - ela bateu a mão na testa, repreendendo-se. - Eu faço tudo errado mesmo...
- Hey, hey, hey... Não diga isso. Você está investindo no casamento, de certa forma... - ele riu maliciosamente; ela abaixou a cabeça.
- Não tem graça, Harry. Eu sou um desastre ambulante... Como pode querer se casar comigo? - ele se levantou e a abraçou.
- Por que eu te amo? Bem, talvez isso não seja o suficiente, então eu arranjei isto... - ele ergueu a toalha dobrada e retirou de baixo dela uma pequena caixinha.
Gina ficou surpresa. Era um anel simples mas belíssimo, um único diamante e um aro de ouro branco. Começou a chorar quando ele o colocou em seu dedo.
- Gina, eu pensei que fosse ficar feliz... - disse, beijando-lhe a mão; ela sorriu.
- Eu estou, mas é que ninguém vai ao nosso casamento... Por isso estou chorando... - ele deu uma gargalhada.
- Tudo bem, nós mandamos amanhã... - ela sacudiu a cabeça.
- Amanhã tenho que provar o vestido e vou com Hermione ao médico na parte da tarde. Ela ficou de me apresentar ao doutor... - Harry deu um sorriso.
- Você tem certeza de que quer consultar um médico? Eu acho que um medi-bruxo é melhor... - ela sorriu e alisou a barriga.
- É só para eu me certificar se está tudo bem e, depois, Mione disse que a medicina trouxa é capaz de nos dizer se o bebê é normal, o sexo e muitas outras coisas... - Harry fez uma careta.
- Eu sei disso... Mas o medi-bruxo, o doutor Cole... - Gina riu.
- "É o melhor medi-bruxo especialista em gestações do mundo bruxo" - ela disse monotonamente. - Eu sei disso, Harry. Você já disse isso mil vezes...
- Tudo bem, mas eu quero que você vá nele. Eu vou com você... - ela sorriu.
- Está bem papai. Agora nós podemos sair do banheiro? Tem mais água no chão do que na banheira e daqui a pouco nós dois vamos pegar um resfriado... - eles se secaram, deixando o banheiro para depois, e foram dormir.
Enquanto isso, do outro lado da cidade, alguém estava com problemas. Não era a primeira vez que eles saíam. Em dois meses Draco havia perdido a conta das vezes que havia ligado para ela. Estavam se vendo pelo menos uma vez por semana mas, por algum motivo, começava a achar que seu charme de Malfoy estava falhando.
"Não é possível", pensava enquanto aparatava no beco próximo ao apartamento dela. "Eu já levei essa mulher em todos os restaurantes caros da cidade. Não sei mais como impressioná-la." Ele se encaminhou até a rua, verificando se estava bem arrumado no espelho retrovisor de um dos carros estacionados. Por fim, subiu as escadas e apertou o interfone.
- Sim - uma voz fina atendeu.
Provavelmente uma das empregadas. Ele detestava subalternos.
- Aqui é o senhor Malfoy. Estou sendo esperado - disse rispidamente.
Ouviu um som e a porta da frente se abriu.
- Pode subir, Sr. Malfoy - ele deu de ombros.
"É claro que eu posso subir, sua idiota", ele pensou.
- É só o que eu tenho feito em dois meses. Subir essas escadas ansioso e descer insatisfeito - murmurou para si mesmo.
Parou em frente à porta de Nicolle. Paolo atendeu como sempre. Detestava os modos afeminados do mordomo italiano. Mas preferia que fosse assim. Pelo menos isso o tranqüilizava quanto ao fato de Nicolle ter sob o mesmo teto outro homem.
- Por aqui, Sr. Malfoy - ele disse com a voz anasalada e afetada. Draco tentou sorrir enquanto o homem o conduzia até a sala de estar. - Sente-se. Madame já vem estar com o senhor. O senhor gostaria de algo para beber? - Draco sacudiu a cabeça. - Deseja alguma coisa então? - perguntou educadamente.
- Paz - ele disse num fio de voz.
O homem fez uma reverência e se retirou da sala, cruzando no meio do caminho com Nicolle. Ela sorriu.
- Eu já ouvi você dizer isso antes - implicou. - Está ficando pouco criativo - ele ergueu os olhos para ela e viu que ainda não estava arrumada.
Estava com um vestido longo preto, as costas nuas. Usava os cabelos ruivos presos em um elegante coque mas estava descalça, ele reparou.
- Você ainda não está pronta? - perguntou, apontando para seus pés, o que a fez rir.
- Na verdade estou - ele ergueu uma sobrancelha.
- Vamos nos atrasar se você não calçar logo os sapatos - disse, olhando o relógio. - Eu tive que reservar um vôo de helicóptero para nos levar até o restaurante. O trânsito está de amargar. Sabe como é, feriado... - ela sorriu.
- Eu tinha outra coisa em mente... - disse, baixando os olhos. - Mas se é tão importante assim eu vou buscar os meus sapatos – ela virou de costas.
Ele se levantou rápido do sofá e a segurou pelo ombro.
- O que você tinha em mente? - perguntou, fazendo com que ela virasse para ele. Nicolle sacudiu a cabeça.
- Nada, Draco. Nada. É uma bobagem - ele olhou dentro dos olhos dela.
- Me diga - disse com delicadeza.
Nicolle deu um sorriso enigmático. Draco franziu a testa.
- Eu acho melhor te mostrar – disse finalmente, conduzindo-o pelo apartamento.
Draco foi sendo guiado pelo corredor comprido e cheio de portas. Observou diversos quadros e imaginou que Nicolle deveria ter também um gosto por arte. Fez uma nota mental para mandar entregar para ela algumas de suas telas originais.
Finalmente chegaram a uma varanda ampla, iluminada fracamente por velas em belíssimos castiçais de prata. No centro havia uma mesa posta para duas pessoas. Taças de cristal e um balde com champanhe e gelo. Draco ficou impressionado.
Nicolle mostrou que os sapatos estavam embaixo do sofá que compunha a decoração da varanda.
- Se você quiser ainda jantar fora eu os calço. Mas pensei que seria interessante ficarmos aqui e jantarmos sob as estrelas - indicou o céu com o olhar.
Draco observou as estrelas brilhando mas ficou ainda mais encantado com os olhos azuis dela, que refletiam um brilho que ofuscava o céu.
- Eu não poderia imaginar lugar melhor para jantarmos - respondeu, puxando a cadeira para que ela sentasse. Nicolle agradeceu.
- Você também deveria tirar os seus sapatos.
Ele achou graça do convite mas quando o pedido é inusitado não convém negar. Retirou os sapatos e os colocou ao lado dos dela.
- Está melhor assim - ela disse. - Eu adoro andar descalça. Dá uma sensação de liberdade - ele riu. - Eu sempre tiro os meus sapatos sob a mesa. Mesmo quando eu sou obrigada a passar horas em festas intermináveis e vazias - ele ficou curioso.
- Vazias? Como assim? - perguntou enquanto servia Nicolle de champanhe francesa.
- São festas com as mesmas pessoas sempre mas nas quais a gente não conhece ninguém.
- Não compreendo - disse enquanto enchia a própria taça.
- Sabe quando você tem que estar em um lugar mas na verdade queria estar bem longe dali? Você se sente completamente deslocado, mas não há nada a fazer? - ele compreendeu.
- E por que você vai, Nicolle? Você é famosa, não precisa se submeter a isso.
- Ser famoso é também abrir mão de muitas coisas, Draco. Eu tenho que tomar certas atitudes, ir a lugares, viajar, mesmo quando gostaria de ficar em minha fazenda, brincando com meus cachorros e andando a cavalo... - ela suspirou enquanto observava as bolinhas subirem pela parede da taça. Ele ficou em silêncio, observando a expressão dela mudar. - Mas as coisas estão diferentes agora - ele se surpreendeu.
- Como assim diferentes? - perguntou, ansioso.
Ela abriu a boca para responder mas Paolo entrou na varanda com o carrinho das travessas do jantar. Draco teve vontade de pegar o homem pelo pescoço e jogá-lo varanda abaixo.
- Senhorita, eu vou deixar o jantar aqui, como a senhorita recomendou. Sallette e Marie já foram e eu também vou aproveitar a noite de folga, se a senhorita não precisar mais de mim - acrescentou, sem dar atenção a Draco.
- Tudo bem Paolo. Muito obrigada. Até amanhã - ela disse, dispensando o empregado.
Draco esperou o empregado sair e se virou para Nicolle, tentando disfarçar o frio que sentia na barriga por estar agora sozinho com ela.
- Você dizia que as coisas estão diferentes... - ela sorriu.
- Você quer jantar? - perguntou, ignorando o que ele dizia.
Draco bufou mas resolveu esperar que ela decidisse falar por si só.
- Pode ser...
Ela colocou os pratos na mesa e saborearam um delicioso medallion ao molho madeira. Depois ele serviu duas fatias de torta de morango com chantilly. Quando estavam terminando a sobremesa ela ergueu a taça.
- Eu gostaria de propor um brinde - ele também ergueu a sua taça. - Eu disse que as coisas estão diferentes - começou novamente. - E é verdade. Eu estou acostumada a ser totalmente independente mas, ao mesmo tempo, sou uma escrava das minhas obrigações - prosseguiu. - Sempre foi assim. Eu tendo que cuidar de mim mesma. Mas isso mudou... - Draco sentiu o estômago se revirar de nervoso.
- Mudou... - ele gesticulou, apressando-a. - Mudou como? - acrescentou, sentindo o coração disparar. Nicolle deu uma pausa e respirou fundo.
- O que mudou é que agora eu talvez abra mão da minha independência, talvez deixe de ser uma escrava das minhas obrigações... Talvez - repetiu enfatizando.
- Por que talvez, Nicolle? - estava tão tenso que sentia o suor escorrer pelas costas.
- Talvez, Draco, porque não é algo que depende só de mim. Como eu disse, estou acostumada a cuidar de mim mesma. Não sei se outra pessoa poderia aceitar esse processo de mudança...
- E por que não aceitaria? Você é uma mulher maravilhosa, inteligente. Não consigo imaginar como alguém poderia não aceitar tomar conta de você.
- Você aceitaria? - disse, rodando a taça entre os dedos.
- Isso é hipotético?
- Não. É uma proposta.
Ele ficou por um instante sem ação. Então não esperou que ela dissesse mais nada. Levantou da cadeira e, segurando-a com força pela cintura, deu em Nicolle um beijo cheio de desejo e ansiedade. Ela passou a mão pela sua nuca e Draco a apertou ainda mais contra seu corpo. Ele parou o beijo de repente, encarando os olhos dela. Parecia desapontada. Ele respirou fundo. A tensão estava diminuindo agora. Encarou aqueles olhos azuis afogueados.
- Eu posso fazer melhor.
Ela arregalou os olhos. Ele a ergueu no colo e a colocou sentada na mesa, pressionando os lábios contra os dela. Nicolle suspirou. Sentiu o corpo arder. Deixou que ele subisse por cima dela na mesa. Draco beijava seu pescoço, o colo e voltava para os lábios. Ela estava zonza. Inebriada pelo perfume dele e pelo jeito como a fazia se sentir. Ele passou a mão por debaixo do vestido dela, subindo cada vez mais pela parte interna da sua coxa. Ela travou sua mão.
- Aqui não – disse, a voz abafada e tremida, a respiração era entrecortada e ofegante. - Os vizinhos - indicou os prédios em volta e ele sorriu.
- Concordo que já viram bastante coisa. Não vamos dar mais idéias para eles. Venha - disse, puxando-a pela mão. - Vamos terminar o que começamos em outro lugar.
Assim que saíram da varanda Draco a encostou na parede do corredor. Ela o ajudou a se livrar do paletó, que ficou ali mesmo, jogado no chão. Ele não parava de beijá-la e as mãos passeavam por seu corpo. O que o fez constatar que ela não usava nenhuma roupa de baixo. Ele engoliu em seco.
Ela o puxou para um dos cômodos, o primeiro que encontraram. Era seu escritório, onde haviam nascido todos os seus livros. Pararam no meio do cômodo e Draco começou a abrir o vestido dela enquanto ela lhe desabotoava a blusa com delicadeza. Ele sentiu o corpo arrepiar enquanto ela encostava as unhas ligeiramente compridas em seu peito descoberto.
Deitou-se com ela no tapete, sobre as almofadas. Nicolle desafivelou o cinto dele e abriu o fecho da calça. Estava ansiosa. Quando finalmente não havia mais nada que os impedisse ela sentiu o corpo tremer. Ele parou, percebendo que algo estava errado. Nicolle parecia apreensiva.
- Draco... - ela disse entre beijos. - Faz tanto tempo... - disse num fio de voz. Ele sorriu.
- Shhhhhh. Eu também. Eu também - ele disse, sincero, e ela sorriu.
- Eu não quero que você pense que eu... - ele a interrompeu.
- Não se preocupe. Eu não penso. Eu te conheço. Eu quero você. Muito... - completou, beijando-a mais intensamente.
Ela gemeu profundamente quando ele se uniu a ela e teve certeza de que não seria nunca mais de outro homem na sua vida.
