Capítulo 6

-E a Grifinória marca mais dez pontos!-gritava Lino Jordan, convidado especial por Dumbledore para narrar o jogo. Harry continuava observando do alto. O pomo tinha desaparecido no ar. Harry observava o novo apanhador da Corvinal, Ricardo. Mesmo sendo novato ele parecia ter bastantes habilidades no jogo. Varria o campo com os olhos esperando ver qualquer sinal do pomo. Harry logo perdeu Ricardo de vista. O garoto estava voando rapidamente atrás de alguma coisa, que Harry logo percebeu ser o pomo.Moveu-se rapidamente. Hermione assistia ao jogo junto com Hagrid. Estava muito contente vendo seus dois melhores amigos no campo. Harry apanhador e Rony batedor. Rony estava muito empolgado com o jogo. Rebatia os balaços com vontade. Gritava, voava velozmente, parecia até um jogador profissional. Apesar da vassoura de Harry ser muito melhor que a de Ricardo, continuava muito atrás do garoto. A habilidade do novo apanhador o lembrou muito Cho Chang. Com esse pensamento, várias coisas se passaram pela sua cabeça. Lembrou-se do beijo de Cho no baile, do rosto da garota chorando, da sua última conversa. Todas essas lembranças o fizeram chorar e perder o controle da vassoura. Sem perceber, Harry voou direto na direção do aro do gol e bateu de frente com ela. Caiu com toda velocidade no chão. O estádio foi tomado por um enorme silêncio, até que os alunos da Corvinal começaram a gritar. Ricardo havia pegado o pomo. Hermione desceu correndo as arquibancadas até encontrar Harry, que estava desacordado. Krum veio de encontro à menina para ver no que poderia ajudar. Em pouco tempo a Grifinória inteira estava em torno de Harry. -Saiam de perto dele, ninguém toca nele!-madame Pomfrey chegava à multidão. Ela conjurou uma maca para levar Harry. -Ele vai ficar bem?-perguntou Rony preocupado. -Eu temo que seja grave.-falou madame Pomfrey enquanto abria caminho e levava Harry à ala hospitalar. Ouvindo isso, Hermione começou a chorar. -Vaso ruim não quebra fácil, sangue-ruim. Seu namoradinho perdedor, infelizmente, não vai passar dessa para melhor. -Malfoy, se você não sabe, o namorado dela aqui sou eu!-falou Krum rispidamente. -Não é o que parece!-falou Malfoy virando-se e saiu. Krum ficou olhando feio para as costas de Malfoy até ele desaparecer, e virou-se com o mesmo olhar para Hermione. -Ah, nem vem com essa cara, Victor! Eu não tenho nada a ver com as loucuras do Malfoy.-falou Hermione indignada. -Motivos ele deve ter, né Hermione! -Ah, o Malfoy inventa para todo mundo e você vai na dele? Francamente!-e Hermione saiu pisando duro.

Nisso Krum viu que toda Grifinória estava ali, olhando para ele vendo sua ceninha de ciúmes. Saiu dali para encontrar-se com os colegas de time. Quando Hermione chegou na ala hospitalar encontrou os amigos de Harry do time, mas Harry ainda estava desacordado. Hermione e Rony ficaram com Harry na enfermaria até o cair da noite, quando madame Pomfrey os mandou de volta para o salão comunal. Harry abriu os olhos e viu tudo meio fora de foco. Instintivamente procurou os óculos na mesinha do lado. Lá estava. Olhou em volta e se descobriu na ala hospitalar.Lembrou-se dos últimos instantes do jogo, quando voava em direção ao aro. Ouviu vozes se aproximando. -Não é possível, o que está acontecendo nessa escola?-perguntou a voz fria de Snape. -Não sei professor, temo que isso seja mais sério do que nós pensávamos.- falou Dumbledore com a voz rouca, parecendo aflito. Harry viu a porta da enfermaria se abrir e madame Pomfrey correr até ela. -O que aconteceu, professor? -Malfoy. Foi encontrado ferido no corredor pelo feitiço lux mortales. -Se ele não morreu na hora, não morre mais. Deite-o aqui.-e madame Pomfrey apontou uma cama. Dumbledore e Snape deitaram Malfoy e se retiraram, para que madame Pomfrey pudesse cuidar dele. N amanhã seguinte Harry abriu os olhos e viu Hermione e Rony sentados com olhares preocupados. -Eu preciso falar com vocês!-Harry falou num tom baixo. -Harry, você está acordado! Como você está? O que aconteceu ontem? Você está com dor?-Hermione disparou perguntas para o menino. -Hermione, pára de me encher de perguntas e escuta o que eu tenho para dizer!-Harry falou rapidamente. -Nossa! Eu só queria saber como você está!-ela falou meio ofendida. -Escutem! Malfoy foi atacado ontem de noite! Pelo que escutei Dumbledore falando, foi a mesma pessoa que atacou Mike, Michelle e Krum. -Ah, esse assassino não faz o serviço direito!-brincou Rony. -Rony! Isso não é hora de piadinhas sem graça!-Hermione falou brava. -É, Rony, a Mione tem razão. Seja lá quem for que está fazendo isso está usando magia negra. Será que é algum aluno? -Eu não acho que seja. Este tipo de magia é muito difícil para algum aluno daqui conseguir fazer tão bem.-falou Rony. -Nem tão bem, Rony. Victor e Malfoy escaparam.-comentou Hermione. Nesse instante madame Pomfrey chegou e ordenou que Hermione e Rony se retirassem, porque Harry precisava descansar. Depois de mais duas horas madame Pomfrey deixou Harry sair, mas não o deixou ir para as aulas. -Ótima desculpa para não irmos à aula!-Rony falou alegremente. -EU não tenho que ir à aula, Rony! Você está aqui de corneta!-corrigiu Harry- Você deveria ter ficado na aula com Mione. -Nossa, Harry, é assim que você agradece quem te faz companhia? -Não, Rony, eu agradeço, mas você não precisava ter ficado. Não quero te atrapalhar! -Ah, que é isso amigo, você está me ajudando a perder umas aulas chatas. Depois disso o salão comunal foi invadido pelos Grifinórios que chegaram da aula. -Draco ainda está desacordado!-avisou Hermione quando chegou. Enquanto isso, em algum lugar do castelo... -Agora tem que ser aquele metido á herói do Potter. E dessa vez não pode falhar. Harry acordou suando. Teve um terrível pesadelo. *************************************************************** Harry corria pelo corredor até chegar em um quarto escuro. Lá encontrou Voldemort rindo muito. -Você não vai poder bancar o herói para sempre. Agora você tem que escolher. -Nisso um canto da sala se iluminou e revelou uma menina desacordada e machucada. Harry a reconheceu. Era Hermione. O outro canto também se iluminou. Nele apareceu a linda face de Cho Chang, acordada. -Harry, me ajuda, por favor!-Cho falava com uma voz chorosa. Harry andou em direção à menina. Nisso ouviu a fria voz de Voldemort. -Então você já fez sua escolha? -Que escolha?-Harry perguntou assustado. -Ora, você não acha que estamos aqui brincando, não é moleque? A vida de uma delas depende da sua escolha. -Eu não vou escolher entre uma delas! -Então as duas morrem! -O que você ganha com isso? -A satisfação de vê-lo sofrer. Harry ficou parado olhando as duas meninas. Cho continuava suplicando pela sua ajuda: -EU Harry. Ela está dormindo!Você me ama, tem que me salvar! Harry pensou um instante em ir salvar Cho, mas não conseguia deixar a amiga ali, indefesa e desacordada. -Anda logo menino, eu não tenho o dia inteiro!-Voldemort falou. *************************************************************** Harry desceu as escadas para o salão comunal, até perceber que havia uma luz iluminado o salão. Sorriu ao encontrar Hermione lendo um grosso livro. -O que você está fazendo aqui, Mione? São cinco horas da manhã! -Eu estou estudando. O que VOCÊ está fazendo aqui? -Eu...Estudando, Mione? Cinco horas da manhã? -Eu sempre venho aqui essa hora estudar. Você que nunca viu. Você não me respondeu, o que está fazendo aqui? -Nada demais, só mais um pesadelo. -Mas você sempre esperava até o café para nos contar. O que foi tão grave dessa vez?-falou Hermione, fechando o livro e mostrando o lugar ao seu lado no sofá, onde Harry se sentou. -Não se preocupe, foi só um sonho.-falou Hermione. -Mas eu tenho medo que eles se tornem realidade um dia. -Você quer me contar o sonho?-falou Hermione, preocupada com o amigo. -Você não vai querer ouvir... -Se eu não quisesse eu não teria pedido! -Eu não quero te preocupar com os meus problemas... -Para isso servem os amigos. Agora conta. -Eu estava em um corredor(...) e tinha que escolher entre as duas(...) e então eu acordei. Hermione estava com os olhos cheios de lágrimas. Puxou o amigo e o abraçou fortemente. -Mas você nunca vai ter que escolher.-Ela disse entre soluços. -Por um momento no sonho eu pensei em escolher Cho, de tanto ouvir as súplicas dela.-Ele se afastou da garota e passou a mão pelo seu rosto, secando suas lágrimas.-Mas eu percebi que meu amor por você é maior.-Desceu sua mão até a nuca da garota a puxando para si até seus lábios se encontrarem. No começo eles estavam tensos. Hermione passou a mão por trás da sua nuca. Passava os dedos pelo cabelo rebelde de Harry, enquanto esse descia sua mão até a sua cintura, a trazendo mais para perto. Nesse instante Hermione colocou a mão no seu ombro e o empurrou. Olhou assustada para seus olhos verdes. -Harry, eu não posso! Krum!- e ela saiu correndo para seu dormitório. Harry ficou sentado no sofá, pensando no que tinha acabado de acontecer.