Parte I - Ilusões

Cap 01 - Num reino distante

Era uma vez, num reino muito distante, uma linda princesa. Ela tinha belos cabelos negros e olhos castanhos, chamava-se Kagome. Desde pequena ela revelava alguns poderes especiais, como purificar energias malignas e curar doentes, por isso, o rei Higurashi convocou uma sacerdotisa para ajuda-la a desenvolver seus dons e ensinar-lhe sobre o poder das ervas. A sacerdotisa chamava-se Kaede. Kagome começou a treinar muito nova, aos quatro anos de idade, por isso já se viam resultados surpreendentes. Todos viviam em paz naquele reino, pelo menos até hoje, o 16º aniversario de Kagome.

O castelo estava muito movimentado, criados passavam para lá e para cá arrumando os preparativos para a festa, era um dia muito especial, o 16º aniversario da tão querida Kagome. Os preparativos eram calorosos, seria uma grande festa, onde todo o reino seria convidado. Porem, entre as árvores, alguém observa todo esse movimento. Um homem estranho cobria sua identidade com uma pele de babuino.

- É hoje... - malicioso - hoje a jóia de quatro almas será corrompida novamente, será minha... Tanto a jóia quanto à bela princesa. Huahuahuahuahua! - homem misterioso - a velha estória se repetirá, e já que não pude ter Kikyou... Quero ver morta sua reencarnação e de brinde terei a jóia. - Nisso some, indo organizar o seu plano mirabolante.

Num lugar ali perto, duas orelhinhas descansam sobre o galho de uma arvore, pensando no que não acontecera na sua vida até agora. Tinha vagado naquela floresta desde que sua mãe havia sido brutalmente assassinada por alguém que nunca conseguiram descobrir e seu pai, um grande e poderoso Taiyoukai, morrido também misteriosamente. As únicas pessoas que se importavam com ele e que o amavam sem preconceitos, independente do que ele era, haviam morrido há muito tempo. Seu pai e sua mãe. Agora ele estava só e sofria os preconceitos por parte de humanos por ser um meio youkai. Era esse o motivo que o levava a se isolar naquela floresta densa, que coincidentemente tinha o mesmo nome dele (floresta de Inuyasha) e muitas lendas sobre uma tal de jóia de quatro almas que era bem familiar para ele, mas ele não sabia o porque. Nunca aparecia no reino dos humanos e sofria muito com a solidão, apesar de não querer deixar transparecer seus sentimentos.

No playground do castelo Kagome joga um jogo muito comum entre os nobres, um jogo muito parecido com tênis, com seu inseparável amigo, um filhote de youkai raposa perdido que havia sido salvo por ela enquanto passeava pelo castelo.

- Pega essa Shippou! - Kagome grita e arremessa a bola com toda a força, Shippou não consegue rebater a bola, que passa por cima do muro do castelo e cai em algum lugar da floresta.

- Ah não!!! - Kagome - Essa era a bola preferida do meu pai, eu tenho que ir lá recupera-la.

- Não Kagome - Shippou - é muito perigoso, existem muitos youkais malvados na floresta.

- Mas meu pai vai me matar quando souber que eu perdi a bola dele - Kagome se sentindo culpada - eu vou levar o meu arco e flechas, caso eu precise me proteger. Não se preocupe Shippou.

- Mas Kagome... - grita Shippou - "Eu tenho certeza que o pai dela prefere perder a bola que perder a Kagome" pensa.

- Espera Kagome, eu vou com você - grita Shippou indo atrás da garota.

Nisso Kagome pula o muro do castelo. Seguida pelo fiel amigo Shippou.

Num castelo misterioso, alguém planeja algo.

- Hum... Você é muito desprecavida garota - ele fala enquanto observa as águas turvas de uma fonte no meio da sala, onde refletido está a imagem de Kagome e Shippou correndo em direção à floresta - eu podia te matar agora, mas vou deixar para depois, será mais divertido faze-lo na frente daquele meio youkai desprezível. Vou te enviar só um pequeno aviso do que está por vir, seus dias de paz logo vão acabar - ele estala os dedos e sai um youkai serpente monstruoso de dentro de uma cela escura - Quero que você a assuste... - Naraku - Mas não a mate agora, entendeu?

- Sim mestre. - diz o monstro.

- Em breve a verdade será revelada... - Naraku ri malicioso.

Kagome vai adentrando a floresta junto com Shippou.

- Eu acho que foi por aqui que ela caiu - Kagome

- Kagome, eu acho melhor nós voltarmos, seu pai vai lhe perdoar por ter perdido a bola, mas não vai lhe perdoar por ter arriscado a vida entrando nessa floresta escura e sombria - Shippou

- Ai Shippou, você fala muito, agora não adianta mais, nós já estamos aqui - Kagome

- Mas como você é teimosa...

Já era de tardezinha, Kagome ainda não tinha voltado e algumas pessoa já começavam a se dar conta do sumiço da garota. Uma criada que tinha aprontado o vestido que ela usaria esta noite estava procurando-a a horas, pois em breve iria anoitecer e Kagome tinha que se arrumar para a festa.

Ainda deitado na arvore, Inuyasha acorda num sobressalto, estava sentindo uma presença conhecida, mas não sabia identificar de quem era, sentia apenas que era alguém muito especial de quem ele gostava muito.

- O que... Mas que sensação estranha é essa? - Inuyasha - Porque eu tenho a sensação de que conheço esse cheiro... - Inuyasha confuso - eu devo estar ficando louco, minha vida foi sempre solitária, longe de humanos, e esse cheiro é humano - Se escora na arvore novamente - melhor deixar pra lá... - adormece de novo sentindo aquele doce aroma que de certa forma o deixava feliz.

Kagome procura a bola no meio da floresta.

- Eu tenho que achar logo essa bola, já está anoitecendo e dentro de poucas horas começará a minha festa, já devem estar sentindo minha falta - então entre alguns arbustos, ela avista a pequena bola. - Ah! Que bom, achei. - Kagome feliz corre para pegar a bola. Porém, quando ela vai botar a mão, entre ela e a mesma sai da terra um youkai horrendo, em forma de cobra.

- Então é você... - diz o monstro - Eu vou te matar! - O monstro grita e avança nela, que desvia mais leva um corte no braço.

- Droga... - Kagome - meu braço... Cadê o meu arco e flechas - olha par o lado e vê o seu arco e flechas no chão a alguns metros de distancia.

- Kagome! - Shippou grita desesperado vendo a situação

- Shippou! Saia daqui! - Kagome grita.


Inuyasha acorda novamente, desta vez com um aperto no coração.

- O que é isso... - Inuyasha - cheiro de sangue, talvez seja melhor eu verificar - e sai pulando de galho em galho floresta adentro.

- Meu mestre disse pra eu não te matar, mas eu não tenho escolha, já que você parece deliciosa - o monstro diz lambendo os beiços, levado pela gula - vou te comer!

Kagome tenta pegar o arco e flechas, mas não consegue ser rápida o suficiente, então fecha os olhos esperando o impacto do ataque do monstro. Porém, nada acontece. Quando abre os olhos vê o monstro retalhado no chão e atrás um garoto de cabelos prateados, olhos amarelos e duas estranhas orelhas de cachorro ainda em posição de ataque. "Mas... Porque eu fiz isso" pensa Inuyasha "eu não ajudo humanos".

Kagome olha para ele.

- Obrigada... - Kagome - Mas... Quem é você?

Inuyasha não responde. Ela se aproxima e ele se afasta dela. - Cuidado! - Inuyasha grita e pega Kagome. Pulando e desviando da ultima tentativa da cobra de mata-la. Uma presa que tentou acertar nela.
Inuyasha ainda está com Kagome nos braços. Quando percebe isso, cora da cabeça aos pés e solta ela, que cai de bunda no chão.

- Ai... - Kagome reclama passando a mão na bunda dolorida - mas você é um grosso! Como pode fazer isso com uma dama? SENTA! - Kagome - "mas de onde foi que eu tirei isso?" - pensa. Fica surpresa com o resultado. O menino cachorro cai com a cara no chão.

- Mas que droga, porque fez isso Kagome? - Inuyasha furioso - Então é para isso que serve esse maldito colar que eu nunca consegui tirar do meu pescoço!

- Ei... - Kagome

- Que é menina - Inuyasha emburrado limpando a roupa - O que é isso? - Kagome já pegando nas orelhinhas do meio youkai.

- Ei! Solta as minhas orelhas! - Inuyasha berra.
Ele não sabia porque, mas se sentia estranhamente a vontade com aquela humana, como nunca tinha se sentido antes. Ele então, faz com que ela solte suas orelhas num movimento brusco para trás.

- Ei, você me salvou, obrigada. Não quer ir a minha festa de aniversario hoje? Meu pai adoraria te conhecer! - Kagome feliz. Ela também sentia como se o conhecesse e que algo muito forte os ligava. Afinal ela tinha um grande poder espiritual.

- Eu não me misturo com humanos. - Inuyasha

- Ah meu Deus! - O céu já mostra as primeiras estrelas - Eu estou atrasada, espero que você apareça na minha festa! - Kagome sai correndo de volta para casa. No meio do caminho encontra alguns cavalos do rei que estavam vindo para salva-la. Shippou pula de cima de um dos cavalos e corre para abraça- la.

- Kagome! - Shippou feliz - Você está bem! Eu fui chamar ajuda, já que não podia te proteger.

- Eu estou bem - Kagome esbanja um sorriso de felicidade ao ver o amigo.

O rei Higurashi desce de uma das carruagens.

- Papai... - Kagome cabisbaixa - desculpe...

- Tudo bem Kagome, mas não faça mais isso. Você vale mais do que uma bola.

- É mesmo, a bola... - Kagome lembrando.

- Esqueça a bola filha, eu posso arranjar outra melhor, agora nós temos que nos preocupar em voltar logo para casa para você se arrumar para a sua festa. Os dois entram na carruagem. Os cavalos fazem a volta, pegando o caminho de volta para o castelo.

Inuyasha permaneceu ali parado, lembrando daquele rosto tão familiar e do convite outrora recebido. Aquela humana era diferente, o tratava como uma pessoa normal, como somente, segundo ele, seus pais o trataram um dia. Seu coração dizia para ir aquela festa, mas lutava contra a razão e o medo de ser rejeitado. Sentou-se escorado em uma arvore e ficou a refletir. Foi quando percebeu uma bola branca em meio às plantas.

"Ela deve ter deixado cair" Ele se levanta e pega a bola. - Kagome...


Chegando ao castelo, Kagome vai para a torre mais alta seguida de algumas criadas que levam suas roupas.

"Será que aquele menino estranho vem para a minha festa?" Kagome sentindo-se estranha "Eu acho que eu o conheço de algum lugar..." duvidosa "mas de onde..." - Será que vocês poderiam me deixar sozinha? - Kagome fala para as criadas - eu termino de me arrumar.

- Mas o rei nos mandou te ajudar - fala uma das criadas

- Por favor. O Shippou me ajuda - Kagome pede

- Tudo bem majestade - criada - qualquer coisa é só nos chamar - diz enquanto se retiram.

- Só mais uma coisa. - Kagome

- Sim? - criada

- Eu dispenso esse majestade, por favor, me chame de Kagome.

- Tudo bem Kagome - criada.
Kagome sorri e as mulheres saem.

Num lugar desconhecido e muito escuro. Repleto de miasma. Dois corpos jazem sobre duas rochas, parecem fazer parte de um ritual. Existem muitos ossos que não da para distinguir se são humanos ou de youkais.

De repente a porta se abre e entra a figura de uma mulher com um gatinho aparentemente morto nos braços. Ela o joga no chão e fala algo.

- Finalmente capturei esse youkai inútil - da uma gargalhada e sai da masmorra se abanando com um leque.
Depois que ela sai, os olhos de um dos corpos começa a exibir um
brilho vermelho.

Continua...