De manhã, quando Hermione acordou e viu que Bichento dormia em cima do livro da professora, tentou removê-lo mas o gato se agarrou estranhamente à caderneta, fazendo com que ela tivesse que puxá-lo.
- Bichento! Solta isso! Ficou doido? Esse livro nem é meu - o gato tinha fincado as unhas no livro e agora a menina teria que explicar à senhora Figg por que a capa da caderneta tinha várias marcas de unhas. Ela mesma tinha sido arranhada pelo gato.
Hermione se arrumou e resolver mostrar tanto o gato quanto o livro, para que a professora pudesse acreditar que ela não tinha culpa do incidente. Quando estava chegando à sala dos professores Bichento se soltou do seu colo e começou a arranhar a porta. Ela então bateu e Arabella abriu. Bichento se enroscou nas pernas da professora e Hermione, muito sem graça, abaixou para tentar pegá-lo.
- Desculpe professora! Ele nunca fez isso antes... Nem gosta muito de estranhos - estava surpresa com o comportamento do gato.
- Não se preocupe, querida. Eu na verdade adoro gatos. Ele deve estar farejando o cheiro dos meus queridinhos, por isso está se comportando assim...
- Bem, Arabella, então eu creio que isso deva explicar isto - estava segurando o livro da professora, a capa marcada de unhas. - Eu suponho que ele tenha se afeiçoado ao livro por causa do cheiro de outros gatos. Foi um custo tirá-lo dele. Me desculpe, eu vou mandar encapar assim que eu entrar de férias.
- Não tem problema, Hermione, além disso é um bichinho tão adorável. Só estava seguindo os seus instintos - agora estava com Bichento no colo e o gato parecia quase dormindo de tão tranqüilo.
- A senhora tem mesmo jeito com gatos... – a menina estava extremamente surpresa.
- Obrigada! Quando quiser pode deixá-lo comigo? Vamos nos dar muito bem, não é coisa fofa? - ela se dirigia a Bichento, que ronronava feliz em seu colo.
- Oh, sim, claro... – Hermione fez uma expressão pensativa. - Arabella, eu queria entender melhor como é possível uma pessoa sair do corpo - mostrou o livro da biblioteca à professora.
- Ah! Requer grande concentração. A pessoa deve ter muita força interior ou ser um mago muito poderoso. Mas por que você quer saber isso agora, querida?
- São dúvidas. Só isso – desconversou, não perguntaria nada além para não despertar a curiosidade da professora. - Eu acho esse tema fascinante. Obrigada. Vamos Bichento - o gato sequer se moveu. - Vamos!
- Deixe-o comigo, Hermione. Depois eu o mando de volta para o seu dormitório. Vá tomar o seu café da manhã, daqui a pouco começam as aulas - a menina, ainda abismada com o comportamento de Bichento, virou-se e foi até o Salão Principal.
Ao chegar, contou aos amigos o que o gato fizera e Harry e Rony riram muito.
- Nossa Mione! Aquele seu gato é mesmo pirado! - Rony tinha quase se engasgado com o leite de tanto rir.
- Mas ele é muito inteligente... - tentava defender.
- Isso é verdade. Ele sabia quem era o Perebas e defendeu Snuffles o tempo todo - Harry concordou.
- E depois, Rony, a professora falou que é porque ela tem muitos gatos e Bichento pode farejá-los.
- Ah! É mesmo - disse Harry. - Nossa, a Arabella deve ter adorado o Bichento. Ela é louca por gatos. Quando ela tomava conta de mim me mostrava fotos de toda a árvore genealógica dos gatos. Alguns tinham até sobrenome! - todos riram e continuaram a tomar o café.
A primeira aula do trio seria Trato com Criaturas Mágicas e os grupos de estudo seriam finalmente revelados. Quando chegaram à cabana de Hagrid os alunos da Sonserina já estavam lá. Malfoy franziu a testa ao ver os alunos da outra casa chegar. Os outros gigantes também estavam presentes e a aula prometia ser bastante movimentada. Tinha uma caixa enorme no meio do pátio e os alunos podiam sentir um cheiro forte de queimado e fumaça que saía pelos buracos dela. Hagrid então começou a aula.
- Bem meninos, estamos aqui hoje para demonstrar para vocês como se lida com um dragão - alguns ficaram surpresos, outros curiosos, e esticaram os pescoços para olhar para a caixa mas a maioria se encolheu e foi para trás, com medo. - É claro que não vamos lidar com dragões adultos. Isso é muito complicado e requer magia avançada - Hagrid piscou para Harry, que tinha enfrentado sozinho um dragão adulto no ano anterior. - Então eu pude contar com a ajuda de um amigo meu da Romênia e aprenderemos como lidar com um dragão jovem - ele abriu a caixa e de dentro dela saiu um animal mais ou menos do tamanho de um cavalo. - Este dragão tem quatro anos de idade. Eu apresento a vocês Norberto - Harry sorriu para Rony e Hermione. Com certeza Carlinhos tinha trazido o antigo dragão norueguês de Hagrid para que as aulas fossem dadas. O meio-gigante estava sorrindo de orelha a orelha. E Norberto parecia bem e forte.
Hagrid explicou que os outros gigantes dariam algumas aulas mas sempre que possível ele os estaria acompanhando. Miúdo daria aulas para o sétimo ano sobre lesmas do pântano. Colossus teria a ajuda de Vasta para as aulas do quarto e sexto. Tinha sido muito complicado conseguir uma mula-sem-cabeça, fora importada do Brasil e Hagrid tinha plantado alfafa especial para alimentá-la, se bem que não entendia como um animal sem cabeça poderia comer.
O almoço transcorreu sem maiores acontecimentos até o momento que Dumbledore bateu com sua colher de sopa na taça, exigindo silêncio. Todos sabiam que ele falaria sobre os grupos de estudo e cessaram as conversas paralelas.
- Meus caros alunos, como eu já havia informado esse ano teremos um novo esquema educacional. Vocês serão divididos em grupos de estudo. Cada grupo terá um dia da semana para se reunir na biblioteca e tirar as dúvidas sobre as matérias da semana anterior. É obrigatória a presença e a Madame Pince fiscalizará, pessoalmente, se todos estão comparecendo. Cabe a mim lembrar que os grupos estão divididos e não vai ser permitida espécie alguma de troca. Está tudo estabelecido e foi uma tarefa trabalhosa. Também quero que tenham em mente que o seu grupo é como se fosse uma extensão de sua casa. E, portanto, cada casa receberá pontos por alunos bem sucedidos em seus grupos e também perderá por faltas que possam ser cometidas. Então creio que os colegas terão que se respeitar e não tentar prejudicar os companheiros, pois assim estarão prejudicando a própria casa e a si próprios. Os grupos estão divididos e os nomes estarão afixados na sala comunal de vocês após o jantar. Agora podem continuar a comer.
Os alunos não podiam acreditar, parecia até uma intransigência do diretor mas Harry sabia que algum bom motivo Dumbledore tinha para ter inventado tal esquema. O garoto estava um pouco mais confiante. Pelo menos Draco não poderia perturbá-lo ou perderia pontos para Sonserina. Restava apenas saber quem era o outro componente do grupo.
Quando acabou o jantar foram para a sala comunal, Hermione já tinha subido antes, para ajudar a organizar uma fila para os alunos verem em que grupo e em que horário estavam inscritos. Ela viu quando Harry e Rony subiram e leram os componentes dos seus respectivos grupos.
Até que Rony e Hermione tinham ficado satisfeitos, embora tivessem a antipática Emília Bulstrode em seu grupo, Neville Longbottom era o outro componente e tinham ficado juntos pelo menos. Mas Gina não estava nem um pouco satisfeita e tinha subido as escadas correndo assim que viu em que grupo estava. Hermione, assim que pôde, foi atrás dela, deixando Harry e Rony lá embaixo.
- Gina? - ela entrou no quarto da menina, que parecia muito nervosa e andava de um lado para o outro.
- Mione, eu não vou agüentar isso... Não vou suportar... Tudo menos isso... Eu... - não conseguia nem formular mais os pensamentos de tão angustiada; apertava uma mão na outra com força.
- Calma Gina! Eu já fiquei sabendo. O Rony me contou, eu sei que o Malfoy está no seu grupo mas ele não pode prejudicar vocês, senão a Sonserina perderá pontos...
- Não é isso! - estava cada vez pior, sentia como se o estômago estivesse dando um nó.
- É o Harry? Ele jamais vai fazer alguma coisa estúpida... Ele só se comporta como um perfeito idiota, quando o assunto é... - ela não terminou a frase, foi interrompida pela outra.
- Cho Chang! - Gina fez uma pausa e Mione a olhou, espantada. - Cho Chang é a outra componente do nosso grupo - continuou, simplesmente. Mione ficou sem voz, tinha finalmente entendido o que a amiga estava querendo dizer.
Enquanto isso, lá embaixo, Harry estava tão sem voz quanto Hermione. Tinha acabado de descobrir exatamente a mesma coisa.
As reuniões do grupo de estudo de Harry eram às sextas-feiras pela manhã e as de Rony e Mione eram no mesmo dia, embora na parte da tarde. Segundo o quadro de horários teriam que passar quatro horas seguidas na biblioteca sob supervisão de Madame Pince. Seria tempo demais para passar com um Malfoy, pensou Harry.
Na quinta-feira à noite Hermione foi até o quarto de Gina para lhe desejar boa sorte. Sabia que a amiga passaria por maus bocados.
- Gina, eu sei que você está nervosa mas talvez seja menos pior do que você pensa. Eu acho que é mais fácil que o Harry passe o tempo conversando com você. Ele é super tímido. Nunca consegue articular nenhuma palavra na presença dessa garota...
- Eu sei Mione. Eu sei que ele vai conversar comigo. Eu sei que ele é meu amigo. Não vai deixar o Malfoy me fazer mal. Mas não é isso. - ela respirou fundo, tinha lágrimas nos olhos. - É o jeito que ele olha para ela. É insuportável para mim. Eu o amo desde a primeira vez que eu o vi. Ele nunca me olhou dessa forma, nunca vai me olhar, eu sei disso. Isso é o que mais dói - as lágrimas escorriam por seu rosto. Mione não sabia o que fazer, abraçou a amiga.
- Gina, você sabe quando eu percebi que eu amava o seu irmão?
- Não - disse com a voz fanhosa.
- Quando ele lançou aquele feitiço no Malfoy, no segundo ano, quando ele me chamou de sangue-ruim.
- Nossa! Faz tanto tempo assim?
- Faz. E depois disso eu também não tive experiências muito agradáveis com ele. Ele deixou de falar comigo no terceiro ano por causa daquele rato idiota. Ele não me chamou para o baile ano passado e ainda ficou com raiva por eu ter ido com o Vítor... - Gina estava atenta. - Eu não sei, Gina, mas o Harry é muito ingênuo. Eu não sei se ele gosta mesmo dessa menina ou se tem tanto medo de algo que está bem na frente dele. Algo perfeito e destinado a ele. Algo que ele preferiria não ter a correr o risco de um dia perder. Por isso ele se prende a uma ilusão, algo que nunca vai acontecer. Isso é mais seguro - Gina estava entendendo onde Hermione queria chegar.
- Você acha que ele tem medo do que nós podemos ter?
- Acho sim. E eu não posso condená-lo. Ele tem uma triste tendência a perder o que ama e a sofrer. Os pais assassinados, viver com aquela gente horrível, os dementadores, o Torneio Tribruxo, Siri... - Hermione parou.
Gina a olhou, curiosa. Sabia que não devia contar a ninguém sobre Sirius. Mesmo que confiasse na amiga deveria ser ele e não ela a contar isso para Gina. Então emendou.
- "Siria" algo muito terrível para ele, perder alguém que amasse da forma que eu acho que ele amaria você - Gina estava mais calma.
- Então o nosso herói também tem medo, afinal de contas - ela sorriu. Era bem típico de Harry. Medo de perder quem amava mas destemido em relação à própria vida.
Hermione se despediu da amiga e foi se deitar. Rony, por sua vez, estava no dormitório dos meninos, muito acordado e tentando passar instruções ao amigo.
- É a sua grande chance, Harry! - parecia animado. Harry estava com a cor variando de verde para branco.
- Rony, pára com isso. Eu daqui a pouco vou acabar vomitando de tanto nervoso. Parece a véspera do meu primeiro dia em Hogwarts.
- Você tem que conversar com ela, ser um cavalheiro. Elas gostam disso - ignorava os pedidos do amigo. - Depois a convide para o baile.
- Por favor, Rony! - agora estava deitado de bruços, o travesseiro na cabeça. A experiência de chamá-la para o baile no ano anterior tinha sido suficientemente devastadora. Então percebeu que estava mais empolgado do que o amigo e sugeriu que fossem dormir. Mas disse ainda, antes de dormirem.
- Boa sorte amanhã Harry! Tenta falar bastante...
- Rony, eu já vou ficar bem feliz se conseguir dizer "olá" - e fechou os olhos, tentando dormir.
Pela manhã nem ele nem Gina tomaram café da manhã. Tinham medo de que a comida se esvaísse dos estômagos já sensibilizados pelo nervosismo. Foram os primeiro a chegarem à biblioteca e estranharam quando viram que nem Draco e nem Cho tinham chegado ainda. Sentaram-se à mesa perto da janela.
- Oi Gina!
- Olá Harry...
Ficaram alguns minutos em um silêncio constrangedor. Gina olhava para os lados, os olhos baixa, Harry coçava a cabeça, passando os dedos por entre os cabelos despenteados.
- Não vai ser moleza, né? - ela olhou para ele, prestando atenção.
- O quê?
- Aturar o Malfoy - ela riu e ele continuou. - Por que ele é mui... – ele parou. Estava hipnotizado. Cho Chang tinha acabado de entrar na biblioteca e Harry parecia um perfeito idiota, como Mione tinha dito antes.
"É, Harry, não vai ser fácil...", ela pensou. Draco entrou pela porta no mesmo instante. Lançou um olhar desanimado para a mesa e veio caminhando ao lado de Cho. Ele se sentou ao lado de Gina e Cho ao lado de Harry. O incômodo era tão grande que só diminuiu quando Madame Pince se aproximou.
- Bom dia! Vocês deverão ler o primeiro capítulo do livro de Defesa Contra as Artes das Trevas, têm duas horas para isso. Depois deverão entrevistar um dos colegas para saber a opinião sobre o capítulo, que deve ser anotada e entregue à professora Figg. Eu estou escrevendo os nomes de vocês e depois vou voltar para saber como estão indo. Com licença - ela ainda tinha que ir até as outras mesas. A cada quatro horas trocavam os alunos na biblioteca e teria muito trabalho pela frente.
As primeiras duas horas e meia foram bem calmas. Embora, de vez em quando, Draco resmungasse algo. Obviamente, em represália ao livro trouxa, não houve nada que pudesse ser tido como desagradável. Gina tinha se pegado olhando duas vezes para Harry mas ninguém percebera. Ela viu que o menino nem se mexia na cadeira. Não tinha sequer virado o rosto para olhar para Cho. Mas quando acabaram de ler Madame Pince retornou e indicou que deveriam formar duas duplas. Antes que qualquer um pudesse disser alguma coisa, Draco simplesmente disparou:
- Vamos lá, Weasley. Me diga o que você achou do livro.
A menina se espantou. Harry também. Ele imaginou que a menina quisesse fazer o trabalho consigo.
- E aí, Weasley? O gato comeu a sua língua? Diga o que achou da droga do livro para a gente poder ir embora - Cho estava chocada com o comportamento de Draco e se virou para Harry, para poder fazer o trabalho.
Gina olhou dentro dos olhos de Harry, ele fez uma expressão de "fazer o quê, né?" e se virou para Cho. Ela não teve escolha a não ser fazer o mesmo. E começou a relatar o que tinha achado do livro. Depois anotou o que Draco tinha achado. Era estranho mas em momento algum o garoto tinha sido mal com ela.
Ao final agradeceram a Madame Pince e se retiraram. Não tinha sido de todo ruim. Até mesmo Draco ter feito o trabalho com ela a ajudou, Gina não sabia como chamar Harry para ser sua dupla e ele provavelmente não a chamaria também. Então até que tinha sido bom. Harry tinha ficado um tanto quanto aborrecido com a ousadia de Malfoy mas também achou que fazer o trabalho com Cho podia diminuir o abismo entre eles.
Já tinha se passado quase dois meses do início das aulas e Hermione ainda continuava a pesquisar sobre projeção astral, viagens ao subconsciente e diversos outros assuntos do gênero. Até mesmo com a professora Trewlaney tinha falado discretamente mas as respostas dela eram tão absurdas que reforçou a imagem de tratante que tinha da professora. Tinha se aconselhado diversas vezes com Arabella, sem chamar atenção para o fato. Bichento estava realmente adorando ficar junto da professora e muitas vezes Hermione deixava que ficasse o fim de semana inteiro com ela.
O tempo que passavam na biblioteca tinha se revelado até mesmo produtivo e os grupos de estudo estavam funcionando muito bem, sem maiores incidentes. Draco era, na opinião de Gina, suportável e por mais incrível que parecesse achava até graça no jeito ranzinza do garoto. Isso a estava ajudando a esquecer os olhares abobados de Harry para Cho e o jeito que a apanhadora da Corvinal jogava charme para o menino. Quando se sentia incomodada com o casal Draco parecia adivinhar e lançava algum comentário sarcástico sobre a matéria e ela ria, mesmo que na maior parte das vezes fosse apenas por dentro, deixando transparecer apenas um sorriso, para não dar o braço a torcer.
Estavam no Dia das Bruxas e a escola inteira estava decorada e cheirava abóboras. Gina adorava a festa. Também estava contente porque Dumbledore tinha permitido que fossem a Hogsmeade para que pudessem comprar doces, bombinhas e foguetes. Os meninos também estavam animados, principalmente Harry. Ele imaginava que poderia ver o padrinho por lá.
Hermione tinha combinado com os meninos e com Gina que iriam juntos, logo após o almoço. Eles então se encontraram na sala comunal e quando já estavam saindo Rony perguntou.
- Você trouxe a sua capa, Harry?
- Não...
- Vá buscar, e se precisarmos dela? Para ver Snuffles... - Gina ficou curiosa.
- Mas Snuffles não é o cachorro preto que estava no aniversário do Harry? - Harry olhou para Rony, que pôs a mão na boca. Não devia ter dito aquilo. Harry olhou para ele.
- Tudo bem, eu quero que ela saiba mesmo. Não vou esconder mais isso dela - voltou-se então para Gina. - Gina, eu quero te contar algo. Mas é uma coisa muito importante para mim e que apenas as pessoas em que eu mais confio sabem - ela arregalou os olhos.
Harry contou rapidamente toda a história de Sirius, a participação de Pedro na morte de seus pais, o fato de ter tido uma madrinha e tudo o que pôde lembrar. Ao final a menina estava lotada de novas informações mas feliz por fazer parte do segredo.
- Obrigada por confiar em mim.
Harry a abraçou. Ela se assustou com o gesto mas retribuiu. Ele se sentiu estranhamente bem abraçando-a, de repente era como se estivesse tudo bem, estava em casa. Gina também se sentiu estranha. Seu coração disparou e as bochechas ficaram escarlates. Mas ele nem tinha percebido. Quando cessou o abraço os dois sorriram. Rony e Hermione já estavam saindo pelo buraco do retrato e então se encaminharam para Hogsmeade.
Quando chegaram foram tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras. Madame Rosmerta os atendeu e viram que a senhora Figg estava lá, numa mesa com os outros professores. Mione riu, Bichento estava no colo da professora, todo encolhidinho.
Ao saírem do bar se depararam com o cão negro, Sirius. Ele abanou o rabo para os meninos, que seguiram o cachorro. Foram até um beco e dali até a caverna que tinha sido seu abrigo durante um tempo. Quando chegaram lá Sirius se revelou. Gina ficou impressionada. Ele era muito diferente das fotos. Estava forte e bonito. Não era o fiapo humano que tinha visto nas páginas do Profeta Diário dois anos antes. Ele cumprimentou a todos e deu um abraço em Harry:
- Que bom ver você Harry! - ele sorriu.
- Também estou feliz! Como está o processo para limpar o seu nome?
- Está caminhando. Mas há muitas coisas que têm prioridade na lista do ministério - Harry concordou.
- Meu pai deve estar atolado em trabalho - disse Rony. - E o Percy ter saído de casa não ajudou muito - Hermione segurou sua mão.
- Moody está trabalhando à beça. Ele colocou até mesmo Mundungo para trabalhar mais.
- Quem?
- Mundungo Fletcher, Rony. Ele tem um emprego trouxa de fachada. Ele é um chefe de polícia trouxa mas na realidade é um bruxo, como nós, grande amigo de Dumbledore. Quando essa confusão terminar ele vai limpar o meu nome no mundo trouxa.
- Ah!
- Eu não vou demorar. Só vim ver vocês. Eu soube que viriam a Hogsmeade hoje - abraçou os meninos e se transformou em cão de novo.
Gina tinha achado aquilo muito engraçado. Sirius então saiu, na forma do cão negro Snuffles.
De noite, depois do jantar, de comerem doces até estourar e se deitar na cama é que Harry se deu conta: quem tinha avisado ao seu padrinho que iriam a Hogsmeade no Halloween se Dumbledore tinha decidido permitir o passeio no dia anterior? Essa pergunta continuou cutucando seus pensamentos até finalmente adormecer.
