Prólogo
Esta é uma verdadeira história de amor. Daquelas enjoativas, com beijos que se arrastam por três parágrafos e dão vontade de enfiar um dedo na garganta para provocar vómitos. É um daqueles livros em que o herói tem um nome másculo e explosivo, tipo CHUCK (embora não seja esse o nome do meu herói), tem músculos possantes e respira mais ruidosamente sempre que a amada está por perto. Nas histórias de amor a heroína tem um nome melodioso cheio de consoantes líquidas, como FLEUR, e possui lábios carnudos e ardentes, sensuais. Penso que a palavra «sensual» irá aparecer nesta historia pelo menos umas mil vezes. A heroína tem também pernas longas e sedosas, e é virgem. Sei tudo sobre romances de amor porque a Ashley, a minha melhor amiga se viciou neles no ano passado e me obrigou a ler também. O problema destes romances, conforme depressa compreendi, é que nos fazem achar que a vida não vale nada, especialmente se não existe um CHUCK e, principalmente, se não possuímos pernas longas e sedosas e o nosso nome não tem um som melodioso (Gina) e sobretudo se pensamos que vamos permanecer virgens para o resto da vida. Mais importante ainda, os romances de amor são extremamente ingénuos. Nunca li nenhum que fosse minimamente credível. Eles nunca se assemelham à vida real. E eu quero a vida real. Mesmo numa história de amor, quero a vida real. O que fazer então quando se vive um verdadeiro romance, tudo começando no Natal, e ele tem um nome como Harry, e vem a te amar tanto como você o ama? Eu sei o que quero fazer. Quero escrever uma história de amor sobre tudo isto. E quero terminá-la com a frase «e viveram felizes para sempre». E assim foi, de facto. Quero dizer, mais ou menos. Tudo começou em Dezembro e estamos agora a meados de Fevereiro, por isso temos vivido felizes para sempre nas últimas seis semanas. Mas quantas pessoas conhecem que já tenham sido tão felizes durante seis semanas? Para mim, é um recorde. Quero que os outros sintam inveja ao verem que existe alguém que vive uma paixão tão feliz como a minha. E, apesar de não possuir pernas longas e sedosas e madeixas louras, não ter lábios carnudos sensuais, e se não escrevo beijos de três parágrafos, já os dei e recebi. Vou dar o meu melhor. Tenho o "Pontuário do Escritor de Romances" mesmo ao lado do pergaminho para o caso de me faltarem palavras.
Esta é uma verdadeira história de amor. Daquelas enjoativas, com beijos que se arrastam por três parágrafos e dão vontade de enfiar um dedo na garganta para provocar vómitos. É um daqueles livros em que o herói tem um nome másculo e explosivo, tipo CHUCK (embora não seja esse o nome do meu herói), tem músculos possantes e respira mais ruidosamente sempre que a amada está por perto. Nas histórias de amor a heroína tem um nome melodioso cheio de consoantes líquidas, como FLEUR, e possui lábios carnudos e ardentes, sensuais. Penso que a palavra «sensual» irá aparecer nesta historia pelo menos umas mil vezes. A heroína tem também pernas longas e sedosas, e é virgem. Sei tudo sobre romances de amor porque a Ashley, a minha melhor amiga se viciou neles no ano passado e me obrigou a ler também. O problema destes romances, conforme depressa compreendi, é que nos fazem achar que a vida não vale nada, especialmente se não existe um CHUCK e, principalmente, se não possuímos pernas longas e sedosas e o nosso nome não tem um som melodioso (Gina) e sobretudo se pensamos que vamos permanecer virgens para o resto da vida. Mais importante ainda, os romances de amor são extremamente ingénuos. Nunca li nenhum que fosse minimamente credível. Eles nunca se assemelham à vida real. E eu quero a vida real. Mesmo numa história de amor, quero a vida real. O que fazer então quando se vive um verdadeiro romance, tudo começando no Natal, e ele tem um nome como Harry, e vem a te amar tanto como você o ama? Eu sei o que quero fazer. Quero escrever uma história de amor sobre tudo isto. E quero terminá-la com a frase «e viveram felizes para sempre». E assim foi, de facto. Quero dizer, mais ou menos. Tudo começou em Dezembro e estamos agora a meados de Fevereiro, por isso temos vivido felizes para sempre nas últimas seis semanas. Mas quantas pessoas conhecem que já tenham sido tão felizes durante seis semanas? Para mim, é um recorde. Quero que os outros sintam inveja ao verem que existe alguém que vive uma paixão tão feliz como a minha. E, apesar de não possuir pernas longas e sedosas e madeixas louras, não ter lábios carnudos sensuais, e se não escrevo beijos de três parágrafos, já os dei e recebi. Vou dar o meu melhor. Tenho o "Pontuário do Escritor de Romances" mesmo ao lado do pergaminho para o caso de me faltarem palavras.
