4º capítulo - Ajuda?
Draco, Eu andei conversando a diretoria da escola e eles não querem ver mais nenhuma única falha em sua disciplina escolar. Se eles virem você será transferido diretamente para Durmstrang e tenha a absoluta certeza que eles são bem mais rígidos do que em Hogwarts. Então, garoto, procure estudar para continuar aí e fazer o que lhe foi ordenado. Está é sua última chance, não a desperdice. Lúcio Malfoy
Draco odiou profundamente aquela carta, agora ele teria que dar o braço a torcer e realmente começar a se preocupar com os estudos. E o pior de tudo, uma péssima idéia lhe passou pela cabeça. E ele se aprontou de afastá-la o mais rápido possível. Era definitivamente, uma péssima idéia.
Parecia que todos os 'amigos' de Draco haviam desaparecido assim que souberam da noticia que ele havia repetido em Hogwarts. Agora ele ficava num canto da mesa da sonserina recluso. Sozinho.
"Melhor sozinho do que mal acompanhado" - ele pensou sério, tomando café da manhã.
Enquanto isto, Gina contava a péssima notícia da aula de reforço para Hermione e Melina, que ficaram absolutamente transtornadas.
- Já não basta ter agüentar aulas com ele por tempo indeterminado, agora tenho que agüentar as aulas de reforço com ele. - Gina repetia, ainda não acreditando no que dizia.
- Horrível! - exclamou Hermione fazendo cara feia - Que azar!
- Ainda bem que eu não participo dessas aulas. - Melina falou aliviada.
Gina olhou para ela com uma cara repressora e continuou a falar:
- Eu já avisei para ele. - ela falou com uma raiva incontrolável - Se ele não começar a estudar como cabe para uma pessoa do meu grupo, ele vai ser forçado a fazê-lo.
- O que você vai fazer Gina? - Hermione perguntou com receio da resposta.
- Esperem e verão. - ela falou maliciosamente.
As aulas daquela manhã passaram na mesma tensão habitual entre Draco e Gina e para qualquer um que olhassem para eles via chamas ardendo nos olhos. Era de dar até medo a raiva que um sentia pelo outro. Mas Gina ainda tinha que tirar satisfações com ele, esperava que ele tivesse pensado bem no que ela tinha dito na tarde anterior, mas estava completamente enganada.
- Malfoy. - Ela o chamou antes dele sair da sala de poções - Você pensou no que eu falei?
- Weasley, você realmente achou que eu seguiria um conselho, seu? - ele falou debochado.
- Olha, - ela disse espumando de raiva - eu não quero te ajudar, não estou fazendo isto por você e sim por mim. Agora, pare e pense, garoto, onde você vai chegar?
Ela virou-se e foi embora. Talvez pudesse perder o controle e partir para a briga. Mas ela não sabia porque o aconselhava tanto daquela maneira. Talvez fosse só para que ele não a prejudicasse mais tarde nos estudos.
Aquelas últimas palavras de Gina ficaram atormentando Draco quase todo o almoço. "...onde você vai chegar?" - ele ouvia uma voz repetindo em sua cabeça. Ele não sabia. Havia perdido toda a noção de mundo depois que ela havia ido embora. Ele talvez só tivesse sobrevivido para jogar o resto da vida dele fora. Mas sabia que ela nunca desejou isto para ele. Talvez fosse hora de ele dar a si mesmo uma nova chance de recomeçar.
"Como ela podia ter acertado sobre aquilo?" - ele repetia pra si mesmo - "Ela simplesmente estava correndo atrás de seus próprios objetivos."
Ele não conseguia parar de pensar na maldita voz de Gina, que se repetia constantemente na cabeça dele. Naquele momento, em que saia do salão comunal para ir a biblioteca, ele lembrou-se da péssima idéia que havia tido aquela manhã. "Talvez não fosse tão ruim." - ele pensou. "Não!" - uma outra voz lhe dizia - "É péssimo! Tudo bem que você está desesperado mas esta atitude não é para tanto."
Draco tirou essas idéias de sua cabeça quando chegou na biblioteca e sentou- se a uma certa distância dela. Poderia ficar pensando se estava certo ou errado de pedir o que pretendia pedir.
- Malfoy. - Gina falou baixo tentando-se manter calma - Você poderia começar fazer os exercícios de Transfiguração.
- Nunca irei obedecer uma ordem sua, Weasley. - ele falou arrogante.
Gina se afastou e voltou a ajudar um garoto da lufa-lufa que estava com dificuldades num trabalho de História da Magia. Mais tarde, Gina observa Malfoy lendo um livro que se assemelhava ao livro de Transfiguração.
"Milagre!" - uma voz dizia sorrindo dentro da cabeça dela - "Ainda há esperança, Gina" Gina tratou de afastar aquele estranho pensamento de sua mente e voltar a ajudar o menino. O objetivo de Gina não era ajudar Draco, mas sim fazer que ele não a prejudicasse nos estudos. Ela simplesmente fazia o que achava melhor para si mesma.
Como já era de seu costume, Gina era a última a deixar a biblioteca e gostava disso, pois sempre tinha tempo de ficar pensando no que ia fazer de sua vida futuramente. Mas aqueles bons pensamentos com seu futuro saíram de sua mente, assim que observou que ele ainda estava lá. Calado e distante.
"Talvez, ele precise de ajuda?" - uma voz lhe dizia convidativa - "Vai lá, Gina."
"Não!" - ela afirmar pra si mesma - "Ele me odeia e eu também o odeio, a última coisa que preciso agora é ganhar mais um fora do Malfoy."
"Mas você quer ajudá-lo." - a voz continuava a insistir - "Eu sei."
Gina tentou esquecer aquela maldita voz que tentava lhe dizer o que fazer. Mesmo que a voz estivesse com um pouco de razão, Gina odiava admitir aquilo para si mesma. Era impossível ela se propor a ajudá-lo. Simplesmente impossível.
Ela terminava de arrumar os livros gentilmente na estante e sentiu um toque em seu ombro.
- Malfoy. - ela falou assustando-se - Você quer me matar? Bem, eu não duvido disso. Ela se recompôs e ficou encarando-o séria. "O que ele quer agora?" - ela pensava inquieta.
- Eu queria.. - ele falou com a voz forçada.
- Malfoy, se isto é tão difícil de falar então me poupe, está bem? - ela terminou de coloca o último livro na prateleira e estava quase indo embora, quando ele a impediu. - O que é isto agora, hein? - ela falou começando a se irritar - Quer me insultar mais um pouco? Você está conseguindo me irritar, Malfoy.
"Porque ela não cala essa boca?" - ele pensou contrariado - "Ela fica tão bonita irritada mas calada."
Num impulso ele a agarrou e a beijou. Mais para fazê-la calar a boca do que qualquer outra coisa. Primeiramente, ela não correspondeu ao beijo mas mais tarde ele foi tão envolvente e quente que deixou se levar. Draco a beijava com ódio e desejo misturados. "O que eu estou fazendo?" - ele perguntou ainda a beijando - "Porque estou fazendo isto?"
Ele não sabia porque ainda não tinha parado de beijá-la, ainda mais agora que estavam encostados contra uma estante, quase entrando um no outro.
"Pare com isso, Gina!" - ela afirmava para si - "Você pode parar com isso."
Ela tinha tentado parar mas agora estava tão envolvida, que começou a sentir ódio de si mesma por não conseguir acabar com aquilo de uma vez. Até que ele colocou uma das mãos maliciosamente embaixo da blusa dela. Aquele foi o basta para ela parar com aquilo.
- Pare! - ela falou, o empurrando para longe.
Ela estava completamente vermelha e atordoada. Nunca havia passado por aquilo antes. Nunca havia sido beijada por ninguém. Era quase um crime uma garota chegar aos 15 anos e nunca ter sido beijada, mas ela nunca se importou muito com isso.
- Porque você fez isso? - ela falou recompondo-se, o observando encostado na outra estante.
- Para você parar de falar besteiras. - ele disse debochado.
- Ah.. seu estúpido. Nunca mais me beije, está ouvindo? - ela falou, indo embora dali antes que algo mais acontecesse.
"Porque ele me beijou?" - Gina se perguntava inquieta no salão comunal - "Aquele idiota, estúpido está conseguindo acabar com os meus dias"
- Gina. - era Harry.
Pela primeira vez, ela não havia ficado nem corada, nem nervosa pelo fato dele sentar ao seu lado.
- Oi Harry. - ela falou sorrindo por um momento.
- Faz algum tempo que eu não falo com você. - ele falou inseguro.
"Você nunca falou comigo, Harry." - ela pensou indefesa - "Lembre-se de sua promessa, Gina. Nunca mais. Nem mesmo para ele."
- Aconteceu alguma coisa, Harry? - ela perguntou confusa.
- Eu terminei com ela. - ele falou em tom choroso.
"Ótimo!" - uma voz disse na mente de Gina - "Você está tentando esquecê-lo e agora vai ter que consolá-lo porque terminou com a chata da Chang."
Gina condenou aquela maldita voz dentro de sua cabeça. Mas mais uma vez sabia que ela estava certa. Aquilo com certeza mudaria alguma coisa dentro de Gina, mas naquele momento, ela não conseguia tirar o maldito beijo de sua cabeça.
- Eu sinto muito. - ela falou ainda afastada dele - Se eu puder fazer alguma coisa para ajudar?
"Ah.. que ódio!" - a mesma voz dizia novamente - "Porque você é assim, Gina, tão boazinha com todo mundo, gentil. Cara, menina, acorda pra vida, esse garoto nem sabia que você existia. Porque você vai dar seu ombro pra ele chorar agora?"
Outra vez a maldita da voz estava certa. Gina estava ficando furiosa com aqueles pensamentos confusos e ainda mais com aquela maldita voz.
- Você pode ficar aqui do meu lado? - Harry falou observando Gina se aproximar dele. Ela sentou-se ao seu lado, e sentiu a cabeça dele deitar-se em seu ombro.
- Tudo vai ficar bem. - ela murmurou tentando ser positiva - Tudo vai ficar bem.
Amanheceu um novo dia e naquela manhã Gina não estava muito disposta a falar com ninguém. Estava completamente confusa e distraída, até mesmo na aula de Transfiguração.
- Gina, está tudo bem? - Hermione perguntou notando que a amiga não havia tocado no prato de comida.
- Ahn. está tudo bem. - Gina falou ainda pensativa.
- O que aconteceu? - Hermione perguntou para Melina num tom baixo.
- Não sei. - Mel respondeu confusa - Ela está assim desde de ontem à noite. Vou descobrir o que é.
Gina e Melina voltavam calmamente para o salão comunal, enquanto Mel tentava a todo o custo puxar papo com Gina.
- Gina, aconteceu alguma coisa ontem? - ela fitou Gina por um instante assustada.
- Nada de muita importância. - Gina falou ainda na lua.
Mel puxou Gina para um canto no salão comunal e perguntou diretamente.
- Chega de tentar esconder de mim. - Mel disse séria - Vai me conta agora o que aconteceu ontem.
- Eu já disse. - Gina falou fingindo - não houve nada.
- Eu te conheço demais e percebo com facilidade quando você muda de temperamento. - Mel disse sorrindo - Hoje, você nem se quer xingou o Malfoy. Me conta, por favor.
- Tudo bem. - Gina falou sentando-se numa cadeira próxima - Ontem, antes de deixar a biblioteca, eu fui guardar os livros utilizados na prateleira. Então, ali, o Malfoy me beijou.
- O quê? - Mel exclamou alto, notando que alguns alunos haviam escutado. - Desculpe. Mas porque ele te beijou?
- Ele disse que foi pra calar a minha boca. - Gina disse desnorteada. - Como se não bastasse isso para completar o meu dia, Harry chega perto de mim, aqui mesmo, e fala que terminou com a Cho.
- Nossa! - Mel exclamou feliz - Isto é uma boa notícia, né? Agora você pode se aproximar dele.
- Não. - ela falou incisiva - Lembre-se da minha promessa.
- Nem tudo dura para sempre - Gina escutou Melina dizer.
- Mas agora é tarde demais para qualquer um. Até mesmo ele. - Gina falou séria.
- Ah.. está maldita promessa. - Mel falou fechando a cara - E aí, como está se sentindo?
- Péssima, né? - Gina falou séria - Não consigo parar de pensar naquele maldito beijo e como Harry ficou ontem.
- É, minha amiga. - Mel falou consolando-a - A sua situação não está nada boa.
Aquelas palavras realmente prejudicaram ainda mais o humor de Gina. E naquela hora só havia uma coisa que podia alegrá-la, o estudo.
Mesmo que lá fosse reencontrar com Draco, ela estaria bem distante de Harry. Pelo menos isto já era um bom passo, ela pensou.
Naquela aula, Malfoy definitivamente tinha alguma coisa estranha por ter se empenhado tanto para fazer os trabalhos. Gina não o ajudou em nenhum instante e ele nem pediu ajuda para ela. Mas ainda havia uma tensão decorrida da tarde anterior. Ambos não paravam de pensar no beijo. Um dos dois tinha que dizer alguma coisa e aquela foi à vez de Draco.
- Weasley. - ele a chamou antes de observá-la guardar os livros.
- Nem pense em se aproximar de mim mais um passo, Malfoy. - ela falou tentando ter distância dele.
- Ah, droga! - ele falou tentando ignorar aquele comentário dela - Eu quero te pedir pra me ajudar com meus deveres.
- O quê? - ela exclamou surpresa sorrindo. - Draco Malfoy me pedindo ajuda?
- Olha, - ele falou aumentando o tom de voz - isto não é fácil para mim, está bem?
- Será que eu realmente deveria ajudar a pessoa que odeia tanto a mim quanto a minha família? - ela falou ironicamente.
- Eu sei que nossas famílias se odeiam assim como nós mesmos. - ele tentou falar retirando a arrogância da voz - Mas eu só queria ajuda nos estudos, por favor?
"Ah se mate, Draco!" - uma voz gritava para ele - "Por favor, nenhum Malfoy pede 'por favor' Nenhum Malfoy precisa de favor. Você é um idiota."
Ela analisou bem aqueles olhos cinzentos, observou neles frieza e dor. Uma profunda dor. "Talvez ele ainda tivesse esperança?" - uma voz disse para ela convidativa - "Eu disse que ele tinha esperança!"
- Tudo bem. - ela falou sério - Mas para isso, temos que dispensar os 'elogios' constantes.
- Ótimo! - ele disse frio.
- Me encontre na biblioteca antes do jantar por volta das 17 da tarde. - ela falou séria - Lembrando que isto não é uma ordem.
Ela se afastou dele pensativa. Não sabia porque havia aceitado. Ou ela sabia mas não queria admitir que a 'voz' estava todo tempo certa. Mas aquilo realmente foi estranho tanto para ela quanto para ele.
Draco, Eu andei conversando a diretoria da escola e eles não querem ver mais nenhuma única falha em sua disciplina escolar. Se eles virem você será transferido diretamente para Durmstrang e tenha a absoluta certeza que eles são bem mais rígidos do que em Hogwarts. Então, garoto, procure estudar para continuar aí e fazer o que lhe foi ordenado. Está é sua última chance, não a desperdice. Lúcio Malfoy
Draco odiou profundamente aquela carta, agora ele teria que dar o braço a torcer e realmente começar a se preocupar com os estudos. E o pior de tudo, uma péssima idéia lhe passou pela cabeça. E ele se aprontou de afastá-la o mais rápido possível. Era definitivamente, uma péssima idéia.
Parecia que todos os 'amigos' de Draco haviam desaparecido assim que souberam da noticia que ele havia repetido em Hogwarts. Agora ele ficava num canto da mesa da sonserina recluso. Sozinho.
"Melhor sozinho do que mal acompanhado" - ele pensou sério, tomando café da manhã.
Enquanto isto, Gina contava a péssima notícia da aula de reforço para Hermione e Melina, que ficaram absolutamente transtornadas.
- Já não basta ter agüentar aulas com ele por tempo indeterminado, agora tenho que agüentar as aulas de reforço com ele. - Gina repetia, ainda não acreditando no que dizia.
- Horrível! - exclamou Hermione fazendo cara feia - Que azar!
- Ainda bem que eu não participo dessas aulas. - Melina falou aliviada.
Gina olhou para ela com uma cara repressora e continuou a falar:
- Eu já avisei para ele. - ela falou com uma raiva incontrolável - Se ele não começar a estudar como cabe para uma pessoa do meu grupo, ele vai ser forçado a fazê-lo.
- O que você vai fazer Gina? - Hermione perguntou com receio da resposta.
- Esperem e verão. - ela falou maliciosamente.
As aulas daquela manhã passaram na mesma tensão habitual entre Draco e Gina e para qualquer um que olhassem para eles via chamas ardendo nos olhos. Era de dar até medo a raiva que um sentia pelo outro. Mas Gina ainda tinha que tirar satisfações com ele, esperava que ele tivesse pensado bem no que ela tinha dito na tarde anterior, mas estava completamente enganada.
- Malfoy. - Ela o chamou antes dele sair da sala de poções - Você pensou no que eu falei?
- Weasley, você realmente achou que eu seguiria um conselho, seu? - ele falou debochado.
- Olha, - ela disse espumando de raiva - eu não quero te ajudar, não estou fazendo isto por você e sim por mim. Agora, pare e pense, garoto, onde você vai chegar?
Ela virou-se e foi embora. Talvez pudesse perder o controle e partir para a briga. Mas ela não sabia porque o aconselhava tanto daquela maneira. Talvez fosse só para que ele não a prejudicasse mais tarde nos estudos.
Aquelas últimas palavras de Gina ficaram atormentando Draco quase todo o almoço. "...onde você vai chegar?" - ele ouvia uma voz repetindo em sua cabeça. Ele não sabia. Havia perdido toda a noção de mundo depois que ela havia ido embora. Ele talvez só tivesse sobrevivido para jogar o resto da vida dele fora. Mas sabia que ela nunca desejou isto para ele. Talvez fosse hora de ele dar a si mesmo uma nova chance de recomeçar.
"Como ela podia ter acertado sobre aquilo?" - ele repetia pra si mesmo - "Ela simplesmente estava correndo atrás de seus próprios objetivos."
Ele não conseguia parar de pensar na maldita voz de Gina, que se repetia constantemente na cabeça dele. Naquele momento, em que saia do salão comunal para ir a biblioteca, ele lembrou-se da péssima idéia que havia tido aquela manhã. "Talvez não fosse tão ruim." - ele pensou. "Não!" - uma outra voz lhe dizia - "É péssimo! Tudo bem que você está desesperado mas esta atitude não é para tanto."
Draco tirou essas idéias de sua cabeça quando chegou na biblioteca e sentou- se a uma certa distância dela. Poderia ficar pensando se estava certo ou errado de pedir o que pretendia pedir.
- Malfoy. - Gina falou baixo tentando-se manter calma - Você poderia começar fazer os exercícios de Transfiguração.
- Nunca irei obedecer uma ordem sua, Weasley. - ele falou arrogante.
Gina se afastou e voltou a ajudar um garoto da lufa-lufa que estava com dificuldades num trabalho de História da Magia. Mais tarde, Gina observa Malfoy lendo um livro que se assemelhava ao livro de Transfiguração.
"Milagre!" - uma voz dizia sorrindo dentro da cabeça dela - "Ainda há esperança, Gina" Gina tratou de afastar aquele estranho pensamento de sua mente e voltar a ajudar o menino. O objetivo de Gina não era ajudar Draco, mas sim fazer que ele não a prejudicasse nos estudos. Ela simplesmente fazia o que achava melhor para si mesma.
Como já era de seu costume, Gina era a última a deixar a biblioteca e gostava disso, pois sempre tinha tempo de ficar pensando no que ia fazer de sua vida futuramente. Mas aqueles bons pensamentos com seu futuro saíram de sua mente, assim que observou que ele ainda estava lá. Calado e distante.
"Talvez, ele precise de ajuda?" - uma voz lhe dizia convidativa - "Vai lá, Gina."
"Não!" - ela afirmar pra si mesma - "Ele me odeia e eu também o odeio, a última coisa que preciso agora é ganhar mais um fora do Malfoy."
"Mas você quer ajudá-lo." - a voz continuava a insistir - "Eu sei."
Gina tentou esquecer aquela maldita voz que tentava lhe dizer o que fazer. Mesmo que a voz estivesse com um pouco de razão, Gina odiava admitir aquilo para si mesma. Era impossível ela se propor a ajudá-lo. Simplesmente impossível.
Ela terminava de arrumar os livros gentilmente na estante e sentiu um toque em seu ombro.
- Malfoy. - ela falou assustando-se - Você quer me matar? Bem, eu não duvido disso. Ela se recompôs e ficou encarando-o séria. "O que ele quer agora?" - ela pensava inquieta.
- Eu queria.. - ele falou com a voz forçada.
- Malfoy, se isto é tão difícil de falar então me poupe, está bem? - ela terminou de coloca o último livro na prateleira e estava quase indo embora, quando ele a impediu. - O que é isto agora, hein? - ela falou começando a se irritar - Quer me insultar mais um pouco? Você está conseguindo me irritar, Malfoy.
"Porque ela não cala essa boca?" - ele pensou contrariado - "Ela fica tão bonita irritada mas calada."
Num impulso ele a agarrou e a beijou. Mais para fazê-la calar a boca do que qualquer outra coisa. Primeiramente, ela não correspondeu ao beijo mas mais tarde ele foi tão envolvente e quente que deixou se levar. Draco a beijava com ódio e desejo misturados. "O que eu estou fazendo?" - ele perguntou ainda a beijando - "Porque estou fazendo isto?"
Ele não sabia porque ainda não tinha parado de beijá-la, ainda mais agora que estavam encostados contra uma estante, quase entrando um no outro.
"Pare com isso, Gina!" - ela afirmava para si - "Você pode parar com isso."
Ela tinha tentado parar mas agora estava tão envolvida, que começou a sentir ódio de si mesma por não conseguir acabar com aquilo de uma vez. Até que ele colocou uma das mãos maliciosamente embaixo da blusa dela. Aquele foi o basta para ela parar com aquilo.
- Pare! - ela falou, o empurrando para longe.
Ela estava completamente vermelha e atordoada. Nunca havia passado por aquilo antes. Nunca havia sido beijada por ninguém. Era quase um crime uma garota chegar aos 15 anos e nunca ter sido beijada, mas ela nunca se importou muito com isso.
- Porque você fez isso? - ela falou recompondo-se, o observando encostado na outra estante.
- Para você parar de falar besteiras. - ele disse debochado.
- Ah.. seu estúpido. Nunca mais me beije, está ouvindo? - ela falou, indo embora dali antes que algo mais acontecesse.
"Porque ele me beijou?" - Gina se perguntava inquieta no salão comunal - "Aquele idiota, estúpido está conseguindo acabar com os meus dias"
- Gina. - era Harry.
Pela primeira vez, ela não havia ficado nem corada, nem nervosa pelo fato dele sentar ao seu lado.
- Oi Harry. - ela falou sorrindo por um momento.
- Faz algum tempo que eu não falo com você. - ele falou inseguro.
"Você nunca falou comigo, Harry." - ela pensou indefesa - "Lembre-se de sua promessa, Gina. Nunca mais. Nem mesmo para ele."
- Aconteceu alguma coisa, Harry? - ela perguntou confusa.
- Eu terminei com ela. - ele falou em tom choroso.
"Ótimo!" - uma voz disse na mente de Gina - "Você está tentando esquecê-lo e agora vai ter que consolá-lo porque terminou com a chata da Chang."
Gina condenou aquela maldita voz dentro de sua cabeça. Mas mais uma vez sabia que ela estava certa. Aquilo com certeza mudaria alguma coisa dentro de Gina, mas naquele momento, ela não conseguia tirar o maldito beijo de sua cabeça.
- Eu sinto muito. - ela falou ainda afastada dele - Se eu puder fazer alguma coisa para ajudar?
"Ah.. que ódio!" - a mesma voz dizia novamente - "Porque você é assim, Gina, tão boazinha com todo mundo, gentil. Cara, menina, acorda pra vida, esse garoto nem sabia que você existia. Porque você vai dar seu ombro pra ele chorar agora?"
Outra vez a maldita da voz estava certa. Gina estava ficando furiosa com aqueles pensamentos confusos e ainda mais com aquela maldita voz.
- Você pode ficar aqui do meu lado? - Harry falou observando Gina se aproximar dele. Ela sentou-se ao seu lado, e sentiu a cabeça dele deitar-se em seu ombro.
- Tudo vai ficar bem. - ela murmurou tentando ser positiva - Tudo vai ficar bem.
Amanheceu um novo dia e naquela manhã Gina não estava muito disposta a falar com ninguém. Estava completamente confusa e distraída, até mesmo na aula de Transfiguração.
- Gina, está tudo bem? - Hermione perguntou notando que a amiga não havia tocado no prato de comida.
- Ahn. está tudo bem. - Gina falou ainda pensativa.
- O que aconteceu? - Hermione perguntou para Melina num tom baixo.
- Não sei. - Mel respondeu confusa - Ela está assim desde de ontem à noite. Vou descobrir o que é.
Gina e Melina voltavam calmamente para o salão comunal, enquanto Mel tentava a todo o custo puxar papo com Gina.
- Gina, aconteceu alguma coisa ontem? - ela fitou Gina por um instante assustada.
- Nada de muita importância. - Gina falou ainda na lua.
Mel puxou Gina para um canto no salão comunal e perguntou diretamente.
- Chega de tentar esconder de mim. - Mel disse séria - Vai me conta agora o que aconteceu ontem.
- Eu já disse. - Gina falou fingindo - não houve nada.
- Eu te conheço demais e percebo com facilidade quando você muda de temperamento. - Mel disse sorrindo - Hoje, você nem se quer xingou o Malfoy. Me conta, por favor.
- Tudo bem. - Gina falou sentando-se numa cadeira próxima - Ontem, antes de deixar a biblioteca, eu fui guardar os livros utilizados na prateleira. Então, ali, o Malfoy me beijou.
- O quê? - Mel exclamou alto, notando que alguns alunos haviam escutado. - Desculpe. Mas porque ele te beijou?
- Ele disse que foi pra calar a minha boca. - Gina disse desnorteada. - Como se não bastasse isso para completar o meu dia, Harry chega perto de mim, aqui mesmo, e fala que terminou com a Cho.
- Nossa! - Mel exclamou feliz - Isto é uma boa notícia, né? Agora você pode se aproximar dele.
- Não. - ela falou incisiva - Lembre-se da minha promessa.
- Nem tudo dura para sempre - Gina escutou Melina dizer.
- Mas agora é tarde demais para qualquer um. Até mesmo ele. - Gina falou séria.
- Ah.. está maldita promessa. - Mel falou fechando a cara - E aí, como está se sentindo?
- Péssima, né? - Gina falou séria - Não consigo parar de pensar naquele maldito beijo e como Harry ficou ontem.
- É, minha amiga. - Mel falou consolando-a - A sua situação não está nada boa.
Aquelas palavras realmente prejudicaram ainda mais o humor de Gina. E naquela hora só havia uma coisa que podia alegrá-la, o estudo.
Mesmo que lá fosse reencontrar com Draco, ela estaria bem distante de Harry. Pelo menos isto já era um bom passo, ela pensou.
Naquela aula, Malfoy definitivamente tinha alguma coisa estranha por ter se empenhado tanto para fazer os trabalhos. Gina não o ajudou em nenhum instante e ele nem pediu ajuda para ela. Mas ainda havia uma tensão decorrida da tarde anterior. Ambos não paravam de pensar no beijo. Um dos dois tinha que dizer alguma coisa e aquela foi à vez de Draco.
- Weasley. - ele a chamou antes de observá-la guardar os livros.
- Nem pense em se aproximar de mim mais um passo, Malfoy. - ela falou tentando ter distância dele.
- Ah, droga! - ele falou tentando ignorar aquele comentário dela - Eu quero te pedir pra me ajudar com meus deveres.
- O quê? - ela exclamou surpresa sorrindo. - Draco Malfoy me pedindo ajuda?
- Olha, - ele falou aumentando o tom de voz - isto não é fácil para mim, está bem?
- Será que eu realmente deveria ajudar a pessoa que odeia tanto a mim quanto a minha família? - ela falou ironicamente.
- Eu sei que nossas famílias se odeiam assim como nós mesmos. - ele tentou falar retirando a arrogância da voz - Mas eu só queria ajuda nos estudos, por favor?
"Ah se mate, Draco!" - uma voz gritava para ele - "Por favor, nenhum Malfoy pede 'por favor' Nenhum Malfoy precisa de favor. Você é um idiota."
Ela analisou bem aqueles olhos cinzentos, observou neles frieza e dor. Uma profunda dor. "Talvez ele ainda tivesse esperança?" - uma voz disse para ela convidativa - "Eu disse que ele tinha esperança!"
- Tudo bem. - ela falou sério - Mas para isso, temos que dispensar os 'elogios' constantes.
- Ótimo! - ele disse frio.
- Me encontre na biblioteca antes do jantar por volta das 17 da tarde. - ela falou séria - Lembrando que isto não é uma ordem.
Ela se afastou dele pensativa. Não sabia porque havia aceitado. Ou ela sabia mas não queria admitir que a 'voz' estava todo tempo certa. Mas aquilo realmente foi estranho tanto para ela quanto para ele.
