N/A: Defendi a Sakura enquanto pude, a partir de agora lavo minhas mãos.

Primeiro Pecado
Por Hime

-Capítulo 4-

"Que amanhã haverá
Para aqueles que desperdiçam o hoje?
(...)
Venha! Leve-me à loucura
Abraçado pela suas batidas fortes e velocidade
Despedaço a minha vida
Venha! Leve-me à loucura
Vamos determinados
Até o fim do mundo
Mesmo que perder o juízo, deixe-me viver
Só desejo estar feliz
Quando voltar meus olhos para o sorriso do amanhecer"
(Mermaid – Glay)

- Eriol!- Há minutos tocava a campainha e gritava seu nome ao mesmo tempo.- Eriol!!
- Ei, ei, ei!!!- O amigo saiu de dentro da casa impondo ordem. Usava camiseta e bermuda, com uma toalha pendurada no pescoço. Por evidência deduziu que Eriol deveria estar no banho.- Que bagunça é essa aqui? Quer tirar a mãe da forca?- Abriu a porta para o amigo entrar.
- Não faça piadas sem graça.- Entrou na casa e sem pensar muito se jogou no sofá e passou as mãos pelo rosto em sinal de nervosismo.- Preciso conversar com você.- Falou, sério.
- Comigo?- Eriol ajeitou os óculos no rosto. Podia sentir a tensão do amigo.- Se eu puder ajudar...
- Eriol...- Mediu um pouco as palavras.- Como você soube o que queria ser?
- Como?- Estreitou os olhos.
- Digo... Como você descobriu que queria ser músico? Como você descobriu a sua vocação?
Um estalo se deu na mente do jovem de descendência inglesa. Então o assunto era sobre 'vocação'?
- Sabe Li, eu acho que sempre tive um dom natural, não sei, talvez também tenha sido influência dos meus pais, mas... Fui eu que escolhi o que queria ser. Eu tomei a decisão por minha conta, entende?
Syaoran não o olhava nos olhos, simplesmente, com a cabeça baixa, tentava assimilar e comparar com o que ocorria em sua vida agora.
- Talvez a sua dúvida seja sobre a vocação para continuar no seminário, não?- Syaoran o fitou.- Por que não procura o padre Tsukishiro? Yukito sempre foi amigo da sua família.
- Não!- Eriol se assustou com o rompante.- Tsukishiro foi quem deu total apoio para minha mãe fazer o que fez. Se depender dele eu viro um cardeal...
- Syaoran.- Disse com firmeza.- Você veio procurar sua resposta no lugar errado.
- Só pensei que você pudesse me ajudar, não que...- Foi cortado.
- Mas eu estou te ajudando.- Sorriu e se levantou, indo ao encontro do amigo.- O seu futuro... A resposta que você tanto procura... Está aí.- Apontou para Syaoran.- Dentro de você. Como eu disse antes, a decisão é somente sua. Se parar para pensar, vai perceber que o que falo agora é válido.
Syaoran, como se refletindo um pouco, mirou o nada mais uma vez e se levantou.
- Obrigado, Eriol. Eu... Eu vou para casa, preciso ficar um pouco sozinho.- Olhou para os lados enquanto passava a mão pelos cabelos. Parecia um tanto perdido.
- Tudo bem.- Abriu a porta e viu o amigo se afastar aos poucos.- Boa sorte com a sua decisão.-Disse para si mesmo com um sorriso esperançoso, antes de fechar a porta.

Syaoran mal fechou a porta da sala ouviu a voz imponente de Yelan lhe encher os ouvidos:
- Syaoran, já está tarde. Não vai arrumar suas coisas para voltar ao seminário?
O seminarista fechou os olhos com força. Tinha se esquecido completamente do seminário do dia seguinte. Abriu os olhos e disse cheio de convicção:
- Não vou.
- Lógico que vai!- Disse apertando os punhos.
- Não, eu disse que não vou. Posso ir na terça, mas amanhã não.
- E o que você vai dizer aos seus superiores?- Colocou as mãos na cintura.
- Nada. Não fui eu quem criou toda essa confusão. Invente você uma desculpa.- Mal humorado, seguiu para o seu quarto.
Yelan sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Nunca seu filho a tinha tratado tão mal. Sem querer, correu até o seu quarto e se jogou na cama aos prantos. Por que sua vida tinha dado aquela reviravolta? Quando seu marido era vivo, ele... Suspirou em meio às lágrimas. Ele tinha toda uma energia, um espírito único. Sempre dava a palavra final, mas também sempre com a sua aceitação... Aquele enterro, aquele maldito dia... Espremeu os olhos como se isso pudesse evitar as cenas que viriam a seguir em sua mente. Foi naquela quarta-feira que percebeu... Que percebeu o quanto... Repentinamente passou as costas da mão no rosto, enxugando as lágrimas que molhavam sua face. Sentiu uma força interior lhe empurrar para fora daquela cama. Lavou o rosto, saiu do seu quarto e em seguida foi até a porta do quarto de Syaoran. Bateu duas vezes. A porta foi aberta, e antes que o dono do cômodo pudesse falar algo Yelan começou:
- Se quiser, vá somente terça. Tem o meu consentimento.- Viu a cara de desgosto do filho.- Vou viajar amanhã à tarde para cuidar de sua transferência e só voltarei na quarta à noite.- Virou as costas, sabendo que seria interrompida pelo filho.
- Como? Minha transferência? Para onde?
- Para o extremo sul do Japão, oras.- Sorriu levemente, como se fosse óbvio.- Lá será melhor, você poderá se concentrar e se dedicar mais.- Fechou o sorriso ao ver que Syaoran iria falar algo.- Não discuta comigo, já está decidido.
Yelan, a passos largos, se distanciou do filho. Syaoran estava parado, atônito, ainda assimilando as idéias. Ao simples pensamento de nunca mais ver Sakura todas as muralhas que envolviam sua alma juntamente com a malha negra que cobria seus olhos foram demolidas, esmigalhadas. Caíram ao chão. Como se somente a luz dominasse sua mente agora, pôde ver aonde acabava o fio da meada de seus pensamentos. Acabavam em uma pessoa muito especial.

- Sakura!
- O que foi, Touya?- A garota descia as escadas quase correndo.- Precisa gritar tanto assim?
- Venha me ajudar com a mesa, papai deve estar chegando.
- Ah ta.- Foi até a cozinha.
Observando Touya, pôde constatar que o irmão estava mais calado que de costume.
- Aconteceu alguma coisa?
- Por quê?- Respondeu sem a fitar.
- Você está tão sério...- Colocou os pratos na mesa.
- Estava pensando se chamo ou não você para passar uma semana na praia.
- Jura?- Seus olhos brilharam.
- Sim, mas acho melhor não, afinal, vamos quarta e só voltaremos no domingo.
- E daí?- Arrumou as últimas coisas.
- Daí que você tem aula.- Foi até a sala e se sentou no sofá, ligando a televisão.
- Ah Touyaa... Por favor. Eu não tenho nada de importante esta semana. Por favor...- Quase implorou aos seus pés. Naquele calor, uma visitinha à praia não seria nada mal. Touya ainda estava em silêncio, com os olhos fixos na tevê.- Quem vai?
- O pessoal de sempre: Ayumi, Shinya, Makio, as Sasaki e todo o resto.- Olhou para a irmã e a viu com os olhos suplicantes e os lábios num biquinho. Suspirou pesadamente.- Somente se não tiver nada mesmo poderá ir.
Mal Touya terminou de falar a frase sentiu seu pescoço ser apertado e o fluxo de ar para os seus pulmões diminuir.
- S... Sakura...- Disse em tom rouco, fazendo drama.
- Oh, desculpe!- Se afastou sorrindo.- Eu te adoro!- O abraçou novamente.
Touya sorriu discretamente. Adorava ouvir essa frase vinda de Sakura.

A segunda feira passou de forma lenta, se arrastando nas horas. Syaoran passou o dia trancado no seu quarto, ora deitado na cama com o olhar perdido, ora caminhando pelo aposento. Tinha a resposta para quase tudo, mas ainda pensava incansavelmente. Já eram oito horas da noite e resolveu que não mais voltaria ao seminário, não importando o que a mãe dissesse. Descobrira que esta não era a decisão certa para o seu futuro e que talvez fosse melhor estudar longe de casa. Direito, medicina, engenharia, qualquer coisa naquele momento serviria. Não entendia muito bem os motivos da mãe querer tanto que ele se tornasse um padre, mas não seguiria esse caminho. Precisava conversar com alguém, todos aqueles pensamentos poderiam confundir sua mente. Decidiu que o dia seguinte, terça, seria o dia ideal para esclarecer tudo, assim quando sua mãe chegasse na quarta já estaria firme numa solução. Aliás, Sakura o poderia a colocar suas idéias em ordem, afinal, era a amiga que mais estava próxima de si no momento.

Na terça Sakura estava mais que animada, estava empolgadíssima! Mal tinha chegado do colégio foi arrumar suas malas colocando todo os apetrechos, utensílios e roupas que usaria durante aqueles cinco dias. Tinha certeza de que não usaria nem metade, mas prevenir era melhor que remediar. Olhou no relógio e viu que já estava na hora de ir à casa de Tomoyo. Tinha combinado com a amiga que resolveria um questionário em dupla com ela e não poderia faltar. Prendeu o cabelo num rabo alto e saiu de casa em direção à chamada 'mansão Daidouji'.

- Prontinho Tomoyo, acabamos.- Sakura ergueu a folha orgulhosa.
- Ahn... Sakura, ainda falta o verso da folha...- Disse desanimada.
- Ai, não acredito...- A garota de olhos verdes largou o papel sobre a mesa.- Cansei, Tomoyo. Fora que esta parte aqui é de pesquisas, e não temos nada. Se eu soubesse tinha passado na biblioteca antes. Acho melhor deixarmos em branco, não vai fazer tanta falta assim.
- Nada disso, Sakura.- Tomoyo balançou seu dedinho indicador negativamente.- Nós nunca deixamos um trabalho incompleto e esta não vai ser a primeira vez. Tome.- Estendeu o telefone sem fio para a amiga.- Ligue para o Li e peça alguns livros emprestados. Ele tem um arsenal muito interessante.
Sakura ficou séria por alguns instantes. Não queria novamente ver o rosto de Yelan tão cedo.
- Acho melhor não Tomoyo. Deixa pra lá.
A belíssima morena de olhos violetas esqueceu sua responsabilidade por alguns instantes e sentou-se ao lado de Sakura tomando suas mãos e com um semblante preocupado perguntou:
- Aconteceu alguma coisa com você? Com... vocês?
- Nada Tomoyo, mas acho que...- Fitou a amiga profundamente. Sabia que se continuasse negando uma hora iria acabar desabafando e esse não era o momento, afinal, não gostaria de ficar pensando nisso enquanto estivesse na praia.- Acho que tem razão.- Soltou suas mãos e sorriu.- Vou ligar para Li.
Ao receber de volta o sorriso da amiga percebeu que realmente esta era a melhor coisa a se fazer.

Logo Sakura estava em frente à casa de Syaoran. Olhava para suas sandálias baixas quando ouviu o barulho da porta sendo aberta. Assustada, olhou para frente e logo soltou o ar que não se lembrava de ter prendido, quando viu que era somente uma criada.
Entrou na casa e pôde ouvir a voz da mocinha:
- O senhor Li a espera na biblioteca, senhorita. Se precisar de algo, meu nome é Takako, ao seu dispor.- Não pôde evitar um sorriso malicioso e se retirou.
Sakura ainda olhou por algum tempo para aquela estranha moça. Parecia jovem, matreira... Sem mais doar seu tempo para isto, bateu na porta e entrou na biblioteca. Logo pôde ver a imagem de Syaoran de costas, mirando a paisagem pela janela e com as mãos para trás. Assim que ouviu o barulho da porta sendo encostada se virou, sorrindo levemente para Sakura.
- Olá.- Disse sem se mover.
- Oi... Vim pegar os...- Antes de completar a frase Syaoran apontou para a mesa, e com o olhar Sakura constatou que ali estavam todos os livros. Sentiu as pernas trêmulas, um frio estranho.- Obrigada.
Foi até a mesa, pegou os livros e fez menção de agradecer e sair, mas Li começou a falar antes da mocinha tomar qualquer decisão.
- Gostaria de conversar com você, Sakura.
Mal Syaoran terminou a frase ouviu um barulho volumoso e fechou os olhos. Quando voltou a abri-los viu Sakura agachada pegando os livros. Lentamente foi em sua direção.
- Agora não posso, Syaoran. Preciso voltar para a casa da Tomoyo e...- Sentiu a mão quente de Syaoran sobre a sua.
- Por favor.- Se levantou ao ver que a moça fazia o mesmo.
Se fitaram por alguns segundos mas foram interrompidos por alguém que batia à porta. Meio perdido Li foi até a entrada e a abriu. Viu Takako segurando alguns utensílios de limpeza. Tinha se esquecido completamente em como sua mãe era rigorosa em relação a horários e logo seria a hora de alguns empregados irem embora. Coçou a nuca por um instante e se virou sem graça para Sakura.
- Vamos conversar em outro lugar.
- Mas eu...- Viu Takako parada na porta com um espanador na mão.- Tudo bem.
Seguiram para o quarto de Li para terem silêncio e privacidade. Syaoran indicou que ela se sentasse na ponta da cama e foi prontamente obedecido.
- Sakura, eu gostaria que você me desse uma opinião.
- Sobre?
- Sobre sair do seminário.- Tentou captar reação na garota, mas não encontrou.
- Hm...- Pareceu pensar por um tempo, até que respondeu.- É isso mesmo que você quer?
- Sim.- Encostou-se numa bancada onde guardava alguns objetos pessoais.
- Então saia.
- Essa é sua resposta?
- Olha Syaoran...- Se levantou abraçando os livros.- Eu preciso ir, está bem? Outro dia nós conversamos e...- Parou de falar ao se sentir segurada pelos ombros.
- Você nem ao menos pensou para responder! Passei horas escolhendo a pessoa com quem me aconselharia, Sakura. Seu apoio verdadeiro é muito importante para mim.
- Syaoran, entenda que para mim...- A sensação de lágrimas quererem se mostrar a enfraqueceu.- Para mim é difícil tudo isso, por favor, vamos conversar outra hora.
Syaoran a soltou. Nervoso, passou a mão pelos cabelos e por alguns segundos andou em círculos. Rodou a chave na fechadura e soltou:
- Droga Sakura! Eu passo horas pensando sobre a minha vida, pensando em como vou resolver tudo o que me preocupa, peço a opinião de quem mais tenho confiança e você me pede para conversar depois?- Não media o tom das palavras, mas não eram altas o suficiente para atravessar a grossura da grande porta de madeira e se propagarem pela casa.
A jovem olhava atônita para tudo, boquiaberta. Sua mente também estava em um turbilhão de pensamentos, não era certo que fosse injustiçada. Jogou os livros em cima da cama de qualquer maneira e também resolveu desabafar:
- Droga digo eu, Syaoran!! Acha que é fácil ser chamada de qualquer nome pela sua mãe e em seguida aceitar como se tudo não tivesse acontecido? Disse aquilo para que você não se sentisse mal, mas eu me sinto péssima até hoje!- Gesticulava arduamente.- Acha que é fácil ser tachada pelos outros de imoral, de aproveitadora?- Syaoran parecia surpreso.- Acha que é fácil se descobrir apaixonada por um padre?!!- Gritou como um ultimato, quase batendo os pés no chão tamanho nervosismo.
Syaoran parou tudo, inclusive seus pensamentos. Apaixonada...?
- Não sou padre.
- Você entendeu. Você é um seminarista, uma pessoa proibida para qualquer pessoa, Syaoran.- O olhou com desânimo, atenta a cada reação que ele pudesse ter.- Eu não quero que você tome alguma decisão tão drástica por... Por mim.- Falou desajeitada, deixando os braços caírem ao lado do seu corpo.
- Qualquer decisão que eu tomasse envolvendo você seria por mim também. Sou eu quem quer isso, Sakura. Eu também gosto muito de você!- Deu um passo na direção da garota, mas ao vê-la recuar, recuou também.
- Olha Syaoran... Você não deve... Aliás, você deve imaginar sim como é difícil aceitar tudo isso.- Passou a mão pela testa.- Eu tenho que ir embora, amanhã viajarei e só voltarei no fim de semana. Até lá espero ter colocado alguma idéia em ordem.
Syaoran se sentiu atingido. Sakura iria viajar... Sua mãe no dia seguinte provavelmente lhe traria a péssima notícia da transferência para o extremo sul do Japão.... A idéia de ficar longe, sozinho....
- Sakura.- Disse sério, sem alteração, com uma certa gravidade na voz.
- Não Syaoran, acho melhor pararmos por aqui e...- Foi interrompida.
- Somente diga o que... O que realmente sente por mim.
- Oras, Syaoran...- Sentiu-se envergonhada.- Eu... Eu gosto de você.- Recebeu um olhar forte, como se a obrigasse a falar a verdade.- Gosto bastante.
Li resolveu dar sua última cartada. O tempo escorria pelos seus dedos.
- Eu te amo, Sakura.- A mocinha abriu os lábios.
- Eu... Eu acho que... Eu também te amo...- Baixou os olhos, mas teve a sensação de algo vir em sua direção. Alguém.
Syaoran a agarrou, e com três grandes passos à frente prendeu a garota entre o guarda-roupa e o seu corpo, dando-lhe os beijos dantes reprimidos. Não pensou em dizer nada, e tampouco deixaria Sakura o fazer. Ao sentir a garota responder ao seu gesto com tanto fervor, apertou mais o braço em sua cintura e deslizou lentamente a mão pelo delicado corpo feminino. O sangue que circulava cada vez mais rápido pelo seu corpo o fez virar-se e encaminhar Sakura até o seu leito. Com um movimento brusco feito com o braço esquerdo derrubou todos os livros no chão. Agora nada mais importava. Amava Sakura, era correspondido. Afastou seu rosto e mirou mais uma vez aqueles olhos tão verdes, tão cativantes. Agora nada mais importava, nada mais importava, nada mais.....

Takako descolou o ouvido da porta do quarto do jovem Li. Bateu levemente com o cabo do espanador na mão esquerda. Mantinha um sorriso malévolo em seu rosto. Pensava feliz... Seus dias de criada estavam prestes a terminarem.

A campainha do telefone soava pela terceira vez. Uma pálida e delicada mão tomou o fone em mãos.
- Alô?
- Tomoyo, a Sakura está aí?- Touya falou afobado.
- Como?- Ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Já são nove horas da noite, vocês ainda estão estudando? Cadê ela? Estamos preocupados.
- ...- Tomoyo pensou por alguns segundos. Sakura tinha ido até a casa de Li há um bom tempo. Provavelmente se ela não tivesse passado por lá ele teria lhe telefonado. Talvez...- Ela está tomando um banho, Touya. Vai dormir aqui hoje.- Disse nervosa, apertando o fone. Ouviu o irmão mais velho de sua amiga suspirar.
- Mesmo? Então tudo bem... Será que você poderia dar um recado?
- Claro.
- Avise-a que estou passando aí amanhã em torno das nove horas, que ela esteja pronta.
- Aviso sim, Touya. Pode deixar.
- Obrigada Tomoyo, boa noite.
- Boa noite.
Mal desligou o telefone Tomoyo se deixou cair num sofá próximo. Tinha salvo a pele da sua amiga no momento, mas e amanhã? Sorriu ligeiramente. Amanhã ela decidiria o que fazer.

Syaoran abriu os olhos lentamente e pôde ver a imagem de Sakura prendendo os cabelos se desembaçando.
- Sakura.- A garota olhou para Li. Sorriu docemente e sentou-se na beirada da cama, dando-lhe um rápido beijo. Sentiu o rapaz a puxando num abraço, mas distanciou-se.
- Preciso ir, Syaoran...- Disse um pouco aflita, já podia ouvir a movimentação dos criados pela casa.
- Tudo bem.- Esfregou os olhos. Espere só um pouquinho.
Em pouco tempo Syaoran estava vestido e pronto para levar – sorrateiramente – Sakura até a saída. Neste momento foi a única vez que Syaoran agradeceu por sua casa ser tão escura e sombria. Pelos vãos do corredor iam se escondendo até chegar à porta da sala. Li olhou para os lados, deu-lhe um beijo já saudoso e abriu a porta para Sakura. Antes que esta se distanciasse lhe tomou a mão:
- Eu vou te esperar.- Sakura sorriu com a frase de Syaoran.
- Eu juro que vou voltar o mais rápido possível, me espere sim.
Ainda como se fosse um beijo de despedida, Li tomou os rosados lábios mais uma vez entre os seus. Lentamente afrouxava a mão de Sakura que estava entre a sua. A garota deu-lhe um tchauzinho e seguiu rumo à casa de Tomoyo. Syaoran sorria para o nada. Fechou a porta, e ao se virar ouviu passos se distanciando rapidamente. Seguiu o ruído e acabou entrando na cozinha, onde três mulheres conversavam e trabalhavam.
- Deseja tomar seu desjejum agora, senhor?- Uma delas indagou.
- Han... Sim, pode ser.- Saiu da cozinha às pressas. Tinha um pressentimento tão ruim...

Quinta-feira, 8h17min
Yelan caminhava rápida, fazendo um imponente ruído. Viu Syaoran lendo um jornal calmamente, sentado numa das poltronas da biblioteca. Aproximou-se, tomou-lhe o jornal das mãos e o jogou no chão. Tinha o rosto vermelho. Syaoran arregalou levemente os olhos.
- Arrume as malas agora. Você já foi transferido.- Disse nervosa.
- Mãe, precisamos conver...- Foi interrompido.
- Calado mocinho, cheguei ontem à noite, mas já estou a par da situação. Não quero discussão, mas apenas quero que me explique por que nào foi ao seminário e...- Colocou as mãos na cintura.- O que aquela vadia estava fazendo aqui??
Syaoran sentiu os nervos pulsarem. Levantou-se sério, a expressão mais que fechada, com os braços cruzados sobre o peito. Finalmente a hora tinha chegado.
Continua...

N/A: Aaah!! Me desculpem! Dezesseis dias, né? Mas acho que não dá tanta diferença assim. Eu até faria antes, mas minha carroça que eu insisto de chamar de máquina não tem colaborado. Por falar em criação, eu sinto meu espírito irônico emergir com toda a força, ainda que eu o tente reprimir. Não sei até que ponto isso é bom, hehe.
Confesso que este capítulo saiu muito mal feito e rebocado, mas escrevi quase tudo nas horas antes de postar, dêem um desconto. Eu sinto que esqueci de colocar algo no final, mas... Não me lembro! _ Nossa, nem a minha revisão mal feita eu fiz, não reparem. Ah sim, o trecho de música lá em cima... ele não está lá de enfeite, sim?
Gente!!! Tem acontecido tanta coisa nesses dias que minha cabeça ferve de idéias só em pensar. Lívia, se eu colocar isso em prática você vai ter que virar colaboradora por espontânea vontade ou não, ouviu?
Agradecimentos:
Fabrini:
Obrigada por sempre me acompanhar e apoiar, viu? b-jos.
Rê_~ chan: Que bom que você gostou do capítulo passado. Espero que tenha apreciado este também, apesar dos pesares. Se você achava que a Yelan era uma megera, não perde por esperar o próximo capítulo. ^.~B-jos.
Tomoyo Tatsuhiko D: Heyou Lally! Aqui está o capítulo quatro. Fiquei muito satisfeita que tenha gostado do 3. muito obrigada pelo comentário.
Saki Kinomoto: A descrição do capítulo anterior foi uma exceção... Afinal, meu forte não é descrever... _ Ah Saki, X Japan para mim é tudo, sem comentários. Eu também gosto muito de Yuuwaku, e assim que eu puder pego essa música que me recomendou. É que o espaço aqui no pc tá pequeno, sabe... Sobre S/S, bem.... Este fic poderia se chamar improviso, pois não tenho roteiro algum, sendo assim, não sei o que vou escrever no próximo capítulo. _ Obrigada pelo comentário.
Diana:
Awn.... tudo bem *suspiro* eu respondo o e-mail de novo, não faz mal. Sabe, um dia acho que preciso conversar com você sobre algo mais "técnico" do fic, seus comentários são preciosos. Não atire pedras em mim, por favor! XD Este capítulo foi o mais mal elaborado, foi corrido, apressado, forçado. Sem comentários. Obrigada pelo review.
Mitty: Desculpe se a fiz esperar, mas é que.. vejamos... somente hoje assei mais de duas horas e meia tentando manter o computador funcionando. A coisa não está fácil, é ruim 'trabalhar' assim. você falando sobre isso me lembra o primeiro momento em que postei um fic. Foi aqui no FF.net, no dia 10 de outubro. Já faz mais de um ano, hein? Obrigada por sempre acompanhar.
Madam Spooky: pronto, nem falo mais nada da Sakura, pode queimá-la na fogueira. A Yelan não está tentando pagar um pecado, mas quem sabe evitá-lo? heheh E como você deve ter percebido, os votos que o Li poderá ou não fazer serão decididos no próximo capítulo. Thanx pelo review.
Anna: Sabe Anna, o Li é muito tímido para jogar sem camisa, mas só para isso, hehe. Espero que tenha gostado do capítulo e obrigada pelo comentário. Precisamos nos falar mais vezes.
Miaka: Sabe que adoro ouvir sua opinião, e se quiser repetir que odeia a Yelan, por favor, o faça. Ora, ora, você estava dopada nesse dia? Pobre de mim que sou assim o tempo inteiro. Ah, no próximo capítulo você vai poder repetir à vontade que odeia a Yelan. B-jos.
Violet-Tomoyo: Desculpe pela demora neste capítulo, Tomoyo, mas é que aconteceram uns imprevistos... Enfim, espero que tenha gostado. A Yelan é misteriosa por um motivo que vou revelar no capítulo cinco, no qual pretendo me esforçar bastante. Obrigada pelo comentário.
Lívia: Sabe que eu tô com uma impressão de que você já postou sua história e não me falou? Malvada! A depravação ficou pela metade, a mãe chata também. Valeu pelo comentário, G16ALH-W.
Priscila: Ser a Estela do Li? Hm. Nada mau, hein? Fico feliz que tenha gostado do fic, espero que continue acompanhando. Obrigada pelo comentário.
Jenny-Ci: A Yelan é máá!! haha Quero só ver o seu comentário sobre o capítulo cinco, Jenny. vou me esforçar para que a odeiem o máximo possível. B-jos.
Dai: Tá, tá. O capítulo ficou mal estruturado, sem comentários sobre isso. Com o tempo escasso, nem deu pra fazer aqui que eu pretendia.... Já era de se esperar que não fosse dar certo, né? Enfim, obrigada.
Sayo Amakusa: hahaha Mate a Yelan! bom, se depender de mim ela não vai morrer tão cedo. Vaso ruim não quebra fácil, né? Yuuwaku, meiga? Puxa, eu a acho tão.. enérgica! Meiga é Happiness, já ouviu? É linda a parte que ele fala 'aishiteru, aishiteru...' XD
Nakizinha: A Yelan é má e por mim morreria má, mas as coisas não vão ser bem assim. Aquela idéia E/T foi meio estranha porque eu estava voltando de uma crise de inspiração (XD) e também serviu pra encher lingüiça e expressar o quanto eu me encantei com uma apresentação parecida que vi. Tocar violino deve ser lindo! Bom, pelo menos é lindo ver e ouvir! Parabéns. Eu também adooro notas e reviews grandes, mas até que tenho me contido bastante. Parabéns pelo fic e obrigada pelo comentário.
danizinha: Que bom que gostou do fic. Não assisti "Os Outros", mas quem sabe um dia isso aconteça? ^.~ A Yelan é máá.... Espero que tenha gostado do capítulo e que continue acompanhando. B-jos.

Completamente apaixonada por "A Prayer" do SUGIZO, finalizo este capítulo e em poucos dias a fic.
Beijos,
Hayashi