N/A: Defendi a Sakura enquanto pude, a partir de agora lavo minhas mãos.
Primeiro Pecado
Por Hime
-Capítulo 4-
"Que
amanhã haverá
Para aqueles que desperdiçam o hoje?
(...)
Venha!
Leve-me à loucura
Abraçado pela suas batidas fortes e velocidade
Despedaço a minha vida
Venha! Leve-me à loucura
Vamos determinados
Até o fim do mundo
Mesmo que perder o juízo, deixe-me viver
Só desejo estar feliz
Quando voltar meus olhos para o sorriso do amanhecer"
(Mermaid
– Glay)
-
Eriol!- Há minutos tocava a campainha e gritava seu nome ao mesmo tempo.- Eriol!!
- Ei, ei, ei!!!- O amigo saiu de dentro da casa impondo ordem. Usava
camiseta e bermuda, com uma toalha pendurada no pescoço. Por evidência deduziu
que Eriol deveria estar no banho.- Que bagunça é essa aqui? Quer tirar a mãe
da forca?- Abriu a porta para o amigo entrar.
- Não faça piadas sem graça.- Entrou na casa e sem pensar muito se
jogou no sofá e passou as mãos pelo rosto em sinal de nervosismo.- Preciso
conversar com você.- Falou, sério.
- Comigo?- Eriol ajeitou os óculos no rosto. Podia sentir a tensão do
amigo.- Se eu puder ajudar...
- Eriol...- Mediu um pouco as palavras.- Como você soube o que queria
ser?
- Como?- Estreitou os olhos.
- Digo... Como você descobriu que queria ser músico? Como você
descobriu a sua vocação?
Um estalo se deu na mente do jovem de descendência inglesa. Então o
assunto era sobre 'vocação'?
- Sabe Li, eu acho que sempre tive um dom natural, não sei, talvez também
tenha sido influência dos meus pais, mas... Fui eu que escolhi o que queria
ser. Eu tomei a decisão por minha conta, entende?
Syaoran não o olhava nos olhos, simplesmente, com a cabeça baixa,
tentava assimilar e comparar com o que ocorria em sua vida agora.
- Talvez a sua dúvida seja sobre a vocação para continuar no seminário,
não?- Syaoran o fitou.- Por que não procura o padre Tsukishiro? Yukito sempre
foi amigo da sua família.
- Não!- Eriol se assustou com o rompante.- Tsukishiro foi quem deu total
apoio para minha mãe fazer o que fez. Se depender dele eu viro um cardeal...
- Syaoran.- Disse com firmeza.- Você veio procurar sua resposta no lugar
errado.
- Só pensei que você pudesse me ajudar, não que...- Foi cortado.
- Mas eu estou te ajudando.- Sorriu e se levantou, indo ao encontro do
amigo.- O seu futuro... A resposta que você tanto procura... Está aí.-
Apontou para Syaoran.- Dentro de você. Como eu disse antes, a decisão é
somente sua. Se parar para pensar, vai perceber que o que falo agora é válido.
Syaoran, como se refletindo um pouco, mirou o nada mais uma vez e se
levantou.
- Obrigado, Eriol. Eu... Eu vou para casa, preciso ficar um pouco
sozinho.- Olhou para os lados enquanto passava a mão pelos cabelos. Parecia um
tanto perdido.
- Tudo bem.- Abriu a porta e viu o amigo se afastar aos poucos.- Boa
sorte com a sua decisão.-Disse para si mesmo com um sorriso esperançoso, antes
de fechar a porta.
Syaoran mal fechou a porta da sala ouviu a voz imponente de Yelan lhe
encher os ouvidos:
- Syaoran, já está tarde. Não vai arrumar suas coisas para voltar ao
seminário?
O seminarista fechou os olhos com força. Tinha se esquecido
completamente do seminário do dia seguinte. Abriu os olhos e disse cheio de
convicção:
- Não vou.
- Lógico que vai!- Disse apertando os punhos.
- Não, eu disse que não vou. Posso ir na terça, mas amanhã não.
- E o que você vai dizer aos seus superiores?- Colocou as mãos na
cintura.
- Nada. Não fui eu quem criou toda essa confusão. Invente você uma
desculpa.- Mal humorado, seguiu para o seu quarto.
Yelan sentiu os olhos se encherem de lágrimas. Nunca seu filho a tinha
tratado tão mal. Sem querer, correu até o seu quarto e se jogou na cama aos
prantos. Por que sua vida tinha dado aquela reviravolta? Quando seu marido era
vivo, ele... Suspirou em meio às lágrimas. Ele tinha toda uma energia, um espírito
único. Sempre dava a palavra final, mas também sempre com a sua aceitação...
Aquele enterro, aquele maldito dia... Espremeu os olhos como se isso pudesse
evitar as cenas que viriam a seguir em sua mente. Foi naquela quarta-feira que
percebeu... Que percebeu o quanto... Repentinamente passou as costas da mão no
rosto, enxugando as lágrimas que molhavam sua face. Sentiu uma força interior
lhe empurrar para fora daquela cama. Lavou o rosto, saiu do seu quarto e em
seguida foi até a porta do quarto de Syaoran. Bateu duas vezes. A porta foi
aberta, e antes que o dono do cômodo pudesse falar algo Yelan começou:
- Se quiser, vá somente terça. Tem o meu consentimento.- Viu a cara de
desgosto do filho.- Vou viajar amanhã à tarde para cuidar de sua transferência
e só voltarei na quarta à noite.- Virou as costas, sabendo que seria
interrompida pelo filho.
- Como? Minha transferência? Para onde?
- Para o extremo sul do Japão, oras.- Sorriu levemente, como se fosse óbvio.-
Lá será melhor, você poderá se concentrar e se dedicar mais.- Fechou o
sorriso ao ver que Syaoran iria falar algo.- Não discuta comigo, já está
decidido.
Yelan, a passos largos, se distanciou do filho. Syaoran estava parado, atônito,
ainda assimilando as idéias. Ao simples pensamento de nunca mais ver Sakura
todas as muralhas que envolviam sua alma juntamente com a malha negra que cobria
seus olhos foram demolidas, esmigalhadas. Caíram ao chão. Como se somente a
luz dominasse sua mente agora, pôde ver aonde acabava o fio da meada de seus
pensamentos. Acabavam em uma pessoa muito especial.
- Sakura!
- O que foi, Touya?- A garota descia as escadas quase correndo.- Precisa
gritar tanto assim?
- Venha me ajudar com a mesa, papai deve estar chegando.
- Ah ta.- Foi até a cozinha.
Observando Touya, pôde constatar que o irmão estava mais calado que de
costume.
- Aconteceu alguma coisa?
- Por quê?- Respondeu sem a fitar.
- Você está tão sério...- Colocou os pratos na mesa.
- Estava pensando se chamo ou não você para passar uma semana na praia.
- Jura?- Seus olhos brilharam.
- Sim, mas acho melhor não, afinal, vamos quarta e só voltaremos no
domingo.
- E daí?- Arrumou as últimas coisas.
- Daí que você tem aula.- Foi até a sala e se sentou no sofá, ligando
a televisão.
- Ah Touyaa... Por
favor. Eu não tenho nada de importante esta semana. Por favor...- Quase
implorou aos seus pés. Naquele calor, uma visitinha à praia não seria nada
mal. Touya ainda estava em silêncio, com os olhos fixos na tevê.- Quem vai?
- O pessoal de sempre: Ayumi, Shinya, Makio, as Sasaki e todo o resto.-
Olhou para a irmã e a viu com os olhos suplicantes e os lábios num biquinho.
Suspirou pesadamente.- Somente se não tiver nada mesmo poderá ir.
Mal Touya terminou de falar a frase sentiu seu pescoço ser apertado e o
fluxo de ar para os seus pulmões diminuir.
- S... Sakura...- Disse em tom rouco, fazendo drama.
- Oh, desculpe!- Se afastou sorrindo.- Eu te adoro!- O abraçou
novamente.
Touya sorriu discretamente. Adorava ouvir essa frase vinda de Sakura.
A segunda feira passou de forma lenta, se arrastando nas horas. Syaoran passou o dia trancado no seu quarto, ora deitado na cama com o olhar perdido, ora caminhando pelo aposento. Tinha a resposta para quase tudo, mas ainda pensava incansavelmente. Já eram oito horas da noite e resolveu que não mais voltaria ao seminário, não importando o que a mãe dissesse. Descobrira que esta não era a decisão certa para o seu futuro e que talvez fosse melhor estudar longe de casa. Direito, medicina, engenharia, qualquer coisa naquele momento serviria. Não entendia muito bem os motivos da mãe querer tanto que ele se tornasse um padre, mas não seguiria esse caminho. Precisava conversar com alguém, todos aqueles pensamentos poderiam confundir sua mente. Decidiu que o dia seguinte, terça, seria o dia ideal para esclarecer tudo, assim quando sua mãe chegasse na quarta já estaria firme numa solução. Aliás, Sakura o poderia a colocar suas idéias em ordem, afinal, era a amiga que mais estava próxima de si no momento.
Na terça Sakura estava mais que animada, estava empolgadíssima! Mal tinha chegado do colégio foi arrumar suas malas colocando todo os apetrechos, utensílios e roupas que usaria durante aqueles cinco dias. Tinha certeza de que não usaria nem metade, mas prevenir era melhor que remediar. Olhou no relógio e viu que já estava na hora de ir à casa de Tomoyo. Tinha combinado com a amiga que resolveria um questionário em dupla com ela e não poderia faltar. Prendeu o cabelo num rabo alto e saiu de casa em direção à chamada 'mansão Daidouji'.
- Prontinho Tomoyo, acabamos.- Sakura ergueu a folha orgulhosa.
- Ahn... Sakura, ainda falta o verso da folha...- Disse desanimada.
- Ai, não acredito...- A garota de olhos verdes largou o papel sobre a
mesa.- Cansei, Tomoyo. Fora que esta parte aqui é de pesquisas, e não temos
nada. Se eu soubesse tinha passado na biblioteca antes. Acho melhor deixarmos em
branco, não vai fazer tanta falta assim.
- Nada disso, Sakura.- Tomoyo balançou seu dedinho indicador
negativamente.- Nós nunca deixamos um trabalho incompleto e esta não vai ser a
primeira vez. Tome.- Estendeu o telefone sem fio para a amiga.- Ligue para o Li
e peça alguns livros emprestados. Ele tem um arsenal muito interessante.
Sakura ficou séria por alguns instantes. Não queria novamente ver o
rosto de Yelan tão cedo.
- Acho melhor não Tomoyo. Deixa pra lá.
A belíssima morena de olhos violetas esqueceu sua responsabilidade por
alguns instantes e sentou-se ao lado de Sakura tomando suas mãos e com um
semblante preocupado perguntou:
- Aconteceu alguma coisa com você? Com... vocês?
- Nada Tomoyo, mas acho que...- Fitou a amiga profundamente. Sabia que se
continuasse negando uma hora iria acabar desabafando e esse não era o momento,
afinal, não gostaria de ficar pensando nisso enquanto estivesse na praia.- Acho
que tem razão.- Soltou suas mãos e sorriu.- Vou ligar para Li.
Ao receber de volta o sorriso da amiga percebeu que realmente esta era a
melhor coisa a se fazer.
Logo Sakura estava em frente à casa de Syaoran. Olhava para suas sandálias
baixas quando ouviu o barulho da porta sendo aberta. Assustada, olhou para
frente e logo soltou o ar que não se lembrava de ter prendido, quando viu que
era somente uma criada.
Entrou na casa e pôde ouvir a voz da mocinha:
- O senhor Li a espera na biblioteca, senhorita. Se precisar de algo, meu
nome é Takako, ao seu dispor.- Não pôde evitar um sorriso malicioso e se
retirou.
Sakura ainda olhou por algum tempo para aquela estranha moça. Parecia
jovem, matreira... Sem mais doar seu tempo para isto, bateu na porta e entrou na
biblioteca. Logo pôde ver a imagem de Syaoran de costas, mirando a paisagem
pela janela e com as mãos para trás. Assim que ouviu o barulho da porta sendo
encostada se virou, sorrindo levemente para Sakura.
- Olá.- Disse sem se mover.
- Oi... Vim pegar os...- Antes de completar a frase Syaoran apontou para
a mesa, e com o olhar Sakura constatou que ali estavam todos os livros. Sentiu
as pernas trêmulas, um frio estranho.- Obrigada.
Foi até a mesa, pegou os livros e fez menção de agradecer e sair, mas
Li começou a falar antes da mocinha tomar qualquer decisão.
- Gostaria de conversar com você, Sakura.
Mal Syaoran terminou a frase ouviu um barulho volumoso e fechou os olhos.
Quando voltou a abri-los viu Sakura agachada pegando os livros. Lentamente foi
em sua direção.
- Agora
não posso, Syaoran. Preciso voltar para a casa da Tomoyo e...- Sentiu a mão
quente de Syaoran sobre a sua.
- Por favor.- Se levantou ao ver que a moça fazia o mesmo.
Se fitaram por alguns segundos mas foram interrompidos por alguém que
batia à porta. Meio perdido Li foi até a entrada e a abriu. Viu Takako
segurando alguns utensílios de limpeza. Tinha se esquecido completamente em
como sua mãe era rigorosa em relação a horários e logo seria a hora de
alguns empregados irem embora. Coçou a nuca por um instante e se virou sem graça
para Sakura.
- Vamos conversar em outro lugar.
- Mas eu...- Viu Takako parada na porta com um espanador na mão.- Tudo
bem.
Seguiram para o quarto de Li para terem silêncio e privacidade. Syaoran
indicou que ela se sentasse na ponta da cama e foi prontamente obedecido.
- Sakura, eu gostaria que você me desse uma opinião.
- Sobre?
- Sobre sair do seminário.- Tentou captar reação na garota, mas não
encontrou.
- Hm...- Pareceu pensar por um tempo, até que respondeu.- É isso mesmo
que você quer?
- Sim.- Encostou-se numa bancada onde guardava alguns objetos pessoais.
- Então saia.
- Essa é sua resposta?
- Olha Syaoran...- Se levantou abraçando os livros.- Eu preciso ir, está
bem? Outro dia nós conversamos e...- Parou de falar ao se sentir segurada pelos
ombros.
- Você nem ao menos pensou para responder! Passei horas escolhendo a
pessoa com quem me aconselharia, Sakura. Seu apoio verdadeiro é muito
importante para mim.
- Syaoran, entenda que para mim...- A sensação de lágrimas quererem se
mostrar a enfraqueceu.- Para mim é difícil tudo isso, por favor, vamos
conversar outra hora.
Syaoran a soltou. Nervoso, passou a mão pelos cabelos e por alguns
segundos andou em círculos. Rodou a chave na fechadura e soltou:
- Droga Sakura! Eu passo horas pensando sobre a minha vida, pensando em
como vou resolver tudo o que me preocupa, peço a opinião de quem mais tenho
confiança e você me pede para conversar depois?- Não media o tom das
palavras, mas não eram altas o suficiente para atravessar a grossura da grande
porta de madeira e se propagarem pela casa.
A jovem olhava atônita para tudo, boquiaberta. Sua mente também estava
em um turbilhão de pensamentos, não era certo que fosse injustiçada. Jogou os
livros em cima da cama de qualquer maneira e também resolveu desabafar:
- Droga digo eu,
Syaoran!! Acha que é fácil ser chamada de qualquer nome pela sua mãe e
em seguida aceitar como se tudo não tivesse acontecido? Disse aquilo para que
você não se sentisse mal, mas eu me sinto péssima até hoje!- Gesticulava
arduamente.- Acha que é fácil ser tachada pelos outros de imoral, de
aproveitadora?- Syaoran parecia surpreso.- Acha que é fácil se descobrir
apaixonada por um padre?!!- Gritou como um ultimato, quase batendo os pés no chão
tamanho nervosismo.
Syaoran parou tudo, inclusive seus pensamentos.
Apaixonada...?
- Não sou padre.
- Você entendeu. Você é um seminarista, uma pessoa proibida para
qualquer pessoa, Syaoran.- O olhou com desânimo, atenta a cada reação que ele
pudesse ter.- Eu não quero que você tome alguma decisão tão drástica por...
Por mim.- Falou desajeitada, deixando os braços caírem ao lado do seu corpo.
- Qualquer decisão que eu tomasse envolvendo você seria por mim também.
Sou eu quem quer isso, Sakura. Eu também gosto muito de você!- Deu um passo na
direção da garota, mas ao vê-la recuar, recuou também.
- Olha Syaoran... Você não deve... Aliás, você deve imaginar sim como
é difícil aceitar tudo isso.- Passou a mão pela testa.- Eu tenho que ir
embora, amanhã viajarei e só voltarei no fim de semana. Até lá espero ter
colocado alguma idéia em ordem.
Syaoran se sentiu atingido. Sakura iria viajar... Sua mãe no dia
seguinte provavelmente lhe traria a péssima notícia da transferência para o
extremo sul do Japão.... A idéia de ficar longe, sozinho....
- Sakura.- Disse sério, sem alteração, com uma certa gravidade na voz.
- Não Syaoran, acho melhor pararmos por aqui e...- Foi interrompida.
- Somente diga o que... O que realmente sente por mim.
- Oras, Syaoran...- Sentiu-se envergonhada.- Eu... Eu gosto de você.-
Recebeu um olhar forte, como se a obrigasse a falar a verdade.- Gosto bastante.
Li resolveu dar sua última cartada. O tempo escorria pelos seus dedos.
- Eu te amo, Sakura.- A mocinha abriu os lábios.
- Eu... Eu acho que... Eu também te amo...- Baixou os olhos, mas teve a
sensação de algo vir em sua direção. Alguém.
Syaoran a agarrou, e com três grandes passos à frente prendeu a garota
entre o guarda-roupa e o seu corpo, dando-lhe os beijos dantes reprimidos. Não
pensou em dizer nada, e tampouco deixaria Sakura o fazer. Ao sentir a garota
responder ao seu gesto com tanto fervor, apertou mais o braço em sua cintura e
deslizou lentamente a mão pelo delicado corpo feminino. O sangue que circulava
cada vez mais rápido pelo seu corpo o fez virar-se e encaminhar Sakura até o
seu leito. Com um movimento brusco feito com o braço esquerdo derrubou todos os
livros no chão. Agora nada mais importava. Amava Sakura, era correspondido.
Afastou seu rosto e mirou mais uma vez aqueles olhos tão verdes, tão
cativantes. Agora nada mais importava, nada mais importava, nada mais.....
Takako descolou o ouvido da porta do quarto do jovem Li. Bateu levemente com o cabo do espanador na mão esquerda. Mantinha um sorriso malévolo em seu rosto. Pensava feliz... Seus dias de criada estavam prestes a terminarem.
A campainha do telefone soava pela terceira vez. Uma pálida e delicada mão
tomou o fone em mãos.
- Alô?
- Tomoyo, a Sakura está aí?- Touya falou afobado.
- Como?- Ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Já são nove horas da noite, vocês ainda estão estudando? Cadê ela?
Estamos preocupados.
- ...- Tomoyo pensou por alguns segundos. Sakura tinha ido até a casa de
Li há um bom tempo. Provavelmente se ela não tivesse passado por lá ele teria
lhe telefonado. Talvez...- Ela está tomando um banho, Touya. Vai dormir aqui
hoje.- Disse nervosa, apertando o fone. Ouviu o irmão mais velho de sua amiga
suspirar.
- Mesmo? Então tudo bem... Será que você poderia dar um recado?
- Claro.
- Avise-a que estou passando aí amanhã em torno das nove horas, que ela
esteja pronta.
- Aviso sim, Touya. Pode deixar.
- Obrigada Tomoyo, boa noite.
- Boa noite.
Mal desligou o telefone Tomoyo se deixou cair num sofá próximo. Tinha
salvo a pele da sua amiga no momento, mas e amanhã? Sorriu ligeiramente. Amanhã
ela decidiria o que fazer.
Syaoran abriu os olhos lentamente e pôde ver a imagem de Sakura
prendendo os cabelos se desembaçando.
- Sakura.- A garota olhou para Li. Sorriu docemente e sentou-se na
beirada da cama, dando-lhe um rápido beijo. Sentiu o rapaz a puxando num abraço,
mas distanciou-se.
- Preciso ir, Syaoran...- Disse um pouco aflita, já podia ouvir a
movimentação dos criados pela casa.
- Tudo bem.- Esfregou os olhos. Espere só um pouquinho.
Em pouco tempo Syaoran estava vestido e pronto para levar –
sorrateiramente – Sakura até a saída. Neste momento foi a única vez que
Syaoran agradeceu por sua casa ser tão escura e sombria. Pelos vãos do
corredor iam se escondendo até chegar à porta da sala. Li olhou para os lados,
deu-lhe um beijo já saudoso e abriu a porta para Sakura. Antes que esta se
distanciasse lhe tomou a mão:
- Eu vou te esperar.- Sakura sorriu com a frase de Syaoran.
- Eu juro que vou voltar o mais rápido possível, me espere sim.
Ainda como se fosse um beijo de despedida, Li tomou os rosados lábios
mais uma vez entre os seus. Lentamente afrouxava a mão de Sakura que estava
entre a sua. A garota deu-lhe um tchauzinho e seguiu rumo à casa de Tomoyo.
Syaoran sorria para o nada. Fechou a porta, e ao se virar ouviu passos se
distanciando rapidamente. Seguiu o ruído e acabou entrando na cozinha, onde três
mulheres conversavam e trabalhavam.
- Deseja tomar seu desjejum agora, senhor?- Uma delas indagou.
- Han... Sim, pode ser.- Saiu da cozinha às pressas. Tinha um
pressentimento tão ruim...
Quinta-feira, 8h17min
Yelan caminhava rápida, fazendo um imponente ruído. Viu Syaoran lendo
um jornal calmamente, sentado numa das poltronas da biblioteca. Aproximou-se,
tomou-lhe o jornal das mãos e o jogou no chão. Tinha o rosto vermelho. Syaoran
arregalou levemente os olhos.
- Arrume as malas agora. Você já foi transferido.- Disse nervosa.
- Mãe, precisamos conver...- Foi interrompido.
- Calado mocinho, cheguei ontem à noite, mas já estou a par da situação.
Não quero discussão, mas apenas quero que me explique por que nào foi ao
seminário e...- Colocou as mãos na
cintura.- O que aquela vadia estava fazendo aqui??
Syaoran sentiu os nervos pulsarem. Levantou-se sério, a expressão mais
que fechada, com os braços cruzados sobre o peito. Finalmente a hora tinha
chegado.
Continua...
N/A: Aaah!! Me desculpem! Dezesseis dias, né? Mas acho que não dá
tanta diferença assim. Eu até faria antes, mas minha carroça que eu insisto
de chamar de máquina não tem colaborado. Por falar em criação, eu sinto meu
espírito irônico emergir com toda a força, ainda que eu o tente reprimir. Não
sei até que ponto isso é bom, hehe.
Confesso que este capítulo saiu muito mal feito e rebocado, mas escrevi
quase tudo nas horas antes de postar, dêem um desconto. Eu sinto que esqueci de
colocar algo no final, mas... Não me lembro! _ Nossa, nem a minha revisão
mal feita eu fiz, não reparem. Ah sim, o trecho de música lá em cima... ele
não está lá de enfeite, sim?
Gente!!! Tem acontecido tanta coisa nesses dias que minha cabeça ferve
de idéias só em pensar. Lívia, se eu colocar isso em prática você vai ter
que virar colaboradora por espontânea vontade ou não, ouviu?
Agradecimentos:
Fabrini: Obrigada por sempre me acompanhar e apoiar, viu? b-jos.
Rê_~ chan: Que bom que você gostou do capítulo passado. Espero que
tenha apreciado este também, apesar dos pesares. Se você achava que a Yelan
era uma megera, não perde por esperar o próximo capítulo. ^.~B-jos.
Tomoyo Tatsuhiko D: Heyou Lally! Aqui está o capítulo quatro. Fiquei
muito satisfeita que tenha gostado do 3. muito obrigada pelo comentário.
Saki Kinomoto: A descrição do capítulo anterior foi uma exceção...
Afinal, meu forte não é descrever... _ Ah Saki, X Japan para mim é
tudo, sem comentários. Eu também gosto muito de Yuuwaku, e assim que eu puder
pego essa música que me recomendou. É que o espaço aqui no pc tá pequeno,
sabe... Sobre S/S, bem.... Este fic poderia se chamar improviso, pois não tenho
roteiro algum, sendo assim, não sei o que vou escrever no próximo capítulo.
_ Obrigada pelo comentário.
Diana:
Awn.... tudo bem *suspiro* eu respondo o e-mail de novo, não faz mal. Sabe, um
dia acho que preciso conversar com você sobre algo mais "técnico" do
fic, seus comentários são preciosos. Não atire pedras em mim, por favor! XD
Este capítulo foi o mais mal elaborado, foi corrido, apressado, forçado. Sem
comentários. Obrigada pelo review.
Mitty: Desculpe se a fiz esperar, mas é que.. vejamos... somente hoje
assei mais de duas horas e meia tentando manter o computador funcionando. A
coisa não está fácil, é ruim 'trabalhar' assim. você falando sobre isso me
lembra o primeiro momento em que postei um fic. Foi aqui no FF.net, no dia 10 de
outubro. Já faz mais de um ano, hein? Obrigada por sempre acompanhar.
Madam Spooky: pronto, nem falo mais nada da Sakura, pode queimá-la na
fogueira. A Yelan não está tentando pagar um pecado, mas quem sabe evitá-lo?
heheh E como você deve ter percebido, os votos que o Li poderá ou não fazer
serão decididos no próximo capítulo. Thanx pelo review.
Anna: Sabe Anna, o Li é muito tímido para jogar sem camisa, mas só
para isso, hehe. Espero que tenha gostado do capítulo e obrigada pelo
comentário. Precisamos nos falar mais vezes.
Miaka: Sabe que adoro ouvir sua opinião, e se quiser repetir que odeia a
Yelan, por favor, o faça. Ora, ora, você estava dopada nesse dia? Pobre de mim
que sou assim o tempo inteiro. Ah, no próximo capítulo você vai poder repetir
à vontade que odeia a Yelan. B-jos.
Violet-Tomoyo: Desculpe pela demora neste capítulo, Tomoyo, mas é que
aconteceram uns imprevistos... Enfim, espero que tenha gostado. A Yelan é
misteriosa por um motivo que vou revelar no capítulo cinco, no qual pretendo me
esforçar bastante. Obrigada pelo comentário.
Lívia: Sabe que eu tô com uma impressão de que você já postou sua
história e não me falou? Malvada! A depravação ficou pela metade, a mãe
chata também. Valeu pelo comentário, G16ALH-W.
Priscila: Ser a Estela do Li? Hm. Nada mau, hein? Fico feliz que tenha
gostado do fic, espero que continue acompanhando. Obrigada pelo comentário.
Jenny-Ci: A Yelan é máá!! haha Quero só ver o seu comentário sobre o
capítulo cinco, Jenny. vou me esforçar para que a odeiem o máximo possível.
B-jos.
Dai: Tá, tá. O capítulo ficou mal estruturado, sem comentários sobre
isso. Com o tempo escasso, nem deu pra fazer aqui que eu pretendia.... Já era
de se esperar que não fosse dar certo, né? Enfim, obrigada.
Sayo Amakusa: hahaha Mate a Yelan! bom, se depender de mim ela não vai
morrer tão cedo. Vaso ruim não quebra fácil, né? Yuuwaku, meiga? Puxa, eu a
acho tão.. enérgica! Meiga é Happiness, já ouviu? É linda a parte que ele
fala 'aishiteru, aishiteru...' XD
Nakizinha: A Yelan é má e por mim morreria má, mas as coisas não vão
ser bem assim. Aquela idéia E/T foi meio estranha porque eu estava voltando de
uma crise de inspiração (XD) e também serviu pra encher lingüiça e
expressar o quanto eu me encantei com uma apresentação parecida que vi. Tocar
violino deve ser lindo! Bom, pelo menos é lindo ver e ouvir! Parabéns. Eu
também adooro notas e reviews grandes, mas até que tenho me contido bastante.
Parabéns pelo fic e obrigada pelo comentário.
danizinha: Que bom que gostou do fic. Não assisti "Os Outros",
mas quem sabe um dia isso aconteça? ^.~ A Yelan é máá.... Espero que tenha
gostado do capítulo e que continue acompanhando. B-jos.
Completamente apaixonada por "A Prayer" do SUGIZO, finalizo este capítulo
e em poucos dias a fic.
Beijos,
Hayashi
