CAPÍTULO TRÊS – OS MELHORES PROFESSORES
Infelizmente a escola parecia grande, mas os assuntos corriam rapidamente. No dia seguinte, Harry já ouvia risadinhas de algumas pessoas da Sonserina e já imaginou que seu encontro matinal com Draco não seria dos melhores. Entrou no Salão Principal com Hermione e Rony. Já se ouvia comentários da mesa da Sonserina. Mas Harry não ligou e passou reto, direto a mesa da Grifinória. Porém, Harry olhou para a mesa da Cornival e viu Cho Chang às risadinhas com as amigas.
- Primeiro dia de aula. Primeiro dia como monitora. – suspirava Hermione.
- Eu não sei por que você está tão feliz. Isso nem é grande coisa! – disse Rony, deixando a amiga muito furiosa.
- Hermione, cadê a Ametista? – indagou Harry.
- Já está interessado, Harry? – insinuou Rony.
- Olha, quando eu acordei, ela já não estava mais lá. – explicou Hermione.
- Ontem à noite, vocês já estavam super amiguinhas. Que mudança hein! – suspeitou Rony.
- Não há nada o que pensar Rony. Nós conversamos e resolvemos deixar as histórias falsas guardadas num baú.
- É, parece que sua conversa com ela ontem deu resultado Harry. – insinuou Rony.
Harry balançou a cabeça negativamente como se aquilo fosse uma brincadeira de mau gosto do amigo.
- Mas vocês não sabem – dizia Hermione, instigando a curiosidade deles. – Ela me disse que iria conversar com o Snape. Que será que vai dar?
Todos deram de ombros. Surpreendentemente, Harry bateu os olhos na mesa dos professores e viu que nem Dumbledore, Snape ou McGonagall estavam sentados.
Depois do café da manhã, no horário dos alunos da Grifinória, a primeira aula seria de Defesa Contra a Arte das Trevas. Todos pareciam muito ansiosos com a chegada de um novo professor. Ninguém da escola já tinha tido aula com o novo mestre, então, eles não sabiam nada sobre ele.
Os alunos ficaram parados a porta, esperando alguém recebê-los. E logo veio. A surpresa de Harry estava explicada: o novo professor era Remo Lupin, o mestre do terceiro ano de Harry e muito amigo de seu pai, Tiago Potter. Ele estava com um grande sorriso no rosto e todos os alunos festejaram com sua chegada, gostavam muito dele.
- Não acredito! Finalmente o Dumbledore foi esperto! – exclamava Rony para quem quisesse ouvir.
Lupin viu os três entrarem na sala e abriu um sorriso ainda maior.
- Vocês não imaginam como fiquei feliz de Dumbledore me recontratar para dar aulas a vocês. Aceitei no mesmo momento.
- O nosso melhor professor está de volta. – sorria Hermione.
- Mas não somente essa surpresa. Tenho outra que talvez seja melhor ainda. Sente-se que vocês já vão ver. Ah, e Harry – dizia o professor, agora puxando Harry de lado. – preciso muito falar com você.
- Pode falar, professor. – respondeu Harry, curioso.
- Não, depois. Isso ainda não é muito urgente. Outro dia eu conversarei com você. Eu te aviso com antecedência.
Rony e Harry sentaram-se na primeira carteira. E Ametista não aparecera. Hermione ficou em pé, esperando a garota. De repente, quando Lupin começaria a falar, alguém bateu na porta. Abriu a porta e saudou a nova aluna como se já a tivesse conhecido.
- Olá Ametista. Pode entrar.
Os três amigos olharam para a porta, e viram Ametista com uma série de livros no colo. Parecia Hermione. Estava com uma aparência preocupada e os olhos inchados.
- Como é? Não vai entrar? – convidou Lupin novamente.
Ametista riu. Lupin disse para a garota sentar-se com Hermione. O professor voltou a falar com os alunos.
- Bom, estou muito feliz de estar de volta e dar aula a todos vocês. Vamos começar este ano revisando os bichos-papões. Tenho certeza que será muito divertido. Será ainda melhor para quem não estava conosco, não é? – e olhou para Ametista, que sorriu. – Agora quero que vocês peguem seus livros e leiam um pouco sobre os bichos-papões. Apenas na próxima aula nós faremos o primeiro contato do ano com eles.
Hermione percebeu que Ametista estava meio quieta.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou.
- Não, nada. – respondeu, parecendo preocupada.
- Por que você chegou atrasada?
- Por nada, apenas perdi a hora. – respondeu com o típico tom ríspido.
- Ah, meus alunos, esqueci de um recado muito importante. Este ano nós aprenderemos tudo com uma pequena ajudinha. – de trás de sua mesa saiu um grande cachorro negro. – Este é Snuffles.
O cachorro deu uma piscadela a Harry, que cutucou Rony.
Acabada a aula, todos os alunos saíam da sala e tinham cinco minutos para irem a aula de Poções do professor Snape. Sirius acenou para Harry e, junto com Rony e Hermione, aproximou-se do cachorro negro.
- Então foi essa a surpresa, Sirius? – perguntava Harry felicíssimo.
O cachorro indicou com a cabeça que sim.
No mesmo momento, Lupin chamou Ametista em um canto.
- Como está se sentindo aqui em Hogwarts?
- No começo não estava muito bem, mas agora já está melhor. Não precisam se preocupar comigo – pedia a garota claramente aborrecida. –Bem, tirando o incidente dessa manhã.
- Ele vai ficar bem. Snape cuidará dele. Você sabe como é cabeça dura, esse seu avô.
- É, eu espero que ele fique bem.
- Você sabe que serei seu guia aqui dentro, não sabe?
- Sei... – respondia Ametista, querendo perguntar algo a Lupin.
- O quê você quer saber? Vamos, diga! – dizia Lupin, parecendo ler seus pensamentos.
Ametista ficou encantada com a paciência de Lupin e perguntou:
- O senhor deve saber que uma das minhas intenções de estar em Hogwarts é saber mais da minha família, não é? – perguntou a Lupin.
- Já deveria saber. – respondeu o professor, dando um sorriso.
- O senhor conhecia a minha mãe?
Lupin espantou-se com a pergunta, já que esperava que a garota soubesse que sua mãe havia estudado com ele.
- Sim, uma ótima amiga e aluna. Estudei com ela.
- Mesmo? – perguntava Ametista com o olhar cheio de emoção.
- Ela era igualzinha a você. Realmente parecida. Apenas que ela possuía cabelos claros. Ah! E que era bem mais explosiva, eu diria.
- O senhor diz isso porque ainda não me conhece. – respondeu a garota convencida.
Ametista queria prosseguir com a conversa, mas lembrou-se do tempo e precisava ir para a aula de Poções.
- Professor, se eu pedir uma coisa, o senhor poderia fazer?
- Claro. Faço tudo que estiver ao meu alcance.
- O senhor poderia ficar de olho no meu avô. Sabe, tem coisas que estão acontecendo e que acho que estão tirando o sono dele. Você poderia me dizer o quê é?
Lupin sabia que Dumbledore estava muito preocupado com a volta de Voldemort.
- Eu... Eu não posso te ajudar nisso. Mas eu tento te ajudar de outra forma, está bem?
- Muito obrigado. Sabe como é, ele já está um pouco velho e cansado. Eu estou realmente preocupada com ele.
- Pode deixar, eu fico de olho nele.
- E... Qualquer coisa que o senhor quiser me contar sobre minha mãe, eu ficaria muito satisfeita, eu quase não sei nada sobre ela.
- Com certeza. Contarei tudo que quiser saber. Agora, vá para sua aula.
A aluna estava saindo, quando Lupin segurou seu braço.
- Srta. Dumbledore, eu havia me esquecido. Eu preciso falar com você depois, é um assunto muito importante. Quando tudo isso estiver passado, venha me procurar.
- Claro, professor.
- Não se esqueça que sou seu guia. Estarei aqui para qualquer coisa.
Ametista agradeceu o professor e saiu. Lupin ficou comovido com a atitude da garota e disse a Sirius, já transformado:
- Como ela cresceu! Acho que demorarei para me acostumar com a idéia de que aquela criança tão pequena tenha se tornado uma garota. Ela é simplesmente a mãe, só que há alguns anos atrás, Sirius. Parece até ser bem nervosinha também. Você gostaria de conhecê-la.
Sirius murmurou algo para si, parecendo magoado.
Os alunos da Grifinória subiram até a sala do professor Snape e encontraram toda a Sonserina reunida. Harry entrou e Draco Malfoy já começou com as brincadeirinhas:
- Então Potter, derrotado por uma garota! Quem foi a nossa salvadora, que te ajudou a perceber que não é melhor do que ninguém em quadribol ou em qualquer outra coisa?
Harry não deu a mínima a Draco e sentou-se com Rony no fim da sala. Hermione sentou-se na mesa da frente, esperando Ametista, que terminava de subir. Snape ia fechar a porta, mas Ametista chegou bem na hora. Contra os costumes de Snape, ele deixou a garota entrar e ainda sorriu levemente. Todos ficaram impressionados. Os garotos da Sonserina ainda mais, porque Snape não perdoa atrasos e tira pontos facilmente da Grifinória.
- Bom, começaremos a primeira aula deste quinto ano. Eu farei a chamada e todos respondam em voz alta.
Snape foi lendo a lista da Sonserina e depois da Grifinória. Quando chegou em Dumbledore, Ametista, todos os alunos da Sonserina riram. Pela primeira vez, Snape ficou nervoso com os estudantes de sua casa.
- Do que vocês estão rindo? – perguntou com um tom seco e cortante.
- Ah, professor. Dumbledore? Nunca! Dumbledore não tem descendente. – disse Draco Malfoy.
O olhar de Snape cruzou com o de Draco, que se arrepiou.
- Cinco pontos a menos para a Sonserina. E isso não é da sua conta, Sr. Malfoy. Peguem seus livros e façam um resumo das vinte primeiras páginas.
Harry olhou Rony, boquiaberto. Snape nunca havia tirado um ponto sequer da Sonserina. Os alunos da Sonserina lamentaram, enquanto os da Grifinória escondiam risadinhas. Ametista, que não conhecia muito a rivalidade entre as duas casas, ficava quieta. Na verdade, ficava admirando a turma da Sonserina. Snape dizia maravilhas. Mas não era isso que a perturbava. Hermione queria saber o que estava acontecendo e quando foi perguntar, Snape percebeu que estavam conversando e resolveu mudá-las de lugar.
- Srta. Granger, vá sentar-se com o Sr. Potter e Srta. Dumbledore, sente-se aqui na frente com o Sr. Weasley.
- Mas estamos quietas! – disse Hermione.
- É, e nós também. Por que precisa nos separar? – perguntou Rony.
- Porque eu quero! Agora, Sr. Weasley, venha aqui para frente com a Srta. Dumbledore e fique quieto. E só não irei tirar pontos da Grifinória porque é apenas o primeiro dia. – avisou Snape.
Draco pensou em responder ao professor, afinal de contas, ele havia tirado da Sonserina, entretanto, achou muito arriscado. Ao final da aula, saíram da masmorra de Snape e seguiram para a sala do Prof. Binns. Todos comentavam da atitude de Snape. Rony adorava, apesar de o terem separado de Harry.
- Acho que porque você está estudando conosco e ainda na Grifinória, ele tem de nos ajudar. – dizia para Ametista.
- Realmente, ele tá muito diferente. Até te deixou entrar atrasada! – falou Harry.
- Vai deixar isso acontecer até eu conversar com ele, Potter. Pode esperar! – retomou Ametista.
- É, pega um dia que você não esteja com a gente. Acho que voltamos sem uns trinta pontos. – disse Hermione.
Seguiram para a aula de História da Magia. Depois, já era hora do almoço. Mais uma vez, Ametista não havia se juntado com os amigos.
- Você sabe por que, Mione? – perguntou Rony.
- Ela não fala o quê é! Sei lá, ela parecia preocupada. – respondeu.
- Será que foi alguma coisa que o Prof. Lupin disse a ela? – perguntou Harry.
- Não, acho que não. Ela já estava ruim antes. – disse Hermione.
- Ah, depois eu quero passar na sala do Lupin e falar com o Sirius. Vocês vão comigo? – perguntou Harry.
- Não, eu não. A Profª. McGonagall queria falar comigo – recusou Hermione. – Mas mande lembranças.
- O que será que ela quer falar com você? – perguntava Rony, curioso.
- Não faço a mínima idéia. Vamos ver...
***
Harry e Rony saíram do almoço e seguiram diretamente para a sala de Lupin. Encontraram Sirius já transformado e, pelo o que parecia, numa discussão com o amigo.
- Sirius, você precisa entender que é perigoso! Tem de ficar aqui! Deixe seus sentimentos no passado! Você não pode garantir que o mesmo que aconteceu com você acontecerá com... – Lupin interrompeu a fala quando Harry entrou na sala.
- Oh, Harry, eu precisava ter uma conversa com você mesmo! – esbravejava Sirius, olhando para Lupin, que parecia querer se transformar em lobisomem naquele momento e arrancar o pescoço de Sirius com apenas uma mordida.
Rony entrou na sala em seguida e observa a tudo assustado. Sirius prosseguia:
- Você precisa tomar muito cuidado com... – Lupin pegou a sua varinha e, com um estranho feitiço, fez cordas cobrirem a boca de Sirius.
- Qual é o problema de vocês dois? – indagava Harry perdido.
- Eu e seu padrinho só estamos conversando um pouquinho. – respondeu Lupin, enquanto Sirius fazia de tudo para tirar as cordas que envolviam sua boca.
- Então é melhor a gente voltar outra hora, Harry. – dizia Rony, cutucando o amigo para que saíssem rápido dali.
- Não! Com quem eu devo tomar cuidado? – indagou Harry.
- Apenas com Voldemort, Harry. Agora, eu vou resolver algumas coisinhas com Sirius. Se vocês nos derem licença... – praticamente os expulsava Lupin.
Enquanto isso, Hermione seguia a sala da Profª. McGonagall. Antes de entrar, esperou Neville sair, pois estava levando uma bronca feia por ter quebrado um vidro de raiz roxa da Escócia, muito rara no momento. Depois da saída do amigo, Hermione entrou, observando a professora soltar os cabelos e prendê-los novamente, de nervoso.
- Oh, Srta. Granger, entre. – ordenou a professora.
- A senhora queria falar comigo?
- Sim, sim. Eu queria. Sente-se, o assunto é sério.
Hermione começou a imaginar as piores coisas. Será que teria descoberto que tinha usado o vira-tempo no terceiro ano, para salvar Sirius Black, o que fora totalmente proibido pela professora? Logo, veria que o problema não era com ela.
- Srta. Granger, Hermione – chamou a mestra mais carinhosamente a sua melhor aluna. – Creio que já tenha conhecido a Srta. Ametista, a neta de Dumbledore.
Hermione indicou positivamente com a cabeça. McGonagall, em tom sério, continuou:
- Deve ter percebido também que está exatamente em seu quarto – explicava a professora, observando os acenos de cabeça de Hermione – Pois bem. Isso não aconteceu por acaso. Srta. Dumbledore é uma garota que viveu até seus quinze anos no mundo dos trouxas e somente agora foi aceita em Hogwarts. Para "ajudar", durante todos esses anos, foi aluna de Severo Snape, então você pode esperar coisas difíceis. Não sei se ela chegou a mencionar, mas vivia praticamente escondida. Agora, ela está no mundo em que deveria sempre estar. Porém, ela precisa de apoio porque é uma garota com muitos problemas. Por isso achamos que você seria a companhia certa para ela. Apesar de suas investidas com os Srs. Potter e Weasley, tem a cabeça no lugar. Precisamos muito da sua ajuda. Quero que seja compreensiva com ela e que ensine tudo que há em Hogwarts. Essa é outra causa que também a fizemos monitora da Grifinória. Espero que honre seu compromisso.
Hermione tinha entendido tudo, mas estava perguntando-se por que uma garota que nem Ametista teria problemas, apesar de viver confinada em uma casa no mundo dos trouxas por muitos anos.
- Claro, professora. Honrarei muito esse compromisso.
- Como sei que a senhorita irá contar isso a Potter e Weasley, deixe claro que também conto com o apoio deles. – supôs McGonagall.
- Sim, professora. – concordou Hermione envergonhada.
Saindo da sala de McGonagall, encontrou Ametista vinda da sala de enfermaria. Observou Madame Pomfrey a acompanhando até a porta e a garota saindo, chorando silenciosamente.
- O que aconteceu, Ametista? – perguntou Hermione aflita.
- Vamos até o quarto. – pediu Ametista.
Em seu quarto, Ametista sentou-se na cama e chorou como criança. Era estranho vê-la daquela forma. Depois das comuns e arrogantes respostas e insinuações, Hermione a via desprotegida. Não entendia tudo aquilo e prosseguia perguntando a amiga o quê acontecera. Depois de dez minutos angustiantes, Ametista decidiu falar:
- Eu... Eu não tenho ninguém na vida, Hermione. Sempre fui muito sozinha. Não tenho mãe, não tenho pai, não tenho irmãos, nada. A única coisa que tenho na vida, de meu sangue, é meu avô – explicava Ametista, aos prantos. – E agora, que estou tão próxima dele e de toda a minha família, Hogwarts, ele adoece!
- O quê? – espantou-se Hermione. – Dumbledore está doente?!
- Eu não sei exatamente, não querem me contar. Só sei que hoje, por volta das seis da manhã, antes de você acordar, a professora McGonagall veio até aqui e me levou a sala de enfermaria. Lá, eu o encontrei, deitado, ofegante. Eu me desesperei!
- E o quê ele teve? – perguntava Hermione, com o coração na boca.
- Ele teve falta de ar durante uns três minutos e desmaiou. O Prof. Flitwick o encontrou caído no meio da sala. Não sabíamos há quanto tempo ele esteve lá.
- E agora, como ele está?
- Continua inconsciente. Eu não consigo vê-lo deitado lá. Madame Pomfrey disse que ele está bem, mas eu não acredito. Bem ele só vai estar quando o ver sentado na cadeira da mesa dos professores novamente.
Hermione sentou-se ao lado da amiga e a abraçou, lembrando das palavras de McGonagall. Ametista não parava de chorar. Hermione apenas repetia que logo Dumbledore ficaria bem. Após algum tempo, Ametista acalmara-se e Hermione aproveitou para convidar a amiga para assistir a uma partida de xadrez de bruxo, pois Harry e Rony provavelmente estariam jogando.
Por causa da doença de Dumbledore, as aulas do período da tarde da Grifinória haviam sido canceladas. Ao cair da noite, na Sala Comunal, Hermione aproveitava a ausência de Ametista, que agora se localizava na enfermaria, para contar sobre a doença do diretor da escola e a visita na sala de McGonagall. Harry e Rony ficaram estarrecidos com tudo o que Hermione acabara de lhes contar. Depois, Harry contou sobre o ocorrido na sala de Lupin entre ele e Sirius.
- Espero que eles tenham resolvido o tal problema, porque ter professores mal humorados de Arte das Trevas não é a melhor coisa a se ter aqui em Hogwarts. – dizia Rony.
No jantar, o Salão Principal parecia diferente. Talvez seria a falta de Dumbledore e tantos outros professores. Porém, Lupin comandava o jantar, sentado ao meio, junto com o Prof. Flitwick, a Profª. Sprout, Madame Hooch e Sirius, em sua forma canina. Pareciam mais amistosos. Algumas vezes, Lupin até fazia carinho na cabeça de Snufles.
***
No dia seguinte, Dumbledore continuava na enfermaria, pelo o quê explicou Ametista. A garota havia adquirido a rotineira postura superior novamente. No café da manhã, Fred e Jorge planejavam colocar umas daquelas bombas de bosta sobre o assento de Snape e confundi-las com um novo feitiço, aprendido na aula do Prof. Flitwick. Rony ria, enquanto Harry percebia o olhar de Ametista para os irmãos gêmeos. Só então lembrou que a garota considerava o mestre de Poções como um pai, apesar de tudo. Deu um cutucão em Rony, que tratou de fechar a boca. Hermione também se tocou e explicou a Ametista, como era divertido brincar com os professores, mesmo que fosse para estourar uma bomba de bosta na cadeira de um deles.
- É divertido, não é por mal. Eles fazem isso com todos os mestres daqui. E o Snape não seria uma exceção. – explicava, sem dizer a terrível fama do professor.
O dia estava terrivelmente gelado, apesar do forte sol que fazia lá fora. Os alunos da Grifinória e Sonserina reclamavam que a primeira aula do dia seria Trato das Criaturas Mágicas, nos jardins de Hogwarts.
- As aulas lá fora são muito legais, mas naquele frio, vão ser cruéis! – dizia Hermione.
- Você conhece o Hagrid? – perguntava Rony, enquanto a garota afirmava com a cabeça. – Então, ele dá Trato das Criaturas Mágicas, e as aulas são lá fora. Só que nesse frio, eles serão horrorosas.
Os quatro dirigiram-se aos jardins mais cedo, para visitar Hagrid. Encontraram o gigante sentado em um dos degraus da entrada da casa, chorando. Harry, Rony e Hermione seguiram até ele e tentaram descobrir o que acontecera.
- Ah, Dumbledore. Creio que vocês saibam disso, ele está doente. – dizia ao mesmo tempo em que derrubava lágrimas.
- Nós sabemos, Hagrid. – respondeu Hermione, admirada ao ver o gigante tão triste.
Hagrid levantou os olhos e encontrou Ametista parada, olhando para ele, com a mesma dor em seus olhos. O gigante levantou-se e abraçou a menina, que parecia uma formiga perto de Hagrid.
- Oh, minha menina! Minha menina! Deve estar sofrendo muito, não é? Mas ele ficará bem, confie. – dizia Hagrid, em solidariedade à neta do diretor.
- É, eu espero Hagrid. – respondeu Ametista.
- Mas, Hagrid, você só se animará se distrair-se. – recomendou Harry.
- É, Dumbledore não gostará nada de saber que você ficou aí choramingando em vez de nos dar aula, Hagrid. – disse Hermione.
- Vocês têm razão. Vamos a nossa aula. – e largou de Ametista.
- E o quê veremos hoje, Hagrid? Estou muito ansioso! Explosivins? Unicórnios? – perguntava Harry, mostrando-se interessado.
- Na verdade, aconteceu um pequeno probleminha com a nossa criatura de hoje – explicava Hagrid. – O nosso dragão está um pouco doente.
- Nós veremos dragões?! – perguntava Rony ansioso.
- Sim, só que com este frio, o meu querido está com um forte resfriado. Anda soltando cada cinco segundos um bocado de fogo e meleca de suas narinas. – comentou Hagrid, aos olhos nojentos de Hermione e Ametista.
- Como é? Não teremos aulas hoje? – seguiu uma voz irritante atrás de Rony.
- Não se meta, Malfoy! – exclamou Harry.
- Eu somente estou reivindicando meu direito de ter aulas. Ah, e sinto muito pelo seu avô, Dumbledore. – terminou Draco em tom irônico.
Ametista apenas olhou para Draco.
- Então você é Draco Malfoy. – disse Ametista indiferente.
- Já falaram muito de mim? – perguntou Draco convencido.
- Muito, muito. Você tem um grande fã, sabe? – dizia ela referindo-se a Snape. – Mas uma legião de inimigos.
Todos que estavam em volta riram da cara vermelha de Draco. Este aproveitou e atacou Harry e Rony.
- Caramba, a garota acabou de chegar e vocês já envenenaram a cabeça dela contra mim, Potter e Weasley?
- Fique quieto, Malfoy. – ordenou Hermione.
- Eu não falei com sangue-ruim, Granger! – respondeu Draco, fazendo Rony quase pular no pescoço do garoto.
Ametista chegou perto e impediu Rony e completar a idéia.
- Obrigado, Malfoy pela sua falsa preocupação. Mas não preciso que ninguém me diga o quê fazer ou pensar! – disse Ametista em resposta com a rotineira rispidez e arrogância.
- Vamos parar com isso – ordenou Hagrid. – Houve um pequeno problema com o nosso dragão e não poderemos ter aula hoje. Por isso, quero que voltem à biblioteca e encontrem todos os tipos de dragões existentes. Eu irei acompanhá-los.
- Só espero que este não arranque meu braço, como aquele hipogrifo estúpido quase fez. – sussurrou Draco a Crabbe e Goyle, referindo-se a Bicuço.
- Cinco pontos a menos para Sonserina! – exclamou Hagrid, que estava ao lado de Draco, quando falou sobre Bicuço.
Harry, Rony e Hermione ficaram impressionados, já que nunca haviam visto Hagrid tirar qualquer ponto de alguma casa antes.
- É, parece que a doença de Dumbledore mexeu com todo mundo. – sibilou Rony a Harry.
***
Naquela tarde, as aulas ainda estavam suspensas. Porém, nada era perfeito. Pouco depois do almoço, viria a aula de Adivinhações, com a professora Sibila Trelawney. Harry não se sentia nem um pouco animado, já que em cada aula, a professora criava uma nova versão de sua morte. Hermione aproveitou e ria da cara dos amigos.
- Ah, que interessante, irão ter aula agora! Ainda mais com aquela louca, farsante! Boa sorte! – dizia.
- E o que você vai fazer nesse tempo que estaremos fora? – perguntou Ametista.
- Provavelmente trancada naquela biblioteca! – respondeu Rony, rindo da cara da amiga, que parecia enfurecida.
- Ria, ria. Mas eu te digo uma coisa: se não fosse por mim, não estaríamos vivos aqui. – dizia Hermione, com convicção, relembrando das inúmeras vezes que sua inteligência salvara o trio em suas aventuras.
- Acho melhor subirmos logo, se não perderemos a hora. – recomendou Ametista, segurando a risada.
- Eu te avisei, era melhor pegar o Estudo dos Trouxas, mas você preferiu gastar teu tempo com isso! – falou Hermione à amiga.
Os três subiram as escadas, até a sala de Adivinhações. Entraram e o mesmo cheiro enjoativo enchia a sala. As cortinas permaneciam fechadas. Ametista entrou e logo bateu os olhos na estranha Profª. Sibila. Imediatamente a professora disse à nova aluna:
- Garota de futuro, futuro brilhante e obscuro. Morte terrível, assim como a deste menino ao seu lado. – indicando Harry, parecendo congelada.
Ametista olhou para Harry, que apenas respondeu:
- É normal. Não se assuste.
Os três acomodaram-se no fundo da sala. Lilá e Parvati sentaram-se bem em frente da professora, já que eram muito fãs da aula da Profª. Sibila. Este ano, diferentemente dos outros, a aula de Adivinhações seria feita com o pessoal da Cornival. Porém, Harry assustou-se quando, na bancada ao lado, sentou-se Cho Chang, a apanhadora da Cornival, do sexto ano.
- Olá, Harry Potter. – disse, com uma voz suave.
- O... Oi Cho. – respondeu o garoto, gaguejando.
- Deve ter algum engano, pois você é do sexto ano, certo? – indagou Harry, ainda gaguejando levemente.
- Houve um pequeno problema com o horário da aula da Profª. Sprout e tivemos que encaixar a aula de Adivinhações junto com o pessoal do quinto ano da Grifinória. Mas logo será resolvido.
- Ah... – respondeu Harry, corado.
A menina virou-se para frente novamente e Harry sentiu um frio na espinha. Rony, que acabara de observar tudo, disse:
- Você realmente não tem jeito com mulheres, Harry. – e riu em seguida.
- Meus queridos alunos, neste ano, aprofundaremos o nosso estudo e conhecimento. A primeira matéria deste ano é Cartas do Destino. Primeiramente, estudaremos o que cada carta significa e sua importância. Somente depois faremos a interpretação em grupo. Então, quero que abram nosso conjunto pedido com antecedência das Cartas do Destino. Ah, e é claro! – exclamou a professora, interrompendo sua própria fala – Queria dizer que já havia previsto a doença com o diretor da escola, Alvo Dumbledore.
- Então por que ela não o avisou que isso aconteceria? – perguntou Ametista arrogante aos amigos, despertando risadinhas de Cho Chang.
Profª. Sibila olhou para o fundo da sala e perguntou o quê estava havendo. Cho gaguejou, e nada respondeu. Ametista tomou a frente:
- Me desculpe professora, mas se a senhora já sabia da doença de meu avô, por que então não o avisou? – enfrentou a garota.
A professora caminhou até emparelhar com a mesa de Ametista e, com um gélido olhar, respondeu:
- Por que apenas previ durante meu sono e não queria incomodar o diretor à uma hora daquelas.
- Bom, talvez, se a senhora tivesse mais certeza em suas previsões, teria avisado sim, pois poderia ter causado a morte dele. – argumentou a garota, em resposta.
Naquele momento, a mestra de Adivinhações mudou o olhar. Parecia pacífica e solidária. Apenas finalizou:
- Desculpe-me, não sabia que essa era a gravidade. Lamento pelo seu avô. – e voltou para o início da sala.
- Essa foi ótima. – sussurrou Rony a Ametista.
***
Na manhã seguinte, as aulas foram se restabelecendo aos poucos. A primeira aula daquele dia era Transfiguração, com a Profª. McGonagall. Parecia não estar com um bom humor. Por qualquer motivo, a professora retirava algum ponto de uma das casas, fosse a Sonserina ou a Grifinória. Depois de uma aula muito mal explicada, a professora tentava ajeitar os feitiços feitos pelos alunos. Infelizmente, a transformação de pedras retiradas do lago de Hogwarts em sapos do norte da Índia não ia muito bem.
- Não é possível, ela deve ter ensinado alguma coisa errada. – sibilou Hermione a Ametista, que parecia muito enrolada com os fios de teias de aranhas marinhas.
Harry e Rony não pareciam ver solução para aquela pedra. Enquanto refaziam o feitiço pela terceira vez, ouviam a professora corrigindo e brigando com Neville, que ainda não conseguia acertar nem um terço do feitiço.
- Chega! – gritou McGonagall – A aula de hoje está terminada. Voltem às suas torres, por favor. E você, Neville, menos cinco pontos para a Grifinória.
- Ela definitivamente teve uma péssima noite de sono! – disse Harry a Rony, enquanto ajeitavam o balcão da sala.
De repente, quando os garotos deixavam a sala, a Profª. McGonagall gritou:
- Harry Potter! Preciso falar com você, agora.
- O quê você fez agora, Harry? – indagou Rony, rindo.
Harry foi se aproximando aos poucos, até chegar perto da mesa da mestra. A professora não parecia muito bem.
- Sr. Potter, escute. Este ano, vocês têm de arranjar um goleiro e capitão para o time da Grifinória. Não tive a chance de falar com os irmãos Weasley, por isso estou dizendo isso a você. Lembrem-se que não têm mais Olívio Wood para ajudá-los.
- Claro, professora. Como a senhora desejar. – respondeu Harry, que havia se esquecido deste detalhe.
