Capítulo 5 - Não Consigo Esquecer Seu Olhar

Kagome: Inu-Yasha... Ele já está daquele há muito tempo...(Observava Miroku que permanecia parado, sentado ao lado do riacho). Vai falar com ele...

Inu-Yasha: E dizer o quê, Kagome? Você sabe que não sou muito bom de conversa.

Kagome: Eu sei lá, mas vocês dois são homens... Ele vai se sentir mais à vontade para falar com você do que comigo ou com o Shippou... Ele precisa desabafar, Inu-Yasha...

Inu-Yasha: Está certo... (Levantou-se e foi até onde estava Miroku. Sentou-se ao lado dele e também ficou observando as águas) Parece que o antídoto que Kagome lhe deu já fez efeito...

Miroku: É, fez sim...

Inu-Yasha: Miroku... eu estive pensando... Será que não tem um jeito de tirá-las de dentro daquele monstro?

Miroku: (Sem desviar o olhar das águas). Ele disse que ela faria parte dele... Miserável... (Seu corpo tremia). Por mais que eu tente, não consigo esquecer seu olhar... seu sorriso... (Levantou seu olhar para as estrelas). Eu fui mesmo um idiota... Achei que tínhamos todo o tempo do mundo... Eu sequer pude abraçá-la e dizer-lhe que... (Suas palavras estavam embargadas pelas lágrimas e o restante da frase ficou preso em sua garganta).

Inu-Yasha ficou sem saber o que falar, pois ele mesmo não saberia o que faria se algo acontecesse a Kagome.

Miroku: Você tem muita sorte, Inu-Yasha... Eu quase invejo você... (Levantou-se).

Inu-Yasha: Miroku...

Miroku: Já chega de ficar me lamentando... A morte dela não será em vão.

Inu-Yasha concordou com a cabeça e olhou para Kagome sentada ao lado da fogueira.

*****

Kagome: O quê? De jeito nenhum!

Inu-Yasha: Kagome, por favor, eu estou te pedindo!

Kagome: Esquece! Eu não vou deixar vocês dois irem sozinhos atrás daquela coisa!

Inu-Yasha: Kagome, deixa de ser teimosa! É muito perigoso! Você e Shippou vão estar mais seguros com a velha Kaede no vilarejo...

Kagome: Mas não vai acalmar meu coração... (O abraçou). Você acha que eu conseguiria ficar longe de você assim?... Sabendo que corre perigo...

Inu-Yasha: Kagome...

Ficaram abraçados por um tempo e, depois, retornaram ao acampamento onde estavam Miroku e Shippou.

Miroku: Hayashaki deve estar bem à nossa frente, vamos ter que nos apressar se quisermos alcançá-lo...

Kagome: Talvez nem tanto... (Mostrou o vidrinho com os fragmentos). Afinal de contas, ele está atrás disso, não está?

Miroku: Tem razão... (Seu rosto era inexpressivo e sombrio. Sua mente e seu coração eram tomados por um único sentimento). "Eu vou vingar sua morte, Sango... Nem que eu morra por isso...".

***** FlashBack *****

Miroku e Sango caminhavam em direção a um vilarejo. Receberam notícias de que estava sendo atacado por um youkai. Já que Inu-Yasha e Kagome ainda não haviam voltado, deixaram Shippou com Kaede.

Sango: Miroku, que tipo de youkai você acha que é?

Miroku: Pelo o que aquele homem disse, é bem poderoso, mas ele mesmo não o havia visto.

Sango: Espero que seja algo que valha a pena... Tem sido muito chato com Inu-Yasha e Kagome fora tanto tempo. É bom ter um pouco de emoção para variar, você não acha? (Sorriu para ele).

Miroku: Você teria toda a emoção de que precisa se tivesse um filho meu... Para falar a verdade, nós poderíamos aproveitar essa oportunidade... (Foi interrompido por um cascudo de Sango).

Sango: Ai... Ai... Você não tem jeito mesmo... Como é que você espera que alguma mulher o leve á sério assim, Miroku?

Miroku: (Com a mão sobre o galo). Não preciso que me leve a sério, Sango. Só que tenha um filho meu.

Sango: (Deu de ombros, meio decepcionada e saiu caminhando). Pois isso é mesmo uma pena...

Miroku: Hei, Sango! (Correu atrás dela). O que você quer dizer?

Sango: (Esnobando). Nada! Você é um tonto!

Miroku: Mas por que você está tão zangada?

Sango: Zangada? Eu? Por sua causa? Humph! Não me faça rir!

Miroku: (Com um sorriso maroto). Você quer ter um filho meu, não quer?

Sango: (Virou-se, tirando o osso voador de suas costas). Agora já chega! Se um cascudo não foi suficiente, talvez o meu osso voador seja...

Miroku: (Largou seu bastão e colocou as mãos atrás da cabeça). Você não atacaria um servidor de Buda desarmado, atacaria? (Percebeu um sorriso malicioso no rosto dela). Sango?

Pelas copas das árvores, muitas folhas, galhos e alguns pássaros foram arremessados para cima, com a força do osso voador.

Miroku: (Protegendo a cabeça com as mãos). Você ficou maluca? (Foi até ela e a encarou. Ela estava bem calma). Eu não acredito que você tentou me acertar com a aquela coisa?

Sango: Exterminadores não tentam, Miroku...

Miroku: Você... Você errou de propósito?

Sango: (Deu um suspiro). Abaixe-se!

Miroku: Mas...

Sango colocou rapidamente as mãos sobre os ombros dele e o forçou a ajoelhar-se. O retorno do osso voador abriu uma trilha barulhenta pela mata em sua direção. Então, ela ergueu sua mão e com exímia habilidade, o segurou e depois o prendeu novamente nas costas.

Miroku: (Sentado no chão com cara de bobo). Você não pretendia me acertar, não é mesmo?

Sango: (Sentou-se de frente para ele e aproximou o rosto do dele). Quando eu quero fazer alguma coisa, Miroku, eu faço...

Ficaram se olhando por uns poucos segundos. Não havia nenhum som que pudessem ouvir, a não ser pelas batidas dos próprios corações. Seu transe foi interrompido por uma explosão e puderam ver uma coluna de fumaça destacar-se acima das árvores.

Miroku e Sango: O vilarejo! (Correram na direção da fumaça).

***** Fim do FlashBack *****

A luz do dia chegou e Miroku pôde sentir os primeiros raios-de-sol em seu rosto. Ao contrário de seus amigos, que dormiam tranqüilamente ao redor da fogueira, ele mal conseguira fechar os olhos. Kagome e Inu-Yasha dormiam abraçados, pareciam ter se acertado. "Que bom para eles... Para mim não há mais volta... Só há uma forma de estar com ela novamente..." Olhou para sua mão direita e a segurou contra o peito. "Naraku! Seu maldito! Finalmente você me venceu... Mas, primeiro, Hayashaki vai ter o que merece! Eu juro!" Inu-Yasha acordou, soltou Kagome e sentou-se ao lado do monge.

Inu-Yasha: Miroku...

Miroku: Eu estou bem, Inu-Yasha.

Inu-Yasha: Mas não parece... Sabe, você tinha razão quando disse que eu tinha sorte. Eu tenho sorte porque Kagome foi forte o suficiente para sobreviver. Ela sobreviveu ao Sesshoumaru, a Kikyou e está sobrevivendo ao Naraku... Sango também é muito forte, Miroku... De algum jeito...

Miroku: (Com um triste sorriso nos lábios). Obrigado, Inu-Yasha... Mas eu não quero ter falsas esperanças.

Inu-Yasha: Então, é isso? Vai se dar por vencido?

Miroku: Não estou me dando por vencido, meu caro. Estou sendo realista... Mas aquele monstro vai pagar pelo que fez... (Notou que Kagome e Shippou despertavam). Vamos embora. (Levantou-se e começou a apagar a fogueira). Já está claro o suficiente para prosseguirmos.

Todos arrumaram suas coisas e se puseram a caminhar na direção que Miroku havia visto Hayashaki seguir.

Kagome: (Sussurrando para Inu-Yasha). E então?

Inu-Yasha: (Com um olhar desconfiado para Miroku, que estava mais à frente com Shippou). Eu não sei não, Kagome... É melhor ficar de olho nele...

Enquanto caminhava, Miroku só tinha uma imagem em sua mente: o doce olhar de Sango...

Autora: By Mandora

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