Capítulo 9 - O Segredo do Inimigo Oculto

Hayashaki: O que pensa que vai fazer, monge inútil? (Tentava disfarçar, mas os danos que a flecha de Kagome lhe causara eram bem visíveis).

Miroku: Por que perguntar se você já sabe a resposta? (Apontou seu braço direito para a criatura). Buraco do vento!

Hayashaki: (Começou a ser puxado pelo buraco do vento). Seu idiota! Se me destruir, todas as pessoas dentro de mim também morrerão! É isso o que quer?

Miroku: (Se deu conta de que jamais a veria novamente e uma lágrima escapou de seus olhos). Não... Mas não posso permitir que você mate mais gente inocente...

Subitamente, Miroku foi arremessado para longe por uma das raízes de Hayashaki, repleta de farpas envenenadas, e caiu inconsciente.

Inu-Yasha e Kagome: Miroku!

Hayashaki: Preocupe-se consigo mesmo, hanyou! (Aprofundou ainda mais a raiz no corpo de Inu-Yasha).

Kagome: Seu monstro! Eu jamais vou te perdoar!

Hayashaki: Como se você pudesse fazer alguma coisa agora, sacerdotisa!

Kagome: Pare de me chamar desse jeito!

Hayashaki: Ora, mas você não é a reencarnação da sacerdotisa Kikyou? Vocês são idênticas!

Kagome: "Como ele pode saber disso? Será que Naraku se deu ao trabalho de contar isso para ele?" (Balançou a cabeça de um lado para o outro). Não me compare àquela mulher! (Não tinha mais seu arco, mas a bolsa de flechas ainda estava presa às suas costas. Puxou uma delas). A sua maldade acaba aqui! (Cravou sua flecha no galho que a envolvia).

Hayashaki pareceu sentir muito mais dessa vez. Seu rugido ensurdecedor ecoou pela floresta e ele começou a mover-se desorientado de um lado para o outro. Acabou por soltar Inu-Yasha, que caiu sobre os joelhos, manchando o solo com seu sangue. Havia um buraco enorme do lado direito de seu peito. Abraçou o ombro com a mão esquerda, tentando conter a hemorragia. Viu que Kagome mantinha sua flecha presa ao galho com todas as suas forças. Um brilho poderoso vazou por aquela flecha, como tinta de uma caneta, e começou a espalhar-se pelo galho. Ela pôde sentir o galho afrouxar, só um pouco, mas seria o suficiente para escapar. Então olhou, cheia de compaixão, para os casulos ainda presos ao corpo de Hayashaki. "Quantos mais? Não posso abandoná-los...". Encarou a face disforme do monstro a sua frente. "Por que não posso ver onde estão os fragmentos? Sinto a presença deles, mas não consigo vê-los... Será que...". Apertou um pouco a vista e percebeu uma estranha aura ao redor de Hayashaki. "Não pode ser!".

Kagome: Naraku!

Inu-Yasha: O quê?

O monstro só fez rir diante deles. Mas sua risada logo deu lugar a um grito de dor, pois Kagome só fazia forçar ainda mais aquela flecha em seu corpo e ele ainda não havia conseguido retirar a primeira que recebeu. Os casulos que estavam pelo chão começaram a transformar-se, e, aos poucos, tomavam formas humanas variadas.

Naraku: Finalmente percebeu! O fragmento daquele youkai era o último que faltava para completar a Jóia de Quatro Almas e agora eu a possuo inteira, dentro de mim! Não preciso mais destes corpos!

Aqueles, que pareciam serem os últimos casulos presos àquela criatura, foram libertados, caindo ao solo.

Kagome: Então era por isso que eu não a via! Ela está fundida ao seu corpo! Mas sua presença ainda é forte... (Percebeu que alguns casulos tomaram a forma de seus amigos desaparecidos. Sango, Kirara, Shippou e Kouga surgiram de dentro dos casulos, permanecendo desacordados). "Que bom... Eles estão livres... Mas só há uma forma de detê-lo...".

Olhou para Inu-Yasha cheia de saudade. No olhar dela ele pôde ver seu maior temor. Arrastou-se até a Tessaiga e a retirou da terra. Ao seu toque ela se transformou imediatamente. Viu Kagome soltar aquela segunda flecha e retirar uma terceira. Naraku logo tratou de apertar o galho que a prendia para que ela não usasse aquela flecha. Kagome foi envolvida por um brilho avermelhado. Suas forças estavam sendo sugadas por Naraku, através daquele galho, mesmo tendo ela espetado duas de suas flechas no corpo dele. "A Jóia de Quatro Almas... Preciso tomá-la dele...". Sentiu um vento passar por ela e acabou por ser solta. Inu-Yasha havia cortado o galho que a segurava com a Tessaiga. Apesar da parte do galho com a flecha ter sido cortada, Naraku agora se contorcia de dor, pois ele já havia sido contaminado com aquele poder purificador.

Kagome levantou-se e encarou Inu-Yasha. Ele estava parado diante dela, de costas para Naraku. Não correu para abraçá-la, pois temia pedir-lhe para não continuar. Mas sabia o que devia que ser feito, do contrário, todas as vidas perdidas teriam sido em vão. Seu olhar tinha uma tristeza sem fim. A tristeza dele a fez lembrar-se de quando Kikyou morreu. Um pensamento tomou conta de sua mente. Lembrou da noite em que ele havia se transformado em humano e das palavras que ele lhe dissera: "Você não vai me perder... E você já parou para pensar no que pode acontecer se Naraku conseguir reunir a Jóia de Quatro Almas? Kagome, esse mundo no qual você diz se sentir tão segura vai desaparecer. Ou você acha que o futuro seria do jeito que você conhece se nós deixássemos o passado como está? E quanto aos outros? E o Miroku?". Tinha que reaver a Jóia de Quatro Almas, não importava a que preço. Seus olhos encheram-se de lágrimas, mas abaixou o olhar para que ele não as visse. Ele, por sua vez, também baixou o olhar e o vento cobriu seu rosto com seus longos cabelos prateados. Kagome começou a caminhar na direção de Naraku, com a flecha em mãos. Parou ao lado de Inu-Yasha por um instante, mas seus olhares não se cruzaram. Eles apenas seguraram um na mão do outro.

Kagome: Eu te amo...

Inu-Yasha: Eu também te amo...

Ela soltou a mão dele e correu em direção a Naraku. Ele manteve seu punho cerrado, mas não pôde virar-se para observá-la. Em seu peito, nem mesmo o ferimento causava dor maior do que a que sentia em seu coração. Caiu sobre os joelhos e depois desabou sobre o solo. Havia perdido muito sangue e sentia-se fraco. Só escutou uma explosão e sentiu uma luminosidade sem igual. Ao abrir os olhos e virá-los na direção de Naraku, viu Kagome segurando uma pulsante flecha cravada no corpo do monstro. Foi a última imagem que viu.

Naraku: Não vou permitir... que me derrote...

Ele lançou um galho na direção de Kagome, que certamente a atravessaria. Ela cerrou seus olhos. "Eu ainda não terminei!". Ouviu um grande estrondo e ao abrir seus olhos, viu os galhos de Naraku serem feitos em pedaços por um objeto que ela conhecia muito bem. Após um círculo completo ao redor de Naraku, o objeto retornou às mãos de sua dona.

Kagome: Sango!

Sango: (Ergueu-se com certa dificuldade e pegou seu osso voador). Acaba com ele, Kagome!

Kagome: Certo!

Ela foi pressionando a flecha, enterrando-a cada vez mais no corpo de Naraku. Pouco a pouco, ele desfez-se daquela forma e tomou sua forma humana usual. Então Kagome colocou a mão sobre o peito dele e a fez penetrar por sua pele, enterrando-a em seu corpo.

Naraku: Ma... maldi... ta... (Estava paralisado).

Kagome: Me devolva a Jóia de Quatro Almas!

Ela agora tentava com todas as suas forças retirar sua mão de dentro do peito dele, mas parecia que algo a prendia. Seu braço cada vez mais se afundava no corpo de Naraku, como se estivesse sendo sugada para dentro dele. Foi então que sentiu um abraço amigo por traz. Era sua amiga Sango, segurando-a e puxando-a para fora daquele monstro. Ao conseguir retirar sua mão do peito dele, com ela veio a Jóia de Quatro Almas. No começo, seu brilho era de um vermelho escuro e corrompido, mas ao toque de Kagome, foi purificando-se, tornando-se claro. Ela afastou-se dele com o precioso objeto em suas mãos. Incrédulo, Naraku apenas olhou para o buraco em seu peito.

Naraku: Como pôde você... humana... me...

O sangue jorrou do ferimento e seu corpo começou a se espatifar. No final, só restaram pedaços pelo chão. Kagome olhou para a reluzente Jóia em sua mão. "Finalmente!".

Autora: By Mandora

Comentários: bymandora@click21.com.br