O Poder versus A Astúcia: Quando Corvos e Leões se Enfrentam
Por: Lexas & Nanda
Capítulo I - Desfalcados (ou não?)!
Crec.
Todos os jogadores dobram seus pescoços, espantados.
Aquilo não era verdade. Não podia ser.
Mas os gritos eram difíceis de serem ignorados.
Os seis descem, pousando suas vassouras no chão, incrédulos. Assustados, se aproximam desesperadamente dela, observando-a. Um dos apanhadores se amaldiçoava por não ter sido rápido o suficiente. Aquilo era um maldito treino, onde ele estava com a cabeça para não cumprir seu trabalho?
- Cho - o capitão do time se aproximava - me diz que você está bem.
- Eu... ai... eu estou bem, ma ... eu ... eu não sinto... minhas...
Um grito é ouvido por uma das meninas presentes. Não podiam acreditar naquilo.
Segundos depois, ela era imobilizada e levada até a enfermaria
- Céus, mas o que foi que aconteceu?
- Foi minha culpa, madame Pomfrey - o rebatedor dava um passo à frente - eu não impedi que o balaço...
- Rapaz, não quero saber de quem é a culpa! FLORINDA!
- Sim, madame Pomfrey!
- Dê uma ajuda aqui! Essa mocinha parece estar com alguns ossos quebrados! Não se preocupe, meu doce. Estará de volta à ativa antes que possa dizer quadribol. - Ela saca sua varinha e faz a menina levitar até a maca - Florinda, prepare a poção cola-ossos, eu vou pegar algumas ervas com o professor Snape!
- Certo!
- E vocês, fiquem ali fora, precisamos de todo espaço possível - ela manda um olhar de rabo de olho para a nova enfermeira, Florinda. Recentemente formada na escola de medi-bruxos, ainda tinha muito o que aprender, mas, felizmente, haveria muitos ossos para ela consertar naquela escola.
Florinda estava meio em dúvida do que pôr na poção. Pegou os ingredientes que estavam no livro e os misturou ...
- Nossa que cheiro horrível. - Olhou para Cho que estava gemendo de dor. - Bem, vou colocar alguma coisa que dê um cheirinho melhor.
Ela olhou para os frascos que estavam ali e viu um contendo um líquido vermelho-escuro, pegou-o e colocou na poção ... a mistura ficou com cheiro de suco de morango. Florinda sorriu e foi até a cama de Cho e fez a menina beber tudo, sem deixar uma gota.
- Você ficará melhor agora. – Ela sorria maternalmente enquanto saia da enfermaria.
Cho começou a achar estranho quando começou a não sentir seus braços e pescoço. Apenas seus lábios se moviam, ela engoliu a saliva e seus olhos se encheram de lágrimas, algo não estava certo, tinha certeza disso.
Florinda voltou para a enfermaria e foi ver Cho, a menina tentou falar, mas sua voz não saiu. A enfermeira nem reparou neste detalhe e deu a outra dose da poção. Madame Pomfrey estava satisfeita com sua ajudante. Mas o cheiro de suco de morango não saia de suas narinas.
- Florinda.
- Sim?
- Você tomou algum suco?
- Não senhora, por que a pergunta?
- Nada, deve ser impressão minha. Bem, vejamos como está a nossa ... POR MERLIN! - ela fica com os olhos esbugalhados ao ver aquilo. - FLORINDA, O QUE VOCÊ FEZ? - Tocava no pescoço de Cho, assustada. A garota estava totalmente paralisada, sem demonstrar nenhuma reação.
- Ué? Eu só ministrei a receita que a senhora passou, já era até para ela estar de pé e ...
- Você deu a ela a poção cola-ossos?
- Dei.
- Tem certeza?
- Aham.
- E o que mais?
- Nada, ué.
- Deve ter algo errado... ela está dura como rocha!
- Mas eu fiz tudo direitinho! Misturei os ingredientes como estavam no livro, até coloquei uma liquidozinho para dar um gosto melhor, senão ela não iria querer, por que aquilo tinha um cheiro terrível!
- Liquidozinho... gosto melhor - Madame Pomfrey cerrava os olhos para a jovem enfermeira - querida Florinda - ela começava falando calmamente - qual líquido você colocou na poção?
- Esse aqui - ela mostra para Pomfrey um líquido vermelho-escuro, o qual a assustou na mesma hora. Havia alguns dizeres nele, os quais ela supunha que a menina não soube traduzir.
- Florinda - ela batia com os dedos na mesinha, ainda com a cabeça abaixada - sabe ler em Aramaico?
- Hã... não. Não damos isso na escola.
- Bem ... em nosso ramo, muitas vezes temos que procurar soluções nos relatos da antiguidade, pois, às vezes, o remédio que pode curar vidas fora criado há mais de quatro mil anos atrás, mas não adianta de nada se ele estiver em um idioma que nós sequer sejamos capazes de compreender. E mesmo que o entendamos, temos que fazer isso com perfeição, pois podemos acabar criando, ao invés da cura, a doenç ?
- Sim.
- Que ótimo - ela sorria amavelmente, mas em seguida seu sorriso se desfez, revelando um olhar de fúria, com o qual ela fuzilava a moça - POIS VOCÊ COLOCOU ÓLEO DE BASILISCO NA POÇÃO COLA-OSSOS!
- Ops!
Na hora do almoço, Grifinória em peso estava comentando sobre o acontecido com a apanhadora da Corvinal. Harry, Rony e Hermione escutavam tudo com a maior atenção do mundo. Gina encarava Harry de onde ela estava, e via a face preocupada do moreno...
- Ela está paralítica? – Exclamou Neville, surpreso.
- Sim, ela estava toda contorcida. – Sussurra Mary Loup, do quinto ano.
Harry saiu do salão e foi caminhando em direção à enfermaria. Rony tentou ir junto, mas Hermione o segurou. Foi o assunto durante aquele horário, e circulava por estudantes de todas as casas, a exemplo de alguns da Lufa-Lufa:
- Coitada, não poderá jogar. – Diz Susana Bones.
- Ela irá jogar, ouvi dizer que ela já tomou a poção para melhorar. – A colega, Catherine Livis, tentava animá-la, pois sabia que, assim como os lufanos, diversos corvinais se compadeceram o incidente com Cedrico.
- Não sei. Acho melhor irmos para a nossa aula.
- Claro.
As duas passaram rindo por Gina e Amanda, que apenas as olhou de rabo de olho. Amanda Wood, naquele momento, a impediu de fazer qualquer besteira, e a segurou pelo braço.
- Não ligue, Gina.
- Está assim desde que me ouviram dizer que não me importo com a Chang, e olhe que elas não são nem da nossa casa.
- Eu também achei estranho. Credo, você parecia mais uma Sonserina do que uma Grifinória falando aquilo!
- Não vai me dar sermão, não é?
- Não, quem faz isso é padre trouxa. Mas pegou mal, sabe.
- Eu sei, eu sei! Eu quis dizer que ELA já tem QUEM a dê atenção, ok!
Dois alunos da Lufa-Lufa passaram conversando entre cochichos sobre a Cho. As meninas falavam dela como se fosse a deusa da beleza que estava com um corte na mão. E, de fato, a garota era muito querida com todos. Menos, é claro, pelos estudantes da Sonserina, os quais criavam praticamente uma bolha nas suas relações sociais.
- Vou lá na enfermaria fazer uma visita a ela. – comenta aleatoriamente Justino, da Lufa-Lufa – alguém precisa ir.
- Mais o Harry já deve estar lá. – era o comentário de Lilá Brown, a qual possuía alguns amigos daquela casas. – Eu soube que o ano passado ele a convidou para o baile.
- Ah Lilá não começa. – Diz Weasley Harris. – Vá lá com suas amigas e nos deixe conversar sossegados.
- É empatia que isso se chama?
- Ok, não queria ser rude! Desculpe, mas você entendeu!
- Olha só, parece que a namoradinha do Potter se machucou - a mesa da Lufa-Lufa se calou em peso ao ouvir isso, e um silêncio se seguiu nas outras mesas.
Havia um acordo não escrito entre as casas de respeito mútuo em situações com aquela, e isso ultrapassava o campeonato entre as casas. Isso incluía a Sonserina, pelo menos, antes de Harry Potter e Draco Malfoy entrarem na escola.
- Você não tem um pingo de respeito, Malfoy? – um aluno que Draco não conhecia lhe diria a voz.
- É uma tonta mesmo pra se machucar assim durante um treino. -Ele debochava - mas por que se preocupa? Você é da Lufa-Lufa, e mesmo assim, não pode com a Sonserina.
- Ué ... isso é engraçado, sabia - uma outra voz era ouvida, e Draco olhava para os lados, tentando encontrar a origem - Pelo que eu sei, o Potter te dá uma surra no Quadribol há anos, branquelo.
- O que? Quem falou isso? Apareça!
- Pra que? Sei que você vai mandar esses dois brutamontes pra cima de mim, mesmo. Mas mudando de assunto, branquelo... fala a verdade, você passa maquiagem, não é mesmo? Nunca vi um homem com uma sobrancelha tão fina e uma cara tão branca! O Goyle te pinta todo dia quando você acorda, ou você nasceu assim mesmo?
- Grrrr... não vou perder meu tempo com um lixo como você!
- Já está perdendo, branquelo.
Uma risada em massa era ouvida das outras mesas, até mesmo da Sonserina, deixando Draco cada vez mais furioso.
- Apareça! O que foi? Tem medo de dar as caras, é? Eu sabia, não passa de um medroso que só fala, mas não tem coragem de agir! Anda, mostra essa sua cara feia, anda! Quero ver você aparecer na minha frente, seu... seu... seu trouxa!
- Draco... - o aluno da Lufa-Lufa se dirigia a ele - não sei se você percebeu, mas eu acho que o cara já foi embora.
- O que? Maldito! Ah, e daí? Quem se importa com uma Corvinal? Isso não faz a menor diferença para o campeonato de casas!
Enquanto isso, a mesa da Corvinal parecia concentrada em outras coisas.
- Puxa, que pena! Logo a Cho! Era só o que faltava!
- Eu sei, James. Eu sei. Justo agora que o time estava evoluindo bastante... que droga!
- Mas, Carlos... e agora? Sem a Cho, a nossa casa nunca vai ganhar! - uma menina de cabelo rosa batia na mesa - já podemos considerar o campeonato perdido!
- Não digam isso! Mesmo com o time da Corvinal desfalcado, a casa ainda pode ganhar!
- Sei. -Todos da mesa se viram, observando o rapaz que terminava de comer, a qual parecia estar tomando-lhe mais tempo do que o assunto. Enquanto os integrantes do time de Quadribol estavam mais próximos entre si, ele estava um pouco mais afastado, mas perto o suficiente para que sua voz debochada fosse ouvida por todos os presentes.
- Não comece, Yoh - Carlos olhava duramente para o quaternista - não diminua a moral da nossa...
- Moral? - ele dava uma leve risada - Carlos, vem cá... qual foi a última vez que a gente ganhou o campeonato de casas? Vai, me diz.
- Bem... foi antes do...
- Do Potter chegar, não é mesmo? Ou melhor, desde que ele chegou à Hogwarts, a Grifinória tem ganhado sempre os campeonatos. E antes dele, a Sonserina era a campeã absoluta, lembra? Tem mais de dez anos que as duas disputam as casas. E nós, da Corvinal, o que ganhamos? Nada. Nada, mesmo. Nem torneio de Quadribol, nem campeonato de casas... cheguei aqui um anos depois do cara, quando aqueles alunos começaram a ser petrificados. Não me leve a mal, mas Hogwarts virou sinônimo de Harry Potter, isso sim! Enquanto ele estiver aqui, não iremos ganhar nadinha!
- Inveja não faz o seu tipo, Yoh. Nem um pouco. Onde está aquela determinação toda? Não gostava de Quadribol? Não era o primeiro da fila a torcer pelo time?
- Isso mudou um pouco depois que eu vi o Potter dar um "olé" em um Dragão. E, aliás, torce pelo time e gostar do esporte, são coisas diferentes!
- É mesmo? E o que você sugere? "Desculpe, Diretor, mas nós não temos capacidade de vencer Sonserina e Grifinória, portanto, estamos pedindo que nos desclassifique do torneio entre casas e do campeonato de quadribol".
- Seria mais digno!
- Não fala besteira!
- Quais as nossas chances, Carlos? Perdemos o que tínhamos de melhor, a Cho. Justamente ela!Podíamos ter perdido James ou a Rika, que são batedores. Ou outras da artilharia, como Ariel e Miranda. Até rolava a fantástica Julieta, nossas inigualável goleira. Até mesmo você, Carlos, capitão e artilheiro, dava para substituir. Mas não a apanhadora. Admita, a casa está em um beco sem saída.
- Não totalmente - ele dava um sorriso - ainda temos uma alternativa.
- Ah, é? E o que vai fazer? Invocar uma maldição e fazer cair uma tempestade de granizo durante toda a temporada? Ou melhor, torcer para que você-sabe-quem dê as caras e assuste todo mundo?
- Vamos recrutar um novo apanhador!
- É? E por que esse enfoque em "novo"? Por que não uma "nova"?
- Porque você irá fazer o teste... e todos os corvinais aqui presentes que desejarem jogar - as palavras dele se espalhavam como fogo pela mesa da Corvinal, e um murmúrio era ouvido seguidas vezes, até que Yoh, um mero quaternista, terminava de comer e limpava sua boca.
- Isso é por aquela bomba de merda que eu joguei em você no baile do ano passado, quando você estava no maior clima com a Katie da Grifinória, não é mesmo?
- Pode ter certeza de que sim, engraçadinho! Acredite nisso com todas as suas forças!
Assim foi o dia inteiro, toda a atenção para o caso da Cho que, apesar de estar sendo tratado, ainda continuava sério. Harry foi até a enfermaria, mais madame Pomfrey não o deixou entrar. Angelina veio correndo e o puxou pelo braço.
- Vá ao campo agora, escolheremos o novo ou nova goleira.
- Está certo.
- Que cara de desânimo é essa, Harry?
- A Cho, ela...
- Ela vai ficar bem. – Angelina sorriu. – Vamos logo.
- Quem são os escolhidos?
- Apenas dois se inscreveram...
- E quem são?
- Virginia Weasley e Anne Timberky.
- Essa última eu não conheço.
- Ela está no quarto ano, também.
- Ah...
Os dois se dirigem até o campo de Quadribol. Fred, Jorge, Alicia e Katie estavam conversando com as duas escolhidas. Rony e Hermione estavam nas arquibancadas, quando Harry e Angelina entraram correndo no campo.
- Agora podemos começar. – Diz Fred, pegando a goles e a jogando para Alicia.
- Bem, primeiro faremos o teste com a Anne, e depois com você, Gina. - Fala Katie.
- Okay. – Fala a ruiva montando em uma das vassouras e indo até Rony e Hermione.
Anne defendeu bem o gol, o que deixou as artilheiras e os batedores. Harry ficou olhando o "treino", mas seu pensamento estava em uma certa Corvinal que permanecia ferida na ala hospitalar. Logo foi a vez de Gina: a menina estava mais branca do que papel, mas se acalmou ao ver vulto ruivo meio castanho subir correndo até a arquibancada e acenar para ela.
- Vou torcer por você! – Gritava Amanda.
- E eu vou dar meu melhor aqui, pois era você que deveria estar aqui. – Responde no mesmo tom. Devido a um acidente durante as aulas, ela havia quebrado o braço. Já estava recuperado, mas ainda não se sentia confiante para participar.
- Bem, Virginia, é sua vez.
- Fred Weasley, eu vou te atazanar esse ano!
- Veremos!
- Hunf... – Gina deu as costas para o irmão, montou em sua vassoura e voou até as balizes.
- Balaços, podem? – pergunta Jorge com um sorriso maroto.
- Não, não podem. – Corta Angelina. – Vão, meninas.
Alicia e Katie começaram a tentar marcar, mais Gina estava se tornando mais complicada que Anne. Embora a matriarca dos Weasleys não gostasse da ideia da filha praticar um esporte violento, Gina praticou em segredo durante muito tempo, e carregava essa prática no seu estilo de jogo. O teste acabou, e todos foram para o meio do campo, inclusive os três que estavam assistindo.
- Foi ótimo, dou meus parabéns às duas. – Começa Angelina. – será a goleira reserva ok!
- Tudo bem. – Fala Anne sorrindo e cumprimentado Gina, a qual retribuía a mesma expressão?
- Parabéns para você, também. – Anne sai do campo, e os outros jogadores e "telespectadores" ficaram por ali.
- Coitada das outras equipes com goleiras não tão dedicadas a seus postos. – comentava Rony ao acaso, enquanto se levantava.
Todos afirmaram com a cabeça e foram andando novamente para o castelo. Harry cochicha algo com Rony e Hermione e sai na frente. Gina e Amanda escutaram o que ele pensou ter dito baixo. A ruiva deu de ombros e seguiu o caminho com a amiga.
Logo em seguida, os jogadores da Lufa-Lufa cumprimentaram os da Grifinória e foram para o campo treinar.
- Pelo que vi, já acharam um goleiro. – Diz o batedor da Lufa-Lufa.
- Goleiras. – Acrescenta o apanhador do time.
O treino deles começa normal, nada seria mudado no time. Na ala hospitalar, Harry tenta entrar, mas é impedido por Florinda.
- Desculpe, senhor Potter, mas conforme ordens de madame Pomfrey, não deixarei você entrar.
- Mas eu só vou vê-la, é rápido. – Implorou ele.
- Negativo. E saia logo daqui, senhor Potter!
- Está bem!
Florinda voltou para dentro da enfermaria. Harry saiu praguejando a jovem enfermeira. Seguiu para a biblioteca, onde seus amigos estudavam.
Pelos corredores, Gina e Amanda viram de longe Draco Malfoy e seus comparsas. Amanda juntou as mãos e suspirou. A Weasley olhou para a amiga.
- O Crabbe é tão lindo. – Gina se segurou para não rir, mais estava difícil.
- Gosto não se discute. – Falou não escondendo mais a vontade de rir.
- Ah, Gina... – Falou a menina, olhando-a de lado. – Melhor que o Malfoy.
- Amiga, você está precisando urgente ir até a ala hospitalar. Pensando bem, melhor ir agora!
- Por quê?
- Para ver se madame Pomfrey tem alguma poção anti-paixonite aguda.
- Entendi o recado. Mas acho que vou pedir uma dose extra para você – e dava a língua para ela.
- Bem, ela deve ficar melhor daqui há pouco, Harry - Rony comentava enquanto estudava - ouvi falar que só vai ficar paralisada por algum tempo.
- É? Como você soube?
- O Fred pegou uma das passagens secretas e entrou na enfermaria. Parece que a assistente de madame Pomfrey misturou alguma coisa na poção cola-ossos que deixou a Cho paralisada. Felizmente Madame Pomfrey deu um remédio para ela para evitar o problema, mas não deu tempo. Agora ela está esperando algumas plantas da professora Sprout para terminar com o remédio, mas parece que vai demorar algum tempo para ficarem no ponto. Mandrágoras, acho.
- Mandrágoras? Mas..., mas... o que a assistente colocou no remédio?
- Óleo de basilisco, se não me engano.
- O que?! - ele se erguia e a bibliotecária o olhava feio - como é? De onde ela tirou isso?
- E eu sei lá!
- Dá pra vocês dois fazerem silêncio? - Hermione olhava feio também. - Harry, você ficou inconsciente durante muito tempo depois que matou o basilisco, lembra? Ela pode ter tirado isso da sua corrente sanguínea, ou do animal morto.
- É mesmo, agora eu me lembro. O Snape pediu ao Dumbledore um pouco do sangue para suas poções, parece que estava trabalhando em um antidoto definitivo, então eu abri a passagem para eles e... ai, droga! E ela, como está?
- Um pouco melhor. Ao menos, pode se mover da cintura pra cima, mas da cintura pra baixo, nem pergunte. Será que ela pode jogar quadribol assim?
- Claro que não! - Hermione interrompia a conversa deles mais uma vez - ela precisa das pernas, Rony! Em uma partida de Quadribol, tudo conta! Não basta ter uma boa vassoura se você não estiver à altura dela. O movimento do corpo, o ângulo, a desenvoltura, colocação, postura, peso, habilidade individual e capacidade de controlar uma vassoura... ela precisa poder mover as pernas para conseguir melhorar a velocidade, agilidade e desenvoltura durante o jogo. Os corvinais terão que treinar um novo apanhador.
- Não vão conseguir - Harry comentava, apesar de estar mais preocupado com Cho do que com a Corvinal - não tem como conseguirem um apanhador bom o suficiente e treiná-lo para jogar. O próximo jogo da Corvinal é contra a Lufa-Lufa, certo? Bom, podem contar com a derrota, eles não têm a menor chance.
- Hã, Harry - Rony fechava um dos livros - sem querer estourar a sua bola, mas existem pelo menos umas trezentas pessoas aqui na escola que você não conhece, sabia?
- O que quer dizer com isso?
- Ele quer dizer, Harry, que tirando a Cho da Corvinal, o falecido Cedrico da Lufa-Lufa - ela abaixava a voz ao falar nele - O Draco e mais alguns da Sonserina, e alguns da Grifinória que entraram no mesmo ano que a gente, quem mais você conhece da escola?
- Olha, não é bem assim...
- Não? Harry, você não conhece nem mesmo todos os alunos da Grifinória. Eles podem ter ouvido falar no seu nome, dito um "oi" vez ou outra, mas... tirando Neville, Fred, Jorge, Angelina, Katie, Eu, Rony, Gina e mais alguns, você sabe me dizer o nome de todos os outros alunos da Grifinória?
- ...
- Como pensei. - Completava Rony - aonde eu quero chegar com isso? Quero dizer que há muitos alunos que você não conhece, muitos dos quais com habilidades surpreendentes. Lembra quando você foi lá em casa e jogamos Quadribol no jardim? Bom, em muitos lugares as pessoas realizam partidas assim, na verdade, alguns realizam jogos semanais com os vizinhos. Em Hogsmeade, por exemplo, moram famílias e famílias de bruxos, e eles tem até um campo de quadribol onde as crianças participam. E realizam corridas por lá, também.
- Corridas?
- Sim, corridas de vassoura. Quadribol é o esporte mais popular, mas existem outros. Percy e Carlinhos viviam apostando corridas, mas mamãe nos proibiu, dizendo que o terreno não era adequado.
- Ok, digamos que eles consigam alguém para substituir a Cho. Mas o Davies se formou no ano passado, lembram? O time tem um novo capitão, o Carlos Modrach. Trocamos nosso goleiro, mas eles trocaram o capitão do time e, agora, terão que trocar a apanhadora, também. Você está certo, eu não conheço um monte de gente, mas conheço todo mundo que se destaca na aula da madame Hooch, e, na Corvinal, não tem ninguém que chega aos pés da Cho.
- É, está certo. Estão em desvantagem, mesmo.
- Isso só pode ser uma piada! Juro que só pode ser uma! Carlos, isso vai ter volta, eu juro que vai!
- Pare de reclamar! Até parece que o posto já é seu. Vejamos... 1, 2, 3, 4, 5... nossa, 15 candidatos! Belo número, não?
- ...
- Algum problema?
- Nada... apenas resolvi ficar calado, apesar de saber que devia ter feito isso desde o começo.
- Bem, vamos aos testes. Atenção, caros colegas! Para quem não me conhece, meu nome é Carlos Modrach, capitão do time de Quadribol da Corvinal. A todos vocês que vieram aqui fazer os testes, sejam bem-vindos! A todos desejo boa sorte, e bastante cuidado, também! Embora seja um excelente esporte, Quadribol também pode ser bastante perigoso, portanto, peguem suas vassouras e vamos começar!
Todos se adiantaram e pegaram suas vassouras. Pouco depois, os quinze candidatos voavam a alguns metros do chão.
Os testes continuaram. Basicamente, os candidatos tinham que tentar pegar o pomo dourado enquanto James e Rika lançavam balaços contra eles. Um dos candidatos fora atingido violentamente, mas sua queda fora impedida. Outro teve o azar de quebrar a perna, mas madame Pomfrey a consertou na hora - tomando o cuidado para evitar que sua assistente misturasse os remédios novamente - e outra garota quase pegou o pomo, mas quando estava próxima, fora atingida em cheio pelos dois balaços ao mesmo tempo - um na cabeça e outro no estomago –, derrubando-a de maneira tão violenta que ela atingiu o chão e ficou inconsciente, até ser socorrida.
- Ai! Isso deve doer!
- Sua vez, Yoh.
- Olha... dá pra gente voltar atrás? Eu digo para o zelador que fui eu que atirei a bomba... encaro o Snape..., mas tudo, menos isso! Nem é meu esporte favorito!
- Vai lá, Yoh - Carlos dava um tapinha no seu ombro - tentar não custa nada.
- Custa, sim! Olha só praquela coitada ali! Não botaram um limite de idade para entrar no time?
- Primeiro ano. Depois que o Potter entrou no primeiro ano, resolveram testar jovens talentos.
- Deveriam ter colocado sexto ano!
- Yooooooohhh! - um par de braços enlaçam seu pescoço por trás, ao passo que ele ouve aquela doce voz em seus ouvidos - não vai dar pra trás agora, vai?
- Vai ter que ser mais convincente, Julieta - ele sorria para a goleira.
- Ah, Yohzinho - Rika, Miranda e Ariel se aproximavam dele, abraçando-o com força - faça isso por nós, por favor! - elas recitavam em uníssono - se você fizer o teste... nós prometemos ser "bastante legais" com você durante o ano inteiro! - Rika, a batedora de lindos cabelos rosas, estala um beijo bem molhado na bochecha dele, soltando-o em seguida - por favor - ela o encara, dando uma piscada de confiança para ele. A sextanista, devido às suas "proporções", rapidamente consegue a atenção do quartanista.
- Ai... droga! Carlos, saia da frente que é a minha vez!
- É? O que houve? Mudou de ideia? De onde veio tanta confiança? Ou será que de última hora desenvolveu um enorme sentimento de amor pela sua casa?
- Amor uma ova! Estou fazendo isso por interesse próprio! - ele monta na vassoura e sobe alguns metros, ficando parado. Habilmente ele joga o corpo para trás, escapando de um balaço, até que vê um ponto amarelo próximo do chão. Descendo como um foguete, sente um dos balaços bater no rabo da vassoura, tirando-lhe um pouco da direção, mas ele gira o corpo, assumindo o controle novamente. Pouco antes de se esborrachar contra o solo, ele desacelera e sobe novamente.
- Hunf! Um pomo falso... era só o que faltava! Como é que eu não prestei atenção nisso antes?
A chuva de balaços estava se tornando bastante intolerável. James e Rika não eram os batedores por puro acaso, na verdade, jogavam tão bem quanto Fred e Jorge, da Grifinória.
Era por isso e por outros motivos que Quadribol não era seu esporte favorito. Mandava para o inferno todo o esforço, todo o trabalho da equipe, todo o desenvolvimento e táticas do capitão, toda a defesa dos batedores e o trabalho conjunto dos artilheiros... tudo jogado no ralo apenas por causa de uma maldita bola ! Era só pegar isso, e até o melhor dos times poderia ser vencido pelo pior de todos. Não era à toa que Grifinória venceu Sonserina tantas vezes: o time era realmente bom, disso não duvidava..., mas uma única pessoa definia o jogo.
Certo, isso também acontecia em seu esporte favorito, a corrida de vassouras, mas era só ele na corrida e mais ninguém. Ninguém, mesmo. Ele cuidava da vassoura, lustrava, polia, deixava ela em forma, enfrentava os obstáculos em altíssima velocidade... estava tudo nas mãos dele. Não estava deixando de lado toda a habilidade dos demais companheiros.
E não era isso? Afinal, Katie Bell, da Grifinória, era uma ótima jogadora. Com certeza iria jogar na seleção nacional, ou pelo menos, em algum grande time. Mas era revoltante saber que todo o talento dela podia não valer de nada se uma pessoa não pegasse a bolinha dourada.
Outro balaço, só que desta vez, o seguia.
Devia estar enfeitiçado, pensava.
Ele sobe e faz uma curva, percebendo o segundo vindo em sua frente. Descendo bem rápido, nota como ambos o perseguem.
Carlos estava passando da conta dessa vez. Só vira um pomo enfeitiçado naquele jogo em que Potter torceu o braço.
Bom, chega de pensar no Potter. Hora de fazer o que fazia de melhor.
Com Graciosidade, Yoh freia bruscamente a vassoura e os dois balaços passam direto por ele. Não dura muito e voltam, só que desta vez, sendo rebatidos por James e Rika, e com mais potência.
Os olhos dele brilham quando ele avista o pomo, parado no chão.
Na verdade, bem em frente à Julieta.
Os balaços vinham à toda. A não ser que pensasse em algo, iria arriscar Julieta indo pegar o pomo.
Ele sobe e os balaços vem atrás. O primeiro passa bem perto do seu nariz, e o segundo o atinge nas costas, de modo que fica pendurado na vassoura. Yoh se ergue bem a tempo de ver eles voltando, de cada lado. Fica de pé sobre a vassoura e, quando eles se aproximam, salta, escapando por pouco e se sentando novamente na vassoura. Ele mergulha, indo em direção a uma das entradas das carruagens.
- Dona Florinda...
- Fique quietinha, meu anjo. Você precisa de repouso, muito repouso.
- Eu sei, mas... que barulheira é essa?
- Ah, isso? São os gritos dos alunos.
- Gritos de que?
- Parece que estão fazendo alguns testes para o time de quadribol da... hmmm... eles tem uma bandeira com uma ave e...
- É a Corvinal! Essa eu quero ver!
- Você não pode sair, ordens da Madame Pomfrey.
- Pode ao menos abrir a janela e aproximar a cama?
- Não, mas farei uma exceção no seu caso.
Florinda faz o que Cho pediu, e ela se debruça sobre a janela, vendo aquilo.
Hmmm...aquele rapaz até que voava bem com uma vassoura. Nada mal, mesmo.
Mas... não era o Yoh?
Estranho. Podia jurar que ele tinha dito várias e várias vezes que não gostava de Quadribol.
E... nossa! Que mergulho!
Cho arregala os olhos. De onde aquele sujeito surgiu? Não imaginava que ele soubesse voar tão rapidamente assim. E como manobrava bem!
Até parecia que estava acostumado a se desviar de obstáculos em alta velocidade.
O que era comprovado cada vez mais pelos olhos dos expectadores. Ele entra na entrada das carruagens, voando baixo para isso. Agora tinha certeza de que os balaços estavam enfeitiçados, uma vez que o seguiam.
Em determinado momento ele apenas ouve a voz do zelador de maneira bem alta, mas é obrigado a prestar mais atenção quando ele quase bate em uma pilastra.
Yoh continua seguindo pela estrada subterrânea até que, quando percebe, está do outro lado da escola, bem perto da Floresta Proibida. Ele adentra nela, sendo seguido pelos balaços e, em determinado momento, ele sobe o máximo que consegue, observando a floresta enquanto ouve o som dos balaços atingindo as arvores, as quais eram densamente reunidas.
- Será que ele vai conseguir? - Rika se perguntava.
- Espero que sim. E aí, Carlos?
- Eu o conheço desde pequeno. A gente costumava apostar corridas na fazenda do pai dele. É o melhor que a gente pode conseguir no lugar da Cho.
- Acho que não devíamos ter enfeitiçado os balaços...
- Ele é um Corvinal - ele respondia duramente - se não for astuto o suficiente para perceber como os balaços retornam e manobram tão rapidamente, então não vai durar muito.
A resposta veio em seguida. Yoh voava bem baixo, quase tocando na grama como um míssil.
Ele tinha que ser rápido. O pomo estava bem na frente de Julieta, e se ele se atrasasse ainda mais, não pegaria o pomo e ainda a machucaria.
Como imaginava, o pomo subiu e ele foi atrás, sendo seguido pelos balaços, os quais haviam escapado da floresta. O pomo começa a rodear a escola, e ele vai atrás com um dos balaços em sua cola. Na aula de poções, um Lufa-Lufa erra a fórmula e ela explode na cara de Snape, pois o aluno se assustara quando vira o Corvinal passando pela janela feito um raio. Uma janela aberta na aula de transformações da professora Minerva faz entrar um vento forte gerado pela passagem da vassoura que ergue os papéis dos alunos, espalhando-os.
Cada vez mais rápido, ele corre ao redor da escola. Era seu jogo, seu modo preferido. Velocidade, com muitas obstáculos.
O pomo estava bem a sua frente. O balaço cada vez mais próximo. Mais próximo. Mais próximo...
Ele joga a vassoura para cima, desviando-se do outro balaço que vinha pela frente.
Droga!
Tão perto...
Havia algo errado. Mesmo enfeitiçados, havia um limite para a distância que um balaço poderia percorrer. E, também, era necessário haver um contato visual para fazer algo assim. De alguma maneira que ele não imaginava, o balaço o seguia, e meios comuns não o impediriam. E o pior, a velocidade deles aumentava cada vez mais!
Só se...
Ela passa por cima do lago, novamente sendo seguido. Em um rápido movimento, dá meia volta e se desvia dos balaços. Fica surpreso quando eles param em pleno ar e retornam. Voando bem próximo da água, ele vê um polvo se erguer e desvia. Para sua surpresa, os balaços fazem o mesmo.
E lá estava ele, movendo-se cada vez mais rápido. Até que era divertido aquilo, o desafio, os obstáculos...
Ele voa, girando como um parafuso-humano, seguindo o pomo. Ele subia, descia... era incrível aquilo, como aquela bolinha tinha uma capacidade de manobrar surpreendente.
E agora ela estava se aproximando de uma janela.
Yoh muda sua rota, mergulhando e, próximo ao chão, ele faz um ângulo diferente e sobe em noventa graus, indo em direção ao pomo. Iria interceptá-lo exatamente quando estivesse passando pela janela, que calcular que ser perfeito.
Os espectadores seguravam a respiração. Agora seria esse momento, ou então os balaços entrariam na enfermaria e a Corvinal perderia 50 pontos!
Mais perto... mais perto... mais perto...
Yoh salta da vassoura, agarrando o pomo e se segurando na janela, respirando pesadamente. Ao olhar para trás, vê os dois balaços passarem direto por ele e irem em direção à vassoura, atingindo-a e a destroçando, de maneira que param de se mover em seguida.
Carlos merecia um surra, ele pensava. Armou tudo aquilo de propósito! Deve ter feito algum feitiço para fazer os balaços serem atraídos pela vassoura.
- Quer ajuda? - a moça debruçada na janela lhe oferece uma mão e, tomando-a como apoio, ele entra no local, percebendo quem era e onde estava.
- Obrigado, Cho. Como está sentindo?
- Bem melhor agora que eu sei que tenho um substituto à altura - ela sorria enquanto segurava na mão dele, pegando o pomo dourado em sua mão. - Bem astuto de sua parte. O Davies fez o mesmo comigo quando eu fiz o teste para entrar no time.
- Mesmo? Eu não sabia... - ele olhava para a cintura dela - nossa! A coisa foi feia, heim!
- Não posso me mover da cintura pra baixo, mas acredito que na semana que vem eu esteja liberada para assistir Lufa-Lufa versus Corvinal... seu jogo de estreia.
- Hã, Cho... espera, ainda tem mais gente pra fazer o teste e...
- Acho que não - ela apontava para a janela, e ele via, no campo, um número enorme de corvinais, os quais estavam no campo e os que foram atraídos pelo teste, batendo palmas para Yoh, ao passo que Carlos sinalizava positivamente para ele, e as meninas do time lhe mandavam beijos.
- É ... sabe de uma coisa? Acho que vou acabar gostando dessa história de Quadribol...
Nota: Capítulo I revisado. Como estou finalizando "Mais do Que Palavras: Guarde um Tempo Para Viver", resolvi fazer uma revisão nesta fanfic aqui. Não alterei o texto, apenas fiz uma revisão gramatical e ajustes.
E antes que eu me esqueça: deixem seus comentários!
