centerCapítulo 4 – A caixa/center
uNotas da autora:/u Neste capítulo ficanalmente Robert deixa de ser figurante e passa a ser participar na história, embora muito pouco.
Robert, o mordomo - actor português Vítor Norte - http://cvd.no.sapo.pt/bin_imagem_s_5075.jpg
iNo dia seguinte, em Benazir:/i
Maia: Hoje a Hermione não vem? – Perguntou, intrigada, à tia, uma vez que já passava da hora de Hermione chegar.
Nysa: Aparentemente não. Eu vou-lhe fazer uma visita, para saber como ela está.
Maia: Quando?
Nysa: Daqui a algumas horas.
Maia (após uns segundos em silêncio): Não posso ir consigo? – Perguntou esperançada.
Nysa: Não, lamento muito, mas não podes. – Disse, cortante.
Maia (entristecida): Pelo menos mande-lhe cumprimentos meus, e que desejo as suas melhoras e gosto muito dela.
Nysa: Está bem, querida. Eu digo tudo. – Prometeu, comovida.
Maia: Obrigada… - E saiu do escritório da tia, deixando-a pensativa, mas resoluta.
Maia dirigiu-se ao porão, onde estavam guardadas muitas velharias desde há muitos anos. Roupas, móveis, jóias, brinquedos, quadros, livros, e muitas mais coisas antigas. Maia gostava de lá estar porque encontrava sempre algo novo com que se entreter, em contrapartida saia de lá sempre cheia de pó e muito suja. Certa vez até tinha uma teia de aranha no cabelo. Deus sabe quando fora a última vez que aquele porão fora limpo! O "aposento" era enorme, muito grande mesmo, e estava repleto de coisas.
Maia desatou a chorar quando lá chegou. Só lá deixou de conter a dor, e se permitiu a desabafar toda a sua tristeza em lágrimas. Queria muito saber o porquê de viver presa em Benazir, o porquê de nunca poder sair ao mundo. E realmente estava preocupada com Hermione, e queria muito vê-la. Psicologicamente, Maia estava sempre sob uma corsa bamba, pois a educação que tinha recebido, o meio em que tinha sido criada, a solidão, a falta de liberdade, e a sua própria personalidade naturalmente frágil, era mais do que poderia suportar. Ainda assim, era forte e escondia os seus problemas psicológicos da tia e do mordomo.
Quando se acalmou, o que demorou mais de uma hora, Maia resolveu tentar achar algo com que se distrair.
Vasculhando na velharia (e emporcalhando-se toda), Maia tropeçou num trapo qualquer que estava no chão, caindo e derrubando um armário ao tentar segurar-se nele, que caiu sobre ela. A rapariga soltou um grito de dor e de susto. Felizmente, o armário era pequeno e apenas composto de prateleiras.
Maia (gemendo): Ai… Não me consigo mexer… - E foi acometida a um ataque de tosse causado pela quantidade de poeira que havia no ar, levantada pelo acidente. Então, lentamente e com esforço, conseguiu sair debaixo do móvel e de toda a demais tralha que caíra sobre ela.
Quando se levantou Maia percebeu que tinha as pernas ensanguentadas devido a vários arranhões, assim como os braços. As vestes estavam um bocado rasgadas. O pior era sentir o corpo todo dorido e magoado. Estava cheia de dores, e cada movimento era um sofrimento.
Sentou-se num sofá para repousar.
Foi então que reparou numa pequena caixa de metal, quadrada e toda vermelha, cheia de motivos e pedras encrostadas.
Rapidamente dirigiu-se até onde estava a caixa, esquecendo-se do seu estado e tombando duramente no chão, pela sua debilidade. Mas pegou na caixa e observou-a, encantada. Tirou a tampa e viu que estava vazia. «Posso utilizá-la para guardar o que eu quiser!» - pensou, contente.
Com cuidado, levantou-se e foi até ao seu quarto, levando consigo a dita caixa. Pelo caminho, tinha que andar muito devagar e apoiar-se nas paredes. Muitas vezes parava para descansar.
Quando estava quase a chegar ao seu aposento, encontrou-se com Robert, o mordomo.
Robert: Menina, olhe a figura em que está! Toda suja, cheia de arranhões e tão corada. – Exclamou, surpreendido e preocupado. Nem reparou na caixa, que Maia, inconscientemente, escondeu detrás das costas. – Venha comigo, temos que tratar dessas feridas.
Maia: Não, não, Robert, não é necessário. Eu estou bem, e posso tratar de mim sozinha. Só preciso de um bom banho, das feridas eu trato.
Robert: Nem pensar, menina! – Disse, num tom que não admitia discussão – Vem já comigo e vamos tratar já dos seus arranhões!
Maia: Está bem, está bem… - Aceitou, resignada – Mas eu só vou rapidamente ao meu quarto fazer uma coisa. – E, sem esperar resposta, entrou no seu quarto e guardou a caixa numa gaveta da sua cómoda. Logo em seguida saiu fechando a porta.
Robert (desconfiado): O que é que a menina foi fazer?
Maia: Nada de importante! Vamos? – E começou a andar, tentando fazer um esforço para aparentar que estava melhor do que na realidade estava.
uNotas da autora:/u Neste capítulo ficanalmente Robert deixa de ser figurante e passa a ser participar na história, embora muito pouco.
Robert, o mordomo - actor português Vítor Norte - http://cvd.no.sapo.pt/bin_imagem_s_5075.jpg
iNo dia seguinte, em Benazir:/i
Maia: Hoje a Hermione não vem? – Perguntou, intrigada, à tia, uma vez que já passava da hora de Hermione chegar.
Nysa: Aparentemente não. Eu vou-lhe fazer uma visita, para saber como ela está.
Maia: Quando?
Nysa: Daqui a algumas horas.
Maia (após uns segundos em silêncio): Não posso ir consigo? – Perguntou esperançada.
Nysa: Não, lamento muito, mas não podes. – Disse, cortante.
Maia (entristecida): Pelo menos mande-lhe cumprimentos meus, e que desejo as suas melhoras e gosto muito dela.
Nysa: Está bem, querida. Eu digo tudo. – Prometeu, comovida.
Maia: Obrigada… - E saiu do escritório da tia, deixando-a pensativa, mas resoluta.
Maia dirigiu-se ao porão, onde estavam guardadas muitas velharias desde há muitos anos. Roupas, móveis, jóias, brinquedos, quadros, livros, e muitas mais coisas antigas. Maia gostava de lá estar porque encontrava sempre algo novo com que se entreter, em contrapartida saia de lá sempre cheia de pó e muito suja. Certa vez até tinha uma teia de aranha no cabelo. Deus sabe quando fora a última vez que aquele porão fora limpo! O "aposento" era enorme, muito grande mesmo, e estava repleto de coisas.
Maia desatou a chorar quando lá chegou. Só lá deixou de conter a dor, e se permitiu a desabafar toda a sua tristeza em lágrimas. Queria muito saber o porquê de viver presa em Benazir, o porquê de nunca poder sair ao mundo. E realmente estava preocupada com Hermione, e queria muito vê-la. Psicologicamente, Maia estava sempre sob uma corsa bamba, pois a educação que tinha recebido, o meio em que tinha sido criada, a solidão, a falta de liberdade, e a sua própria personalidade naturalmente frágil, era mais do que poderia suportar. Ainda assim, era forte e escondia os seus problemas psicológicos da tia e do mordomo.
Quando se acalmou, o que demorou mais de uma hora, Maia resolveu tentar achar algo com que se distrair.
Vasculhando na velharia (e emporcalhando-se toda), Maia tropeçou num trapo qualquer que estava no chão, caindo e derrubando um armário ao tentar segurar-se nele, que caiu sobre ela. A rapariga soltou um grito de dor e de susto. Felizmente, o armário era pequeno e apenas composto de prateleiras.
Maia (gemendo): Ai… Não me consigo mexer… - E foi acometida a um ataque de tosse causado pela quantidade de poeira que havia no ar, levantada pelo acidente. Então, lentamente e com esforço, conseguiu sair debaixo do móvel e de toda a demais tralha que caíra sobre ela.
Quando se levantou Maia percebeu que tinha as pernas ensanguentadas devido a vários arranhões, assim como os braços. As vestes estavam um bocado rasgadas. O pior era sentir o corpo todo dorido e magoado. Estava cheia de dores, e cada movimento era um sofrimento.
Sentou-se num sofá para repousar.
Foi então que reparou numa pequena caixa de metal, quadrada e toda vermelha, cheia de motivos e pedras encrostadas.
Rapidamente dirigiu-se até onde estava a caixa, esquecendo-se do seu estado e tombando duramente no chão, pela sua debilidade. Mas pegou na caixa e observou-a, encantada. Tirou a tampa e viu que estava vazia. «Posso utilizá-la para guardar o que eu quiser!» - pensou, contente.
Com cuidado, levantou-se e foi até ao seu quarto, levando consigo a dita caixa. Pelo caminho, tinha que andar muito devagar e apoiar-se nas paredes. Muitas vezes parava para descansar.
Quando estava quase a chegar ao seu aposento, encontrou-se com Robert, o mordomo.
Robert: Menina, olhe a figura em que está! Toda suja, cheia de arranhões e tão corada. – Exclamou, surpreendido e preocupado. Nem reparou na caixa, que Maia, inconscientemente, escondeu detrás das costas. – Venha comigo, temos que tratar dessas feridas.
Maia: Não, não, Robert, não é necessário. Eu estou bem, e posso tratar de mim sozinha. Só preciso de um bom banho, das feridas eu trato.
Robert: Nem pensar, menina! – Disse, num tom que não admitia discussão – Vem já comigo e vamos tratar já dos seus arranhões!
Maia: Está bem, está bem… - Aceitou, resignada – Mas eu só vou rapidamente ao meu quarto fazer uma coisa. – E, sem esperar resposta, entrou no seu quarto e guardou a caixa numa gaveta da sua cómoda. Logo em seguida saiu fechando a porta.
Robert (desconfiado): O que é que a menina foi fazer?
Maia: Nada de importante! Vamos? – E começou a andar, tentando fazer um esforço para aparentar que estava melhor do que na realidade estava.
