2-Um fio de esperança

Logo, os dois se deram conta de que a melhor opção era entrarem na sala (ainda não haviam se dado conta de quem era o outro, pois certamente, se soubessem, prefeririam ter morrido ao ter que entrar no mesmo local).

Assim que entraram, minutos silenciosos seguiram-se durante um longo tempo. Draco procurava o interruptor, enquanto a ruivinha descansava em um canto da pequena sala. Sem entender bem o porquê, nenhum dos 2 havia feito qualquer tentativa de descobrir quem era seu "companheiro". "Talvez seja melhor assim" - pensavam ao mesmo tempo.

Não demorou muito, até que Draco finalmente encontrasse o *interruptor*. Depois de acendê-lo, o sonserino olhou miseravelmente para a grifinória:

- Espere aí...você é uma Weasley?!

- Malfoy?!

- O que você está fazendo aqui? - indagou Draco com a pior cara de nojo que poderia ter feito no momento.

Gina levantou-se e o encarou. Foi o suficiente para Draco reparar em toda a beleza da garota. Reparava em seu corpo por debaixo da camisola e notava o quanto aqueles olhos castanhos brilhavam. "Ah, se ela não fosse uma Weasley...".

Ela, por sua vez, também pôde reparar em certas coisas que jamais havia reparado em Draco. Via como ele era forte, como seus cabelos caiam perfeitamente bem sobre seus olhos azuis acinzentados e que por debaixo daquele olhar frio e assustador, talvez pudesse haver algum sentimento. "Gina, ele é um sonserino!!!E pior, um Malfoy! Malfoys não têm tempo para sentimentos, sua tola!" - a garota culpava-se, sem notar que Draco ainda aguardava uma resposta.

- O que foi??Ficou surda agora, é, Weasley?! - ele olhou-a friamente, apesar da sensação estranha de que algo revirava em seu estômago a cada vez que a olhava.

- O que VOCÊ está fazendo aqui?! - Gina indgnou-se por estar sendo interrogada.

- Ah...agora lhe devo....satisfações, Weasley?!

- Se não me deve satisfações, então cale a boca e não me faça perguntas. - ela estava assustada consigo mesma pelo modo com que falara com ele, pois sempre fora muito doce e costumava medir as palavras antes de dizê-las (ao contrário dele) - agora, se me dá licença, eu tenho mais o que fazer, já vou indo.

Gina já havia se virado de costas, pronta para livrar-se daquele pesadelo, quando ouviu atrás de si:

- Espere!- Draco chamou-a como que num impulso, sem perceber o que dizia.

- O que você quer? - ela perguntou, ficando irritada com a situação. Mas logo que virou-se, ela pôde perceber algo. Como num flash de luz, um raio os iluminou. Gina reparou que Draco, assim como ela, estava com os olhos marejados de lágrimas. "Talvez seja apenas reflexo da luz..."

- Malfoy você estava....estava chorando?! - perguntou esquecendo-se de que a pessoa a quem se dirigia era um Malfoy.

Draco ficou muito sem graça com a pergunta, talvez uma das primeiras vezes na vida em que isto havia acontecido. "Quem ela pensa que é para me perguntar...isto?!"

- Não é da sua conta, Weasley!

Para Gina foi a gota d'água. Ao contrário do que ela pensava, não podia mais se conter e foi ali mesmo que se desmanchou em lágrimas. Como se não bastasse a sua vida já ser um desastre total ainda teria que aturar as ofensas daquele nojento sonserino?!Será que nem uma vez na vida alguém pode respeitá-la?! Ele por acaso tinha noção do quanto a magoara com apenas poucas palavras?!

O garoto começou a desesperar-se ao assistir aquela cena. Não sabia o que fazer, afinal, nunca havia realmente se importado em ver garotas chorando. Esperava qualquer reação, algo como um tapa ou um berro, mas vê-la chorando, ah, isto já era demais para ele. Talvez se fosse qualquer outra garota (alguém como a Parkinson), ele já teria a deixado por lá mesmo, chorando sem parar. Mas com ela, era diferente, ele não sabia o porquê, mas era diferente.

Ela possuía um brilho diferente no olhar, como num gesto suplicante de ajuda. Não podia simplesmente deixá-la ali, sozinha.

- Ah....tadinha da Weasley! -dizia Draco com ironia- Agora vai se desmanchar em lágrimas só por causa do que eu te disse, é?! - infelizmente ele jamais mostraria seu outro lado, nem para ela, nem para ninguém- qual vai ser sua próxima atitude, chamar o "garoto-que- sobreviveu" para te consolar, é?!Ah, já ia me esquecendo...ele deve estar ocupado demais com Chang para te dar alguma atenção, não é mesmo?!...

Ao contrário das expectativas do garoto, ela não teve reação alguma, apenas continuou chorando com cada vez mais intensidade. O tempo foi passando e cada segundo parecia uma eternidade para os dois, o que tornava aquele silêncio sufocante.

Draco sem noção do que fazia, aos poucos foi escorregando pela parede e sentou-se ao lado de Gina, ambos, já sem força alguma, nem ao menos para trocar ofensas.

Ele sentia pena da garota, enquanto ela estranhava a situação. "Se alguém me falasse a poucas horas atrás que eu estaria na mesma sala que um Malfoy, chorando feito uma besta com ele sentado ao meu lado no chão, eu riria até explodir."

Draco sentia cada pedaço de seu corpo ardendo como se estivesse em chamas. Nunca havia sentido aquela sensação antes, e a vontade de beijar Gina crescia cada vez mais. Mas ao contrário das vezes em que estivera com garotas, a vontade de beijá-la não era algo apenas carnal, era algo muito inocente, uma vontade desesperada de poder estar mais perto dela e tirá-la de suas lágrimas.

A garota percebia que ele a observava, e sentia-se incomodada. Sua cabeça parecia que poderia explodir a qualquer momento de tanto que doía.Lentamente Gina levantou sua cabeça e olhou dentro dos olhos de Draco, notando um brilho intenso dentro destes.

Ele sentia como se ela pudesse enxergar dentro de sua alma. Aquilo doía tanto para ele, quanto para ela. Era uma situação difícil de se explicar.

Aos poucos, Gina fechou os olhos como que num gesto de fraqueza e inclinou sua cabeça. Draco persistia em querer beijá-la, mas pensava no que poderiam dizer caso descobrissem aquilo. "Dane-se o resto do mundo, não agüento mais!"- foi o último pensamento que teve.

O garoto ergueu o queixo dela com muita ternura (o que realmente parecia impossível vindo de um Malfoy). Os dois voltaram a se encarar e finalmente aconteceu.

De início, seus lábios roçaram-se de leve, mas aos poucos, um pôde sentir a língua do outro adentrando sua boca, "sem pedir licença". Suas línguas brigavam furiosamente, como duas serpentes.

Gina agarrava-se ao pescoço de Draco e não tinha a mínima noção do que fazia, ou deixava de fazer. Ele por sua vez, deslizava as costas da garota com a mão esquerda, enquanto a outra acariciava seus cabelos.

Tudo parecia um sonho, talvez um sonho que durasse por toda eternidade, talvez não durasse segundos, o destino é quem iria decidir.

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N/A: *Gente!!!Por favor, ME DESCULPEM PELO "INTERRUPTOR"!!!! Também, neh...eh nisso q dá esta minha maldita mania trouxa!!!rs

Bom, tirando a parte trouxa, o q acharam?Ficou bom??Mais uma vez: espero reviews! Bjs.