"…" – Fala.

'…' – Pensamentos.

*§*§ – Flashback.
Corações Partidos

Capítulo III

Sakura estava ao lado de Shaoran no carro. Haviam acabado de sair do Hospital e passaram em uma farmácia para comprar alguns antitérmicos. Estavam em silêncio. Ela se sentia constrangida, como se estivesse abusando da generosidade do rapaz.

Ele a observava com o canto dos olhos uma vez ou outra. Percebeu que ela não estava muito à vontade.

"Diga–me Srta. Kinomoto…" – disse iniciando um diálogo. A menina pulou no banco do carro – "Ah,… desculpe… não queria assustá–la!".

"Não se preocupe, Sr. Li…" – suspirou melancólica – "O que ia falar?…" – perguntou fitando gentilmente o rapaz que a observava, já que estavam parados em uma sinaleira.

"Você não é de Minamata,… pelo que eu pude entender…" – comentou.

"Sim, … eu sou de Tomoeda… fica próxima à capital!" – pareceu relaxar um pouco – "e você?".

"Eu sou de Hong Kong,… estou de férias…" – a menina riu um pouco – "O que foi?…" – ergueu uma sobrancelha.

"Não é uma escolha comum para passar as férias de inverno!" – passou a mão pelo cabelo. Ele sorriu.

"E você o que faz aqui?" – arrependeu–se imediatamente de ter perguntado. Ela voltou a se retrair olhando para os pés.

"Estou tentando superar uma fase difícil de minha vida!" – disse olhando para frente. Respirou fundo e virou–se para ele um pouco constrangida – "Seria abusar muito,… pedir–lhe para passar em um lugar antes de irmos para a pensão?".

"Claro que não!" – ela sorriu.

"Então poderia virar à esquerda na próxima rua?" – pediu, ele acenou com a cabeça confirmando.

Pararam cinco minutos depois em frente a um prédio azul, tendo na fachada um toldo branco, várias mesas e cadeiras na calçada, que nesse horário encontravam-se vazias.  

"Uma sorveteria?" – perguntou intrigado. Ela confirmou.

"Quer também?" – ele negou com a cabeça. Ela ergueu os ombros – "Quando eu era menor, sempre que eu estava triste com alguma coisa, meu pai me levava numa sorveteria e dizia: 'Esfrie a cabeça com três bolas de sorvete, coloque calda de chocolate por cima e algumas balinhas para alegrar seu dia!'…" – ela sorriu – "Sentávamo-nos para tomar o sorvete e conversávamos bastante,… eu sempre me sentia melhor!…" – suspirou – "Já fazia algum tempo desde a última vez que eu precisei disso!…" – ficou envergonhada – "Ai desculpe,… acho que você não está interessado nisso…" – olhou para o prédio, melancólica – "Você espera alguns minutos?".

"Sim… pode ir tranqüila!" – olhou-a descer do carro com um sorriso de agradecimento.

"Não demoro!".

Ficou pensando nas palavras dela.

'Será que funciona?' – perguntou-se balançando a cabeça – "Não custa tentar,… não é mesmo?" – desceu do carro e o trancou, seguindo para o interior da loja.

Sakura pagou e levando a taça até uma das mesas sentou-se. Levou a primeira colher com sorvete para a boca.

'Não sei se vai funcionar dessa vez!…' – pensou suspirando. Quando ia levar a segunda colherada à boca, sentiu uma mão repousar sobre seu ombro. Olhou para trás e viu Li, com uma cesta e sorvete na mão.

"Acho que vou experimentar essa sua terapia…" – sorriu – "Posso me sentar?".

"Claro!" – ela ficou observando–o se sentar – "Será que não gostaria de me dizer o que está atormentando-o?…" – ele a olhou um pouco triste – "O meu problema você não pode resolver…" – tratou de esclarecer – "mas eu poderia tentar te ajudar…".

"Não se preocupe… tudo o que eu preciso agora é esquecer…" – começou a comer o sorvete. Ela o fitou e voltou ao seu próprio sorvete.

"Talvez o tratamento para nossos problemas seja o mesmo!" – disse baixinho sem olhar para ele.

'Talvez…' – ele pensou fitando–a com o canto dos olhos.

Passaram a maior parte do tempo em que estavam na sorveteria em silêncio. Mas não era um silêncio incômodo, para nenhum do dois. Eles aproveitavam para pensar em algumas coisas.

Depois que saíram da sorveteria, voltaram a percorrer o caminho que levava para a pensão onde Sakura estava hospedada.

"Quanto tempo pretende ficar em Minamata Sr. Li?" – ele fez uma careta quando ela terminou de falar.

"Isso não está nada bom!" – comentou – "Será que poderia me chamar de Shaoran?" – perguntou um pouco corado.

"Claro!… Contanto que me chame de Sakura está bem!" – ele concordou – "Mas então… quanto tempo ficará na cidade?".

"Eu acho que por um mês,… um pouco mais talvez!" – olhou-a de relance – "Por que a pergunta?".

"Você não conhece ninguém na cidade,… não é mesmo?".

"Apenas você…" – sorriu ao vê–la levar a mão até a cabeça, constrangida.

"Você me entendeu!" – olhou para a paisagem que passava pela janela do carro – "O que acharia se eu te convidasse para darmos uma volta amanhã?".

"Seria ótimo!…" – disse sorrindo um pouco.

"Ai que bom!" – ela comemorou olhando para ele – "É ali na frente…" – apontou para uma casa de dois andares, branca.

"É bastante acolhedora!" – olhou para a casa, parando o carro.

"É sim…" – abriu a porta do carro e depois olhou para o rapaz – "Eu agradeço por ter salvado minha vida Shaoran,… agradeço também por ter me tirado daquele hospital…" – arrepiou-se um pouco, fazendo–o rir – "E pela sua companhia!".

"Sou eu quem tem que agradecer…" – sorriu para ela – "Afinal você é, com toda certeza, melhor companhia que eu!".

"Não é para tanto!" – mordeu o lábio inferior sorrindo – "Nos vemos amanhã então?" – perguntou. Ele consentiu.

"Que horas passo aqui?" – perguntou.

Ela pensou um pouco – "Pode ser às oito?".

"Perfeito!" – sorriu e a viu descer do carro – "Até amanhã, Sakura!".

"Até amanhã!" – ficou acenando até que o carro desapareceu de vista. Entrou na pensão. Teria que fazer algumas ligações. Seu irmão com certeza estaria subindo pelas paredes, e havia prometido para sua prima, Tomoyo, que ligaria para ela na noite anterior. Sorriu pensando em um par de olhos chocolate.

'Espero que possamos ser bons amigos,… Shaoran!' – desejou internamente subindo para seu quarto.

Continua…

********************

N/A – Apenas amigos?… Nossa! Sakura se conforma com pouco, hein! Para sorte dela eu sou um pouco mais persistente… Hehehe…

Outro capítulo bem curtinho!…

Bem, gostaria de agradecer ao pessoal que tem deixado reviews… Isinha, Kirisu-chan, Saki Kinomoto, Jenny-Ci… Felipe S. Kai, Miaka Hiiragizawa e, é claro, a revisora do fic: Rô (acho que não esqueci de ninguém)… fico imensamente feliz por saber suas opiniões! Não posso deixar de agradecer também ao pessoal que lê e não deixa comentário, como o meu maninho Touya*CCSM-C* (meu adorado Monstrengo! ^_^"), afinal é uma questão de opção deixar ou não a opinião.

Estarei esperando reviews (acho que isso vicia…).

Beijinhos.

Yoru.