6 – Entrando em território inimigo

         Apesar de já estar quase na hora do almoço o Sol ainda estava fraco e nada indicava que a temperatura fosse aumentar muito mais. Tudo bem, para uma manhã de começo de verão em Londres era suficientemente bom. O casal que passeava de braços dados e sem rumo não estava preocupado com o clima. Para eles, ainda que chovessem pedras eles não notariam.

         - Aquilo era sério? – Gina perguntou minutos depois que eles deixaram o prédio do Ministério.

         - Aquilo o que? – Draco disse, emergindo de seus pensamentos.

         As maças do rosto de Gina ficaram um tanto rosadas quando ela olhou nos olhos do namorado.

         - Aquilo sobre você querer casar comigo... Era verdade?

         Ela sabia que sim. Afinal, era impossível mentir sob efeito da poção da verdade. Mas ela queria ouvir ele dizer de novo. Era uma oportunidade de ouro e ela não queria perder. Afinal, era Draco Malfoy e ele não saía dizendo essas coisas por aí com freqüência.

         - É verdade. – ele disse percebendo as segundas intenções da ruiva. – Estou sob efeito da poção, lembra? Ainda não acredito que disse aquilo pro seu pai... – ele lamentou balançando a cabeça inconformado.

         Gina riu-se.

         - Acho que ele gostou. – ela aproximou-se mais, desejando por um breve instante que fosse inverno e ela tivesse uma boa desculpa para se enfiar dentro das roupas dele. – E eu gostei também. Gosto de ouvir você dizer essas coisas...

         Ele resmungou qualquer coisa, depois sorriu de uma maneira muito maliciosa que fez Gina se preparar para o que viria a seguir. Bobagem, não tinha jeito de se preparar para as coisas que Draco dizia.

         - Acho que eu vou aproveitar essa poção também... – ele sorriu com o canto dos lábios – Quem é o melhor: Eu – ele disse sorrindo como numa propaganda de pasta de dente – ou o Potter? – ele disse com uma expressão doentia.

         "Não dá pra acreditar!", ela olhou-o com reprovação, mas achou um grande avanço que ele não tivesse cuspido o nome de Harry. Sua língua parecia arder em sua boca, não obstante ela quisesse fazê-la ficar calada. Com um esforço assombroso Gina desviou-se da pergunta.

         - Essa pergunta é muito relativa. Depende do contexto... – disse com um sorriso vitorioso nos lábios.

         Ele deu um sorriso muito astuto e parou de andar, forçando-a a fazer o mesmo.

         - Na SUA opinião. – ele cruzou os braços – Na sua opinião, Weasley, quem é o melhor?

         Gina murmurou algo aparentemente inaudível mas que fez Draco sorrir de satisfação.

         - Como? Eu não escutei? Diga mais alto... – ele provocou.

         - Você! Draco Malfoy é o melhor na MINHA opinião. – ela virou-se de costas muito contrariada e um pouco envergonhada – Essa foi uma pergunta muito boba!

         Ele abraçou-a por trás, apoiando o queixo no ombro dela. Num movimento imprevisto ele a ergueu no ar e deu um giro. O gritinho de Gina atraiu olhares de todos os trouxas que passavam. Quando ele a pôs de volta no chão, voltou-se para os transeuntes com um ar ameaçador.

         - Só estamos namorando! Nunca viram não, trouxas?

         As pessoas olharam surpresas mas voltaram com rapidez ao que estavam fazendo antes. E Draco voltou a abraçar Gina e eles continuaram caminhando.

         - Ainda está brava?

         - Não estou e nem estava... – "Maldita poção da verdade!" – Só acho essa sua obsessão em ser melhor que o Harry muito infantil.

         Ele pareceu considerar o assunto. Quando ele começou a falar, Gina achou que ele ia discutir o assunto de boa vontade, mas logo percebeu que não era tão fácil desenrolar essa questão.

         - E eu acho que deveríamos ir tomar sorvete. Comer mais e falar menos, até o efeito passar. E depois eu preciso ir a Gringotes...

         - Gringotes?! – ela bufou porque esperava algo mais romântico depois de sorvete – Você não pode parar de pensar em dinheiro?

         - Não estou pensando em dinheiro... – ele arrastou irritantemente a voz como costumava(?) fazer quando era(?) criança – Estou precisando de dinheiro. Além disso, é tudo meu, não é? Precisarei passar tudo pro meu nome uma hora ou outra, então, porque não fazer isso agora?

         Bons argumentos, bons demais para serem combatidos. Pelo menos era isso que Draco achava até ver Gina lançar-lhe um olhar estranho, pesado e cheio de significação.

         - Você não quer ver os seus pais? – ela perguntou delicadamente, como se estivesse pisando em gelo fino.

         Se ele não tinha gostado do olhar, tinha detestado a pergunta. Achara-a tremendamente inconveniente, mas nada demonstrou. Tinha o semblante impassível quando respondeu.

         - Meus pais estão mortos Virgínia. – ele deu um suspiro profundo e silencioso – E se você se refere a sepultura deles, eu não pretendo ir até lá. Não faz o menor sentido, o que quer que tenha sido a alma, essência, espirito; ou como você quiser chamar; deles, não está naquele lugar.

         Gina parou a caminhada dos dois novamente. O olhar dela tinha se tornado mais profundo e mais triste. Draco não compreendeu. Ele tinha sido frio não tinha? Ele tinha certeza que tinha! Ora... então porque ela continuava a olha-lo daquele jeito?

         - Me desculpe... – ela disse baixinho, apertando as mãos geladas do rapaz – Eu fiquei aqui falando essas coisas bobas e me esqueci de te apoiar.

         - Gina, você não precisa me apoiar, eu... – Draco estava quase amedrontado. Não esperava que ela agisse assim, acima de tudo, não esperava passar a impressão de quem precisa de apoio. Isso veio a tona no passo que ele deu pra trás e no tom grosseiro que ele usou – Eu não preciso de apoio!

         Novamente ela o surpreendeu, não mudou nenhum centímetro da sua postura anterior. Gina pousou a mão no rosto de Draco, aproximando-se o dobro do que ele tinha se afastado.

         - Você está muito triste não está?

         Draco não sabia se era impressão sua, mas os olhos castanhos da namorada pareciam úmidos. Ele desejou estar enganado, mas sentiu que os seus também estavam umedecendo, mordeu o lábio inferior.

         - Eu pareço triste? – ele disse com toda a determinação que lhe restava.

         Ela meneou a cabeça.

         - Não. Mas está, não está?

         Ele expirou, olhou para tudo em volta de Gina, bufou novamente e baixou os olhos. "Porque ela tem que saber tudo sobre mim?", ele se sentia muito incomodado por estar diante de uma pessoa que passava por cima de sua conveniente dissimulação.                    

Sem esperar resposta, ela o abraçou.

         - Não precisa falar se não quiser... Mas eu vou estar aqui se você quiser conversar, está bem? – ela ouviu Draco murmurar um "ahã" e ela sorriu – Vamos tomar nosso sorvete? Ainda temos que ir ao banco senhor Malfoy...

         Draco de desvencilhou do abraço sorrindo e eles foram para uma sorveteria muito simpática no Beco Diagonal. Depois foram a Gringotes, e quando saíram de lá, Gina estava de braços dado com um dos bruxos mais ricos da Grã-Bretanha. O Sol se punha quando ela lembrou que eles tinham um compromisso imperdível na Toca em poucas horas. Uma sombra passou pelo rosto de Draco, mas logo se dissipou.

         - Então espere um instante. – ela disse e correu para dentro de uma loja.

         Gina ficou com as palavras "Aonde você vai?" presas na garganta, mas logo que ela olhou para o letreiro da loja ela foi respondida. "Rochelle & Lisse – Flores, mimos e presentes".

         - Pronto, já podemos ir... - ele disse voltando correndo com um arranjo muito bonito de flores do campo nas mãos.

- Pra mim? – ela arriscou.

Draco revirou tediosamente os olhos nas órbitas.

- É para a sua mãe. – ele olhou para o arranjo, deu de ombros e olhou de volta para Gina - Acho que ela vai ser a única que não vai tentar me matar hoje a noite, então achei que ela mereceria flores.

A ruiva mirou por um minuto o namorado, as flores delicadas nas suas mãos, seu nariz empinado e o modo como aquilo tudo não combinava. E riu muito alto. Draco reconheceu a risada engraçada que tinha chamado sua atenção há tempos atrás. E ele riu também. Para quem visse, pareceriam dois malucos (se trouxas vissem, diriam "Drogados, provavelmente! Tsc, tsc, tsc...") rindo descontroladamente.

***

         O estômago de Draco parecia tomado por uma corrente ártica e ele sabia que isso não era um sinal de fome. Eles estavam na porta da casa dos Weasley e faltavam cinco minutos para as sete da noite. Ele não tinha pensando em desistir nenhuma vez, até ali. Mas era absurdo demais! Ele estava em pé na soleira dos cabeças-vermelhas pobretões, com flores nas mãos, namorando a sua caçula e disposto a jantar com toda a família. Draco tentou dizer que tinha que ir embora, mas Gina já havia batido na porta, a Sra. Weasley já a tinha aberto e as flores do campo já estavam nas suas mãos. Quando o louro voltou a sentir o chão em baixo de seus pés ela estava justamente agradecendo o presente.

         - Oi meninos! – Gina disse aos irmãos que olhavam cena com uma expressão que só pode ser definida como "bizarra".

         - Oi Gi... – Fred foi o único que respondeu, o único que tinha forças para tanto. Ele se levantou abraçou a irmã e olhou Draco dos pés a cabeça. Ia dizer qualquer coisa, mas voltou a se sentar.

         - Vocês não vão cumprimentar nosso convidado? – Molly disse coma voz doce, mas carregada de autoridade. Nenhum deles se moveu ou esboçou reação. Ela apertou os olhos – Vamos! Não sejam tímidos...

         Fred balançou a cabeça, num gesto que foi uma tentativa de dizer "olá", mas que na verdade não se pareceu com nada. Jorge fez o mesmo o único diferencial foi que ele conseguiu erguer a mão num "tchauzinho" muito esquisito.

         - Draco, esses são Fred e Jorge, nossos gêmeos. Você chegou, a estudar em Hogwarts na mesma época não é?

         Draco fez que sim com a cabeça.

         - Sim, sim! – Jorge disse com uma súbita empolgação. – Era fácil ver o Malfoy pelos corredores, não é Fred?

         - Com certeza! – o outro confirmou – Malfoys, baratas, fantasmas, doninhas... Hogwarts está cheio de todo tipo de pragas.

         Os olhos azuis de Draco escureceram, sua mão direita se fechou e seus dentes rangeram. Ele desejou ter Crabbe e Goyle pra mandar socar o engraçadinho, mas a mão gelada de Gina apertando a sua afastou esse pensamento.

         - Fred! – ela censurou o irmão, mas logo voltou-se para o outro lado, querendo desviar a atenção de Draco – Rony! Você não nos diz nada?

         - Não, eu não digo nada! – ele disse e, num impulso levantou-se e virou as costas em direção a escada.

         Ele nem tinha colocado o pé no primeiro degrau quando a voz do senhor Weasley vinda de alto da escada soou firmemente, chamando a atenção de todos.

         - Você vai cumprimentar o namorado da sua irmã, vai jantar conosco e vai ser muito educado. – ele disse enquanto descia a escada e parava diante de Rony. Dirigiu-se aos gêmeos – Assim como vocês dois também.

         A senhora Weasley balançou a cabeça em concordância , e voltou-se para Draco (que não parecia muito feliz).

         - Sente-se querido, enquanto eu termino o jantar e nós esperamos os outros. – ela disse apontando o sofá onde estavam Jorge e Fred.

         Ele não viu maneira de recusar e, cautelosamente, sentou-se no canto, o mais afastado possível dos gêmeos. E isso era perigosamente perto da poltrona onde Rony estava sentado com cara de poucos amigos. Gina acomodou-se entre Draco e os gêmeos, e Arthur ocupou a outra poltrona. Fez-se um silêncio incômodo.

         - Boa noite. – Percy aparatou de repente, dando um pequeno susto em Draco. Ele foi direto até Draco e estendeu-lhe a mão de forma muito cortês – Senhor Malfoy, boa noite.

         Draco ficou em pé para responder a saudação.

         - Boa noite. – "Boa noite uma ova seu palhaço!" uma voz irada protestou em sua mente, mas Draco sabia que se desse ouvidos a ela a noite estaria arruinada.

         - Seu traidor! – murmurou Rony por entre os dentes olhando Percy de rabo de olho.

         Ele não deu ouvidos e dirigiu-se para o pai.

- Papai, eu gostaria de lhe mostrar alguns relatórios do Prest. Creio que ele não está sendo muito explícito em pontos importantes.

         Arthur levantou depressa. Nunca tinha concordado em rever relatórios com Percy tão prontamente.

- Claro, veremos o que há de errado. – lançou um olhar significativo para os filhos – Eu volto logo.

- E assim nós aproveitamos para deixar vocês jovens mais a vontade. – Percy completou antes de começar a subir a escada.

"Ele fala como se tivesse 400 anos.", foi o que Draco pensou assim que Percy terminou de falar. Rony remexeu-se na cadeira e, involuntariamente, atraiu a atenção de todos.

- Ele fala como se fosse bem velho, né? – ele disse revirando os olhos nas órbitas e fazendo os irmãos rirem.

Draco franziu as sobrancelhas ao ouvir sua piada em outra boca. Numa boca Weasley. Pior: na boca de Ronald Weasley, o pajem de Potter. Muito pior: ele teve um estranho ímpeto de dar risada. Claro que ele não deu nenhuma amostra dessa vontade. "Eu ainda tenho dignidade", ele resolveu o assunto consigo mesmo.

***

         Gina estava muito nervosa. Era tão bobo pra ela se sentir tão nervosa em sua própria casa! Ela se sentia de volta aos seus 11 anos quando a simples presença de Harry Potter a fazia corar e correr para o quarto. Mas ela não era mais uma menina e tampouco seu amado era tão bem vindo em sua casa quanto Harry era. Um barulho vindo da lareira arrancou Gina e todos os presentes de seus pensamentos. Era Carlinhos que chegava viajando do jeito que mais gostava: via Flú.

         - Carlinhos! – os garotos fizeram festa, sorriram, olhando para o irmão como se ele fosse o salvador da pátria.

         - Oi caras! – ele abraçou os irmãos um a um e deu um beijo estalado na irmã – Oi princesinha! O Guilherme está meio ocupado com a casa nova, sabe como é, e pediu desculpas por não poder vir. Quais as novidades?

         Rony apontou para o lado de Gina com o polegar e disse num tom baixo:

         - Dá uma olhada no nosso convidado...

         Draco estava em pé, ao lado da namorada, em postura muito confiante. Mas o que ele mais desejava agora era não ter problemas com esse irmãozinho de Gina. Uma coisa era ter o nariz quebrado por Rony, outra bem mais complicada seria ter o corpo todo quebrado por esse "cara enorme".

         - Boa noite, Carlos. – o louro formalmente estendeu a mão. – Suponho que seu nome seja Carlos, não?

         O tratador de dragões mediu o garoto de alto a baixo e deu um aperto forte na mão do novo cunhado.

         - Supôs certo, Malfoy. – e sem dizer mais nada e sem dar tempo de alguém falar ele conduziu a todos de volta para os sofás.

         Quando parecia que o silêncio ia se abater novamente sobre o grupo de jovens a voz grave de Carlinhos dirigiu-se a Draco.

         - Qual é a sua Malfoy? – as mãos entrelaçadas apoiadas nos joelhos, o corpo levemente projetados para frente e uma cara de poucos amigos.

         Draco não se deixou intimidar.

         - A minha? Depende... A minha namorada, por exemplo, é a sua irmã, mas eu não sei de que sua exatamente você esta falando.     

         Com aquelas palavras provocativas, aquele olhar provocativo e a aparente falta de medo os gêmeos pularam em seus lugares ao ouvir aquilo. Rony ficou vermelho e sentou-se mais frente, muito próximo de Draco. Gina balançava a perna ansiosamente.

         - Não seja engraçadinho, Malfoy! – disse Carlinhos, o único que não tinha se mexido – Quais as suas intenções com a minha irmã?

         Draco acomodou as costas no encosto do sofá e cruzou os braços. Um meio sorriso desdenhoso provocava os irmãos Weasley, antes mesmo que o louro voltasse a falar.

         - Eu já respondi isso ao seu pai. Ao que parece minha resposta agradou, já que eu fui até convidado pra jantar na sua casa.

         - Quem nos garante que você não mentiu?! – berrou Rony sem poder se conter.

         Devagar Draco olhou para ele e estreitou os olhos.

         - Porque eu mentiria? – falou num tom calculista – Eu poderia estar jantando em qualquer restaurante, com qualquer mulher. Mas eu estou aqui, - apertou a mão de Gina – e escolhi essa mulher, embora a família dela seja demasiado bárbara pro meu gosto. Porque – ele disse mais alto – eu passaria por isso?

         Rony começou a falar tão alto e tão depressa que ele até cuspia em algumas palavras.

         - Eu não sei porque! Você é um Malfoy e é isso que os Malfoys fazem, eles mentem! Eu quero que você vá embora da minha casa e da vida da minha irmã. Porque eu me recuso a conviver com uma pessoa repulsiva como você!

          A essa altura ele já estava se esgoelando, em pé na frente de Draco e os irmãos o olhavam com um misto de assombro, aprovação e reprovação. O louro levantou-se também.

         - Se eu sair da sua casa agora eu levo a sua irmã comigo eu juro que você nunca mais tem noticias dela!

         - CALEM A BOCA OS DOIS! – Gina se levantara sem que eles notassem e estava no meio dos dois. Os outros irmãos pareciam assistir a um espetáculo. – Ninguém vai me tirar de casa e ninguém vai tirar meu namorado da minha casa. – ela tinha os dois indicadores no peito dos dois garotos – Draco é meu namorado e essa é a minha família. Eu NÃO VOU aceitar que vocês me imponham uma escolha absurda como essa! Os dois, – ela enfatizou o número – vão se comportar como dois cavalheiros esta noite e todas as outras vezes em que se encontrarem, porque já passou da idade de vocês se comportarem como adultos! E isso serve pra vocês também! – ela disse finalmente voltando-se para os outros irmãos.

         Quando ela terminou de falar Draco e Rony voltaram a se sentar. emburrados como crianças contrariadas, em seus lugares e o silêncio era tanto que nem se ouviam as respirações. Alguém bateu na porta e Gina foi atender, fazendo com que os garotos suspirassem aliviados. Fred e Jorge cochicharam alguma coisa com Carlinhos e riram discretamente.

         - Malfoy... – Carlinhos chamou baixinho

         - Sim?

         - Se você sobreviver a ela, não precisa se preocupar com mais nada nessa vida.

         Até Draco teve que se render a um sorriso. Mas o sorriso logo morreu quando ele viu quem Gina trazia até eles.

         - Oi gente! – Hermione Granger sorriu e acenou para todos. Seus olhos se arregalaram um pouco, mas não se demoraram muito em Draco. – Oi Quinho! – ela foi até Rony e deu-lhe um beijo rápido.

         "Quinho...", Draco sorriu maldoso e olhou para o cunhado. Era também um sorriso nervoso, porque ele não imaginava que teria que jantar com uma sangue ruim. Olhou para Gina dizendo tudo isso com o olhar (ou pelo menos tentando).

         - Ela é da família também... – Gina sussurrou no ouvido de louro sem que os outros percebessem.

         - O Santo Potter é da família também? – ele disse maldoso. Se Potter aparecesse ali ele não tinha certeza se poderia manter a compostura como vinha fazendo penosamente até agora.

         - É! Mas ele não vem hoje. Eu convenci a minha mãe de que isso seria demais pra você.

         - Obrigado – ele murmurou.

         Foi quando Molly apareceu na porta da cozinha.

         - O jantar está na mesa! – ela disse amavelmente. Depois foi até os pés da escada e gritou a mesma frase para Percy e Arthur.

         "Ok, jantar. Já estamos na metade do caminho e você não morreu ainda. E nem matou nenhum deles! Parabéns, garoto!", disse a consciência de Draco enquanto ele se dirigia para a cozinha.