N/A: Certo... ahn. Cá estou para apresentar a minha primeira fic publicada (não exatamente, mas não é hora para explicações longas e sem sentido! XD)... então, seria bom se vocês pudessem me deixar reviews para eu saber como estou me saindo! (huahuaha... afinal, eu não poderia quebrar o ritual do pedido de reviews).
Capitulo I – Acorde
Escuridão.
Tudo era um gigantesco mar de trevas e silêncio. Como um abismo onde os demônios criavam sutis arrepios que percorriam todo seu corpo para morrer em sua nuca. A boca, seca, clamava por água. Os olhos, desesperados, gritavam por luz. O corpo, caído, apenas queria vida.
Era difícil saber o que estava acontecendo. Ele não se lembrava de nada. Simplesmente estava lá, desde suas mais remotas lembranças. Tudo o que sabia, era que vivia naquele lugar maldito onde não havia luz, onde não havia sons, onde não havia nada. Só havia aquele estranho universo.
Há quanto tempo ele estava lá? Ele não poderia dizer. Não passavam de segundos, segundos tão longos quanto anos.
Se ele não ouvia sons, como sabia que eles existiam?
Se ele não havia luz, como saberia o que era?
Perguntas sem respostas. Mas impossíveis de se negar.
***
Ele não estava só. Quem estava ao seu lado? Seu pulmão encheu-se de ar e ele tossiu. Tossiu forte e desesperadamente como se o ar machucasse sua pele. Forçou as pálpebras pensando que talvez isso aliviasse a dor. Mas não... nada aconteceu. Até que ele abrisse os olhos de novo.
Uma onda de luz bateu em seus olhos e o feriu dolorosamente. Por mais que seus olhos estivessem fechados, o branco intenso atravessava a pele, feria, torturava. A respiração acelerada, suor escorrendo por todo o rosto.
Suas mãos agarraram forte naquele primeiro objeto que forrava seu corpo, descontando a dor. O que estava acontecendo?
- Acalme-se, meu querido! Acalme-se! – a voz macia falava apressadamente, carregada de insegurança.
Vozes?
Os olhos abriram-se mais uma vez, temerosa e vagarosamente. As mãos abafando
a luz. Onde ele estava? Com quem estava?
Seu rosto, contorcido pela dor, foi recebido pelo belo sorriso de uma jovem de cabelos cheios e castanhos claros, que usava um bonito e impecável uniforme branco. Uma enfermeira.
- O-onde estou? – a voz saía fraca, arranhando a garganta.
- Na ala de enfermagem da base da Ordem.
- Ordem? – sobre o que ela estava falando? E quem estava falando? Oh... o que estava acontecendo? O que ele estava fazendo lá?
Mas ela não respondeu, com um sorriso tímido ela o deixou, afastando-se vagarosamente da cama para falar com um atendente que acabava de entrar pela porta dupla do aposento.
Ordem. Que Ordem? Ordem de que? Para que? E o que ele estava fazendo lá? Ele nunca estivera naquele lugar. Nunca ouvira falar de Ordem nenhuma.
O médico olhou para ele com um olhar inexpressivo e um sorriso leve. E logo saiu novamente, em passos rápidos.
O que eu estou fazendo aqui?, pensou. A propósito....eu?
O garoto olhou para as próprias mãos, fios de soro entravam em seu braço, e ele podia ver as veias escuras através da pele extremamente pálida. Tocou o próprio rosto, passando as mãos pelo nariz, o cabelo, os olhos, as orelhas, descendo pelo pescoço. Uma sensação de extremo desespero se apoderou dele. Quem era? Quem ele era?
Sair dali... era tudo o que ele precisava. Aquele lugar maldito o estava enlouquecendo.
Em fúria ele arrancou todos e quaisquer fios que estivessem ligados em seu corpo e aprisionando-o naquele leito hospitalar. Ele só precisava sair dali. As pernas desajeitadas jogaram-se da cama e o fizeram tombar no chão. Faltava-lhe a força. Os braços, fracos, tentavam ajudar em seu empreendimento, arrastando-o pelo chão, tentando desesperadamente alcançar a porta.
Um grito foi ouvido atrás de si e uma bandeja foi ao chão. E tudo o que sentiu depois foi a enfermeira puxando-o nervosamente de volta para seu leito. As mãos macias faziam um esforço desesperado enquanto ele tentava se soltar, sem forças, sem esperança, sem ar. Os pulmões de ambos já trabalhavam descompassados, ofegantes.
E num último olhar para cima, as esperanças de liberdade se foram completamente, quando três outras pessoas invadiram o quarto apressadamente.
Então, ele se deixou pender, como que sem vida. Os olhos fechados, marejados, os membros soltos. E sentiu-se finalmente sendo levado de volta para sua cama, num pesadelo macabro, onde ele estava confinado naquele lugar.
- Ron! Ron! O que você estava fazendo! Acalme-se! Oh, Ron! Você ainda não tem forças o suficiente para levantar! Acalme-se! – uma pequenina mulher ruiva o abraçou fortemente, derramando sobre ele palavras e lágrimas num turbilhão de emoções.
Ron? Não... ele não era Ron... ele nem ao menos conhecia algum
Ron... ele... ele não
conhecia nada...
- Eu pensei que você nunca mais voltaria... – ela dizia entre os soluços.
Ao seu lado, permanecia uma outra mulher. A mão trêmula sobre o peito arfante, os olhos vermelhos corriam em suas órbitas e seu rosto contorcia-se numa expressão aterrorizada. Os cabelos castanhos caindo emaranhados sobre os ombros.
- Eu... – ele tentava falar mas sua voz falhava. A garganta doía e ele sentia sede. Muita sede. – Á...água...- ele conseguiu murmurar
- Tragam água para ele! – gritou a ruiva para os enfermeiros, voltando a fitar seus olhos. Seu rosto era dotado de uma beleza ingênua que nem os olhos inchados eram capazes de esconder. As mãos macias acariciavam os cabelos e o rosto do seu amado "Ron", ela era incapaz de conter o largo sorriso que crescia em sua boca.
Sentimentos estranhos fizeram com que um terrível calafrio percorresse toda a espinha do suposto Ron e seu coração gelasse. O que estava acontecendo agora?
A garota deixou de olhar para ele para fitar a mulher que continuava parada, as mãos mexendo nervosamente no ar.
- Mione... – chamou com a voz graciosa – Pode vir...
Enquanto a garota olhava um último olhar amedrontado para a amiga, a enfermeira chegou correndo com a pequena taça de água que havia sido pedida.
- Gina... – a voz da mulher soava frágil e baixa.
O clima na área hospitalar havia se tornado tenso em poucos segundos, e os segundos pareciam levar uma eternidade até que passassem.
Mas finalmente, a garota se decidiu. E com passos firmes, apesar do rosto que denunciava todo seu medo, ela se aproximou da cama e pousou sua mão sobre o braço do garoto.
Foi impossível banir o frio que tomou conta do corpo dos dois. Fazendo
com que uma corrente potente de sensações inquietantes fluísse
entre eles. Era atordoante, era tenebroso. E em menos de um segundo, Ron já
havia puxado seu braço para longe daquela estranha mulher inconscientemente.
A ruiva parecia não entender. Ninguém parecia entender. Era tudo
tão estranho, tão novo, tão... intenso.
- Eu... eu... não sou Ron... – ele disse afinal.
Todos na sala se olharam assustados. E por um curto momento, nenhum deles ousou respirar.
- É claro que você é o Ron, querido... – disse a ruiva, a voz, antes bastante decidida, agora mostrando uma insegurança maior do que a dele próprio.
- Não, não sou! – insistiu. – Eu nem sei quem ele é. Eu não sei nem ao menos quem vocês são.
Aquilo definitivamente não foi a coisa certa a se dizer. Mione, que antes já parecia insegura, agora dera vários passos para trás assustada. Uma onda de novas lágrimas invadiu os olhos da pequenina ruiva que estava sentada na beira de sua cama e os enfermeiros se olharam cheios de dúvidas.
- Voc-você... não... se lembra... de nós? – a voz de Gina falhava ao tentar abafar os soluços.
Não houve resposta. Apenas uma troca de olhares dolorosos e logo nenhuma
das mulheres estava no quarto.
N/A: Ahn, eu chamaria esse capítulo mais de introdução de que um capítulo própriamente dito, Mas, qm se importa, não é mesmo?
