N/A: Há! Eu tenho reviews!! Q ótimo! Vocês (pessoas q me deixam reviews! ^_^) não sabem o quanto me deixaram feliz! Mas na verdade, eu não criei essa NA soh pra agradecer (aliás, MUITO obrigada! ^^"), é o seguinte a idéia inicial, era eu publicar um capítulo por semana, mas como podem ver, eu publiquei dois dessa vez. Simplesmente por que nesse começo de fic as coisas acontecem meio devagar, e eu achei que se eu postasse só o capitulo três eu ia matar meus leitores de tédio! XD Além disso, eu vou estar viajando semana que vem, então não vou publicar nada. Sendo assim, podem voltar a sua leitura de In Tenebris e eu espero que vocês gostem e me deixem mais reviews! Huhauahuaha...

PS: Essa n/a de cima foi mais pra deixar claro pra qm quiser saber q, bem, próximos capitulos podem demorar. XD

In Tenebris

Capitulo III – Lágrimas no Inverno


O chá havia sido servido quente, mas agora ele parecia frio e sem gosto e Ron não podia nem se imaginar bebendo aquilo. Estava enjoado, a cabeça ainda doía e parecia quase impossível levantar-se da cadeira macia, t&sso não era nem ao menos importante. Era uma benção que ele não estivesse mais naquele lugar horrível que fedia a doença e remédios.

Lupin terminava de conversar com um mensageiro na porta do escritório, e o tic-tac do relógio sobre a escrivaninha do diretor começava a irritar o garoto que esperava, ansiosamente para saber alguma coisa sobre aquilo que chamavam de "sua própria vida". Uma vida que ele não havia vivido.

Sendo assim, quem teria?
Perguntas sem importância. Era melhor pensar assim, já estava confuso demais sem preocupações superficiais como aquela. Não havia respostas, então era melhor que não houvesse perguntas.

Ron ainda pôde ver, por detrás dos olhos ferventes, o soldado fazendo uma mínima reverência de despedida e virando-se apressado atilde;o pesado seu corpo parecia. De quem havia sido a maldita idéia de que ele saísse da ala de enfermagem?

I para o corredor, provavelmente para executar alguma tarefa que lhe parecia extremamente sem irrelevante.

Remus massageou as têmporas enquanto caminhava até sua poltrona do outro lado da mesa. Jogou-se sobre o forro macio e segurou uma pena entre os dedos, começando a se distrair com ela, pensativo.

"Otimo, agora ele se esquece que eu estou aqui.", pensou raivosamente, o garoto ruivo. A impaciência transformando-se em ira.

Como que em resposta a isso, Lupin levantou os olhos e encarou Ron com um suspiro cansado. Antes de começar, finalmente, a falar:

- Então, o que você quer saber?

- Quem sou eu?

- Ronald Weasley, sexto filho entre sete. Seu pai, Arthur Weasley, trabalhava no Ministério da Magia antes de entrar para nossa ordem, e sua mãe, Molly Weasley, era uma maravilhosa dona de casa, dedicada e, se me permite dizer, uma bela cozinheira.

- Sete filhos?! – perguntou impressionado.

- Sim. – respondeu com um sorriso sem alegria – Guilherme, Carlos, Percival, Frederic, Jorge, Ronald e Virginia.

- Virginia... – repetiu meio que em transe. Com os olhos baixos.

- Creio que você já deve tê-la visto.Ela ainda trabalha aqui conosco.

- Gina? – perguntou indeciso levantando os olhos.

- Sim. Você se lembra dela?

Ron fechou e balançou a cabeça negativamente. Não se lembrava dela como irmã. Lembrava-se dela apenas como a pequenina mulher ruiva que havia feito chorar algumas horas atrás.

Passou as mãos pelos próprios cabelos, sentindo a textura e puxando alguns fios para frente dos olhos analisando sua cor. Devia ter adivinhado que era sua irmã. Os mesmos cabelos ruivos. As mesmas sardas no rosto. Como pudera fazê-la chorar daquele jeito?

Apoiou a cabeça sobre os braços, exausto.

Como?


***


A neve começara a cair naquela tarde. Mas ela não se importava. Parecia não notar que há mais de quinze minutos seu nariz e a ponta de seus dedos não podiam mais ser sentidos.

O olhar vazio fitava o chão sem vê-lo. Não havia o que ver. Era tudo neve. Apenas o branco intransponível. Não havia nada. Não havia nada em lugar nenhum. Não havia nada dentro dela mesma. Ou pelo menos ela queria acreditar que não.

Ela sempre se censurara por acreditar que ele voltaria para ela um dia. Que ele levantaria daquela cama e correria para seus braços. Ela simplesmente não pudera deixar de acreditar que ele a amaria tanto quanto amara cinco meses antes.

Mas não passara de uma mentira. E ela sempre soube que era mentira. Maldita vida! Maldita esperança! Por quê? Por que ela tinha que tentar amenizar a dor? Por que ela não aceitara a morte de Ron Weasley? Do SEU Ron Weasley. Ele estava morto, definitivamente morto. Aquele homem que acordara do coma na noite passada não era Ron Weasley. Ele lembraria se fosse.

Agora as feridas levariam muito mais tempo para fecharem. E até lá seu coração sangraria através de suas lágrimas. Lágrimas que ela se recusava a chorar, mas que ela sentia que estavam ali, explodindo dentro dela mesma.

Hermione Weasley. Definitivamente não era algo sonoro. Não podia ser sonoro. Granger era um sobrenome que combinava muito mais com ela. Sim. Granger. Ela estava feliz com seu sobrenome. Ela não renegava seus pais. Não se importava que eles não fossem bruxos. Não se importava se seu nome era sujo, nojento, maldito ou repugnante. Claro que não. Por que se importaria, não é mesmo? Ela sempre fora uma mulher tão racional, esse preconceito contra seu nome trouxa nunca a afetara.

Não. Nunca.


***


Marcus olhava de cima de seu posto para o universo branco à sua frente. Era uma sorte que ele estivesse coberto no posto-de-observação. Seria horrível ter que ficar do lado de fora com a neve acumulando-se sobre seus ombros e congelando sua pele. Dezenas de casacos e capuzes não seriam capazes de aquecê-lo com um frio tão intenso.

Na verdade, ele sabia que qualquer friozinho mínimo existente já era considerando intenso na sua categoria. Frio nunca era bem vindo. Seu queixo tremia a qualquer indício de neve. Achava insuportáveis esses invernos rigorosos do norte europeu.

Havia vindo da África para estudar magia na Europa. Justamente da região da linha do Equador. Sempre estivera acostumado com o clima quente e com o sol o ano inteiro. E agora tinha de enfrentar a neve todos os anos.

Mas o que era a vida sem um pouco de aventura, não?

Olhou novamente pela janela embaçada à sua frente, passando a luva pelo vidro limpando-o. O vapor de sua respiração não ajudava no processo de limpeza da janela, dificultando um pouco a visão, nada grave demais. Mas...

O que era aquele ponto estranho na neve?
Pegou o binóculo apressadamente, os dedos doídos tentando manejar o objeto por sob as luvas escorregadias.

Passados alguns minutos, pôde finalmente ver. Era o informante que o Sr. Lupin esperava!