Um amor de academia

Shaoran deixou as coisas de Sakura ao lado da porta enquanto ela abria as janelas e ia até a cozinha, com o gato sempre no colo.

Sakura se sentia feliz, estava de volta à sua casa, não havia nada melhor. Abriu todas as janelas, foi até a cozinha, colocou comida a Tsuki e depois voltou à sala, para encontrar Shaoran observando o apartamento.

- Que tal? – perguntou ela. – Nada mal pra uma simples garota, não? – ela parou ao lado dele.

- Nunca achei que você fosse uma. – ele a abraçou e depois a beijou.

- Ai... – ela o afastou de si e ele viu que a segurara bem por onde os pontos estavam.

- Desculpa, não quis te machucar.

- Tudo bem. – ela o abraçou pelo pescoço. – Agora podemos continuar de onde paramos. – ela o beijou e ele a abraçou pela cintura.

Eles se deixaram envolver por aquele momento maravilhoso, Sakura tirara as mãos de trás do pescoço dele e começara a desabotoar a camisa. Os lábios de Shaoran deixaram os dela e foram até o pescoço. De repente eles ouvem um estrondo e em seguida um berro.

- SAKURA KINOMOTO! – era Touya. Infelizmente ele tinha a chave.

- Touya, o que você está fazendo aqui? – Sakura afastou Shaoran e de enquanto o mesmo ajeitava a camisa.

- Achei que minha irmã quisesse alguma coisa e pensei em passar algum tempo com você.

- Claro... O que você quer? – perguntou Sakura, muito irritada. – Você nunca sairia do trabalho por minha causa. Por que começaria agora?

- Bom...

- Alguma reunião chata da qual você não quer participar, não é?

- É...

- Pode dando o fora daqui, não vou ser seu álibi dessa vez. Saia pela porta onde entrou A-G-O-R-A!

- OK, eu já vou... Mas não se atreva a fazer nada com a minha irmã, ouviu, moleque?

- Se estiver se referindo a fazer algo que a machuque ou que ela não queira, pode apostar que nunca farei, mas ela não me parecia estar hesitando em nada antes de você entrar.

- Hesitando? Nunca, estava incentivando, isso sim. – disse Sakura.

- Moleque imbecil... – Touya praguejava enquanto fechava a porta.

- Ele é tão bobo... – Sakura riu com gosto.

- Você fica tão linda rindo assim.

- Estou muito feliz e, desde que você não me dê motivos, pretendo continuar sorrindo assim para o resto da vida.

- Duvida que faço melhor? – ele a agarrou pela cintura e a puxou para perto de si.

- Quero ver. – ao ouvir essas palavras Shaoran a beijou com uma paixão incontrolável, mas o clima novamente foi quebrado pelo telefone dessa vez.

- Tem alguém contra nós. – disse Shaoran e Sakura riu enquanto atendia.

- Alô? Oi, Kari. Não, não me esqueci que o seu aniversário foi antes de ontem, só não consegui falar com você. Obrigada, saí agora a pouco. É, não deu mesmo para nos falarmos esses dias e eu tenho tanta coisa pra te contar... Faz assim, eu tenho uns assuntos para ver hoje, passo aí amanhã para ver todo mundo, pode ser? Não, ainda não vou voltar ao trabalho, tenho que me cuidar. Tudo bem, a gente se fala. Beijos. – ela desligou. – Shaoran... Desculpa, mas eu tenho que fazer umas coisas, umas compras...

- Sakura, não sei se eu comentei, mas hoje tirei o dia todo para ficar com você. Vamos, eu te levo para fazer o que você quiser.

- Ah, Shaoran... Não queria que desperdiçasse seu dia de folga assim... Se você tirou para ficar comigo, não é justo gastar fazendo coisas que não vão ser nada divertidas para você.

- Esqueceu que eu tenho quatro irmãs e um prima? Sei como lidar com isso, até aprendi algumas coisas... Não se preocupe, pelo menos você não vai ser que nem a Meiling e ficar se pendurando no meu pescoço o tempo todo...

- Ela fazia isso, é?

- Infelizmente... As amigas dela eram gamadas em mim e ela morria de ciúme... Vivia se agarrando em mim, mas ela tem namorado... Sempre teve... Só fazia isso para "me proteger"... Pelo menos era isso que ela pensava...

- Por que?

- Um dia ela me pegou com a melhor amiga dela... – Shaoran riu. – Ficou tão brava... Não olhava para a minha cara e nem pra da amiga... Demorou a ela nos desculpar...

- Você também só escolhe as pessoas erradas... Melhor amiga da prima ciumenta, alguém com namorado...

- Você ainda não viu nada... – Shaoran sorriu maliciosamente.

- Não quero nem ouvir, deixe-me só trocar de roupa aí nós vamos, pode ser?

- Seu desejo é uma ordem para mim. – ele fez uma reverência desajeitada e Sakura riu.

- Pode ficar à vontade, eu não demoro. – ela foi até o quarto e fechou a porta.

Shaoran ficou andando pela sala, examinando alguns livros. A Maioria era de arqueologia ou administração. Ele achou estranho, ela fazia educação física... Resolveu ir até a cozinha e lá encontrou o gato em cima da pia.

- Vem aqui, bichano. – Shaoran se abaixou e começou a estalar os dedos chamando o gato. – Vem aqui. – Tsuki analisou o rapaz de cima da pia e de repente pulou bem em frente a ele. Shaoran ficou ali parado, simplesmente encarando o gato. Já enfrentara até lobos em seu treinamento, um gato não ia intimida-lo. Estendeu a mão para acaricia-lo e antes deixou que o mesmo a cheirasse. Além de cheirar, o gato começou a lamber sua mão, logo depois subiu na coxa e depois no pescoço (sabe quando a pessoa só abaixa, se apoiando nos pés e eventualmente nas mãos? Então, Shaoran estava assim). – Bom garoto... – Shaoran o deixou ficar sobre seu ombro.

- Que milagre, Tsuki não invocou com você? – Sakura entrou na cozinha e viu a cena.

- Que invocar que nada, ele é um doce de gato... – Shaoran se virou para olhar Sakura. Ficou estático por alguns instantes, ela estava linda. Colocara um vestido de alças e que ia até o meio das coxas, de cor azul claro manchado com branco. – Shaoran foi tirado do transe por um mio de Tsuki. – Por que foi acabar com a minha fantasia hein? – Shaoran brincou, pegando o gato e colocando-o no chão.

- Peguei isso para você, acho que vai preferir isso em ficar com essa camisa de manga comprida a tarde toda. – Sakura atirou uma camisa de manga curta e bem mais fresca do que a que ele usava.

- Por que você tem isso?

- É do meu irmão, foi de uma época que ele morou aqui comigo... Uma época que ele brigou com a esposa, no ano passado.

- Se importa? – perguntou ele, se referindo em ele trocar ali mesmo.

- Não. Se quiser manda a sua que eu lavo, vou colocar umas roupas brancas na máquina mesmo.

- Se não for atrapalhar...

- De jeito nenhum, tem espaço bastante.

- OK. – ele tirou a camisa e jogou para ela, colocando a outra logo em seguida.

- Ficou ótimo. – Sakura ajeitou um pouco a gola da camisa.

- Seu irmão não vai sentir falta?

- Não, ele nem usa mais essas roupas, até falou para eu doar para orfanatos.

- E porque não o fez?

- Não sei. Achei que talvez pudesse me ser útil qualquer dia. Vamos?

- Vamos.

- Tsuki, fica bonzinho aqui, acho que não demoramos. – ela acariciou o gato e os dois saíram.

Os dois foram até o shopping e compraram umas coisas (roupas, presente) e logo depois foram ao supermercado para Sakura repor a despensa do apartamento. Shaoran ajudou sem reclamar uma vez sequer. Logo depois, antes de irem para o apartamento dela, pararam numa lanchonete para tomarem alguma coisa.

- O que você quer? – perguntou Shaoran quando Sakura se sentou numa mesa.

- Pode ser um suco de laranja.

- Com açúcar?

- Sem açúcar e com gelo.

- Tudo bem... – ele foi até o balcão e voltou com o suco e um milk-shake de chocolate.

- Você consegue tomar isso? – perguntou Sakura.

- Tomo uns três por dia.

- Não sei como consegue...

- Enfim, eu falei das minhas experiências com garotas... Agora é a sua vez.

- Bom, deixe-me ver... Meu primeiro namorado foi um cara do segundo colegial quando eu estava na oitava...

- Você gosta mesmo de caras mais velhos... – ele riu.

- Na verdade minhas amigas queriam me matar naquela época... Ele era o cara mais lindo e popular da escola... E eu não gostava tanto assim dele, apesar de ele me idolatrar, sabe...

- Imagino a raiva que elas sentiam, isso sim...

- Bom, o namoro não durou muito, nós conversamos, ele conheceu outra pessoa e eu também então terminamos numa boa... Depois, ainda naquele ano, na verdade na mesma semana, comecei a namorar um cara da minha sala, mas ele ficava com todas as garotas, cansei e acabei dispensando-o.

- Entendo...

- Depois acabei cansando de correr atrás de garotos e resolvi me dedicar um pouco mais à escola... Já estava na colegial e precisava entrar para a faculdade de primeira.

- Entendo...

- Mas quando entrei na faculdade comecei uns rolos com uns rapazes que não deram muito certo...

- Uns rolos, é?

- Nem queira saber... – ela bebeu um gole do suco.

- Tudo bem, eu também não dei detalhes...

- E o último foi o Satoshi... Você conhece a figura...

- Certo, esse aí é sem comentários.

- Eu sei. – ela bebeu mais um pouco. – Você sabia? – perguntou ela tristemente.

- Do que?

- Que Satoshi é um traste, um canalha...

- Sou meio suspeito para te dizer... Quando gosto mesmo de alguém desconfio de qualquer um que se aproxime, mas só comecei a desconfiar mesmo quando ele sumiu depois do acidente. Se bem que nunca fui muito com a cara dele, ele sempre te olhava como se estivesse te secando, sabe... – ele bebeu o milk-shake.

- Eu devia tê-lo dispensado antes...

- Como você saberia?

- Todos já tinham me alertado, e também o Tsuki... Ele também não gostava muito de Satoshi. Achei que era ciúme, mas parece que não era... Senão, por qual motivo ele iria pular no seu pescoço feliz daquele jeito.

- Animais como gatos e cachorros têm esse sentido especial... Ele provavelmente sabia que Satoshi não era a pessoa certa para você.

- E isso implicaria em ele achar que você é?

- Talvez, mas de uma coisa você pode ter certeza, não vou agir como ele agiu. Pode parecer bobagem, nos conhecemos há pouco tempo e eu falar assim parece que eu falo isso para todas, mas eu realmente acho que isso não vai ser algo passageiro.

- Eu não acho. – disse Sakura.

- Como? – Shaoran ficou confuso.

- Eu sinto. – ela se levantou e ficou bem próxima a ele. – Confio em você. – e o beijou.

- Você me assustou. – disse ele quando os lábios se separaram.

- Eu sei, foi essa a intenção.

- Ora, ora... Então agora o namoro é oficial? – perguntou Eriol, se aproximando.

- Terminei com Satoshi quando saí do hospital, ele teve a cara-de-pau de aparecer por lá.

- Bom, não posso dizer que eu não te avisei sobre ele.

- Não precisa jogar na minha cara.

- Não precisa ficar brava, vocês querem ajuda ou só vou atrapalhar?

- Ajuda seria bom, mas você vai acabar segurando vela... – comentou Sakura. – Não tem problema, Eriol, a gente se vira. – ela sorriu. Nessa hora o celular dela tocou. – Com licença, rapazes. – ela se afastou dos dois e atendeu. – Alô.

- Sabe muito bem que vai se arrepender se a deixar triste, não é? – comentou Eriol.

- Sei... É a última coisa que quero nesse mundo, não se preocupe. Tudo o que eu puder fazer para impedir isso, não medirei esforços. – disse Shaoran, observando Sakura falar alegremente ao celular. – Não sei como aquele canalha teve a coragem de fazer o que ele fez...

- O que ele fez?

- Bateu em Sakura quando ela falou que ele havia destruído tudo com aquele sumiço...

- Você não estava lá?

- Sakura me pediu para esperar do lado de fora... Mas assim que percebi, entrei correndo. Por sorte ele não conseguiu grandes coisas.

- Por causa dele o braço dela está daquele jeito?

- É. Queria mata-lo naquela hora...

- Eu sei como é... Imagino o que eu faria se fosse com Tomoyo.

- Eu achei que quando viesse para cá seria só trabalho e estudo, nada de diversão... Eu nem teria tempo para isso...

- Mas logo de cara conheceu Sakura... Aí caiu na armadilha da vida...

- Não queria admitir, mas me apaixonei por ela desde o momento em que a vi na academia. Imagino a cara de bobo que eu estava quando a vi.

- Você não seria o primeiro, já vi tantos rapazes tentando algo com Sakura na academia... Mas de uma coisa tenha certeza, Sakura nunca enganaria ninguém. Quando tinha seus namoros e queria partir para outra, antes de qualquer coisa, falava com o rapaz... Ela já levou muito por causa disso...

- Imagino...

- Rapazes, desculpem a demora. Era o Hotohori. – Sakura voltou e se sentou à mesa.

- Se era o Hotohori pode ter certeza que era futilidade... – comentou Eriol.

- É... – Shaoran disse, mas foi interrompido logo depois pelo celular. – O que diabos será que é. – ele atendeu. – Alô. Niimai, o que eu falei antes de sair daí? OK, qual é o grande problema agora? O QUÊ?! Como você deixou isso acontecer? Seu maldito, te pago para que você consiga resolver as coisas, mas você não serve para nada. Tudo bem, estou indo, mas vamos conversar sobre umas coisas depois. OK, até.

- Vai ter que ir ao escritório, não é? – perguntou Sakura, tristemente.

- Desculpe, eu não planejava isso, mas eles são muito idiotas para ficarem responsáveis da empresa sozinhos... Também peguei bem o dia que Hikaru também está de folga... Eu te levo para casa e depois vou para lá.

- Pelo que eu pude ver a coisa é séria, eu a levo, pode ir. – disse Eriol.

- É, Shaoran, deixa...

- Tudo bem. – ele se virou para ir. – Eu te ligo, prometo que vou, pelo menos, jantar com você.

- Tudo bem. – ela se levantou e foi até ele. – Te amo. – disse baixinho e o beijou. – Agora vai.

As horas se arrastaram para Sakura naquele dia, tudo parecia durar uma eternidade. Até a hora em que Shaoran ligou.

- Sakura?

- Oi, estava esperando você ligar.

- Vou sair daqui sete horas, que tal se saíssemos para jantar?

- Tudo bem, mas que horas você passa aqui?

- Oito horas está bom para você?

- Perfeito, vou estar te esperando.

- Beijos. – ele desligou. – Melhor terminar aqui senão não consigo passar no shopping antes. – ele continuou o trabalho e, quando terminou, olhou no relógio e viu que eram sete e quinze. Estava na sala de reuniões nesse momento com alguns senhores que antes discutiam as aplicações da empresa. – Senhores, já terminamos aqui por hoje, tenho outros assuntos para resolver, então, se me derem licença...

- Claro, senhor Li, nos vemos amanhã às nove horas.

- Certo, até lá. – ele saiu da sala, foi para a sua pegar as coisas e parou no shopping antes de ir para sua casa se arrumar. Pegou um vestido que encomendara de tarde, quando passava por lá para ir ao trabalho. O vestido era lindo, do mesmo modelo que Sakura usara naquela tarde, só que até os joelhos e era verde água ao fundo com galhos de sakuras na parte da saia, que era mais folgada e a parte do peito era justa.

Ele chegou em seu apartamento e se arrumou (tomou banho e etc.). Chegou no prédio de Sakura às oito horas em ponto, isso depois de passar na floricultura e levar rosas vermelhas para ela. Bateu na porta e logo ela abriu. Estava divina, com um vestido azul marinho colado ao corpo até os quadris e solto na saia, que ia até um pouco abaixo aos joelhos. Os cabelos estavam presos em um coque alto, perfeito. O decote do vestido era em v simples, e ela usava uma corrente dourada com um pingente de coração.

- Ai, Shaoran, não precisava disso. – comentou ela, pegando as rosas.

- Por você faço qualquer coisa. – ele a abraçou e a beijou apaixonadamente.

- Entra, vou só colocar essas rosas em um vaso e nós vamos. – disse ela.

- Tudo bem, as reservas só valem até as oito e quarenta. – disse ele.

- Falando nisso... – comentou ela enquanto procurava o vaso. – Você não disse onde vamos jantar.

- Eu sei que não disse, é uma surpresa.

- Só quero ver o que você me aprontou... – ela encheu o vaso com água e colocou as rosas. Colocou numa mesa da sala e, depois de colocar comida e água para Tsuki, disse. – Vamos então?

- Vamos.

Os dois saíram e Shaoran a levou para um restaurante lindo e também chique. Era um restaurante de comida japonesa, muito agradável e com comidas deliciosas. Os dois aproveitaram muito a noite, riram, conversaram e quando olharam no relógio, já eram quase onze horas. Shaoran pagou a conta e os dois saíram.

- Bom, não foi tão ruim, foi? – perguntou Shaoran quando entraram no carro.

- Ruim? Claro que não! Foi maravilhoso. Não me divirto assim faz muito tempo.

- Duvida que consigo te deixar mais feliz ainda?

- O que está insinuando?

- Meu apartamento é pertinho daqui. – disse ele, em tom conclusivo.

- Se você quiser...

- Estou perguntando se você quer.

- Para mim, demorou demais para perguntar. – ela sorriu.

- Então tá. – eles chegaram no prédio dele logo e entraram no apartamento.

Shaoran a levou até o quarto e, assim que ele tirou o paletó, ela o beijou e os dois começaram a andar para a cama, Shaoran de costas para a mesma (era uma cama de casal). Sakura desabotoava a camisa de Shaoran saboreando os beijos, era incrível como ele conseguia fazê-la se sentir tão segura daquilo e ao mesmo tempo praticamente desesperada para conseguir. Já estavam deitados na cama, ele sem camisa e ela deitada por cima dele enquanto o mesmo começava a abrir o zíper do vestido nas costas dela. De repente, são interrompidos pelo barulho do telefone. Sakura interrompeu o beijou e rolou para o outro lado da cama, não queria perder a chance, mas, para ligarem àquela hora, devia ser algo realmente importante.

- Alô? O que foi agora Niimai, e o que você está fazendo às onze horas no escritório? Como é? O contrato foi alterado? Mas não pode ser, eu o li inteiro e não tinha nada disso que você está falando. Tudo bem, estou aí em meia hora. Até. – ele desligou. – Sakura, me desculpa... – ele foi calado por um beijo.

- Não precisa se desculpar. – disse ela, assim que se afastou dele. – É o seu trabalho, e eu sabia disso quando começamos. Não se preocupe com isso. – ela se levantou e fechou o zíper que estava meio aberto. – Me leva para casa?

- Por que não fica aqui por hoje? Vou demorar na empresa, mas gostaria que você ficasse aqui.

- Se não for te atrapalhar...

- De jeito nenhum. – ele foi até ela e a beijou. – Você nunca me atrapalha. Agora acho melhor tomar uma ducha, chegar assim na empresa não dá. – ele deu um beijo nela e entrou no banheiro.

Quando Shaoran saiu do banho, Sakura já dormia como um anjo. Ele foi para a empresa e voltou lá pelas duas da manhã. Não teve coragem de ir para o quarto, não queria acorda-la, então dormiu no sofá da sala mesmo. Acordou cedo na manhã seguinte, seis e meia. Pegou o vestido que comprara para ela e colocou em cima do sofá, pegou a cesta de café da manhã que mandara entregarem naquele dia em sua casa sete em ponto, escreveu um bilhete para ela após se arrumar e saiu.

Dez e meia Sakura acordou. Viu o bilhete ao lado do relógio, ele dizia:
 "Sakura, durma com os anjos e sonhe comigo, pois um dia dormirá comigo e sonhará com os anjos. Vá até a sala, tem um presente para você, e na cozinha tem uma cesta de café da manhã que eu encomendei pensando em nós dois, mas, devido ao que aconteceu, acabou ficando só para você. Deixei uma cópia das chaves em cima da mesa da sala, deixa ela na portaria quando você sair. A gente se fala ainda hoje. Beijos apaixonados, Shaoran".

Ela foi até a sala e viu o pacote em cima do sofá. Abriu e viu aquele vestido lindo. Foi para a cozinha e viu aquela cesta linda e cheia de coisas.

Sakura comeu tranqüilamente, tomou um banho e colocou o vestido que ele lhe dera. Caiu como uma luva, como ele acertara o número? Resolveu ir perguntar pessoalmente, achou que ele iria gostar da visita.

Saiu do apartamento, deixou a chave na portaria e foi até o prédio das empresas Li. Perguntou na recepção por ele e lhe indicaram o andar. Décimo oitavo andar, ela subiu de elevador e começou a procurar no andar enorme a sala dele. Estava meio perdida em um dos corredores e Shaoran, que estava no mesmo andar que ela, discutia com Niimai. Os dois andavam, e, quando passaram pelo corredor onde Sakura estava, Niimai parou.

- Uau! Olha aquela gata! – disse ele e Shaoran se virou para olhar.

- Olha o respeito, seu animal. – Shaoran deu uma cotovelada nele e foi até Sakura. – Não te esperava por aqui. – Sakura se virou assustada.

- Ai, Shaoran, não me assusta assim. – pediu ela, rindo. – Achei que seria muito mais educado vir agradecer pessoalmente.

- Ei, não nos apresenta? – perguntou Niimai.

- Para um animal como você? Não mesmo. – Sakura riu do comentário. – Sakura é minha namorada, Niimai.

- Ah, então ele é o Niimai?

- Já ouviu falar de mim?

- Sim e não, é que, depois do meu irmão, você é o que mais nos interrompe... – Sakura comentou.

- Ah... – Niimai ficou meio constrangido. – Desculpe, não fazia idéia...

- Tudo bem. – disse ela. – Não é culpa sua. – nessa hora o celular dela toca. – Não é só o celular dele que toca. – ela atendeu. – Alô? Oi, Touya. Não é da sua conta onde eu estou. Sei... E o que eu tenho a ver com isso? Você só pode estar brincando, não vou perder o meu tempo tirando você de enrascadas. Não tenho nada a ver com isso, você que se entenda com ela. Já disse que não, então desista antes que eu me irrite e vá até a sua casa. Certo, até mais. – ela desligou. – Ele é patético...

- Sakura, vamos para a minha sala um instante... Aqui não vamos ter paz. – disse Shaoran, quando algumas pessoas pararam para ver quem era a "garota do chefe".

- Tudo bem. – os dois foram e Shaoran fechou a porta assim que os dois passaram.

- Agora, me deixa aproveitar um pouco. – ele a abraçou firme e a beijou.

- Como você acertou?

- O número?

- É.

- Vi no seu vestido ontem.

- Só você... – ela riu.

- Você passou aqui só para perguntar isso?

- Não, também quero saber quando que vou poder sonhar com os anjos.

- Bom, isso a gente pode ver.

- Que tal hoje? Acha que tem chance?

- Pode ser...

- Janta na minha casa hoje, assim é só desligar o celular e ficamos completamente sozinhos.

- E o Tsuki?

- Só eu manda-lo ficar na cozinha e estamos bem. Não se preocupe com nada, só esteja lá às oito, pode ser?

- Oito não vai dar... Tenho uma reunião...  Não pode ser um pouco mais tarde?

- Nove então. Tudo bem pra você?

- Tudo ótimo.

- Então me beija de novo.

- Com todo o prazer. – ele a beijou loucamente.

Eles não puderam curtir muito, o telefone da sala dele logo tocou e Sakura também tinha que ir embora.

- Não quer mesmo que eu te leve?

- Eu pego um táxi, termine logo, a gente se vê de noite. Não quero atrasos.

- Tudo bem, até de noite.

Sakura saiu de lá, pegou um táxi e foi para a academia ver os amigos. Estava com o presente que comprara para Kari, um par de brincos de rosas vermelhas.

- Ai, Sakura, não precisava...

- Que isso, Kari, não é só porque eu estava no hospital que deixaria passar seu aniversário. – Sakura sorriu. – Vou lá falar com os outros. – ela passou seu cartão pela leitora da catraca e entrou.

- Sakura! – Hotohori foi até ela assim que ela entrou na área de musculação. – Poxa, você está ótima! Pessoal, olha quem voltou! – ele berrou para todos, fazendo Sakura corar.

- Hotohori...

- Nem um acidente grave daqueles acaba com a Sakura. – disse um outro rapaz amigo deles.

- Eu passei mais para dar um oi, vou demorar a voltar aqui. – disse Sakura. – Infelizmente, não posso ficar trabalhando aqui no estado que eu estou.

- Vamos sentir sua falta, mas você volta, não é?

- Volto sim, Hotohori, não se preocupe. – ela sorriu e o celular dela tocou. – Licença, gente. Alô? Oi, amor. Aconteceu alguma coisa? Sério? Então tá, te espero oito e meia. Também te amo. Beijos. – ela desligou.

- Não pode trabalhar, mas vai ter uma festinha com o Satoshi, não é? – disse Hotohori em tom malicioso.

- Que Satoshi, ficou doido? – disse Sakura. – Eu terminei com ele.

- Ah, é? E já está andando com outro. Sakura não perde tempo.

- Pára com isso, Hotohori. Nós já estamos namorando desde uns dias depois que eu fui internada.

- Mas quando você acabou com o Satoshi?

- Oficialmente ontem. Mas já estava tudo acabado há muito mais tempo. Ele mesmo acabou com tudo.

- Ah...

- Enfim, eu preciso ir agora, tenho muitas coisa para fazer.

- Espera aí. – disse Hotohori. – Será que eu posso saber quem é o sortudo? Eu conheço?

- Conhece sim, é daqui da academia.

- Quem é?

- O Shaoran.

- O Li?

- Ele mesmo.

- Sua malandra...

- Não fala assim, bom, agora eu preciso ir mesmo. Tenho que passar em alguns lugares antes de ir para casa. Tchauzinho. – ela saiu da academia, chamou um táxi e foi para a casa de seu pai.

- Sakura, você está ótima, apesar desses pontos no braço. – disse o pai.

- É, Satoshi foi me ver ontem e se descontrolou.

- E onde ele está agora?

- Não sei e nem me importa. Estou muito feliz sem ter ele por perto agora. Foi levado pela polícia quando estávamos saindo, acho que Shaoran deve estar cuidando de tudo, para variar.

- Escuta... Eu não me lembro desse vestido... – comentou ele.

- Shaoran me deu. Acabei passando a noite na casa dele e quando acordei estava em cima do sofá para mim. Lindo, não?

- Vocês dormiram juntos?

- Não deu... Fomos interrompidos.

- Touya?

- Não, o trabalho dele. Mas ele vai hoje lá para o apartamento.

- Sakura...

- Não se preocupe, sei o que eu estou fazendo. – ela suspirou. – Nunca me senti assim, nem Satoshi me fazia sentir tão segura de alguma coisa.

- Não quero que faça nada que se arrependa depois.

- Eu sei, já tenho idade para decidir o que fazer, pai. E Shaoran nunca me forçaria a fazer algo que eu não quisesse.

- Vocês se conhecem não faz nem um mês, como pode ter tanta certeza?

- Eu sei disso, sempre tive uma certa sensibilidade para isso. Acha que não sabia que Satoshi ia tentar me forçar a ir para a cama com ele na noite da festa de noivado?

- Ele tentou?

- Tentou, se fez passar por bêbado e começou a me agarrar. Não tive muita escolha, virei um tapa nele e me tranquei no quarto.

- Mas, voltando ao assunto de Shaoran Li, o que exatamente vocês combinaram?

- Ele vai jantar lá oito e meia.

- Bom, você já sabe o que vai fazer?

- Não, ainda estou na dúvida. Acho que vou fazer algo mais tradicional... Penso nisso mais tarde.

- Não faça nada muito pesado, não quer prejudicar o desempenho do rapaz. – brincou Fuyutaka e os dois riram.

- Não vou fazer, estava pensando talvez em fazer uma comida chinesa mesmo... De repente ele se sente em casa...

- Fica convencional demais, de repente seria melhor fazer comida italiana. Você sabe que ele gosta e você faz maravilhosamente bem.

- Pode ser...

- Mudando de assunto, a faculdade está para começar, não quero nem saber de descaso, Sakura. Lembro que você relaxou e muito na faculdade quando começou o namoro com Satoshi.

- Shaoran também vai começar a estudar, não se preocupe.

- E o que ele vai fazer?

- Arqueologia.

- Sério? Eu vou pegar uma turma nova agora...

- Eu sei. Não falei nada para ele, vou deixar a surpresa.

- É até melhor para mim, assim posso ver se realmente ele serve para você.

- Pai, combinamos que você não ia interferir nos meus namoros.

- Eu sei, mas é melhor que eu o conheça.

- Tudo bem, mas que eu não perceba que você está influenciando demais nele.

- Eu sei, não se preocupe.

- Bom, acho que é melhor eu ir. Vou almoçar com a Tomoyo, falei com ela do apartamento do Shaoran.

- Tudo bem, qualquer coisa me avisa.

- Tudo bem, até mais. – ela o beijou no rosto, chamou outro táxi e foi para a casa de Tomoyo.

Ela foi até a casa de Tomoyo e as duas tiveram um ótimo almoço. Tomoyo quis saber tudo sobre Shaoran, as duas riram muito conversando sobre tudo e depois Sakura foi embora para arrumar as coisas em sua casa.

Ela fez o molho vermelho, caprichado, e depois foi se arrumar, colocaria o macarrão no fogo pouco antes das oito e meia. Deu uma geral no apartamento, viu a bagunça que deixara em seu quarto para se arrumar na noite anterior.

Se arrumou de vez, não colocou nada muito chique, não queria nada incômodo, apesar de que iria acabar sem nada mesmo, mas não iria ficar desleixada também. Colocou uma saia jeans de abotoar (aquelas que a frente tem vários botões e que é aberta totalmente, só presa pelos botões) e uma camisa vermelha colada ao corpo que deixava à vista sua barriga, mas só um pouco.

Oito e dez ela colocou o macarrão no fogo. Estava cozinhando e, às oito e vinte e cinco ouviu a campainha. Já estava tudo pronto, desligou o fogão e foi atender. Shaoran sorriu ao ver o rosto da garota suado pelo calor que estava na cozinha.

- O cheiro está ótimo. – comentou ele enquanto entrava no apartamento.

- Espero que você goste, não sabia bem o que fazer, então fiz comida italiana.

- Desde que você cozinhe melhor do que minha prima... – ele comentou enquanto tirava o paletó e afrouxava a gravata. – Ela faz comida chinesa maravilhosamente bem, mas italiana...

- Ninguém nunca reclamou da minha comida, pelo menos não da italiana e nem dos doces.

- Bom, não sei se isso me consola. Pelo que você me falou, eu não seria o idiota que reclamaria de alguma coisa para você. – ele riu.

- Vai, eu não sou tão má assim... – ela entrou na cozinha e começou a colocar as coisas em tigelas para servir à mesa.

- Isso eu ainda quero descobrir. – ele entrou atrás dela. – Nossa senhora, que calor!

- Fica esperando na sala, já estou indo colocar as coisas na mesa.

- Olha, o que é isso. – ele foi até um canto da pia onde estava um bolo de chocolate, ignorando o que ela falara.

- Nem pense em colocar as mãos nesse bolo. – disse ela. – Só depois do jantar. – ela falou como se ele fosse seu filho.

- Sim mamãe, depois eu posso ir jogar videogame antes de dormir? – brincou com uma voz de criança.

- Bobo... Vai logo e espera na sala...

- Tudo bem, mas antes quero um beijo. Você não me deu nenhum ainda.

- Ah, meu amor, me desculpe... Mas você também não tinha pedido nada... – ela soltou a panela no fogão, secou as mãos, se aproximou dele e o beijou demorada e apaixonadamente.

- Depois dessa até deito e rolo se você quiser... – ele disse rapidamente quando ela se afastou e logo a puxou novamente em outro beijo.

- Deixa-me servir o jantar antes que esfrie. – disse ela.

- Quer ajuda em alguma coisa?

- Não precisa.

Ela serviu e os dois comeram tranqüilamente. Shaoran A-D-O-R-O-U a comida de Sakura, e o bolo então, comeu metade e o bolo era grande.

- Calma, se você quiser pode levar, não quero que fique passando mal aqui.

- Desculpe, mas é que eu sou um terror na cozinha e faz muito tempo que não como um bolo tão bom.

- É bom saber que gostou tanto. – ela sorriu. – Quando quiser é só pedir, faço com todo prazer desde que venha pessoalmente buscar.

- Eu ainda saio ganhando nisso tudo. – ele terminou mais um pedaço. – Acho que já chega.

- Então posso guardar?

- Pode, mas eu quero levar um pouco para o escritório amanha, posso?

- Pode levar tudo se quiser. Eu quase não paro em casa para comer. Não gosto de comer sozinha.

- Entendo, mas a gente pode falar disso depois, não pode?

- Pode, na verdade é melhor eu guardar tudo isso. – ela se levantou, e começou a juntar a louça e os talheres.

- Não era disso que eu estava falando. – resmungou ele.

- Eu sei. – disse ela, ainda juntando as coisas e sem encara-lo.

- Sakura, eu não vou te forçar a nada, se você prefere esperar... Te entendo, estamos namorando só há alguns dias.

- Não é isso, eu acho...

- Então o que você acha que é?

- Não sei... Eu...

- Se você não quiser, Sakura, é só me dizer.

- Não é isso, Shaoran. Sei que você não me forçaria...

- Sakura... É a sua primeira vez, não é? – ele perguntou, calmo.

- É... – ela corou, nunca tivera real coragem e muito menos vontade de se entregar para um homem, pelo menos até conhecer Shaoran.

- Imaginei que fosse isso. – ele sorriu de lado, não debochando, mas sim entendendo a apreensão da garota. Ficou um pouco em silêncio, tentando medir as palavras, Sakura não era uma qualquer para ele falar de qualquer jeito.

- ... – Sakura não sabia o que fazer ou falar, ela realmente queria aquilo, mas enquanto a hora chegava, ela ficava mais nervosa. Não queria ficar parada então começou a tirar a mesa. Suas mãos tremiam e ela tomava cuidado para não derrubar nada. Não sabia o que Shaoran estava pensando, também não tinha certeza se queria saber. Depois de algum tempo ele quebrou o silêncio.

- Sakura... – ele suspirou e se levantou da mesa, indo até a cozinha, onde ela acabara de guardar o bolo. – Você não precisa se envergonhar de ser virgem ou do que você sente. – ele acariciou a face dela. –Se isso fizer alguma diferença para você, eu acho muito, como posso dizer, legal.

- Bom... – ela não o encarava.

- Olha pra mim. – ele levantou o queixo dela. – Sabe que você é a mulher mais bela que eu já vi? Não estou exagerando, desde o primeiro dia que te vi você me chamou muito a atenção. – ela sorriu. – Sabe muito bem que não te forçaria a nada, mas ficaria honrado em ser a pessoa a quem você confiaria si mesma.

- Shaoran... Eu te quero. – disse ela.

- Eu também te quero... E muito... – ele a beija apaixonadamente e a levanta no colo. Vão se beijando até o corredor. Shaoran não sabia aonde era o quarto.

- Última porta da direita. – disse ela continuando a beija-lo.

Ele a levou até lá e a noite apenas começou para os dois...

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Gente, esse capítulo saiu bem rápido, apesar de uns probleminhas...

Queria agradecer imensamente a Chibi Lua, ela que me aturou, eu tava tão chata para escrever esse capítulo... Miga, valeu mesmo!!

Olha, gente, eu tentei mudar o endereço de e-mail no registro, mas não consegui... Meu mail mudou, agora é: miaka___yuuki@hotmail.com

Bjs, Miaka.