Um amor de academia

Sakura estava sentada na mesa esperando Shaoran há dez minutos. Não se importava de esperar, ele avisara que estaria lá em quinze minutos. Aproveitou o tempo para rever a lista de coisas que marcou para comprar.

De repente sentiu um par de braços fortes abraçando-a, já que ela estava de costas para a porta.

- Demorei muito? – perguntou uma voz suave em seu ouvido.

- Não... E mesmo se demorasse esperaria uma eternidade.

- Então da próxima vez eu posso ficar mais tempo com a secretária... – comentou, brincando, mas recebendo um soco leve em seu braço. – Brincadeira, Sakura. Sabe que não te troco por ninguém.

- Tudo bem, eu sei.

- Como passou o dia? – perguntou ele, depois de beija-la e sentar-se em frente a ela.

- Tive que comprar as coisas de última hora... E o dia sem você foi bem monótono. E o seu dia?

- Apesar de estar morrendo de saudades, meu dia até que foi bom. Consegui terminar tudo o que eu precisava fazer e ainda consegui uma pausa para tomar chá com bolinhos.

- E quem fez os bolinhos?

- Tomoyo.

- Como?

- Tive que ir ver a Sra. Daidouji. Então Tomoyo nos levou um chá e uns bolinhos maravilhosos.

- Realmente, Tomoyo cozinha muito bem.

Eles tiveram um jantar tranqüilo e depois foram para o apartamento de Shaoran. Sakura estacionou em uma vaga dentro do prédio, Shaoran insistiu que ela o fizesse. Assim que entraram no apartamento, Shaoran afrouxou a gravata, tirou o paletó, jogando-o no sofá, enquanto escutava as mensagens na secretária eletrônica.

Sakura o observava em silêncio e sorria, ele era lindo e realmente se importava com ela. Ao contrário de Satoshi. Se lembrou quando Satoshi a pegou uma vez logo depois do trabalho para ir jantar com os pais dele. Satoshi fez exatamente a mesma coisa quando chegara na casa, afrouxara a gravata e jogara o paletó no sofá. Balançou a cabeça para afastar aquele pensamento, não tinha que ficar pensando em Satoshi, não fazia sentido algum.

- Sakura, você está bem? – perguntou Shaoran, preocupado.

- Estou sim, não é nada. – disse ela, sorrindo, mas o rapaz não se convenceu.

- Sakura... – ele tocou a face dela suavemente, acariciando a bochecha. – Sabe que pode confiar em mim. No que você estava pensando?

- Shaoran... Não quero estragar o momento com pensamentos fúteis.

- Agora que você me deixou preocupado. Por que estragaria o momento?

- Me lembrei de Satoshi... – disse ela, sem encara-lo. – Mesmo sabendo que ele me usou, que não ligava para mim, tivemos alguns bons momentos.

- Sakura... Por que achou que isso estragaria a noite?

- Me lembrar de Satoshi quando estou com você... Achei que isso o aborreceria.

- É natural ficar lembrando de bons momentos com outras pessoas, Sakura... Você também não acha que me lembro de uma antiga namorada minha enquanto estou com você? Claro que nenhuma das minhas namoradas me fez sentir do jeito que você me faz...

- E como, exatamente, eu te faço sentir? – perguntou, olhando nos olhos dele.

- Não dá para descrever. – ele foi diminuindo a distância entre os rostos e, quando estava bem perto dos lábios dela, continuou. – Mas posso te mostrar. – e a beijou apaixonadamente.

- Eu pago para ver... – disse ela, antes de ser levantada por seu amado,  e ser levada para o quarto sentindo todo o amor que ele tinha por ela, passado pelos toques, beijos e palavras doces que ele dizia enquanto se amavam.

Eles dormiram tranqüilos, achando que não teriam que se preocupar com mais nada naquele fim de semana, mas foram acordados às seis horas pelo telefone que estava na mesa de cabeceira ao lado de Sakura.

- Ai, Sakura, dá uma licença pra mim... – se esticou por cima dela até o telefone e atendeu, voltando à posição que estava antes já que o telefone era sem fio. – Alô? Caramba, mãe! São seis da manhã em pleno domingo! O que?! Como assim estão em Tókio? Por que não me avisaram? Tudo bem, quem foi que veio? A senhora não tem jeito, não é? Tudo bem, me dê uns vinte minutos e eu estou aí para pegar vocês. Tchau.

- O que foi? – perguntou Sakura, sonolenta.

- Minha mãe e minha prima estão no aeroporto. – disse Shaoran, se levantando e pegando as roupas do chão.

- E você não sabia de nada?

- Está parecendo que eu sabia?

- Calma, Shaoran, não tenho culpa. – protestou Sakura pelo modo grosso que ele falara.

- Desculpa, meu anjo... – sentando-se na cama ao lado dela. – Vem aqui. – ela se sentou ao lado dele e apoiou-se nele enquanto sentia os braços fortes dele a envolverem carinhosamente. – Minha mãe disse que veio aqui para ver o andamento das coisas na empresa e para conhecer as pessoas com quem eu ando.

- Como assim? – Sakura se afastou dele encarando-o. Não sabia que ele havia falado sobre o namoro dos dois para sua família.

- Minha prima Meiling me liga todo dia para conversarmos... E eu contei a ela sobre você. Só que, justamente nesse dia minha mãe resolveu ouvir a conversa por uma extensão do telefone.

- Você não queria contar a ela sobre nós?

- Não é bem isso... Falei com Meiling pela última vez quando começamos a namorar... Ia falar com você antes de falar com minha mãe...

- Bom, se ela quer me conhecer, acho que primeiro é melhor eu ir para a minha casa me arrumar.

- Desculpe, Sakura...

- Não precisa se desculpar... Lembre-se que sua mãe não é nada comparada ao que eu aturava com Touya. – ela deu um selinho nele e começou a pegar suas roupas.

- Bom, acho que você tem razão... Agora vou tomar um banho...

- Pode deixar que eu me viro aqui.

- Pode levar a cópia da chave, está pendurada ao lado da porta... Depois a gente se fala. – ele foi até ela e a beijou.

- Você me liga?

- Ligo sim... Provavelmente minha mãe vai querer te conhecer agora de manhã mesmo.

- Tudo bem... Só não garanto estar em casa... Vou chegar lá e vai ter um recado do meu pai ou do Touya falando que tem alguma coisa que eles precisam da minha ajuda... Todo domingo é a mesma coisa.

- Tudo bem, eu ligo no celular.

- Agora vai tomar banho. – disse ela.

- OK. – ele foi para o banheiro.

Sakura se vestiu e foi embora. Chegando em casa olhou a secretária eletrônica e pegou um recado de Touya, pedindo para ela ligar para ele. Ligou enquanto alimentava Tsuki.

- Fala Touya.

- Sakura, você é meu anjo de salvação!

- Fala logo!

- A Harumi está na casa de uma amiga e eu estou entalado de trabalho... Você não podia pegá-la às dez horas na casa da amiga?

- Ai, Touya... Eu não sei, as coisas estão meio complicadas.

- É, eu notei... Você não estava em casa às seis da manhã... Estava com o Li de novo?

- Sim... A mãe dele veio para cá e não avisou... Ele vai me ligar mais tarde para ver o que a mãe dele vai querer fazer...

- Eu precisava mesmo que você pegasse a Harumi na casa da amiga dela...

- Bom... Tudo bem, Touya, não vai fazer mal algum ir pegá-la... Me passa o endereço. – ela anotou o endereço. – Dez horas eu passo lá.

- Muito obrigado, Sakura, você é um anjo!

- E você é um workaholic... – ela riu. – Tchau. – ela desligou.

Tomou um banho demorado e quando foi pegar a saia que comprara na tarde anterior viu a sacola com o fichário de Shaoran, ela trouxera sem querer junto com as compras. Entregaria quando o visse. Colocou a saia jeans que comprara até um pouco acima dos joelhos e uma blusa colada ao corpo vermelha com mangas até os cotovelos. Seu celular tocou às oito e meia e ela atendeu.

- Oi, Shaoran.

- Está em casa?

- Estou, mas tenho que pegar a Harumi na casa de uma amiga às dez horas.

- Pegar quem?

- Minha sobrinha, a filha do Touya.

- Mas ele é um pai desnaturado.

- Não fala assim dele... Ele tem muito trabalho.

- Bom, minha mãe disse que gostaria de te conhecer quando for melhor para você.

- Sabe muito bem que hoje eu não tenho programação. O horário que estiver melhor para vocês está ótimo para mim. Onde vocês estão?

- No café do aeroporto. Tivemos problemas com a bagagem.

- Ai... Bom, se você quiser posso ir para aí e às dez busco a Harumi e volto.

- Pode ser. E me desculpe de novo.

- Shaoran, não se desculpe... Não é incômodo para mim. Estou indo para aí.

- Ah, e não precisa se preocupar muito com roupa...

- Shaoran... Eu não vou agir de modo diferente com ela para ela pensar que eu sou uma pessoa que eu não sou. Estou de saia e blusa... Não vou mudar essa roupa.

- Tudo bem, me desculpe. Estamos te esperando.

- Estou indo, beijos. – ela desligou.

Sakura pegou o fichário de Shaoran e saiu do prédio, deixando Tsuki na vizinha, já que sabia que iria ter um longo dia...

Chegou no aeroporto e logo viu Shaoran com uma garota de cabelos longos e escuros e uma senhora, que parecia ser um pouco mais nova que seu pai. Foi se aproximando e ouvindo a conversa de Shaoran com sua mãe.

- Que falta de educação falar para ela vir para cá! Onde está seu cavalheirismo, meu filho! No mínimo poderia ir buscá-la.

- Mãe, já falei que ela tem que ir resolver uma coisa mais tarde, então vem com o próprio carro.

- Mesmo assim, nem parece ser filho de seu pai...

- Mãe... – Shaoran iria falar algo, mas ouviu a risada de Sakura, apesar de baixa. – Há quanto tempo está aí?

- Acabei de chegar, me desculpe.

- Tudo bem... A cena deve ter sido ridícula mesmo... – ele a abraçou pela cintura. – Mãe, Meiling... Essa é Sakura Kinomoto.

- Finalmente nos conhecemos. – disse Meiling. – Shaoran fala maravilhas de você, e me parece que não era para menos.

- Obrigada. – Sakura corou.

Yelan analisava Sakura dos pés à cabeça. Realmente, Shaoran tinha motivos para ficar encantado por ela. Viu que Shaoran olhava firme para si, esperando que falasse algo à garota.

- Realmente, é um grande prazer conhecê-la, Srta Kinomoto.

- Pode me chamar de Sakura, senhora.

- Tudo bem, Sakura. Então, vamos?

- Onde vão ficar? – perguntou Sakura.

- Num hotel próximo ao apartamento de Shaoran.

- Que tal se formos deixar a bagagem lá e depois vamos dar um volta pela cidade? – sugeriu Meiling.

- Pode ser. Você se importa, Sakura? – perguntou Shaoran.

- Claro que não. Podemos ir aonde quiserem.

- Então vamos. – disse Yelan.

Shaoran, com uma ajudinha de Sakura, colocou as malas no carro.

- Tem algum espaço no carro? – perguntou Sakura.

- Tem sim, por que?

- Seu fichário. Levei junto com as compras. – Sakura abriu o carro e pegou o fichário, entregando para ele em seguida.

- Obrigado, nem me lembrava. – ele pegou o fichário com a mão esquerda e enlaçou a cintura dela com a direita, a beijando em seguida, mas o celular dela toca.

- Desculpe... – disse ela. – Alô? Sim, Touya, o que houve? Calma, Touya, fala devagar. Como é?! Tudo bem, eu estou indo para lá. – ela desligou. – Harumi sofreu um acidente, parece que estava brincando na rua e um carro a atropelou, eu preciso ir.

- Tem alguma coisa que eu possa fazer?

- Não, obrigada. – ela o beijou rapidamente. – Não se preocupe, eu te ligo. Senhora, Meiling, me desculpem... Tive um problema familiar, mas nos falamos mais tarde. Até mais. – ela entrou correndo no carro e saiu de lá.

Uma hora e meia depois, Sakura ligou para Shaoran.

- Sakura, tudo bem?

- Tudo sim, foi só o susto, ela levou uma pancada no braço esquerdo e os médicos engessaram.

- Que alívio... E como está o Touya?

- Está bem... Chorando, mas está bem. Escuta, não precisam mais de mim aqui, se você quiser podemos almoçar.

- Pode ser... Estamos no shopping, Meiling quis vir fazer compras.

- Tudo bem, a gente pode se encontrar em alguma loja específica?

- Em quanto tempo você acha que chega aqui?

- Uns dez minutos, não estou muito longe.

- Estamos na Zoomp (gente, precisava de um nome para loja e esse foi o único que eu achei), Meiling ainda vai demorar aqui.

- Tudo bem, daqui a pouco estou aí.

Sakura chegou lá e viu Shaoran sentado em um banco em frente a loja com a maior cara de tédio. Riu e se aproximou dele.

- Que dia divertido, não é? – ela sentou ao lado dele.

- Claro... Por mim eu ia para casa dormir, isso sim.

- Tadinho... Foi duro acordar às seis horas hoje, né? – ela apoiou a cabeça no ombro dele e ele a abraçou.

- Com a minha mãe aqui, temos que aproveitar cada minuto que temos sozinhos...

- Não me importo com a presença dela, só ficar com você para mim é o suficiente. Não que eu não prefira ficar sozinha com você, mas estando com você é maravilhoso de qualquer jeito.

- É, acho que tem razão. – ele recostou a cabeça sobre a dela e sentiu o aroma suave de seus cabelos. Fechou os olhos aproveitando aquele momento e relaxando. – Vai ficar conosco o resto do dia?

- Vou sim, se nada de imprevisto acontecer... Só que não vou poder ficar a noite, tenho que terminar de arrumar as coisas da faculdade em casa.

- Eu também tenho que organizar umas coisas... Minha mãe acha que quando ela vier eu tenho que parar com tudo para recebe-la...  Isso vai ser um pesadelo.

- Não fale assim! Você tem sorte de ela se preocupar com você. Shaoran, uma coisa posso te dizer com certeza, não se deve, de forma alguma desprezar o amor de uma mãe.

- Na verdade, eu nunca criei coragem para te perguntar da sua mãe... Sei que ela morreu, mas nem sei como e nem quando. Se você não se importar em me contar...

- Claro que não, para quê esconder isso de você? Não adiantaria de nada... Minha mãe era uma modelo famosa... Morreu quando eu tinha treze anos, de uma doença grave. Não conseguiram detectar a tempo de salvá-la e meu pai não quis mexer na ferida. Todos ficamos muito abalados com a morte dela, descobrir o que houve só iria nos machucar mais.

- Entendo... Mas vamos mudar de assunto, não quero que fique triste.

- Não fico triste em falar dela, Shaoran... Pelo contrário, aprendi a encarar isso com facilidade. Não penso na tristeza que a morte dela trouxe para nós, e sim nos momentos felizes que tivemos. Minha mãe morreu feliz, tenho certeza disso, não iria querer que sofrêssemos com a morte dela.

- Realmente, não tem que ficar triste, mas como tem tanta certeza de que ela morreu feliz?

- Fui a última pessoa a falar com ela... Me lembro das palavras até hoje... – ela suspirou e fechou os olhos. – "Sakura, minha flor, quero que seja feliz e siga em frente. Estarei sempre ao seu lado quando precisar, nunca duvide disso. Agora você é a única mulher da família e tem que dar um jeito de controlar seu irmão. Seja feliz, não quero que se prenda por lembranças, não pode viver do passado. Parto feliz sabendo que é uma garota forte o suficiente para seguir seu caminho...". – terminou com lágrimas nos olhos. – Desculpa, não queria chorar na sua frente... – as palavras dela foram interrompidas pelos dedos dele que foram pousados sobre seus lábios, enquanto, com a outra mão, ele secava as lágrimas dela. Eram lágrimas de felicidade, agora ela sabia o que a mãe sentia quando passava horas sentada ao lado de seu pai, somente os dois na sala.

Shaoran ia se aproximando lentamente, não queria fazer nenhum movimento brusco ou rápido demais, só aproveitar aquele momento. Quando estava prestes a tocar os lábios dela, ouviu o grito de Meiling, que saía da loja.

- Shaoran! – ela parou ao ver a cena. – Ops, desculpem...

- Não tem problema, Meiling. – disse Sakura, afastando seu rosto do namorado.

- Não sabia que tinha voltado. – disse Yelan, saindo da loja logo atrás de Meiling.

- É... Me desculpem por sair daquele jeito, mas minha sobrinha sofreu um acidente e meu irmão ficou desesperado.

- Imagino como foi... Os pais sempre ficam desesperados e não fazem nada... – Yelan riu.

- Não, meu irmão que é um inútil mesmo... – ela suspirou. – Acho que minha mãe tinha razão em falar que eu ia ter de cuidar da família como a única mulher.

- Por mais que falem são as mulheres que cuidam de tudo. – disse Meiling, em tom triunfante. – Ei, Sakura, você sabe onde tem uma loja decente de jóias? Esse meu primo não sabe de nada.

- Tem uma para lá, vamos, eu mostro. Shaoran, você não vem com a gente? – perguntou Sakura, vendo que o rapaz ficara para trás enquanto as três iam alegremente para as compras.

- Vou, né... Virei escravo de três consumistas compulsivas... – Sakura riu.

Eles foram e Sakura ficou encantada com uma gargantilha de prata com um pingente de coração, prata também, mas não falou nada. Meiling comprou um par de brincos maravilhosos e Yelan saiu sem comprar nada.

Depois disso foram almoçar. Conversavam, Yelan queria saber de tudo sobre Sakura. Ela respondia tudo com sinceridade, queria que a conhecessem como realmente era.

Yelan, por sua vez, parecia cada vez simpatizar mais com a garota que seu filho começara a namorar. As duas tinham idéias bem parecidas do mundo, concordavam em várias coisas, e a jovem japonesa parecia realmente se gostar de seu filho e era aquilo que importava. Quando o celular dela tocou e a sobrinha pediu para falar com ela, Yelan soube com certeza que ela era uma pessoa especial, sabia medir as palavras, era doce e compreensiva.

Assim que desligou o celular, Sakura suspirou e piscou um pouco. Por mais que quisesse esconder, estava esgotada, fora coisa demais em pouco tempo.

- Sakura, está bem? – perguntou Shaoran, preocupado.

- Não é nada, só estou com um pouco de dor de cabeça. – ela sorriu.

- Foi demais isso tudo para você, não é? – perguntou ele. – Vamos, eu te levo para casa.

- Não precisa, é sério. Estou bem, é só cansaço.

- Melhor não brincar com isso. – disse Meiling. – Está mesmo um pouco abatida, Shaoran te leva, seguimos vocês com o carro dele e depois continuamos o passeio só nós três.

- Agradeço a preocupação, mas não precisa mesmo. E, no meu apartamento, é o último lugar em que eu descanso de domingo. – nessa hora, o celular dela toca. – Alô? Fala, pai. Não, estou no shopping com o Shaoran e com a família dele. É, chegaram hoje. Não sei, pai, por que? Acho melhor não, amanhã volta a faculdade e todos temos muito que fazer, não é? Está certo, eu vejo com eles e falo depois. Certo, pai, eu sei que tenho que pegá-lo aí amanhã. Tá bem, eu ligo. Tchau.

- O que ele queria?

- Shaoran! Não seja enxerido! – repreendeu Yelan.

- Não tem problema, meu pai os chamou para jantar na casa dele amanhã. Ele queria hoje, mas não tem como, ele iria ficar acordado até tarde e não estaria disposto para trabalhar amanhã.

- Que bom que estamos de férias aqui, não é? – comentou Meiling.

- Olha, já que tocaram no assunto... Amanhã a faculdade começa e eu estou completamente entalado de trabalho. Minha mãe ainda tudo bem, que veio para ver a empresa... Mas você, Meiling...

- Não se preocupe comigo. Eu me viro.

- Não seria muito bom não... Sem conhecer a cidade não seria uma boa idéia andar por aí sozinha. – disse Sakura, preocupada. – Por mais que você saiba se cuidar, não é uma boa idéia.

- E você quer que eu faça como? Fique trancada no hotel?

- Nem passou isso pela minha cabeça...

- Sakura, não se preocupe com ela. – disse Shaoran. – Meiling, só não torra todo o meu cartão, hein?

- Pode deixar. – ela piscou. – Eu trouxe um pouco de dinheiro também.

- Como se você fosse usar... Eu te conheço, Meiling.

- Tudo bem...

- Bom... O que querem fazer agora? – perguntou Sakura.

- O que estiver melhor para você, não temos programação para hoje. – disse Yelan.

- Nem eu... A não ser passar a noite arrumando as coisas da faculdade...

- Não precisa fazer isso, Sakura, pode ir fazer suas coisas, não queremos te atrapalhar.

- Não são vocês... É tradição... – ela riu. – Todo ano passo o final da tarde e a noite toda arrumando as coisas.

- Entendo...

- Bom, podem escolher o que querem fazer e... – o celular dela toca e ela suspira, olhando no telefone quem estava ligando. – Makoto? Achei que estava viajando... – e atendeu. – Alô? Makoto, achei que você estivesse viajando. Mas você falou que... Não, não estou reclamando. Sei. Por que me pede desculpas? Não... Não fui eu quem cuidou da burocracia... Não acredito. Eu sei, mas... Claro que não! Eu teria ido falar com você, ou te ligado, Makoto, eu não sabia. Desculpa, não sabia que iria causar problemas para você. Claro que precisa, se bem que eu não sabia, não poderia simplesmente adivinhar. Claro que vou, acha que eu não iria? Não dá, Makoto, tenho que arrumar as coisas hoje de noite. Não... Bom, eu acho que não tem problema, vou estar sozinha mesmo... Tá bem, seis e meia, pode ser? Certo, até mais. – ela desligou o celular. – Shaoran, como era o nome da empresa dona do caminhão que me atropelou?

- Não me lembro direito... Ma... Algo começando com "ma".

- Matsuda?

- Isso! Por que?

- Um amigo meu é filho do dono da empresa... Ele estava fora, por isso não me ligou, mas quando soube do acidente voltou o mais rápido que pôde...

Eles continuaram no shopping e perto das seis horas, Sakura se despediu de todos.

- Shaoran, eu não te entendo... Você tem vergonha de me beijar na frente da sua mãe? – perguntou ela, baixinho.

- Não... Só achei que você pudesse não se sentir confortável.

- Mentiroso...

- É sério.

- Então me prove.

- Você quem pediu. – ele se aproximou dela e a beijou ternamente. Não aprofundaram muito o beijo, mas curtiram um pouco a sensação de estar nos braços um do outro. – Satisfeita?

- Com certeza... – ela sorriu. – Até mais, nos vemos amanhã provavelmente...

- Ela, de anjo, só tem o rosto, não é? – perguntou Meiling.

- Nem tanto... É um anjo como pessoa... Mas de resto deve ser uma coisa...

- Do que está falando? – perguntou ele, rezando para que a prima não estivesse falando do que ele pensava.

- Não se faça de bobo, Shaoran. – disse sua mãe. – Ela estava com você quando liguei hoje cedo, não era?

- Bem...

- Não precisa fingir, Shaoran... Mas responde o que eu perguntei, até de noite ela é esse anjo?

- Meiling, não vou ficar falando sobre isso com você... Não devo essa explicação a ninguém. – ele olhou no relógio. – Pensando bem, tenho que arrumar as coisas também. Nem comecei... – ele suspirou. – Deixo vocês no hotel, podem ficar com o carro, tenho a moto se precisar de alguma coisa.

- Tudo bem, obrigada, filho.

Eles se foram e Shaoran ficou em sua casa arrumando as coisas depois de deixar as duas no hotel.

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Ae, gente, queria agradecer a todos que lêem e ao pessoal que me ajuda...

Daizinha fofa, valeu por tudo...

Yorukizinha linda, você também esse fic não andava sem você...

Bjs, Miaka.