Os entes perdidos de Heero - by: stranger12

Lá estava eu, pensando numa fic bem levinha que eu poderia escrever baseada em Gundam Wing, claro, então, me veio essa idéia: a família do Heero! Nunca se fala direito sobre de onde ele veio, só que ele é japonês e foi treinado desde criança para ser um piloto Gundam, mas e o passado dele? É nessa idéia que eu comecei a formar uma família bem interessante para o meu querido e idolatrado Hee - chan...

Obs: Eu estou ignorando o fato deles terem destruído os Gundams, como eles (os pilotos Gundam) fizeram no fim de Endless Waltz. Não sei se vou usar os Gundam da história, mas é melhor deixa - los como reserva.

Obs2: Malícia vai rolar solta, mas ainda estou considerando se faço umas partes mais... Apimentadas e/ou explícitas (especialmente entre Jenny e seu par e Heero e seu par (e provavelmente não vai ser Relena...)). Mandem - me comentários pra eu saber se faço algo explícito ou não. Dependendo, até penso em mudar as minhas idéias.

Ato 002: Coisas interessantes que acontecem com as duas famílias de Heero

-Ellen, Faith! - gritava Joe, fazendo sua voz ecoar pela enorme casa - Vamos logo!

-A gente combinou de sair às nove, e já são nove e meia! - disse Duo ajudando Joe.

-Desculpa! - ouviram Ellen dizer exasperada.

-Ellen, quieta! Pare de se desculpar assim! - ouviram Faith dizer brava - Já estamos indo!

-Cara, as suas irmãs demoram muito! - comentou Duo nervoso a Heero.

-E daí?

-Ai, tá bom! Não tá mais aqui quem falou!

-Yuki, você tem certeza que vai ficar totalmente bem esta noite sozinha com o Wufei? - perguntou Heero.

-Sim, Hee - chan! - respondeu Yuki sorrindo docemente - O Wufei é muito bonzinho! Vamos nos divertir muito, mesmo estando só nós dois aqui, sozinhos, a noite toda, até vocês voltarem só de madrugada!

-O que? - Heero estava tendo idéias erradas das palavras cheias de inocência de sua prima.

-O que foi, Hee - chan? Tá bobo? - disse Faith descendo as escadas. Os rapazes, exceto por Joe e Heero, é claro, ficaram de boca caída e com os rostos totalmente corados.

Faith vestia um vestido vermelho vinho colado e curto até a metade das coxas e umas sandálias de tirinhas da mesma cor do vestido. Ellen, muito mais discreta, porém igualmente de tirar o fôlego, vestia um vestido azul meio brilhante, também colado, e sandálias azuis de tiras grossas. Faith tinha os cabelos todos soltos e Ellen prendera os seus num rabo de cavalo elegante. Ah, as duas realmente estavam lindas, estonteantes mesmo.

-Gostou, Quatre - chan? - perguntou Faith depois de beijar o loirinho (Heero nem queria olhar para não matar o amigo tão gentil).

-Você tá... Linda.

-Desculpa pela demora - disse Ellen vermelha.

-Você nunca precisou se desculpar, Ellen. Não é você que sempre, sempre, mas sempre MESMO se atrasa porque não encontra o que vestir - disse Joe olhando de lado para Faith.

-Humpt! Vamos, gente! Tchau, Yuki! Chang, seja gentil com ela. Ela ainda não tem nenhuma experiência, viu? - disse Faith piscando o olho. Wufei ficou com o rosto todo vermelho, mas Yuki sorriu e foi como se orelhinhas de raposa nascessem em sua cabeça, mas diferentemente de quando elas aparecem nos desenhos, não era porque ela era safada, mas porque era inocentezinha (tipo a Lucy de Rayearth).

-Tchau, gente! Se divirtam! - disse Yuki alegremente e acenando enquanto todos iam embora. Ela virou - se para Wufei, que ainda estava meio atordoado devido às palavras de Faith - Você tá bem, Chang? Tá vermelho... Tá com febre? - ela encostou a testa junto a dele, deixando - o mais vermelho e nervoso - Não, parece que tá bem. Que filme você quer assistir primeiro? "O Soldado do Futuro", "Indiana Jones" ou... "O Tigre e o Dragão", heim?

-Por que você pegou esse? - perguntou ele pegando a caixa do último filme que ela mencionou.

-Porque eu adoro esse filme! - disse a garota animada, deixando Wufei um tanto alegre - Você não?

-Não, eu gosto desse filme... É o meu preferido... É só que... Nunca encontrei ninguém que...

-Mesmo? - ela colocou o rosto muito perto do dele - Eu adoro filmes assim! Adoro filmes de qualquer tipo, na verdade!

-Você é muito alegre, sabia, Yuki?

-Hã? Mesmo? Você acha? - orelhinhas de raposa aparecem (só pra vocês entenderem mais rápido e ficar melhor pra mim, usarei este símbolo: ^_^).

-Um pouco. Mas é... Bonitinho.

-Você também é muito bonitinho, Chang! - ele ficou escarlate vendo como a garota sorria gentilmente.

-Obrigado... - murmurou ele envergonhado e desviando o olhar.

-Chang, você quer pipoca? Eu vou fazer um pouquinho - ela levantou - se e andou até a cozinha (eles estavam na sala de estar) - De que sabor você quer?

-Manteiga tá bom.

-Tudo bem! Eu já volto! - e foi alegrinha. Wufei teve que respirar fundo muitas vezes até se acalmar de vez. Seu coração, porém, não queria se acalmar.

-Seu idiota! O que está pensando? O Heero vai te matar, ah se vai! Ela é como uma criança! Tem a sua idade, mas mesmo assim... Ai, por que o Heero tinha que me deixar sozinho com ela? Ela é linda! Ela é uma gracinha de garota! Adora um filme que a maioria sequer ouviu falar! Meu Deus! Ele vai me matar se eu fizer alguma coisa... Ele vai me matar, ele vai me matar, ele vai me matar, eu vou morrer... - pensava Wufei se torturando.

-Chang? Você está bem? - perguntou Yuki sorrindo preocupada. Ela voltara com as pipocas, e Wufei corou furiosamente por ver que ela o vira tendo um ataque de nervos - Eu já fiz as pipocas! E fiz também... Milkshakes! Chocolate e baunilha! Qual você quer? Pode escolher.

-Chocolate, eu acho.

-Tá bom! Aqui está a sua pipoca - ela colocou uma grande vasilha no colo de Wufei (sentado no sofá, na frente da TV posta lá - ela normalmente não fica nesta sala) e colocou a fita do "O Tigre e o Dragão", indo sentar - se ao lado de Wufei.

Eles começaram a assistir ao filme. Logo, Wufei já tinha se esquecido de suas preocupações, e se concentrava no filme, mas começou a ficar difícil fazer isso quando Yuki começou a se empolgar com o filme nos mesmos momentos que ele.

-Droga, ela é mesmo perfeita! Eu vou morrer se fizer isso, ele vai me matar, vai me estrangular, vai me degolar, vai me esquartejar... - pensava Wufei como um mantra.

-Ah, já acabou - disse Yuki tristinha ^_^.

-Quer assistir mais alguma coisa?

-Claro! Posso colocar esta? Posso, posso? - ela sorria alegremente e radiante. O chinês não conseguia dizer não.

-Tá bom - a garota ficou muito feliz ^_^ e acabou dando um beijo na bochecha dele, deixando - o todo vermelho. Eram quase onze horas.

O filme começou. Era "O Sexto Sentido". Wufei achava graça como Yuki ficava com medo de certas partes do filme, mas ficava apreensivo e vermelho quando ela se agarrava nele, escondendo o rosto para não ver alguma cena.

-Yuki? Acabou o filme. Yuki? - ela dormia profundamente, ainda agarrada ao braço do chinês. Ele sorriu gentilmente, pegou um cobertor que estava por perto e cobriu a garota.

O cabelo de Yuki caiu em seu rosto, e, quando Wufei foi ajeita - lo, ela se mexeu e ficou mais perto dele.

-Droga! Ele vai me matar, eu vou morrer, ele vai me matar, eu vou... - mas ele não conseguia mais se segurar, então aproximou o rosto do da garota e a beijou levemente nos lábios. Ele não percebeu que ela acordara assim que ele se aproximou dela, mas assim que levantou o rosto, a viu sorrindo vermelha e ficou igualmente vermelho.

-Chang...

-Yuki, eu... Eu não... - ela fechou os olhos mais uma vez e largou o braço de Wufei, aliviando - o um pouco, mas aí ela deitou - se no sofá apoiando a cabeça em seu colo.

-Posso?

-Claro... - ele acariciou gentilmente o cabelo e o rosto da garota.

-Você me beijou... - murmurou ela. Ele ficou com o rosto mais vermelho.

-É, eu... Sei. Desculpa.

-Tudo bem. Foi o meu primeiro beijo - disse ela sonolenta.

-Hã? O seu primeiro...?

-Sim...

-Você vai...

-Contar pro Hee - chan? Não, claro que não. Ele não iria entender. Mas eu entendo.

-Entende... O que?

-Você gosta de mim...? - seu tom parecia mais uma afirmação que uma pergunta.

-É, gosto muito mesmo... Mesmo só te conhecendo a menos de um dia e nem tendo convivido tanto assim com você.

-Eu também... Gosto de você, Chang Wufei - ela começava a dormir novamente - De vez em quando eu queria ser como a Faith...

-Pra que?

-Hum...

-Hã? - ele a olhou e viu que ela dormira - Que gracinha de garota... - logo, ele também adormeceu. Era uma e dez, e ninguém voltara ainda.

*~*~*~*~*~*~*~*~*

Na boate...

-Atchim! - Heero espirrou.

-Saúde, Heero - disse Joe.

-Alguém tá fazendo coisa que não deve lá em casa...

-E você realmente não acha que tem coisa "errada" acontecendo aqui mesmo? - Heero fez cara de desinteresse e virou o rosto mais uma vez do lugar para onde não quis olhar a noite toda: a pista de dança.

Faith dançou a noite toda, e só parara duas vezes, e para ir ao banheiro. Ela fazia movimentos lânguidos e sensuais, deixando todos os homens a sua volta loucos para tocar aquele corpinho maravilhoso e que ela fazia questão de mostrar ter. Mas depois do aviso dela, lá pelas onze, com uma "ajudinha" de Heero...

*-*-*Flashback*-*-*

-Tira as suas mãozinhas agora mesmo de mim - disse Faith calma - Sabia que eu já tenho dono?

-Hum, e quem é que seria homem o bastante pra domesticar uma gatinha como você?

-Tá vendo aquele loirinho de olhos verdes? - ela olhou para Quatre, que a olhava. Quando viu a garota o olhando, ele ficou mais vermelho que já estava e virou - se para frente. O jovem que conversava com Faith deu uma risada alegre - O que foi?

-Aquele é o teu namorado?

-Não. Ele é o meu dono. É muito diferente.

-Mas ele? É um fracote! Nem parece ser homem! Parece uma garotinha. Você tem certeza de que não quer um homem de verdade pra te domesticar, gata? - ele coloca as mãos na cintura da garota. Ela só sorri (bem inocentemente - perigo a vista!) e lhe lança aquele olhar malicioso, fazendo - o se derreter ainda mais.

-Eu adoro o meu dono, e... Sabe de mais uma coisa?

-O que? - ele encosta o corpo ao da garota (um de frente pro outro).

-Bem... - ela encosta o rosto ao dele (não, ela não o beija) - Eu tô aqui com o meu dono, dois amigos bons de briga, um primo que pode ser bem irracional às vezes, e, especialmente, um irmão que anda sempre com uma arma, e acredite: ele não sente remorso algum de usa - la. Então, eu digo mais uma e última vez: tire as suas mãos de mim.

-Não tô com muita vontade agora.

-Tá bom, então. Oi, Hee - chan! - Heero aparece atrás do jovem com Faith. Este vira - se na hora (largando a garota) e encara Heero, que é uns oito centímetros mais baixo que ele.

-Você é...?

-O irmão dela - respondeu Heero nervoso e com um olhar assassino que faz o jovem a sua frente sentir um pouco de apreensão.

-Mesmo? Então você poderá dizer que eu sou bom o bastante pra ela. Melhor que aquela loirinha ali.

-Hee - chan, não seja muito violento, só o suficiente, tá bom? - disse Faith calma. O jovem que a cantou não entendeu muito, mas não teve muito tempo pra isso, de qualquer jeito. Heero deu - lhe uma forte joelhada no estômago, mas o segurou para que ele não caísse e fizesse uma cena no meio da pista da boate cheia.

-Agora eu acho que você vai pensar duas vezes antes de cantar a minha irmãzinha e ainda insultar um dos meus melhores e mais antigos amigos - disse Heero depois de jogar o jovem para fora da boate.

-Garotos, aquele lindinho de olhos azuis era o meu irmão mais velho. Se quiserem alguma coisa comigo, vocês terão que passar por ele primeiro - disse Faith aos rapazes a sua volta, que viram a cena entre ela, o jovem e Heero. Todos se entreolharam nervosos, e meio que se afastaram de Faith.

*-*-*Fim do flashback*-*-*

-A sua irmã é muito agitada - comentou Trowa depois de pedir que o barman colocasse mais bebida em seu copo. O jovem de olhos esmeralda olhou feio para o barman, que olhou interessado para a bela Ellen, sentada ao lado de Trowa.

-Ah, sim. Você também não dança?

-Não.

-Que bom. Ao menos eu tenho uma companhia muito boa, né? - ela estava bastante vermelha, mas sorria docemente, fazendo com que Trowa não quisesse olha - la para não ficar corado.

-É... Acho que sim...

-Você... Não gosta de mim...?

-Hã?

-Você não olha pra mim nunca... Nos meus olhos, então...

-Eu gosto de você, Ellen - disse Trowa rapidamente e vermelho. A garota viu isso e sorriu para si mesma.

-Eu também. Você é a única pessoa que conheci hoje que é tímida e calada como eu.

-Você não é calada.

-Hã?

-Não... Muito.

-Só quando estou com uma só pessoa eu consigo falar bastante como agora. E... Eu gosto de falar com pessoas que não gostam.

-Não é que eu não goste de falar, Ellen, é só que eu falo o suficiente.

-Mas é estranho - ela aproximou a sua cadeira a de Trowa - Você podia ser mais como o Quatre.

-Você tá estranha... Não parece você.

-Hã? - ela ficou muito vermelha - Eu...

-Ah, desculpa! Eu não quis... Não quis ofender nem nada! Eu só... - Ellen suspirou e deu uma risada alegre e contagiante.

-Você é gentil quando quer, Trowa - ela estava vermelha - Eu... Eu gosto de garotos assim...

-Hã? - Trowa estava com o rosto muito vermelho - Como... Assim?

-Nada não. Esquece.

-Não... Quero.

-Hã?

-Você gosta de garotos gentis?

-Sim.

-Então... Você gosta do Quatre?

-Ah, gosto sim, mas não como a Faith gosta dele.

-Mas...

-Do jeito que a minha irmã gosta do Quatre, eu só gosto de uma pessoa...

-Quem...? - os dois estavam muito vermelhos. Ellen mexia as mãos umas com as outras compulsivamente.

-Você... - murmurou ela envergonhada.

-O que? Eu...?

-É... Você, Trowa...

-Mas... Mas...

-Não fala nada, Trowa... Não fala nada...

-Mas eu...

-A Faith tá vindo - a bela irmã de Ellen chegou atrás deles com um grande sorriso e abraçou os dois por trás.

-Oi! Tá tratando a Ellen bem? Ela não tem experiência alguma nessas coisas, então alguém devia ser o professor dela, né? - Trowa e Ellen ficaram com os rostos piscando de tão vermelhos que estavam - Que gracinhas! Ai, ai. Agora eu vou beber alguma coisinha com o Quatre - chan, tá? Ah, Trowa, lembre - se: é melhor prevenir do que remediar.

-O que quer dizer com isso?

-Sempre use camisinha.

-O que? - disse o jovem de olhos esmeralda muito mais vermelho que antes.

-Só um conselho amigo, Trowa. Aproveite o seu, Ellen, que eu vou aproveitar o meu - e foi andando até Quatre, que estava na ponta do balcão tomando um suco de cereja.

-Oi, Quatre - chan - sussurrou Faith no ouvido do loirinho. Ele corou e sorriu.

-Olá, Faith. Estava boa a pista?

-Muito! Por que você não foi dançar comigo?

-Eu não sei dançar.

-Fala sério, Quatre - chan! Você realmente devia vir dançar comigo.

-Por que?

-Porque você poderia passar a mão em mim sem o Hee - chan ver - Quatre ficou muito vermelho, e Faith passou a mão em seus cabelos loiros - Você é tão lindinho, Quatre!

-Faith, por favor...

-Tá bom, vai - ela sentou - se ao lado de Quatre e pegou a vasilha cheia de cerejas ao lado do loirinho. Ela mergulhou uma cereja no suco dele e a colocou na boca dele - Gostosa?

-Sim. Eu gosto muito de cereja.

-Eu também - ela pegou uma e a colocou na boca, lambendo - a de uma forma sugestiva. Quatre ficou vermelho - Você quer mais?

-Tá... - ela pensou um pouco, passou a cereja nos lábios e levantou - se. Quatre não estava entendendo nada, mas ficou constrangido quando a garota o puxou e o beijou apaixonadamente - Faith!

-Foi você quem disse que gostava de cereja, Quatre - chan. Agora, venha dançar comigo.

-Mas eu... - ela o beijou novamente.

-Agora mesmo, Quatre - chan - murmurou ela. O loirinho não conseguiu resistir aos apelos da garota e foi arrastado até a pista de dança.

-Aquele é o Quatre dançando? - perguntou Duo rindo a Joe e Heero. O jovem de olhos violeta parara para tomar algo. Como Faith, ele passara a noite toda dançando.

-É, a Faith realmente tem um efeito especial sobre as pessoas - disse Joe.

-Ela é sempre assim? - perguntou Heero.

-Sempre é pouco. Sabia que a gente foi expulso de duas boates por causa dela?

-O que ela fez? - perguntou Duo malicioso e pensando coisas demais.

-Ela ficou bêbada. E acreditem quando eu digo: se sóbria ela é assim, imaginem - na bêbada.

-Deve ter sido... Interessante.

-Até que foi. Coitada da Ellen... Só faltou ter um ataque do coração e morrer.

-E você?

-Eu fiquei na minha. Claro que teve a Jenny, que matou a Faith só um pouquinho, e o Jim, claro, que ficou nervoso ao extremo, mas não fez nada e ficou na dele.

-Que família, heim, Heero?

-Hn.

-Bem, a pista de dança chama Duo Maxwell de volta! - e voltou alegre.

-Você tem amigos muito interessantes, Heero.

-Hã?

-Duo Maxwell, Trowa Barton, Quatre Raberba Winner, Chang Wufei. Quatro excelentes pilotos, mas como pessoas... Estranhas, no mínimo.

-São boas pessoas.

-Sem dúvida alguma, é claro, mas que são um pouquinho... Diferentes... Isso você não pode negar.

-Sim. Diferentes - ele olhou de lado para Trowa conversando com Ellen (os dois mais vermelhos, era impossível) e deu um sorriso.

-Você acabou de sorrir?

-Por que?

-Você quase não sorri.

-Eu só... Quis.

-Ai, ai. Amanhã é... Sábado, né? Por que a gente não aproveita e faz alguma coisa de novo?

-Você gosta de sair, não é?

-Sim, mas eu sou mais um notívago, como todos na família. Exceto, talvez, pela Yuki. Ela é mais calma, e não gosta de sair à noite. Ela é... Caseira demais.

-Nada de errado nisso.

-Não, não é que seja errado, só é... Estranho. Todo mundo, até mesmo a Ellen e a Jenny, gosta de sair, mas a Yuki... Acho que é porque ela é muito criança.

-Melhor do que ser como a Faith.

-É, tem razão. Você vai penar, meu priminho. Como você é meio... Ciumento, ah, meu amigo, você vai pagar por todos os seus pecados desta e da outra vida. E com a Jenny como irmã, uh...

-Como ela é? E o... James?

-A Jenny é calma, relaxada, distante, fria, indiferente, sincera, e uh, a sinceridade dela mata.

-Mesmo?

-Você não tem idéia. Ela fala a verdade na cara na hora. Não importa quem seja, ela fala o que quiser, o que for, quando e onde quiser. E, é, tá certo que é melhor do que ficar fingindo e tal, mas às vezes a verdade dói, né? E se você quiser sobreviver perto dela, seja como ela.

-Hn.

-Bem parecido.

-E o James?

-Ah, o Jim. Pra começo de conversa, ele é modelo internacional, interplanetário! Ele é o modelo mais famoso e bem pago da história. Mas apesar disso, é muito inteligente, tanto é que se formou de três faculdades até agora, e só tem dezoito anos, e está pra pegar o seu primeiro doutorado.

-Hn.

-Mas ele é meio estressado sobre certas coisas, mas em geral é um cara muito legal.

-Hn.

-Você não vai realmente ficar falando só "hn, hn" quando eles chegarem, vai? Isso vai fazer a Jenny ter um treco e querer falar um monte de e sobre você.

-Hn.

-Foi só pra me zoar essa, né?

-Hn.

-Você também sabe ser sacana, sabia disso, Heero? É uma das mais marcantes características da família Wayne. Todo mundo na família tem um pouco disso. Heero?

-O que diabos...? - ele olhou para a pista de repente e ficou vermelho de vergonha e raiva ao ver Faith se esfregando em Quatre no meio da pista. O loirinho tentava até fugir, mas a garota o segurava pelo braço e o beijava, não dando - lhe chance de escapar. Duo olhava e ria escandalosamente. O belo jovem de olhos azuis cobalto estava a um segundo de levantar - se e começar a espancar Quatre, mas Joe colocou a mão em seu ombro, aliviando - o por um instante - Joe...

-Heero, acalme - se. Acredite: sendo a Faith como é, isso aí não é nada, absolutamente nada. Ela consegue e conseguirá fazer pior para atormentar qualquer um que não aprove esse comportamento dela.

-Odeio isso.

-É. Mas se acostuma, cara! A Faith é assim, meio... Louquinha desde que tinha doze anos. Doze anos! Mas mesmo antes disso, ela já era meio assim, sabe? Mas depois dos doze... Acho que foi quando ela menstruou pela primeira vez... Ai, que dó eu tenho da Ellen, Heero.

-Por que?

-Porque ela agüenta tudo o que a Faith diz e faz. Às vezes pode parecer que a Faith judia um pouco da tua gêmea, mas não é bem assim. Elas se gostam muito, sabe?

-Hn.

Ao lado dos dois primos, um tanto afastado, é verdade, Ellen e Trowa conversavam discretamente.

-Você gosta de mim, né? - perguntou Trowa. A garota igualzinha a Heero balançou a cabeça muito devagar.

-Você já... Perguntou isso antes...

-Eu sei. Mas eu... Gosto de ouvir.

-Hã?

-Ninguém nunca...

-Ah, tá. Mas... Você...

-É, eu... Eu também gosto de você, Ellen, mas como não convivemos muito, não sei se o que sinto é simpatia misturada a atração física, somente. Eu não quero falar coisas das quais eu posso me arrepender depois.

-Mas...

-Mas é provável que seja... Verdadeiro este calor que eu sinto dentro de mim - disse ele envergonhado com as suas próprias palavras e tocando o próprio peito - Pode ser...

-Tomara.

-Ao menos... Eu não sinto nada assim forte pela... Faith.

-Hã?

-É bom, não é?

-Acho que... Sim.

A noite fora não continuou por muito tempo depois das três da manhã, quando Heero finalmente não se agüentou mais, e Joe não o segurou (estava no banheiro), e arrastou Faith pra fora da boate. Duo e Joe ainda demoraram um tempo até entenderem o que aconteceu, porque o jovem de olhos azuis cobalto, Quatre, Faith, Trowa e Ellen já tinham saído da boate. Faith e Heero ainda discutiram por algum tempo (muito curto) no meio da rua (só imaginem Heero Yuy, ou melhor, Wayne, gritando no meio da rua, no meio da noite, com a irmã mais nova. Só imaginem a cena que foi).

E assim foi a noite do dia em que Heero conheceu a sua segunda família (isso aí! Mesmo não admitindo em voz alta que os outros pilotos Gundam eram seus amigos, em seu coração ele os considerava sua família). Louca, com ataques de nervos, muita dança, alguns romances aparecendo... Enfim, uma noite bem comum, né?

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