Os entes perdidos de Heero - by: stranger12
Lá estava eu, pensando numa fic bem levinha que eu poderia escrever baseada em Gundam Wing, claro, então, me veio essa idéia: a família do Heero! Nunca se fala direito sobre de onde ele veio, só que ele é japonês e foi treinado desde criança para ser um piloto Gundam, mas e o passado dele? É nessa idéia que eu comecei a formar uma família bem interessante para o meu querido e idolatrado Hee - chan...
Obs: Eu estou ignorando o fato deles terem destruído os Gundams, como eles (os pilotos Gundam) fizeram no fim de Endless Waltz. Não sei se vou usar os Gundam da história, mas é melhor deixa - los como reserva.
Obs2: Malícia vai rolar solta, mas ainda estou considerando se faço umas partes mais... Apimentadas e/ou explícitas (especialmente entre Jenny e seu par e Heero e seu par (e provavelmente não vai ser Relena...)). Mandem - me comentários pra eu saber se faço algo explícito ou não. Dependendo, até penso em mudar as minhas idéias.
Ato 009: Garotas selvagens
Jenny andava no dia 23 de Setembro pelos corredores do Colégio Minami com o seu caderno de desenhos nas mãos.
-Droga, por que não se pode fumar na escola? - pensou a linda morena raivosamente. Ela entrou bruscamente na sala de Shin e Kazu, que estavam no fundo da sala. Faltavam dez minutos para o começo das aulas. Os dois a olharam com cansaço.
-Oi, Jenny - disse Kazu bocejando. Jenny arqueou as sobrancelhas.
-Cansados? Que patético. Ficar acordado por uma noite apenas não é nada - ela balançou os cabelos com impaciência. O jovem diretor ficou olhando - a, percebendo como ela e Faith se pareciam.
-O que foi, Jenny? Aconteceu alguma coisa? - perguntou ele.
-Não, claro que não. É só que eu queria trazer o meu caderno de desenhos pra você ver. Eu terminei mais alguns, e trouxe umas amostras de tecido... Hum... - e começou a procurar freneticamente por algo em seus bolsos - Segura - ela começou a entregar uma grande quantidade de doces para Kazu e Shin segurarem. Eles olhavam estranhando um pouco o grande montante de doces que a garota conseguia guardar somente nos bolsos do paletó. Finalmente, ela tirou uma caixinha de um dos bolsos e a colocou na cabeça de Shin. Ela pegou todos os doces de volta, e os guardou pacientemente, pegando a caixa das mãos de Shin (ele a pegou da cabeça para que não caísse).
-Que é isso? - perguntou Kazu.
-Amostra de... Tecidos - disse ela abrindo a caixinha e mostrando um pequeno monte de tecidos de texturas e cores diferentes. O jovem diretor sorriu.
-Ah, legal... - ele pegou os tecidos e o tocou alegremente - Bom, bom... Você mesma vai costurar as roupas, né?
-Claro que sim. Quem mais?
-Sei lá... Mas você é boa na costura?
-Olha pra minha saia - os dois garotos olharam para a saia da garota, e perceberam que ela era bem mais curta que a saia da maioria das garotas; ela batia no primeiro terço da coxa da garota, considerando que a saia da maioria batia na metade da coxa. Os dois ficaram vermelhos - Claro que não é um dos melhores exemplos, mas fui eu quem a costurou. Mas de qualquer forma, a Yuki poderia muito bem me ajudar, sendo boa costureira como é.
-Mesmo? - perguntaram os dois garotos ao mesmo tempo. Jenny piscou os olhos vagarosamente.
-Sim, ela é muito boa nesse tipo de coisa... - ela olhou fixamente para Shin, que começou a corar furiosamente, mas ainda assim, ele a encarava de volta - Você deveria saber disso.
-Heim? Eu? Por que?
-Vocês não são protagonistas? A Yuki costuma ficar fazendo alguma coisa durante as cenas e nos intervalos nos ensaios... Estranho que VOCÊ nunca tenha percebido.
Sob o olhar inquisidor de Jenny, Shin ficou paralisado e sem saber o que dizer ao certo. Ela sabia, então, que ele...? Hum...
-Bem, eu já vou indo, então. Fique com o caderno e com as amostras e diga o que acha depois, Setaki. Até - e foi embora.
*~*~*~*~*~*~*~*~*
Na sala de aula do 2ºGT, uma metade dos jovens do grupo principal desta fic estava sonolenta - Quatre, Trowa, Ellen e Wufei -, e a outra estava animadinha e bem acordada - Joe, Yuki e Duo. Heero era o neutro. Faith, em sua sala, também estava animadinha.
O professor de Estudos Sociais entrou na sala e encarou os alunos com seriedade, como sempre fazia, mas depois abriu um sorriso cansado.
-Boa dia, classe. Hoje teremos algumas assembléias especiais, com alguns convidados surpresa, e iremos assim que eu apresentar uma nova aluna. Por favor, entre - a porta da classe se abriu.
Uma garota linda, com cabelos negros e lisos até os ombros, com frios e meio que opacos olhos azuis celeste, que se assemelhavam e muito aos de Jim, alta, com um corpo muito bonito, apesar de estar um tanto escondido embaixo do uniforme escolar. Seu rosto mantinha - se sério e sem expressão.
-Apresente - se, por favor.
-Mai Susuhara, é um prazer - disse ela. Sua voz era seca e sem vida. Algo nela lembrava e muito...
-Heero, você tá bem? - perguntou Quatre olhando para trás.
O Soldado Perfeito não respondeu, mantendo seus olhos cobalto fixos em Mai. Algo nela lhe lembrava de alguém... Se fosse a pessoa que ele achava que ela era...
-Feitas as apresentações, gostaria que viessem comigo até o auditório.
Todos os alunos foram saindo calmamente da classe, Heero tentando ao máximo ficar para trás para poder olhar direito para Mai. Ela colocou a sua mochila na carteira ao seu lado, dando - lhe um olhar penetrante e gélido. Ele devolveu um olhar parecido.
-Mai Susuhara... A amante de Heero Yuy - disse Heero.
-Heero Yuy, o líder máximo das colônias - disse a garota com um sorriso, deixando - a mais linda ainda.
-O que está fazendo aqui?
-O que você está fazendo aqui?
-Não lhe interessa...
-Idem.
-O doutor J não mencionou que você ainda estava viva...
-Idem. Sabia que você devia estar vivo, mas certamente não tinha certeza.
-O que quer?
-O que quer?
-Heero, vamos nos atrasar! - exclamou Duo - Vamos chegar atrasados e vamos acabar levando bronca!
-O Shinigami disse bem, Heero - disse ela com um sorriso malicioso e colocando as mãos no peito do Soldado Perfeito - Hum... Continua com esse corpinho, heim? E quanto à sua boca? Continua boa de se beijar? - e, colocando as mãos rapidamente no pescoço de Heero, ela o puxou para um beijo que o Soldado Perfeito certamente não recusou.
Por alguns segundos, os lábios dos dois se tocaram com ardor, pensamentos paralisados. Mentes paradas naquele momento apenas.
Mai e Heero se separaram ao mesmo tempo, olhando um para o outro com o rosto sereno, porém corado. Ela abriu um outro sorriso malicioso.
-É, algumas coisas jamais mudam, não é mesmo? A tua boca continua gostosa de se beijar como sempre foi. Pena que não dê pra terminar como sempre terminavam os nossos beijos, né? - e o beijou novamente, muito de leve - Até depois, Heero - ela saiu da classe silenciosamente. Depois de um segundo ou dois, o Soldado Perfeito a seguiu.
Heero correu até o auditório, que ficava logo abaixo da sua sala de aula (tem o auditório - dentro do prédio do colégio -, e tem o teatro - fora do prédio, sendo um prédio em si). Avistou Mai rapidamente, já que ela ainda estava de pé quando ele chegou. Ela percebeu o olhar de jovem de olhos cobalto, mas não o retribuiu. Ela sentou - se logo na frente de Yuki.
-Heero, vem logo! - disse Duo acenando alegre. O Soldado Perfeito foi e sentou - se entre Trowa e o americano - Por que você demorou tanto?
-Cale a boca, Duo - disse Heero num tom mortal. O americano não disse mais nada.
Um homem de feições gentis, o diretor da escola, entrou no palco, sendo aplaudido por basicamente todos os seus alunos. Ele sorriu docemente.
-Hoje teremos algumas pessoas falando sobre a paz, e depois, os candidatos a presidente de classe falarão. Agora, para começar, tenho o grande prazer de receber uma jovem muito especial, na faixa etária de vocês, mas que já fez muito pela humanidade. Senhorita Relena Peacecraft Darlian - uma salva de palmas foi ouvida, mais forte e ensurdecedora, embora desta vez, seis pessoas não bateram palmas: os pilotos Gundam e Mai.
Então, uma figura entrou silenciosamente no palco. Um conjuntinho rosa formal, o longo e liso cabelo caramelo todo trançado (diferente, não?), os olhos azuis cheios de determinação, e um sorriso simpático e gentil iluminava o rosto jovem e bonito. Relena Peacecraft Darlian, o coração de Heero.
-Ai, Deus... Isso não é nada bom... - murmurou Quatre a Duo. O americano balançou a cabeça concordando.
-Bom dia a todos vocês. É um grande prazer estar aqui hoje - sua voz era decidida e firme - Pediram - me que viesse para falar sobre o que fiz e o que faço até hoje - ela começou a vagarosamente passar os olhos pelos alunos - Eu sou uma pacifista de sangue, alma e coração. Sangue dos Peacecraft, alma dos Darlian, e coração... - seu olhar parou nos pilotos Gundam (estavam sentados: Joe, Wufei, Yuki, Ellen, Faith, Quatre, Duo, Heero e Trowa), e seu rosto avermelhou ao ver a expressão serena de Heero. Ela perdeu a fala por alguns momentos, mas recuperando - se - Hã... Onde eu estava mesmo? Sinto muito, eu só... Ah, sim. Coração. Coração de Relena, meu desejo, minha vontade.
O discurso de Relena foi cheio de paradas, momentos de reflexão enquanto ela olhava vagamente para os pilotos, para Heero.
-Posso ter lutado para trazer a paz, e hoje luto para mante - la, mas... Muitos outros lutaram, aliando - se a um dos lados, embora... - seus olhos azuis buscaram pelos olhos dos pilotos, desta vez de todos eles - Embora alguns que lutaram bravamente, jamais desistindo, dispostos a sacrificar as suas vidas, a se machucar, a se traumatizar, a perder pessoas que amavam... E jamais se aliando a qualquer um dos lado. Estou falando dos pilotos Gundam - um murmúrio geral tomou conta do auditório. Relena encontrou os olhos de Heero e não pôde conter um sorriso - Sim, os pilotos Gundam, jovens extraordinários, fortes, valentes, bons e puros de coração. Os soldados mais perfeitos e dedicados que já conheci na vida. E tenho um grande orgulho de dizer que conheci três deles, embora tenha desejado ter conhecido todos eles. Eles lutaram sem nunca olhar para trás. Sim, eles mataram, mas mesmo assim, eles salvaram muitas vidas, tantas que ninguém poderia saber quantas ao certo. Não sei se eles próprios sabem o quanto eles foram e são importantes, mas se vão saldar - me por ter lutado pela paz, então saldem - nos também. Se não o fizerem, então também não desejo aplausos, sorrisos... Nada.
Ela sorriu penosamente e saiu do palco sem dizer mais nada. O diretor correu até o microfone.
-Hã... Esta foi a senhorita Relena Peacecraft Darlian. Teremos agora... - e continuou. Mais suas pessoas falaram. Durante o tempo todo, os pilotos permaneceram alerta e se olhando constantemente - Agora teremos alguns alunos discursando para o cargo de presidente de classe. Nos dias que se seguirão, candidatos aos outros cargos estarão falando. Primeiramente...
Alguns alunos passaram. Cinco. Depois deles, cada um com uma fala mais entediante e maçante que o outro, o diretor apresentou o último candidato.
-Senhorita... Jennifer Wayne - Jenny entrou no palco, e os pilotos, ao menos Duo, Quatre e Heero, finalmente pareceram sair de seu estado de total seriedade e alerta.
A garota andava calmamente como costumava fazer. Seus cabelos negros estavam presos num rabo de cavalo alto, uma mecha de cada lado. Eles balançavam de um lado para o outro ligeiramente, dando - lhe um ar de garota gentil e doce. Mas seus olhos azuis brilhavam de uma forma intensa, forte, demonstrando sua seriedade, frieza e decisão. Era uma figura quase ou tão imponente quanto Relena. E isso é muito.
Os garotos ficaram bastante agitados, e as garotas também (já perceberam como nos animes e mangás, as garotas ficam agitadinhas quando vêem uma garota bonita?). Alguns alunos ficaram se perguntando como nunca tinham visto tal beldade. Duo abriu um sorriso ao ouvir alguns comentando como sua namorada era estonteante e perfeita.
-Meu nome, como já mencionado, é Jennifer Wayne, mas prefiro ser chamada de Jenny. Pouquíssimos têm o direito de chamar - me de Jennifer - ela sorriu ligeiramente, e Duo ficou alegrinho - Como devem perceber, vocês não podem ser assim tolos, estou aqui porque quero ser a presidente de classe - alguns sons, como assobios, foram ouvidos pelo auditório. Jenny ficou séria de repente.
-A Jenny é sempre bastante popular, vocês não acham? - comentou Faith rindo um pouco.
-Porque a Jenny é muito bonita e fala bem em público - disse Yuki sorridente.
-Continuando após tal, sinto dizer, tola e estúpida interrupção - os alunos ficaram quietos -, gostaria de dizer que... (não tô com vontade de continuar o discurso dela... Digamos apenas que ela falava com muita honestidade, e ficava muito séria quando assoviavam e tal).
A garota terminou o discurso e saiu do palco calma e silenciosamente como entrou. Um silêncio caiu momentaneamente entre os alunos.
-Bem, é isso. Que horas são? - começou o diretor - Ah, sim! Nossa, meu Deus! Já são onze e quarenta? (tá, eu exagerei "um pouquinho", mas é só pra dar certinho o horário) Bem... Já que faltam somente vinte minutos para o intervalo... Bem, estão dispensados! Só não façam nada de errado - os alunos riram e gritaram e saíram correndo do auditório.
Os pilotos e os Wayne saíram por último, Mai sumindo entre o mar de alunos. Então, ouviram o riso alegre de Jenny e viraram - se, vendo a bela morena conversando com...
-Relena - murmurou Heero alto o bastante para as pessoas ao seu redor ouvirem - no. Seus familiares impressionaram - se. Os olhos cobalto do Soldado Perfeito brilhavam de uma forma que nunca brilharam antes.
-Ah, venham aqui - disse Jenny sorrindo. Duo chegou mais rápido e a segurou pela cintura, dando - lhe um beijo.
-Você não vai fazer nada, Heero? - perguntou Wufei rindo, mas Heero estava sério e encarando Relena. Esta sorria nervosamente, o rosto muito vermelho.
-Olá, Heero... - ela disse silenciosamente. Os Wayne olharam dela para Heero.
-Você conhece mesmo a princesa Peacecraft, Heero? - perguntou uma voz atrás do grupo. Jason.
-O que faz aqui? - perguntou Jenny muito corada e se desvencilhando de Duo, que simplesmente não queria deixar de beijar a namorada, mas é claro que não adiantou muito porque o americano a abraçou por trás e começou a beijar - lhe o pescoço. Heero mantinha seu olhar em Relena, apesar de estar vendo o que Duo fazia com a irmã. Jason pareceu bravo.
-Jason Yamazaki? - disse Relena tentando desviar seu olhar de Heero - Ah, como vai?
-Senhorita Relena - disse o garoto gentilmente - Faz tempo, não?
-Sim... Um ano, creio.
-Mais ou menos, sim.
-Vocês se conhecem? - perguntou Heero.
-Sim. O Jason estudou no Instituto Saint Gabriel comigo (tá, ficou meio fora da cronologia, mas deixa) - respondeu Relena.
-Heero Yuy... - os pilotos o olharam - Eu devia ter lembrado quando conheci você, Heero Wayne.
-Jason...
-Acalme - se, senhorita Relena. Não direi nada, absolutamente nada sobre o que sei.
-Agradeço.
-Bem, até depois - Jason foi embora, mas não antes de lançar um olhar raivoso a Duo e Jenny.
-Heero, podemos conversar? - perguntou Relena de cabeça baixa.
-Hn - eles se distanciaram do grupo e encontraram uma sala vazia. Quando entraram, Relena encarou Heero abertamente.
-Ah, Heero! - ela o abraçou com muita força, deixando - o muito vermelho.
-Relena... - murmurou Heero no ouvido da garota.
Eles ainda ficaram abraçados por alguns momentos. Quando o largou, Relena observou com carinho e cuidado aquele jovem que não via à quase que um ano (acho que dez meses, mais precisamente), vendo um brilho diferente em seus olhos cobalto.
-Você mudou muito, Heero...
-Você não, Relena...
-É uma surpresa te reencontrar... E ainda mais numa escola civil... Na Terra...
-Sim. Foi por insistência das garotas. Elas...
-O que? Garotas?
-Ah, sim. Ellen, minha irmã gêmea, Yuki, minha prima, e Faith, minha irmã mais nova.
-Você... Você tem família?
-Sim. Além delas, ainda tem a minha irmã mais velha Jenny, que você conheceu, Joe, meu primo, irmão gêmeo de Yuki, e Jim, meu irmão mais velho.
-Você tem mesmo uma família! - disse Relena sorrindo exasperada.
-Relena...
-É que... Eu não tenho mais família a não ser a minha mãe e o meu irmão, que está em Marte! E você...
-Você tem a mim, Relena - ela ficou tão vermelha quanto ele.
-Heero... Eu ainda... Ainda te amo...
-E eu ainda a considero o meu coração - ele disse gentilmente desfazendo a trança da garota. Ela fechou os olhos enquanto sentia os dedos de Heero passando calmamente por seus cabelos. Há quanto tempo...?
O rapaz segurou o rosto de Relena e a beijou. Docemente.
-Heero... Agora que eu te vi de novo, eu nunca mais vou poder me esquecer de você... - sussurrou Relena com lágrimas nos olhos.
-Eu sempre a vejo na minha mente... Nos meus sonhos... Sempre, minha Relena.
Ele acariciou o rosto da garota e a beijou novamente. Gentilmente como da outra vez. Quando se separaram, Relena sorriu.
-Eu já vou indo... Não posso ficar por muito mais tempo aqui. Até algum dia, Heero.
-Até, Relena - ela o olhou por uma última vez e foi embora. Heero ainda ficou parado na sala por alguns momentos até sair da sala também.
-Restabelecendo laços de amor com a senhorita Relena Peacecraft Darlian? - disse Mai, parada na frente da porta da sala, os braços cruzados e um sorriso malicioso. Ela encostou Heero na porta (já fechada) e o beijou ardentemente. O jovem de olhos cobalto ficou paralisado, apesar de não negar que desejava continuar beijando aquela garota.
-O que pensa que está fazendo? - ele perguntou quando se separou de Mai. Ela sorriu novamente.
-O que quer dizer, Heero?
-Por que fica me beijando?
-Porque eu quero. Como se você nunca tivesse me beijado e feito muitas outras coisas comigo sempre que queria...
-Era treino.
-Treino, claro que sim. Então eu uso a mesma desculpa e digo que é só treino. Pra ver se eu ainda sei beijar. Afinal de contas, faz tempo, sabe?
-E eu com isso?
-Deixa de ser assim, Heero. Você nunca foi assim comigo, e não gosto de você comece agora.
-Eu não me importo com você, Garota.
-Ah, por que não me chama de Mai? É o meu nome agora. Desisti de ser chamada de Garota, e peguei o nome Mai Susuhara para mim. Afinal, combina perfeitamente, não? Você, eu.
-Hee - chan! - chamou Ellen acenando. O Soldado Perfeito e Mai viraram - se para olhar a garota. Ela sorriu constrangida e corada - Ah, desculpa... Vocês tavam conversando? Eu interrompi, por acaso? Ah, eu já vou indo, então... Eu só...
-Não tem importância, Ellen - chan - disse Heero saindo de perto de Mai - O que foi?
-Vamos almoçar?
-Claro... - Ellen sorriu e foi andando para longe. Heero se voltou para Mai por um momento - Fique longe de mim, dos meus amigos e da minha família, entendeu?
-Ah, agora você tem amigos? Que gracinha! Bem... Certamente que será difícil, sabe?
-Por que?
-Eu fui convidada pra uma comemoração de aniversário numa boate. Seu aniversário, aliás.
-Eu não quero você lá.
-Mas vai querer. Porque foram a sua irmãzinha Ellen - chan, a sua irmãzinha Faith, e a sua priminha Yuki - chan que me convidaram.
-Pois eu não...
-Cale a boca, Heero, senão vão começar e te perguntar o motivo de você não me querer lá. Você pode até falar sobre um dos motivos, que nem é tão bom assim, mas se falar sobre o outro motivo, não vai ficar muito bom pra sua imagem perante eles, não? Portanto... Eu sugiro que cale a boca e me aceite.
-Não ouse dizer uma só palavra a qualquer um sobre o nosso passado.
-Eu sei disso. Além disso, por que eu faria isso? Tiraria a graça de tudo, e você, mais que qualquer um, deveria saber que eu adoro me divertir quando posso, Heero. Acho que vão vir te chamar de novo, então você deveria ir indo. Até depois - e foi embora.
-Droga... Por que ela tinha que aparecer? - pensou Heero com raiva.
*~*~*~*~*~*~*~*~*
Mai, uma garota do passado de Heero, finalmente apareceu. Quem é ela de verdade? O que realmente aconteceu entre Heero e ela? Hum... Depois, depois...
*~*~*~*~*~*~*~*~*
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Lá estava eu, pensando numa fic bem levinha que eu poderia escrever baseada em Gundam Wing, claro, então, me veio essa idéia: a família do Heero! Nunca se fala direito sobre de onde ele veio, só que ele é japonês e foi treinado desde criança para ser um piloto Gundam, mas e o passado dele? É nessa idéia que eu comecei a formar uma família bem interessante para o meu querido e idolatrado Hee - chan...
Obs: Eu estou ignorando o fato deles terem destruído os Gundams, como eles (os pilotos Gundam) fizeram no fim de Endless Waltz. Não sei se vou usar os Gundam da história, mas é melhor deixa - los como reserva.
Obs2: Malícia vai rolar solta, mas ainda estou considerando se faço umas partes mais... Apimentadas e/ou explícitas (especialmente entre Jenny e seu par e Heero e seu par (e provavelmente não vai ser Relena...)). Mandem - me comentários pra eu saber se faço algo explícito ou não. Dependendo, até penso em mudar as minhas idéias.
Ato 009: Garotas selvagens
Jenny andava no dia 23 de Setembro pelos corredores do Colégio Minami com o seu caderno de desenhos nas mãos.
-Droga, por que não se pode fumar na escola? - pensou a linda morena raivosamente. Ela entrou bruscamente na sala de Shin e Kazu, que estavam no fundo da sala. Faltavam dez minutos para o começo das aulas. Os dois a olharam com cansaço.
-Oi, Jenny - disse Kazu bocejando. Jenny arqueou as sobrancelhas.
-Cansados? Que patético. Ficar acordado por uma noite apenas não é nada - ela balançou os cabelos com impaciência. O jovem diretor ficou olhando - a, percebendo como ela e Faith se pareciam.
-O que foi, Jenny? Aconteceu alguma coisa? - perguntou ele.
-Não, claro que não. É só que eu queria trazer o meu caderno de desenhos pra você ver. Eu terminei mais alguns, e trouxe umas amostras de tecido... Hum... - e começou a procurar freneticamente por algo em seus bolsos - Segura - ela começou a entregar uma grande quantidade de doces para Kazu e Shin segurarem. Eles olhavam estranhando um pouco o grande montante de doces que a garota conseguia guardar somente nos bolsos do paletó. Finalmente, ela tirou uma caixinha de um dos bolsos e a colocou na cabeça de Shin. Ela pegou todos os doces de volta, e os guardou pacientemente, pegando a caixa das mãos de Shin (ele a pegou da cabeça para que não caísse).
-Que é isso? - perguntou Kazu.
-Amostra de... Tecidos - disse ela abrindo a caixinha e mostrando um pequeno monte de tecidos de texturas e cores diferentes. O jovem diretor sorriu.
-Ah, legal... - ele pegou os tecidos e o tocou alegremente - Bom, bom... Você mesma vai costurar as roupas, né?
-Claro que sim. Quem mais?
-Sei lá... Mas você é boa na costura?
-Olha pra minha saia - os dois garotos olharam para a saia da garota, e perceberam que ela era bem mais curta que a saia da maioria das garotas; ela batia no primeiro terço da coxa da garota, considerando que a saia da maioria batia na metade da coxa. Os dois ficaram vermelhos - Claro que não é um dos melhores exemplos, mas fui eu quem a costurou. Mas de qualquer forma, a Yuki poderia muito bem me ajudar, sendo boa costureira como é.
-Mesmo? - perguntaram os dois garotos ao mesmo tempo. Jenny piscou os olhos vagarosamente.
-Sim, ela é muito boa nesse tipo de coisa... - ela olhou fixamente para Shin, que começou a corar furiosamente, mas ainda assim, ele a encarava de volta - Você deveria saber disso.
-Heim? Eu? Por que?
-Vocês não são protagonistas? A Yuki costuma ficar fazendo alguma coisa durante as cenas e nos intervalos nos ensaios... Estranho que VOCÊ nunca tenha percebido.
Sob o olhar inquisidor de Jenny, Shin ficou paralisado e sem saber o que dizer ao certo. Ela sabia, então, que ele...? Hum...
-Bem, eu já vou indo, então. Fique com o caderno e com as amostras e diga o que acha depois, Setaki. Até - e foi embora.
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Na sala de aula do 2ºGT, uma metade dos jovens do grupo principal desta fic estava sonolenta - Quatre, Trowa, Ellen e Wufei -, e a outra estava animadinha e bem acordada - Joe, Yuki e Duo. Heero era o neutro. Faith, em sua sala, também estava animadinha.
O professor de Estudos Sociais entrou na sala e encarou os alunos com seriedade, como sempre fazia, mas depois abriu um sorriso cansado.
-Boa dia, classe. Hoje teremos algumas assembléias especiais, com alguns convidados surpresa, e iremos assim que eu apresentar uma nova aluna. Por favor, entre - a porta da classe se abriu.
Uma garota linda, com cabelos negros e lisos até os ombros, com frios e meio que opacos olhos azuis celeste, que se assemelhavam e muito aos de Jim, alta, com um corpo muito bonito, apesar de estar um tanto escondido embaixo do uniforme escolar. Seu rosto mantinha - se sério e sem expressão.
-Apresente - se, por favor.
-Mai Susuhara, é um prazer - disse ela. Sua voz era seca e sem vida. Algo nela lembrava e muito...
-Heero, você tá bem? - perguntou Quatre olhando para trás.
O Soldado Perfeito não respondeu, mantendo seus olhos cobalto fixos em Mai. Algo nela lhe lembrava de alguém... Se fosse a pessoa que ele achava que ela era...
-Feitas as apresentações, gostaria que viessem comigo até o auditório.
Todos os alunos foram saindo calmamente da classe, Heero tentando ao máximo ficar para trás para poder olhar direito para Mai. Ela colocou a sua mochila na carteira ao seu lado, dando - lhe um olhar penetrante e gélido. Ele devolveu um olhar parecido.
-Mai Susuhara... A amante de Heero Yuy - disse Heero.
-Heero Yuy, o líder máximo das colônias - disse a garota com um sorriso, deixando - a mais linda ainda.
-O que está fazendo aqui?
-O que você está fazendo aqui?
-Não lhe interessa...
-Idem.
-O doutor J não mencionou que você ainda estava viva...
-Idem. Sabia que você devia estar vivo, mas certamente não tinha certeza.
-O que quer?
-O que quer?
-Heero, vamos nos atrasar! - exclamou Duo - Vamos chegar atrasados e vamos acabar levando bronca!
-O Shinigami disse bem, Heero - disse ela com um sorriso malicioso e colocando as mãos no peito do Soldado Perfeito - Hum... Continua com esse corpinho, heim? E quanto à sua boca? Continua boa de se beijar? - e, colocando as mãos rapidamente no pescoço de Heero, ela o puxou para um beijo que o Soldado Perfeito certamente não recusou.
Por alguns segundos, os lábios dos dois se tocaram com ardor, pensamentos paralisados. Mentes paradas naquele momento apenas.
Mai e Heero se separaram ao mesmo tempo, olhando um para o outro com o rosto sereno, porém corado. Ela abriu um outro sorriso malicioso.
-É, algumas coisas jamais mudam, não é mesmo? A tua boca continua gostosa de se beijar como sempre foi. Pena que não dê pra terminar como sempre terminavam os nossos beijos, né? - e o beijou novamente, muito de leve - Até depois, Heero - ela saiu da classe silenciosamente. Depois de um segundo ou dois, o Soldado Perfeito a seguiu.
Heero correu até o auditório, que ficava logo abaixo da sua sala de aula (tem o auditório - dentro do prédio do colégio -, e tem o teatro - fora do prédio, sendo um prédio em si). Avistou Mai rapidamente, já que ela ainda estava de pé quando ele chegou. Ela percebeu o olhar de jovem de olhos cobalto, mas não o retribuiu. Ela sentou - se logo na frente de Yuki.
-Heero, vem logo! - disse Duo acenando alegre. O Soldado Perfeito foi e sentou - se entre Trowa e o americano - Por que você demorou tanto?
-Cale a boca, Duo - disse Heero num tom mortal. O americano não disse mais nada.
Um homem de feições gentis, o diretor da escola, entrou no palco, sendo aplaudido por basicamente todos os seus alunos. Ele sorriu docemente.
-Hoje teremos algumas pessoas falando sobre a paz, e depois, os candidatos a presidente de classe falarão. Agora, para começar, tenho o grande prazer de receber uma jovem muito especial, na faixa etária de vocês, mas que já fez muito pela humanidade. Senhorita Relena Peacecraft Darlian - uma salva de palmas foi ouvida, mais forte e ensurdecedora, embora desta vez, seis pessoas não bateram palmas: os pilotos Gundam e Mai.
Então, uma figura entrou silenciosamente no palco. Um conjuntinho rosa formal, o longo e liso cabelo caramelo todo trançado (diferente, não?), os olhos azuis cheios de determinação, e um sorriso simpático e gentil iluminava o rosto jovem e bonito. Relena Peacecraft Darlian, o coração de Heero.
-Ai, Deus... Isso não é nada bom... - murmurou Quatre a Duo. O americano balançou a cabeça concordando.
-Bom dia a todos vocês. É um grande prazer estar aqui hoje - sua voz era decidida e firme - Pediram - me que viesse para falar sobre o que fiz e o que faço até hoje - ela começou a vagarosamente passar os olhos pelos alunos - Eu sou uma pacifista de sangue, alma e coração. Sangue dos Peacecraft, alma dos Darlian, e coração... - seu olhar parou nos pilotos Gundam (estavam sentados: Joe, Wufei, Yuki, Ellen, Faith, Quatre, Duo, Heero e Trowa), e seu rosto avermelhou ao ver a expressão serena de Heero. Ela perdeu a fala por alguns momentos, mas recuperando - se - Hã... Onde eu estava mesmo? Sinto muito, eu só... Ah, sim. Coração. Coração de Relena, meu desejo, minha vontade.
O discurso de Relena foi cheio de paradas, momentos de reflexão enquanto ela olhava vagamente para os pilotos, para Heero.
-Posso ter lutado para trazer a paz, e hoje luto para mante - la, mas... Muitos outros lutaram, aliando - se a um dos lados, embora... - seus olhos azuis buscaram pelos olhos dos pilotos, desta vez de todos eles - Embora alguns que lutaram bravamente, jamais desistindo, dispostos a sacrificar as suas vidas, a se machucar, a se traumatizar, a perder pessoas que amavam... E jamais se aliando a qualquer um dos lado. Estou falando dos pilotos Gundam - um murmúrio geral tomou conta do auditório. Relena encontrou os olhos de Heero e não pôde conter um sorriso - Sim, os pilotos Gundam, jovens extraordinários, fortes, valentes, bons e puros de coração. Os soldados mais perfeitos e dedicados que já conheci na vida. E tenho um grande orgulho de dizer que conheci três deles, embora tenha desejado ter conhecido todos eles. Eles lutaram sem nunca olhar para trás. Sim, eles mataram, mas mesmo assim, eles salvaram muitas vidas, tantas que ninguém poderia saber quantas ao certo. Não sei se eles próprios sabem o quanto eles foram e são importantes, mas se vão saldar - me por ter lutado pela paz, então saldem - nos também. Se não o fizerem, então também não desejo aplausos, sorrisos... Nada.
Ela sorriu penosamente e saiu do palco sem dizer mais nada. O diretor correu até o microfone.
-Hã... Esta foi a senhorita Relena Peacecraft Darlian. Teremos agora... - e continuou. Mais suas pessoas falaram. Durante o tempo todo, os pilotos permaneceram alerta e se olhando constantemente - Agora teremos alguns alunos discursando para o cargo de presidente de classe. Nos dias que se seguirão, candidatos aos outros cargos estarão falando. Primeiramente...
Alguns alunos passaram. Cinco. Depois deles, cada um com uma fala mais entediante e maçante que o outro, o diretor apresentou o último candidato.
-Senhorita... Jennifer Wayne - Jenny entrou no palco, e os pilotos, ao menos Duo, Quatre e Heero, finalmente pareceram sair de seu estado de total seriedade e alerta.
A garota andava calmamente como costumava fazer. Seus cabelos negros estavam presos num rabo de cavalo alto, uma mecha de cada lado. Eles balançavam de um lado para o outro ligeiramente, dando - lhe um ar de garota gentil e doce. Mas seus olhos azuis brilhavam de uma forma intensa, forte, demonstrando sua seriedade, frieza e decisão. Era uma figura quase ou tão imponente quanto Relena. E isso é muito.
Os garotos ficaram bastante agitados, e as garotas também (já perceberam como nos animes e mangás, as garotas ficam agitadinhas quando vêem uma garota bonita?). Alguns alunos ficaram se perguntando como nunca tinham visto tal beldade. Duo abriu um sorriso ao ouvir alguns comentando como sua namorada era estonteante e perfeita.
-Meu nome, como já mencionado, é Jennifer Wayne, mas prefiro ser chamada de Jenny. Pouquíssimos têm o direito de chamar - me de Jennifer - ela sorriu ligeiramente, e Duo ficou alegrinho - Como devem perceber, vocês não podem ser assim tolos, estou aqui porque quero ser a presidente de classe - alguns sons, como assobios, foram ouvidos pelo auditório. Jenny ficou séria de repente.
-A Jenny é sempre bastante popular, vocês não acham? - comentou Faith rindo um pouco.
-Porque a Jenny é muito bonita e fala bem em público - disse Yuki sorridente.
-Continuando após tal, sinto dizer, tola e estúpida interrupção - os alunos ficaram quietos -, gostaria de dizer que... (não tô com vontade de continuar o discurso dela... Digamos apenas que ela falava com muita honestidade, e ficava muito séria quando assoviavam e tal).
A garota terminou o discurso e saiu do palco calma e silenciosamente como entrou. Um silêncio caiu momentaneamente entre os alunos.
-Bem, é isso. Que horas são? - começou o diretor - Ah, sim! Nossa, meu Deus! Já são onze e quarenta? (tá, eu exagerei "um pouquinho", mas é só pra dar certinho o horário) Bem... Já que faltam somente vinte minutos para o intervalo... Bem, estão dispensados! Só não façam nada de errado - os alunos riram e gritaram e saíram correndo do auditório.
Os pilotos e os Wayne saíram por último, Mai sumindo entre o mar de alunos. Então, ouviram o riso alegre de Jenny e viraram - se, vendo a bela morena conversando com...
-Relena - murmurou Heero alto o bastante para as pessoas ao seu redor ouvirem - no. Seus familiares impressionaram - se. Os olhos cobalto do Soldado Perfeito brilhavam de uma forma que nunca brilharam antes.
-Ah, venham aqui - disse Jenny sorrindo. Duo chegou mais rápido e a segurou pela cintura, dando - lhe um beijo.
-Você não vai fazer nada, Heero? - perguntou Wufei rindo, mas Heero estava sério e encarando Relena. Esta sorria nervosamente, o rosto muito vermelho.
-Olá, Heero... - ela disse silenciosamente. Os Wayne olharam dela para Heero.
-Você conhece mesmo a princesa Peacecraft, Heero? - perguntou uma voz atrás do grupo. Jason.
-O que faz aqui? - perguntou Jenny muito corada e se desvencilhando de Duo, que simplesmente não queria deixar de beijar a namorada, mas é claro que não adiantou muito porque o americano a abraçou por trás e começou a beijar - lhe o pescoço. Heero mantinha seu olhar em Relena, apesar de estar vendo o que Duo fazia com a irmã. Jason pareceu bravo.
-Jason Yamazaki? - disse Relena tentando desviar seu olhar de Heero - Ah, como vai?
-Senhorita Relena - disse o garoto gentilmente - Faz tempo, não?
-Sim... Um ano, creio.
-Mais ou menos, sim.
-Vocês se conhecem? - perguntou Heero.
-Sim. O Jason estudou no Instituto Saint Gabriel comigo (tá, ficou meio fora da cronologia, mas deixa) - respondeu Relena.
-Heero Yuy... - os pilotos o olharam - Eu devia ter lembrado quando conheci você, Heero Wayne.
-Jason...
-Acalme - se, senhorita Relena. Não direi nada, absolutamente nada sobre o que sei.
-Agradeço.
-Bem, até depois - Jason foi embora, mas não antes de lançar um olhar raivoso a Duo e Jenny.
-Heero, podemos conversar? - perguntou Relena de cabeça baixa.
-Hn - eles se distanciaram do grupo e encontraram uma sala vazia. Quando entraram, Relena encarou Heero abertamente.
-Ah, Heero! - ela o abraçou com muita força, deixando - o muito vermelho.
-Relena... - murmurou Heero no ouvido da garota.
Eles ainda ficaram abraçados por alguns momentos. Quando o largou, Relena observou com carinho e cuidado aquele jovem que não via à quase que um ano (acho que dez meses, mais precisamente), vendo um brilho diferente em seus olhos cobalto.
-Você mudou muito, Heero...
-Você não, Relena...
-É uma surpresa te reencontrar... E ainda mais numa escola civil... Na Terra...
-Sim. Foi por insistência das garotas. Elas...
-O que? Garotas?
-Ah, sim. Ellen, minha irmã gêmea, Yuki, minha prima, e Faith, minha irmã mais nova.
-Você... Você tem família?
-Sim. Além delas, ainda tem a minha irmã mais velha Jenny, que você conheceu, Joe, meu primo, irmão gêmeo de Yuki, e Jim, meu irmão mais velho.
-Você tem mesmo uma família! - disse Relena sorrindo exasperada.
-Relena...
-É que... Eu não tenho mais família a não ser a minha mãe e o meu irmão, que está em Marte! E você...
-Você tem a mim, Relena - ela ficou tão vermelha quanto ele.
-Heero... Eu ainda... Ainda te amo...
-E eu ainda a considero o meu coração - ele disse gentilmente desfazendo a trança da garota. Ela fechou os olhos enquanto sentia os dedos de Heero passando calmamente por seus cabelos. Há quanto tempo...?
O rapaz segurou o rosto de Relena e a beijou. Docemente.
-Heero... Agora que eu te vi de novo, eu nunca mais vou poder me esquecer de você... - sussurrou Relena com lágrimas nos olhos.
-Eu sempre a vejo na minha mente... Nos meus sonhos... Sempre, minha Relena.
Ele acariciou o rosto da garota e a beijou novamente. Gentilmente como da outra vez. Quando se separaram, Relena sorriu.
-Eu já vou indo... Não posso ficar por muito mais tempo aqui. Até algum dia, Heero.
-Até, Relena - ela o olhou por uma última vez e foi embora. Heero ainda ficou parado na sala por alguns momentos até sair da sala também.
-Restabelecendo laços de amor com a senhorita Relena Peacecraft Darlian? - disse Mai, parada na frente da porta da sala, os braços cruzados e um sorriso malicioso. Ela encostou Heero na porta (já fechada) e o beijou ardentemente. O jovem de olhos cobalto ficou paralisado, apesar de não negar que desejava continuar beijando aquela garota.
-O que pensa que está fazendo? - ele perguntou quando se separou de Mai. Ela sorriu novamente.
-O que quer dizer, Heero?
-Por que fica me beijando?
-Porque eu quero. Como se você nunca tivesse me beijado e feito muitas outras coisas comigo sempre que queria...
-Era treino.
-Treino, claro que sim. Então eu uso a mesma desculpa e digo que é só treino. Pra ver se eu ainda sei beijar. Afinal de contas, faz tempo, sabe?
-E eu com isso?
-Deixa de ser assim, Heero. Você nunca foi assim comigo, e não gosto de você comece agora.
-Eu não me importo com você, Garota.
-Ah, por que não me chama de Mai? É o meu nome agora. Desisti de ser chamada de Garota, e peguei o nome Mai Susuhara para mim. Afinal, combina perfeitamente, não? Você, eu.
-Hee - chan! - chamou Ellen acenando. O Soldado Perfeito e Mai viraram - se para olhar a garota. Ela sorriu constrangida e corada - Ah, desculpa... Vocês tavam conversando? Eu interrompi, por acaso? Ah, eu já vou indo, então... Eu só...
-Não tem importância, Ellen - chan - disse Heero saindo de perto de Mai - O que foi?
-Vamos almoçar?
-Claro... - Ellen sorriu e foi andando para longe. Heero se voltou para Mai por um momento - Fique longe de mim, dos meus amigos e da minha família, entendeu?
-Ah, agora você tem amigos? Que gracinha! Bem... Certamente que será difícil, sabe?
-Por que?
-Eu fui convidada pra uma comemoração de aniversário numa boate. Seu aniversário, aliás.
-Eu não quero você lá.
-Mas vai querer. Porque foram a sua irmãzinha Ellen - chan, a sua irmãzinha Faith, e a sua priminha Yuki - chan que me convidaram.
-Pois eu não...
-Cale a boca, Heero, senão vão começar e te perguntar o motivo de você não me querer lá. Você pode até falar sobre um dos motivos, que nem é tão bom assim, mas se falar sobre o outro motivo, não vai ficar muito bom pra sua imagem perante eles, não? Portanto... Eu sugiro que cale a boca e me aceite.
-Não ouse dizer uma só palavra a qualquer um sobre o nosso passado.
-Eu sei disso. Além disso, por que eu faria isso? Tiraria a graça de tudo, e você, mais que qualquer um, deveria saber que eu adoro me divertir quando posso, Heero. Acho que vão vir te chamar de novo, então você deveria ir indo. Até depois - e foi embora.
-Droga... Por que ela tinha que aparecer? - pensou Heero com raiva.
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Mai, uma garota do passado de Heero, finalmente apareceu. Quem é ela de verdade? O que realmente aconteceu entre Heero e ela? Hum... Depois, depois...
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