Os entes perdidos de Heero - by: stranger12

Lá estava eu, pensando numa fic bem levinha que eu poderia escrever baseada em Gundam Wing, claro, então, me veio essa idéia: a família do Heero! Nunca se fala direito sobre de onde ele veio, só que ele é japonês e foi treinado desde criança para ser um piloto Gundam, mas e o passado dele? É nessa idéia que eu comecei a formar uma família bem interessante para o meu querido e idolatrado Hee - chan...

Obs: Eu estou ignorando o fato deles terem destruído os Gundams, como eles (os pilotos Gundam) fizeram no fim de Endless Waltz. Não sei se vou usar os Gundam da história, mas é melhor deixa - los como reserva.

Obs2: Malícia vai rolar solta, mas ainda estou considerando se faço umas partes mais... Apimentadas e/ou explícitas (especialmente entre Jenny e seu par e Heero e seu par (e provavelmente não vai ser Relena...)). Mandem - me comentários pra eu saber se faço algo explícito ou não. Dependendo, até penso em mudar as minhas idéias.

Ato 011: Pequenos momentos

A manhã do dia 26 de Setembro amanheceu calmamente como sempre. Até mesmo na mansão Winner.

Todos os jovens já estavam sentados a mesa, exceto por Heero, e comiam conversando, mas as conversas não estavam tão animadas e/ou altas como costumavam. Isso porque Duo não estava lá muito... Animado. Ele e Jenny estavam quietos, expressões de cansaço nos rostos, e leves olheiras embaixo dos olhos. Faith riu mentalmente ao vê - los assim, já maquinando idéias de como envergonha - los... Mas só quando Heero estivesse com eles. Só que... Ela não conseguiu mais se segurar quando sua irmã e Duo bocejaram ao mesmo tempo. O americano a olhou.

-Que é?

-Nadinha, Maxwell... Só estava pensando... Por que vocês dois estão tão cansados assim hoje? - seu sorriso era dos mais maliciosos e cheios de segundas intenções possíveis. Seus familiares a olharam e perceberam aquele brilho especial nos olhos esmeralda da garota.

-Faith, não é besteira, né? - perguntou Jim seriamente.

-Claro que não! É a mais pura verdade, Jim! Humpt, eu quero dizer, o que eu queria e vou falar é certamente a mais pura verdade. Eu queria esperar pelo Hee - chan, mas eu não consigo mais me segurar!

-O que é, Faith? - perguntou Yuki sorridente e servindo pedaços de torta de maçã a todos.

-Eu sei porque os dois estão tão cansadinhos hoje de manhã... - a garota disse num tom de diversão. Jenny e Duo coraram furiosamente.

-E por que eles estão tão cansados assim? - perguntou Joe se divertindo.

-Eu aposto o que vocês quiserem como eles ficaram a noite INTEIRINHA... Ocupados... - ela poderia MUITO bem ter dito coisa pior, como ela normalmente faria, e com prazer, mas ela não estava com tanta vontade assim de ser cruel... Além do mais, se ela FOSSE cruel com os dois, Jenny com certeza devolveria depois.

-E como? - perguntou Heero atrás da garota. Seu sorriso só aumentou, deixando Duo e Jenny mais vermelhos ainda.

-Bem... Certamente que você não é burro assim, Hee - chan. Afinal de contas... O que um casal pode ficar fazendo durante a noite INTEIRINHA, sozinho, num quarto fechado... - o Soldado Perfeito olhou raivoso para Duo, uma veia saltada no meio de sua testa.

-Faith... - implorou Duo quase chorando, já imaginando que seria torturado por horas, dias, semanas e meses por Heero.

-Que? É a verdade, não é, Duo?

-Faith, não seja cruel assim - disse Quatre exasperado e corado, embora sua expressão fosse ligeiramente séria e repreensiva. A garota de olhos esmeralda corou levemente e sorriu gentilmente (raro, raro!).

-Tudo bem, então, Quatre - chan... Mas só porque você tá me pedindo.

-Você consegue controlar a Faith direitinho agora... - comentou Jim sorridente.

-O que você teve que fazer pra te - la na palma da sua mão assim, heim? - perguntou Joe com um sorrisinho malicioso.

-Hã? - Quatre estava realmente vermelho, o rosto voltado para o prato. Heero observava o amigo loiro com olhos de águia (perigo, perigo!).

-Você passou a noite no quarto dele, não foi, priminha?

-E daí? - Heero estava a um ponto de socar alguém. Só não tinha socado ainda porque estava decidindo quem mais merecia: Duo, por continuar a... Fazer "coisa feia" com sua irmã mais velha, ou Quatre, que, ao que parecia, tinha tirado a virgindade de sua irmã caçula (claro que a escolha pareceria óbvia - virgindade contra sexo a noite toda -, mas o Heero também acha meio mal a irmã mais velha

e o namorado ficarem a noite toda... Ocupados - cof, cof)?

-Ah, por favor, gente, não vamos brigar assim, logo de manhã, por favor - pediu Ellen com um sorriso doce e gentil - Hee - chan, você não deveria ficar assim bravo de manhãzinha. Faz mal a saúde.

Heero a olhou, desviando (finalmente! - pensaram Duo, Quatre e Jenny, esta MEIO que preocupada com Duo. Faith? Até parece que aquela se preocupa tanto assim com o ciúme do irmão!) o olhar do americano e do árabe. Suas sobrancelhas se levantaram ligeiramente, e seu cenho se franziu também.

-O que foi, Hee - chan?

-O que é isso aí no seu pescoço? - ele perguntou quase que rosnando. A garota percebeu que o irmão estava falando de sua corrente, e seu anjinho, mais precisamente, já que ela o estava acariciando com o dedão. Tanto ela quanto Trowa estavam bastante corados, e a garota soltou o anjinho instantaneamente.

-Um presente atrasado de aniversário...

-De quem? - Heero rosnou literalmente desta vez, o ciúme doentio (e é mesmo, falem que não!) subindo - lhe a cabeça mais uma vez.

-Do... Trowa - a garota murmurou constrangida.

-Do Trowa? - Heero repetiu vagarosamente, os olhos fixos em seu amigo de olhos esmeralda.

-É... - disse Ellen num tom baixíssimo. Heero ainda olhou por alguns segundos para Trowa, voltando seu olhar para Duo e Quatre, que suavam, imaginando com qual dos dois Heero iria... Se "divertir" pelos próximos meses.

-Heero! - exclamou Quatre desesperado - Eu não fiz nada! A Faith dormiu no meu quarto, na mesma cama que eu, mas eu não fiz nada! Eu juro! - o Soldado Perfeito o olhou incredulamente.

-Tudo bem. Vou acreditar em você - disse ele finalmente. O loirinho suspirou aliviado - Mas... - ele voltou os olhos cobalto a Duo - Você e eu ainda vamos ter uma conversinha, Maxwell.

-Heero! Deixe o Duo em paz - disse Jenny seriamente - Não fique assustando - o dessa forma.

-Jenny... Deixe que eu cuide disso. Não se intrometa.

-O que você disse?

-Eu sou o seu irmão. Mais novo de idade, é verdade, mas isso não significa que eu vou simplesmente deixar que esse americano idiota faça... "Coisas" com você e não se reporte a mim.

-Você quer que ele diga, em detalhes, tudo o que fazemos dentro do nosso quarto, por acaso?

-Nem tanto. Só... Que ele entenda certas coisas.

-Heero, ouça - me: pare com isso.

-Jenny - seus olhos cobalto a olhavam de uma forma assassina, mesmo que ele estivesse olhando para sua própria irmã -, fique fora disto. É entre o seu namorado e eu. Entenda isso.

A garota, apesar de ser como era (fria, adulta, confiante e tal), ficou um tanto quanto... Apreensiva ante o olhar de seu irmão. Nunca, absolutamente NUNCA ela havia recebido um olhar tão frio e sério como aquele...

Um silêncio pesado caiu sobre os jovens. Até mesmo Yuki conseguia perceber a tensão no ar... Entre seus familiares e amigos...

-Nossa... O Heero consegue deixar as pessoas a ponto de querer se matar só pra evitar esse silêncio... Fala sério... - pensou Duo brincando com a cereja em seu prato.

Pouco depois, os jovens saíram silenciosamente para mais um dia de escola. Mais um dia...

Jenny andava pelos corredores com sua "pressa" usual. Seus cabelos negros balançavam sem parar enquanto a bela garota procurava não entrar na sua própria classe. Motivo? Um só: Jason Yamazaki.

O garoto não deixara de incomodar a garota desde que descobrira que ela e Duo estavam namorando. O pior era que ele a conhecia fazia muito tempo, e adquirira o péssimo e odioso (na opinião de Jenny) costume de contar histórias dela, e, muitas vezes, dos tempos em que os dois namoraram. Isso era demais para a bela morena. Simplesmente DEMAIS.

A garota resolveu, então: ela tinha que falar com Kazu, de qualquer forma, então falaria agora, enrolando, quem sabe, até o começo das aulas. Boa idéia!

Ela entrou na classe do jovem diretor e de Shin com o rosto sério como de costume. Os colegas de seus dois jovens amigos a olharam, como os jovens de TODA a escola a olhavam desde o discurso para presidente de classe.

-Droga, esse bando de... - pensou ela, já xingando todos os que a olhavam. Ela andou, sem parecer ligar para os olhares que recebia, até o fundo da classe, onde, como sempre, Kazu e Shin conversavam. Os dois pararam a conversa e olharam a bela morena parar na frente deles.

-Bom dia, Jenny! - disse Shin alegre, como sempre, e sorridente.

-Bom dia, Jenny - disse Kazu sorrindo ligeiramente.

-É, é - disse Jenny num tom irritado. Ela balançou os cabelos impacientemente - Setaki, eu tinha que te avisar que eu não terminei aqueles desenhos ainda.

-Que?

-O que?

-Você disse que...

-Eu sei o que eu disse, Setaki, mas... Eu tive uns... Contratempos.

-Contratempos? - perguntou o jovem diretor levantando uma sobrancelha.

-Sim, sim. Bem... - seu rosto começou a corar ligeiramente, mas o suficiente para que Shin e Kazu percebessem - Três dias atrás teve a festa do Heero e da Ellen, anteontem teve ensaio, e ontem...

-Ontem...? - a garota ficou totalmente corada, e Shin e Kazu tiveram que segurar o riso.

-Eu terminei os desenhos sim, alguns. Os dos camponeses 04, 05 e 06, mas faltam mais quatro desenhos.

-Certo... Sem MUITOS problemas... Mas o que aconteceu, Jenny? Você nunca...

-Eu sei.

-Então...?

-Bem, eu... Eu tive umas... "Coisas" a fazer durante a tarde toda... E... Durante a noite, eu terminei esses três desenhos que eu disse, mas... Eu estava terminando o camponês 06 quando eu fui... Interrompida.

-Por quem?

-Pelo idiota - os dois sabiam que era como ela se referia a Duo, uma vez que ela não gostava de demonstrar afeição em público, muito menos em relação ao americano.

-A que horas? - perguntou Kazu sorrindo maliciosamente, lembrando - se do rubor no rosto de sua amiga - Quero dizer... Estranho.

-Por que você quer saber? - a garota estava muito vermelha novamente.

-Porque eu tô é achando que o "idiota" te incomodou tarde da noite... Pra vocês... Como era mesmo...? Ah! Pra... - e riu ligeiramente - "Brincar", né, Jenny? - o rosto da garota começou a pegar fogo.

-Mais ou menos isso - ela respondeu a contragosto.

-Sabia. Ele é tão... Sei lá. Parece que, quando ele quer, não dá pra dizer não, né? Só você saberia dizer.

-Setaki, quieto.

-Mas é verdade, não é?

-Bem...

-É. Peraí... - ele sorriu malicioso novamente, e Jenny corou mais intensamente - Você disse que o "idiota" te incomodou a tarde inteirinha também? - e começou a rir quase que histericamente, fazendo as pessoas que ainda não estavam prestando atenção à conversa (que, aliás, seriam poucas, uma vez que basicamente três quartos da classe estavam ouvindo a conversa entre o trio), virarem as suas cabeças para eles.

-Eu já mandei você ficar quieto, não mandei, Setaki?

-Tá, tá... Mas que é verdade... É, não é?

-Isso só diz respeito ao idiota e a mim.

-Claro, com certeza. Como se eu quisesse realmente saber o que acontece entre vocês...

-Como o Heero.

-Hã? Ele...

-É. Irmão mais novo, mas age como se fosse mais velho. Humpt!

-Certo, claro. Mas... Sabe, Jenny, eu tô percebendo agora... Você tá parecendo cansada hoje... - seu sorrisinho malicioso aumentou. Shin morria de rir, apesar de estar bastante corado - Dormiu bem esta noite?

-Sim. E você? Sonhou alguma coisa boa? Esmeraldas, por um acaso? - o jovem diretor ficou vermelho.

-O que?

-Ou simplesmente... Olhos de cor esmeralda - agora era a vez dele corar, e de Jenny sorrir maliciosa. Aliás, tal sorriso ficava extremamente bem nela.

-O que você...?

-E você, Sasaki? Tá rindo de que? Você deve ter sonhado com neve, né? Neve douradinha... - o garoto corou intensamente, e Jenny sentiu - se satisfeita. Ela sorriu docemente, fazendo os dois corarem mais intensamente - Bem, eu estou indo, agora. É tão divertido brincar com vocês... Não como com o "idiota" - ela disse rapidamente, antes que Kazu pudesse dizer qualquer coisa -, mas divertido, ainda assim. Ah, mas... Guardem seus sonhos para si mesmos, entenderam? Nada de ficar... Contando segredos escondidos no mundo dos sonhos por aí, viu? É perigoso - ela olhou maliciosa para os dois e foi embora com um sorrisinho no rosto.

-Odeio quando ela é assim - comentou Kazu ainda corado e olhando para Shin, que também ainda estava corado.

-Eu também. Mas a Jenny É legal... Quando ela quer, é claro.

-Com certeza. O que? - ele disse olhando, de repente, para seus colegas, que ainda os olhavam. Logo depois, eles se dispersaram, voltando a suas conversas anteriores a entrada de Jenny na classe.

A bela morena andava pelos corredores, sem destino.

-Droga... Eu não tenho mais o que fazer... - ela pensou raivosamente, embora seu rosto não demonstrasse.

Então, dois jovens pararam na sua frente. Ela os encarou seriamente.

-Sim?

-Você é a Jenny Wayne, não é? - um deles perguntou. Tinha intensos olhos azuis escuros, parecidos com os dela.

-Sim. Vocês são...?

-Hiromi Tadaoshi - disse o jovem de olhos azuis escuros.

-Kazuki Minami - disse o outro jovem. Tinha olhos verdes claros.

-De que classe?

-2ºIT (também da minha realidade).

-Ah, segundo ano... Sim, o que desejam?

-Você... Poderia... Nos ajudar? - perguntou Kazuki timidamente e corando levemente.

-Com o que?

-Com os nossos... Discursos - disse Hiromi sorrindo tímido.

-De que?

-Ah, nós dois somos candidatos também... Eu a tesoureiro, e o Kazuki a vice.

-Você, vice? - perguntou Jenny ligeiramente incrédula, deixando o garoto mais vermelho ainda - Bem, que seja. Hã... Mas por que...?

-Você discursou muito bem naquele dia, então achamos que você poderia... Nos ajudar.

-Ah, agora eu entendo. Bem... Se vocês realmente querem a minha ajuda... Então tentarei ajudar o máximo possível - disse a morena abrindo um sorriso gentil. Os dois garotos coraram intensamente.

-Tudo bem, então. Obrigada, Wayne - san - Jenny levantou as sobrancelhas.

-Não, por favor, me chamem de Jenny. Como há muitos Wayne por aqui, seria melhor para nos distinguir. Bem, então... Passarei na classe de vocês mais tarde para que eu possa... Ajuda - los.

-Obrigado... Jenny - disse Hiromi estendendo a mão. Jenny a apertou firmemente.

-De nada.

-Obrigado também, Jenny - disse Kazuki sorrindo e apertando a mão da morena. Ela sorriu ligeiramente.

-Eu os vejo depois, então - ela deu - lhes as costas e começou a andar pelo corredor em direção de sua classe. Mas um braço lhe impediu o caminho. Ela olhou o dono do braço e viu um belo par de olhos violeta. Um sorriso involuntário tomou conta do rosto sério da garota.

-Oi - disse o americano sorrindo alegremente.

-Olá - respondeu a garota olhando o namorado nos olhos.

-Tá fazendo o que?

-Nada. E você?

-Só te esperando.

-Por que?

-Porque eu tava com saudades, mas é claro. O que você achou? - ele encostou, gentilmente, a garota na parede, ainda com o braço tentando prende - la, impedi - la de fugir.

-Mesmo...?

-Claro que sim, Jennifer - ele abaixou o rosto só um pouco (afinal, os dois eram quase que da mesma altura, com só uns 04, 05 centímetros de diferença) e fechou os olhos por um momento - Eu não consigo ficar nem dois segundos longe de você que eu já sinto saudades - ele encostou seus lábios nos de Jenny, mas não beijando - a.

-Pára com isso - ela sussurrou.

-Tá, tá... - ele disse com um sorriso nos lábios e abrindo os olhos.

-Eu já disse, Duo...

-Eu sei disso. Mas... Eu não te beijei, eu não te abracei...

-Verdade, mas chegou bem perto disso... - ela colocou um dedo no peito do garoto, mexendo - o de cima para baixo vagarosamente. Ela levantou os olhos, até então ligeiramente baixos, e encarou o garoto - Você é cruel.

-Que? Eu? Por que?

-Porque sim - ela disse depois de colocou seu dedo no queixo de Duo e beija - lo levemente. O jovem corou intensamente, e sorriu docemente.

-Você também é cruel.

-Por que? - ela perguntou baixinho, não se importando se alguém estivesse os olhando, deixando Duo passar uma mão em seus cabelos negros.

-Porque você me deixa louco, e você sabe muito bem disso. E... Tira vantagem disso - ele disse se abaixando e sussurrando em seu ouvido.

-É mesmo...?

-Fica quietinha, Jennifer - ele disse finalmente tirando o braço da parede, passando - o pela cintura da garota e puxando - a para um beijo - Tinha alguma coisa na sua boca... Eu já tirei - ele disse rindo ligeiramente quando separou seus lábios dos da garota.

-Você também tem alguma coisa na sua boca... Posso tirar? - ela colocou uma mão no peito do garoto, mesmo já percebendo os incontáveis pares de olhos que os olhavam abismados.

-Com certeza - a mão da garota moveu - se rapidamente até o pescoço do americano, puxando - o para um beijo profundo.

-Acho que... Consegui - murmurou a garota quando se separaram, seus olhos ainda fechados, seu rosto corado intensamente.

-Me beijando assim, não tem como não ter tirado tudo o que poderia estar dentro da minha boca - ele disse rindo alegre.

-Idiota... - a garota murmurou constrangida e abrindo os olhos.

-Sou mesmo... Sou o seu idiota... Né? - ele disse vermelho, e beijando Jenny enquanto falava.

-A gente não devia ficar "brincando" na escola, Duo - a garota murmurou.

-A gente não tá "brincando" de verdade, Jennifer. Se estivéssemos, com certeza que teria mais gente nos olhando.

-Verdade - ela começou a rir, jogando a cabeça para trás, como costumava fazer. Os alunos do Colégio Minami ficaram mais impressionados com a risada de Jenny do que com ela e Duo se beijando. Não... Espere. Eles ficaram TÃO impressionados com a sua risada do que quando viram - na beijando Duo.

-Já disse que você fica mais linda ainda rindo assim?

-Acabou de falar.

-E fica mesmo. Linda, linda, maravilhosa, perfeita... Eu já disse que te amo? - a garota corou furiosamente.

-Não fala essas coisas em público, Duo...

-Antes você nem me deixava chegar perto de você na frente das outras pessoas, mas agora você me deixa te beijar na frente de basicamente toda a escola, e mesmo assim você não me deixa nem dizer que te amo? Ah, isso sim é tortura Jennifer - ele começou a beijar o pescoço da morena, sua mão descendo um pouco e parando firmemente na barra de sua saia.

-Você fala que eu te torturo... Mas você também me tortura, Duo... - a garota disse com um sorriso malicioso no rosto, pensamentos fluindo sem parar, planos sendo feitos - Se você não parar com isso... Eu não "brinco" com você hoje à noite, quando formos na boate...

-Que? - o rosto do garoto estava muito vermelho - "Brincar" na... Boate?

-Claro que sim - ela o beijou levemente - Afinal, será a primeira vez que você me verá dançando, e a primeira vez que eu te verei dançando, Duo.

-Você nunca me viu dançando...? - ele tinha um sorrisinho no rosto, e a garota corou furiosamente - Teve uma vezinha sim...

-Bem... Sim, mas daquela vez não conta.

-E por que não?

-Porque estávamos sozinhos... E depois, a gente começou a "brincar" logo depois de você começar a dançar, então é por isso que não conta.

-Tem razão - o americano olhou para o pescoço da garota e vagarosamente passou seus dedos por ele. A garota mordeu o lábio de baixo levemente.

-Você parece um vampiro, mexendo no meu pescoço assim...

-Então... Se eu sou mesmo um vampiro, eu tenho que te morder, né? - ele sorriu feito bobo e chegou perto do pescoço dela com a boca, mas ao invés de beija - la ou morde - la, ele simplesmente... A lambeu.

-DUO! - basicamente todos os alunos que os estavam observando começaram a rir baixinho.

-Que foi? Não é como se eu nunca tivesse feito isso antes... No seu pescoço e em outros lugares - o americano disse baixinho no ouvido da garota, deixando - a muito vermelha e constrangida.

-É, mas mesmo assim...

-Eu prometo que não te torturo mais em público... Agora, hoje, se você prometer que a gente vai poder "brincar" na boate - ele disse também bastante corado.

-Tá bom, tá bom - disse a garota rolando os olhos. Ela colocou a mão no peito do garoto, e um sorrisinho surgiu em seu belo rosto - Mas você vai ter que me compensar, viu?

-Com certeza - o americano respondeu rindo. A mão da garota foi descendo até o fecho do cinto dele. Ele corou furiosamente - Jennifer, o que você...!

-Eu também tenho o direito de te torturar um pouquinho, Duo - ela segurou com força o fecho do cinto e puxou o garoto, beijando - o. Os olhos violeta de Duo se arregalaram por um momento, relaxando e se fechando dois segundos depois, seus braços envolvendo a garota.

Enquanto isso tudo acontecia, os olhos de todas as pessoas que os olhavam estavam arregalados, e suas bocas, escancaradas. Afinal de contas, quem diria que Jenny Wayne, que sempre aparentara ser tão fria e sem sentimentos, começaria a se amassar com ninguém menos que Duo Maxwell, um dos garotos mais desejados da escola, mas também um dos mais alegres e animados? Tá certo que dizem que os opostos se atraem, mas tudo tem limite! Frieza e alegria com certeza não combinavam... Certo?

Os alunos simplesmente não conseguiam processar tanta informação junta: Jenny Wayne se amassando com Duo Maxwell no meio do corredor, pra todo mundo ver? Havia algo de muito estranho nisso, e muito MESMO. Nenhum deles conseguia entender como os dois poderiam estar juntos, ou sequer ficando, que fosse! Se bem que os jovens do 2ºGT não se impressionavam TANTO assim, pois a maioria se lembrava do pequeno incidente no primeiro dia de aula, quando Jenny jogou um isqueiro na cabeça do americano (vide Ato 006: O primeiro dia de aula - Aleluia!), e dissera, depois, algo que fazia parecer que ela era a namorada de Duo.

Jenny se separou vagarosamente de Duo, e o olhou vagamente, seu rosto ficando muito vermelho. Duo acariciou o rosto da garota por um momento, seu olhar demonstrando todo o carinho e afeição e amor que sentia por ela.

-Meu Deus, como é que eu consigo amar tanto assim a Jennifer? Não deveria ser possível! Somos totalmente diferentes, com personalidades e passados extremamente diferentes, mas ainda assim... E não é só quando a gente se beija, faz amor... Isso é só o jeito que eu encontrei pra dizer que a amo sem ter que realmente dizer que a amo! A Jennifer não gosta mesmo quando eu falo alto e na frente dos outros que eu a amo, apesar de eu realmente... Ama - la. Com todo o meu coração. Nossa... Duo Maxwell, você virou um coração mole de verdade! - pensava o jovem de olhos violeta.

-Duo, eu vou pra classe agora - disse a garota assim que o sinal tocou. O garoto a sua frente finalmente saiu de seus pensamentos e sorriu, balançando a cabeça vagarosamente.

-Tudo bem, Jennifer. Te vejo depois - ele lhe deu um beijo no rosto, deixando - a vermelha de constrangimento, e depois correu para a sua própria classe. A bela morena agradeceu aos deuses que os alunos já tinham voltado para as suas respectivas classes.

Quando entrou na classe, Duo foi recebido com vários olhares, mas o único que ele prestou atenção foi o de um certo irmão ciumento, violento e de olhos cobalto.

-Que foi, gente? - perguntou o americano inocentemente enquanto se sentava.

-Você conseguiu fazer a Jenny se amassar com você no meio de um corredor cheio de gente, Duo? - perguntou Joe num tom de diversão e virado para trás.

-Hã... - o americano não sabia o que dizer. Se ele dissesse que sim, com certeza que Heero bateria nele (mesmo que fosse verdade que ele e Jenny tivessem se amassado legal no meio do corredor, bem...), mas se ele dissesse não, Heero bateria nele de qualquer forma! Afinal, não seria difícil para Heero ter levantado - se, olhado pela janela pro corredor, e visto sua irmã e seu namorado se amassando. Não importava qual das duas opções ele escolhesse: ele levaria uma surra de Heero - Bem...

-Acho que o que eu já disse algumas vezes para o Quatre e para a Faith também vale para você e pra Jenny, Maxwell - disse o Soldado Perfeito friamente. O americano engoliu seco - Eu não quero vocês dois se amassando na minha frente, ou sequer perto de mim, ou no alcance possível da minha visão, entendeu?

-S-sim... - gaguejou Duo, surpreso e feliz, ao mesmo tempo. Afinal de contas, ele tinha acabado de escapar de uma surra de Heero! Ah, isso era motivo suficiente para comemorar!

-E... Depois conversamos mais em casa, Maxwell - Heero disse com um sorrisinho maligno no rosto. Duo quase começou a chorar, sua alegria esquecida por completo.

-Tá bom - disse Duo tentando manter o sorriso no rosto.

Quando Jenny voltou para a sua classe, ela teve que agüentar, sem gritar, parecer brava ou sequer olhar para seus colegas, os olhares constantes, os murmúrios, os risinhos... E... Jason.

O jovem que fora o "primeiro" de sua vida, o garoto que a incomodava, a irritava tão facilmente... Só por existir... A bela morena andou até sua carteira sem nem mudar a expressão séria em seu rosto e sentou - se, seus colegas ainda olhando - a. Ainda bem que Jason sentava - sa no fundo da classe, e ela no meio, duas fileiras longe dele, senão, provavelmente ele teria levado um soco na cara. Ou pior...

-O que diabos eles estão olhando? Qual o problema de uma garota beijar o seu NAMORADO no meio de um corredor cheio de... Ah, bem, claro que talvez não seja lá muito normal, mas... - pensava Jenny vendo o professor entrar na classe, cumprimentar os alunos e ser cumprimentado de volta - É o Duo... - um sorriso se formou em seu rosto - Droga! AH! EU NÃO POSSO, DE JEITO ALGUM, ESTAR ASSIM APAIXONADA POR ALGUÉM!

A garota mantinha seu rosto sério, seu sorriso já esquecido. Mas... Sua mente sorria e ria, lembrando - se de como Duo gostava de aperta - la, abraçando - a com muita força, tanta força que, às vezes, a garota não agüentava e até o abraçava de volta. Os sorrisos do garoto, sua risada, seus olhos, seus beijos, suas palavras e olhares sempre tão cheios de amor, carinho... Sentimento...

-Duo... - a garota murmurou tão baixo que nem ela própria conseguiu ouvir. Na verdade, ela nem percebeu que havia falado... Foi tão inconsciente e impensado...

Enquanto isso, Jason observava Jenny com toda a sua atenção, ignorando por completo o que o professor dizia tão entusiasticamente.

-Tão linda e perfeita... Meu Deus, eu ainda sou louco por ela como no dia em que a vi pela primeira vez, três anos atrás... E daquela vez a gente nem conversou! Eu a vi de longe no colégio, como uma deusa, e depois, só depois de dois dias! Ela era uma sombra, sempre escondida, aparecendo pouco, nunca querendo se mostrar às pessoas. Aí, quando o Joe e eu estávamos conversando depois do Basquete, ela... Os cabelos negros, o rosto sério, os olhos azuis escuros... Todos os garotos ficaram olhando - na. Ela andou até o Joe sem hesitar e abriu um sorrisinho.

"Joe, a Yuki pediu que eu lhe entregasse isto" - ela disse, sua voz tão séria como sua expressão, apesar de ser macia, linda! Joe sorriu e pegou o caderno. Então, ela nos deu as costas, sem dizer mais nada, e foi embora.

"Quem é ela, Joe?" - eu perguntei freneticamente. Ele me olhou e riu. Joe Wayne... Nossa, ele era e ainda é um gozador... Grande amigo. Na época, ele tinha uns treze anos, quase catorze, e estava na sétima série, a Jenny e eu na oitava, com uns catorze anos, quase quinze. Era já o segundo semestre do ano letivo. O Joe e eu estávamos nos mesmos clubes de esportes.

"É a minha prima, Jennifer Wayne. Mas ninguém a chama de Jennifer; ela não deixa. Jenny é como todo mundo a chama. Que foi? Ah, mas é claro... Todos sempre caem de amores por ela, mesmo vendo como ela é fria... Você é mais um, Jason?" - Claro! Mas é claro que eu era! Jenny Wayne... Lindo, um nome simplesmente... Lindo, perfeito...

"Meu Deus! Ela tem namorado?"

"Com certeza que sim, Jason. Sinto muito, amigo"

"Ah..."

"Ele tem quinze anos, é do tipo intelectual... É o segundo que ela já teve... Mas ela não transou com nenhum dos dois. Ainda é virgenzinha" - eu fiquei vermelhinho com o que ele tinha dito.

"Por que você insiste em falar desse jeito, Joe? Você sabe que eu odeio, absolutamente, odeio!"

"Porque você odeia, é claro" - ele abriu o caderno e começou a virar as páginas vagarosamente.

"Da Yuki, a.... Jenny disse?"

"Isso aí. A minha irmãzinha querida e amada disse que queria que eu visse os exercícios de Matemática e Física dela".

"Mas... Eu achei que ela..."

"Não, a Yuki - chan é MUITO inteligente, mas mesmo assim... Acho que é porque eu sou como um irmão mais velho pra ela..."

"Isso com certeza. Mas... Vem cá. Como é que eu nunca tinha ouvido falar da sua prima antes?"

"Porque... Nunca pareceu ser preciso falar sobre ela...?"

"Bem..."

"É que ela é a única de nós, da família, que tá num ano acima, não no mesmo, ou abaixo, como a... Faith"

"Ah, essa é a sua prima que eu ainda não conheci, né?"

"Isso mesmo. Doze anos, e o diabo em pessoa"

"Nossa"

"Que? Mas é verdade"

"De verdade?"

"Claro!"

"Como? Vamos, diga, novamente, por que a sua priminha Faith, mesmo sendo a mais nova, é a pior de todas as suas primas e irmã?"

"Eu nunca disse que ela era a pior de todas. Só que... Bem, ela é um diabinho!"

"De que jeito?"

"Tá, você sabe como eu tenho o costume de ficar com qualquer garota, a qualquer lugar, certo?"

"É... Tá certo que normalmente são elas que querem sair com você, mas tá, vai"

"Bem, no caso... A Faith seria como eu... Mas é ELA quem toma a iniciativa. Sempre. Ao que parece... Ela enfia a língua na garganta dos garotos desde... Não, ela começou este ano. Acho que é porque ela começou a menstruar..."

"Eu simplesmente não agüento quando você começa a falar desse jeito, Joe"

"Desse jeito... Como?"

"Sem preocupações, como se sexo fosse a coisa mais comum do mundo..."

"Mas é...!"

"Pode até ser, mas..."

"É que você nunca teve namorada, Jason. Acredite: é muito bom ter namorada"

"Você que o diga!"

"Com certeza que eu já tive mais namoradas que qualquer um próximo de mim consegue se lembrar, mas eu me lembro de toda garota com que eu já fiquei e namorei. Cada uma delas"

"E você só tem treze anos"

"É... E daí?"

"Nada... Só... Comentando"

"Claro... Agora..." - ele ficou com um sorrisinho malicioso no rosto - "Você quer que eu fale pra Jenny de você?"

"Que?" - eu exclamei muito vermelho - "Pára com isso, Joe!"

"O que? Você obviamente gostou dela, e eu sei que a Jenny não gosta de verdade do namorado atual dela..."

"Mesmo? Quero dizer..."

"Vai nessa, Jason! Somos amigos, não somos? Vai ser mais fácil, desse jeito..."

"Tá bom..."

"Isso! Agora eu vou ter o que fazer quando não tiver treino!"

"Você é cruel... Já te disseram isso, por um acaso?"

"Já, na verdade. Mas não é nem um pouco verdade. Eu sou uma pessoa boa, não sou? Se não fosse, claro que nunca sequer te ofereceria ajuda com a minha priminha"

"Bem..."

-Foi assim que tudo começou... Tudo tão... Confuso. Confuso, confuso... A Jenny... Sempre longe do meu alcance... Sempre... Mas eu... Sempre a amei com todas as forças do meu coração. Sempre...

A aula terminou mais rápido que Jason conseguiu assimilar. Ele corou levemente ao perceber que tinha acabado de ficar uma aula inteira pensando em Jenny... Mas... Não que isso fosse ruim... Ou tão incomum...

O dia se passou calmamente, sem muitos mais eventos interessantes. Contudo, durante o almoço, Duo sumiu, deixando Heero com os nervos a flor da pele, já que ele tinha cérebro o bastante para perceber que o americano deveria estar com a sua irmã, que também não estava com eles. Bem... Ao menos eles não estavam perto dele se amassando... Menos mal.

Depois das aulas, os jovens andaram calmamente até o teatro, onde Shin e Kazu já estavam. Mas... Eles estavam discutindo.

-Não, isso é intolerável, Kazu! Não dá pra fazer isso!

-Shin, eu escrevi essa peça! Eu sei que ela não é perfeita, mas...

-Mas ela não é perfeita!

-Olha aqui, Shin, a cena vai ficar do jeito que tá não porque fui eu que escrevi, mas porque ela está boa do jeito que está!

-Mas não está perfeita!

-Ai, meu Deus, Shin! Não precisa ficar perfeito! Além do mais, do jeito que você tá... - o jovem diretor parou de falar abruptamente ao perceber seus amigos olhando para ele e Shin meio que de boca aberta. Ele corou e Shin, ao percebe - los, também ficou vermelho.

-Oi! - disse Yuki, provavelmente a única que não percebeu direito a briga entre Shin e Kazu.

-Ah... Oi - disse Kazu constrangido.

-Olá - disse Shin corando cada vez mais.

-Por que vocês estavam brigando? - perguntou Quatre gentilmente.

-A gente tem idéias... Diferentes em relação a uma cena ou outra - disse Shin sorrindo.

-E a gente fica meio... Agitado quando começamos a brigar - completou Kazu.

-Vocês brigam mesmo? - perguntou Yuki sorrindo, a cabeça pendendo para o lado. Shin corou novamente - Especialmente você, Shin. Você sempre é tão bonzinho!

-Ah... - o garoto estava bastante constrangido, sem saber o que dizer ou fazer.

-Mesmo sendo amigos de longa data, quando começamos a brigar... Sai de perto.

-Percebemos - comentou Jenny pegando uma bala de um dos bolsos e colocando - o na boca. Duo a puxou pela cintura e murmurou algo no ouvido da garota. Ela abriu um sorrisinho e beijou o namorado no rosto. Heero, obviamente, percebeu.

-Bem, já que vocês estão aqui, e vocês são os principais, por que não começamos, já? Quando os outros chegarem, a gente vai vendo... - disse Kazu lançando a Shin um olhar irritado.

-Ai, tá bom, Kazu! Depois a gente resolve aquela cena de forma civilizada. Votamos com todo mundo.

-Todo mundo?

-Claro que sim. Seja você o diretor e escritor ou não, Kazu, todos envolvidos na peça serão afetados por toda e qualquer cena da peça.

-Tá, tá... - disse Kazu cansado. Ele voltou - se para os outros jovens, que esperavam pacientemente - Bem, podem ir descendo e subindo no palco... - os jovens obedeceram e vagarosamente desceram. Jenny sentou - se no seu lugar de sempre, e Trowa, que, como não tinha o que fazer e não queria ir para casa fazer nada, veio ao ensaio do teatro também, sentou - se à frente da morena.

O ensaio começou assim que os figurantes chegaram. Jenny desenhava, e Trowa assistia a tudo. Kazu estava agitado... Se é que aquele estado dele, praticamente de um coelho com café correndo na corrente sanguínea ao invés de sangue, podia ser chamado simplesmente de "agitação".

-Não! Recomeçar a partir da página... - dizia ele a cada cinco minutos. Os atores começavam a ficar nervosos com o jovem diretor, exceto por Yuki e Quatre.

-Ai, o Setaki hoje tá... - dizia uma garota atrás das cortinas. Era para ela e sua amiga, com quem conversava, terem entrado no palco vinte minutos antes, mas por causa do senso de perfeição de Kazu, elas continuavam a esperar a sua deixa.

-Com certeza - concordou a outra garota. Elas observavam os jovens no palco. A primeira garota, de cabelos azulados, sorriu ao olhar para Quatre.

-Ah, como eu queria aquele loirinho só pra mim - ela disse de modo malicioso. Sua amiga, de olhos verdes escuros, sorriu.

-Você quer o Winner, mas eu bem que ia gostar de ficar sozinha com o Maxwell...

-É... Ele pode ser meio... Estranho com aquela trança gigante dele, mas o corpinho... Uau!

-Pena que os dois já têm namorada...

-Os dois?

-Você não sabia? O Winner tem aquela... Faith, a puta, e o Maxwell tem aquela outra Wayne, a vadia que se candidatou a presidente de classe... Você não ouviu falar que os dois ficaram se amassando no meio do corredor hoje de manhã?

-De verdade?

-Nossa, com certeza!

-Como eu não ouvi isso?

-Sei lá.

-É... Mas tem aquele chinês também... Hum...

-Ele tem namorada também, parece.

-Não! Quem?

-A queridinha do Setaki.

-A Yuki Wayne? A piranha com cara de criança?

-Essa mesma.

-Ah... E o Sasaki? Ah, fala sério! Ele é tão lindinho!

-Concordo completamente, e parece que ele tá solteiríssimo!

-Mesmo? Que bom.

-Ah, mas você já viu aquele cara altão na platéia? Na frente da vadia Wayne?

-Nossa... Ah, ele também é um gato!

-Também não tem namorada.

-Hum, que bom...

-E você já deu uma olhada naquele deus grego loiro?

-Joe Wayne?

-É, ele!

-Claro, com certeza! Não dá nem pra acreditar que existe um cara tão lindo e perfeito como ele no mundo!

-É... E nem dá pra acreditar que ele é irmão dessa piranhazinha. E ele é solteiro também!

-Mesmo?

-Isso aí. Ouvi dizer que ele tinha milhares de namoradas na colônia onde ele vivia.

-De verdade?

-É. Teve um dia... Acho que era o primeiro dia de aula, sei lá, que ele disse até que não era mais virgem. Verdade, eu juro.

-Não é mais virgem? Então ele tem experiência...

-Pode crer.

-Ah... Interessante.

-Vai tentar ir nele?

-Pode apostar até que eu consigo fácil, fácil.

-Até parece - disse uma voz na escuridão. As duas garotas se assustaram e viraram - se ao mesmo tempo, vendo Heero sair das sombras. Sua expressão era mais séria que o normal.

-Que foi, Heero?

-O Joe pode namorar muito, mas duvido que algum dia ele vá querer uma vadiazinha como você - seu tom de voz era gélido.

-Você devia ser mais gentil, Heero.

-Cale a boca, sua vadia - ele pegou um braço de cada uma delas com força - Vocês duas, calem a boca. Eu não quero ouvir um único pio de vocês, entenderam? Especialmente sobre a minha família e sobre os meus amigos. Eles não são mais assunto de vocês, me entenderam? Conversem sobre eles e eu saberei. E se vocês conversarem sobre eles, então eu terei que tomar providências nada gentis.

-Como o que, idiota?

-Como... - ele sorriu cruelmente, e as duas sentiram um friozinho na espinha - Isso não é da conta de vocês. Eu sei o que eu farei com vocês se me desobedecerem, e acreditem em mim: eu cumpro o que digo - ele soltou as duas bruscamente e entrou no palco. As duas se entreolharam nervosamente.

-O que foi isso?

-Ele... Nos ameaçou...?

-Acho que... Sim...

-Sabe, eu nem tinha lembrado antes...

-O que?

-O Heero é o cara mais gato que eu já vi.

-Ah... - ela o olhou no palco e sorriu - Você tem razão - as duas riram, mas não se esquecendo da ameaça de Heero Wayne.

Uma hora de ensaio. Kazu estava COMEÇANDO a ficar mais calmo. Bem... Talvez nem tanto, mas um pouco menos agitado e nervoso. Os atores estavam um tanto quanto estressados por causa de seu diretor, mas, ainda assim, todos eles se esforçavam para não terem um ataque e tacarem alguma coisa nada leve na cabeça do jovem de olhos negros opacos.

-Certo, pessoal! Dez minutos de descanso. DEZ, me entenderam bem? - gritou Kazu, os atores já ficando todos alegres e correndo para fora do teatro. Ele suspirou cansado e sentou - se ao lado de Trowa.

-Que ensaio bom! - exclamou Yuki sentando na ponta do palco e balançando as pernas de uma forma infantil. Wufei sentou ao seu lado e segurou - lhe a mão de forma terna. Ela sorriu graciosamente para ele e o beijou no rosto, deixando - o vermelho.

-Também achei - disse Kazu sorridente para ela. Os outros atores os olharam com raiva, quase. Ódio, praticamente. Até mesmo Shin (mas não pra Yuki, é claro).

-É porque você não fica entrando e saindo do palco, falando as mesmas coisas uma, duas, três vezes seguida - retrucou o jovem de olhos cinzentos de mal - humor.

-Mas sou eu quem tem que ouvir vocês, Shin - disse Kazu com um sorriso irônico. Shin decidiu não devolver.

-NÃO! - eles viraram - se bruscamente, vendo a porta do teatro sendo aberta por ninguém menos que Jim Wayne. E em seus braços, rindo de uma forma alegre e animada, assim como o próprio Jim, Ellen Wayne. Trowa sorriu ligeiramente, mas também franziu o cenho, seu coração batendo forte por algum motivo que ele certamente desconhecia.

-Ei! - disse Jim abrindo um enorme sorriso e descendo correndo até o grupo de jovens perto do palco.

-O que está fazendo aqui, James? - perguntou Jenny sem tirar os olhos azuis do desenho do vestido de casamento de Katarina.

-Eu combinei com a Ellen de sair um pouco hoje pra fazer... Compras, e depois, ela disse que queria vir aqui, então... Aqui estamos!

-Que lindinho, vocês dois - disse Jenny. Ela franziu o cenho olhando para o desenho, empurrou impacientemente alguns restos de borracha e abriu um sorriso satisfeito.

-Ai, que lindo, Jenny! - exclamou Ellen olhando para o desenho. Jenny deu o caderno para Kazu, que instantaneamente abriu um sorriso enorme.

-Meu Deus! Lindo, lindo, meu Deus! Perfeito, Jenny! - o jovem diretor exclamou admirando o desenho. Os outros jovens inclinaram - se para ver o desenho que merecia tantos elogios de Kazu. E... Nossa!

Maravilhoso... Lindo... Majestoso... Incrível... Perfeito...

O vestido era totalmente rendado, bastante trabalhado, com camadas e mais camadas de tecido, o véu caindo perfeitamente sobre o rosto inexpressivo de Katarina. Tudo, simplesmente... Perfeito.

-Jennifer, que lindo! - exclamou Duo com um sorriso orgulhoso e indo rapidamente até a namorada. Ele acariciou o seu rosto e a beijou ternamente. Heero lutava contra o seu desejo de esganar alguém... - Você é mesmo boa nisso! - a garota corou furiosamente e desviou o olhar dos olhos violeta do americano, mas ele simplesmente sorriu travessamente e colocou a mão na coxa da garota. Ele encostou a boca no ouvido dela - Tava pensando em como seria o seu vestido no nosso casamento, heim?

-Cala a boca! - ela disse nervosa e muito vermelha.

-Quando você fica nervosa assim, e vermelha assim, quer dizer que sim, Jennifer - o americano disse sorridente. A garota virou o rosto; ela estava irritada.

-Bem, vocês vão ficar até o fim do ensaio? - perguntou Quatre gentilmente.

-Com certeza - respondeu Jim. Ellen continuava a rir em seus braços. Trowa... Continuava com o coração batendo forte, e mais forte ainda observando a garota rindo nos braços do irmão.

-Jim, me bota no chão, por favor - Ellen disse. Jim ficou pensativo.

-Não...

-Jim!

-Não!

-Jim...!

-Ai, que saco! - Faith desceu do palco com incrível rapidez e deu um tapa na cabeça do irmão, e ele gentilmente soltou Ellen. A garota riu.

-Faith...! - disse Quatre exasperado. A garota sorriu para o namorado, que, depois de arregalar os olhos por um momento, sorriu de volta.

-O Jim deixa, então... - ela sorriu pro irmão e o abraçou com força. Jim corou, mas sorriu.

-Minha irmãzinha tá ficando tão melosinha - disse ele em tom de brincadeira. Faith corou (contagem: acho que esta seria lá pela quarta vez que ela fica vermelha, né? Eu que escrevo e espero que vocês saibam... Ai, ai...) e pisou no pé dele. Com força - AH! FAITH!

-Isso é pra você aprender a nunca, jamais me fazer ficar vermelha, Jim! Só o Quatre - chan pode fazer isso - Heero olhou para Quatre, que ficou muito vermelho com o comentário da namorada. Kazu corou intensamente também.

Eles ficaram conversando por algum tempo, até que os outros atores e pessoal - ajudantes de palco e afins - voltaram dos dez minutos de descanso. E bem na hora em que um pequeno grupo de atrizes subia no palco, Jim deu uma risada alegre e meio alta, fazendo - as olharem - no, mas ele, meio avoado por estar entretido na conversa com Kazu sobre peças de teatro, nem percebeu.

-Quem é ele?

-Meu Deus!

-Que?

-O que foi?

-Ele é... Mas não tem como...

-Quem?

-Jim Kimiohara!

-Aquele Jim Kimiohara?

-É! O modelo mais lindo e perfeito das colônias!

-Ele desapareceu, praticamente, por quase dois meses, agora!

-E ele está aqui... Na nossa escola... Ai, Deus!

-Quantos anos ele tem mesmo?

-Uns dezoito. Por que?

-Ai, será que ele tá estudando aqui?

-Claro que não, né? A gente já teria visto esse gato pelos corredores!

-James, parece que algumas fãs o reconheceram - disse Jenny com um sorrisinho malicioso. Faith sorriu igualzinho a ela.

-Não é que a Jenny tem razão...? Vai, Jim! Você precisa desesperadamente dormir com alguém, então... Por que não uma colegial? - Jim parou a conversa com Kazu assim que ouviu a palavra "fãs", e, agora, com os comentários de sua irmãzinha, o jovem modelo estava com o rosto intensa e totalmente corado.

-Eu... Vou embora... - ele murmurou constrangido e dando uns passos pra trás. Ellen pegou o seu braço.

-Não, Jim! Fica, por favor...! - o garoto a olhou por um momento.

-Droga - ele murmurou suspirando. Ellen sorriu alegremente.

-Isso mesmo, Jim - começou Faith rindo - Você tem que ficar pra nos ver. Mesmo que a Ellen não esteja na peça, bem... Nós estamos.

-Heim? Ah, eu sei disso, né? Eu não sou idiota.

-Eu sei que não, Jim.

-Que horas são? - Kazu quase arranca o braço de Wufei ao ver as horas no relógio no chinês, que, aliás, não ficou nem um pouco feliz e só porque ainda estava segurando a mão de Yuki ele não arrancou a cabeça do jovem diretor - Tá certo... - ele virou - se para a entrada do teatro - TODOS DO CLUBE DE TEATRO DEVEM ESTAR AQUI EM UM MINUTO, SENÃO, FORA DO CLUBE PRA SEMPRE!

Depois de dez segundos, mais ou menos, todos os membros do clube de teatro estavam dentro do teatro, a maioria parecendo cansada e quase morta de cansaço, provavelmente de tanto correr, todos olhando feio para Kazu.

-Certo, vamos recomeçar a partir da página... - e desandou a falar sem parar.

Jim e Ellen sentaram - se ao lado de Trowa (nesta ordem: T - J - E). O jovem de olhos esmeralda estava com o rosto muito corado, apesar de não entender o por quê.

-Ei! - umas três garotas estavam perto dos três jovens. Jim corou intensamente, já imaginando do que elas queriam falar com ele.

-Vocês querem falar comigo? - ele perguntou calmamente, tentando não ficar mais vermelho.

-Com certeza, Jim Kimiohara.

-Ah...

-Você poderia nos dar o seu autógrafo? - Jim ficou definitivamente corado, e Ellen, assim como Jenny, embora um pouco mais audível, riu do irmão. As garotas a olharam.

-Você faz sucesso mesmo, Jim - ela disse carinhosamente, deixando o jovem mais vermelho - Vai, seja bonzinho com elas!

-Ellen... - ele disse constrangido. Ele pegou o papel que uma das garotas lhe deu e assinou nele rapidamente - Aqui.

-Obrigada, Jim - disse uma das garotas de uma forma maliciosa. O jovem modelo ficou escarlate - Não sabia que você estava morando aqui na Terra...

-Pois é... - ele não queria ser muito específico.

-Por que, posso perguntar?

-Eh... Assuntos familiares.

-Ah...

-Jim! - exclamou Yuki sorridente, já encima do palco. Ela acenou entusiasticamente para o primo, que, embaraçado, acenou de volta.

-Que foi, Yuki?

-Você vai ficar aí, com a Ellen, vendo o ensaio todo?

-Acho que sim.

-Ah... Que bom! - a garota sorriu alegremente, e Jim corou mais intensamente, percebendo o olhar das garotas, suas... "Fãs"... Ah, como ele odiava fãs obsessivas...

-Yuki - chamou Kazu - Página... - o jovem diretor começou a falar muito rápido, e Yuki só balançava a cabeça, entendendo e assimilando tudo, incrivelmente.

-Jennifer! - a morena levantou a cabeça ligeiramente só para encontrar o rosto sorridente de Duo em cima do palco. Ela levantou uma sobrancelha.

-O que é?

-Nada... Só tava querendo ver se você ia prestar atenção, desta vez.

-No que? Você não aparece tanto assim...

-Ei! Essa doeu...

-Humpt - a garota voltou a desenhar.

-Tá... Só por isso, eu juro que vou te humilhar, Jennifer, querida.

-Faça isso e eu não te deixo "brincar" na boate - o americano corou intensamente e Jenny abriu um sorrisinho malicioso enquanto ainda olhava para o desenho - E você adora "brincar", né, Duo? - ela o olhou e começou a rir.

- "Brincar" de que, heim? - Faith perguntou, rindo.

-Daquilo que você parece querer com o Quatre - Jenny respondeu rapidamente. Faith sorriu.

-Ah... Claro... Ai, ai... Mas ainda não "brincamos" nem uma vez, dá pra acreditar? - ela jogou os cabelos para trás - O Quatre - chan é tão puritano... Tanto quanto a Ellen - a garota ficou escarlate, assim como Quatre já estava, um tanto afastado, mas ainda assim, ouvindo a conversa - Não dá pra acreditar que o Quatre me recuse, e que a Ellen seja recusada pelo...

-Faith! Fica quieta! - Ellen exclamou, muito vermelha. Jim a olhou impressionado, assim como Trowa e todos os outros jovens que a conheciam. A garota ficou mais vermelha e calou - se.

-Nossa... Vai, Ellen! - Faith disse rindo, fazendo - a corar mais intensamente. Jim segurou a risada o máximo que pôde, mas acabou por começar a rir quase que histericamente, suas fãs o olhando.

-Coitada da Ellen! - ele disse entre risos.

-Você é muito malvado, Jim! - ela disse dando - lhe soquinhos no ombro, fazendo - o rir mais ainda.

-Nossa, você é forte mesmo!

-Jim!

-Ah, Ellen - chan, é divertido zoar com você... - as suas fãs começaram a conversar baixinho entre si, e, sorrindo, foram embora - Ah, que bom... Elas se foram...

-Que pena... - Faith disse. Jim olhou feio para ela - Eu poderia ter listado as suas boas qualidades... E, é claro, eu poderia ver quem seria boa o bastante para ser a sua...

-Cala a boca!

-A sua primeira...

-Faith!

-Jim, sem brincadeira: quando é que você finalmente vai arranjar uma namorada e sair do estado de...

-Faith, deixe - o em paz - disse Heero seriamente atrás dela.

-Ah, Hee - chan! Você é um chato!

-Ei, Faith! - Kazu exclamou, irritado - Eu tô te chamando já faz tempo! Vê se vem aqui logo!

-Ai, saco... - apesar de reclamar, ela foi até o jovem diretor.

-O Kazu - kun tá bravo hoje - Yuki comentou a Wufei. O jovem chinês sorriu para a garota.

-Ele tá sempre bravo, princesa - a garota corou intensamente e riu, abraçando - o em seguida. Ele corou também e sorriu.

-Eu gosto quando você me chama assim!

-É por isso também que eu te chamo assim.

Quando os dois se beijaram, Shin desviou o olhar finalmente, olhando novamente para seu script. Sua atitude foi tão singela, calma, que ninguém, absolutamente ninguém percebeu. E ninguém mesmo (sem brincadeira - ninguém, nem mesmo os mais atentos do grupo).

-A Yuki e o Wufei... Realmente se amam... - ele pensou com amargura. Ele passou o dedo por sobre as suas falas, e franziu o cenho - Isso continua esquisito...

-Que foi, Shin? - Yuki perguntou inocentemente e ao lado do garoto. Ele levantou o rosto e corou, vendo a garota tão perto dele - Alguma coisa errada?

-Cadê o... Wufei?

-Hã? Ah, o Chang teve que ir falar com o Kazu - kun... Ele não tá um pouco mais bravo hoje que o normal? - ela sentou - se ao lado dele, e pegou o script - Você tá vendo as falas...

-É... - como ele queria passar a mão pelos cabelos dourados de Yuki, hoje em duas chiquinhas altas, dando - lhe o ar infantil que suas ações e palavras já demonstravam.

-Mas você já decorou todas as suas falas!

-É, eu sei... - ele corou mais intensamente, sob o olhar curioso da garota - Mas eu tô vendo as partes que eu acho que ficaram estranhas, e aí eu vou ter que falar com o Kazu...

-Ah, tá...

E lá os dois ficaram, num momento que Shin desejou poder durar para sempre... Um momento em que não havia mais ninguém além dos dois... Eles estavam juntos, juntinhos, sem ninguém os atrapalhando, sem palavras o envergonhando... Perfeição... Mas... Tudo o que é perfeito, acaba um dia...

-Yuki - chan, o Kazu tá te chamando - Wufei disse. A garota sorriu radiante para ele, e virou - se momentaneamente para Shin.

-Depois a gente conversa mais, Shin. Tenho que ir - ela devolve o script, dá - lhe um beijo no rosto e deixa que seu namorado levante - a. Os dois sorriem um para o outro, sem perceber como Shin os olhava, e vão até o jovem diretor, no momento estressado até não poder mais, de mãos dadas.

-A Yuki nunca... - Shin apertou com força o lado do script, embora conseguisse manter uma máscara sorridente no rosto. Não importava as tristezas, as mágoas... Aquela máscara, ele sendo bom ator com era, Shin podia manter sempre, se protegendo do resto do mundo... Sempre...

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Finalmente! Meu Deus! Depois de tanto, tanto, tanto, TANTO tempo, finalmente eu consegui! Nossa, demorou que não foi brincadeira este capítulo, fala sério! E considerando que a primeira versão meio que se extraviou por aí... Se bem que o começo - com a conversa no café da manhã -, não mudou muito, em linhas gerais, só que o negócio entre a Jenny e o Duo ficou BEM mais extenso, e, na outra versão, a Jenny quase que teria um ataque só do Duo beija - la! Nossa... Mudou isso. O que ficou faltando mesmo foi uma introspecção de cada personagem - masculino e com par - em relação aos seus respectivos sentimentos quanto às garotas que capturaram seus corações. Isso tinha ficado curtinho, porém fofo. Oh, well...

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E eu FINALMENTE tenho um agradecimento a fazer!!

Minhas DUAS queridas leitoras e que tiveram paciência e saco pra postar um review... São elas:

Bruna Valeu! O seu review compensou o fato de quase ninguém ler a minha fic e comentar! Valeu! Bem, eu já te mandei um e-mail agradecendo, mas agradeço novamente, tá? Novamente e novamente! Valeu! Ei, aliás, quantos anos você tem? Acho que esqueci de perguntar isso no meu e-mail... Espero mais e-mails logo, tá? Eu gosto de receber e-mails escritos, sem ser besteiras sentimentais!

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Hotaru Curtinho, mas o primeiro que eu recebi depois de MEIO que ter deletado a minha fic acidentalmente... Valeu, valeu!

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Nota especial: Este capítulo contém uma das cenas que eu mais gostei de escrever! n_n

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