Capítulo 3
- Revelação -
"Hermione! Hermione!" as vozes de seus pais eram as únicas coisas que haviam naquele nada. Por algum tempo elas continuaram, mas em seguida se calaram e em seu lugar uma leve melodia a conduzia nesse estranho universo onde parece não haver tempo. Mas estranhamente, a melodia a faz se sentir viva, como se o vazio em seus pensamentos estivessem preenchidos. Um cobertor quente, uma fraca brisa e um toque morno em sua mão também a traziam de volta. Ela abre os olhos com dificuldade e como um baque, todas as sensações que não sentia até pouco tempo atrás, ela passa a sentir. Atordoada com o despertar, seus olhos vagueiam aleatoriamente pelo quarto até ela se dar conta que estava deitada na própria cama e coberta até o pescoço. Sua mão estava para fora do cobertor e segurava com força a mão de Harry, que estava ajoelhado ao lado da cama. Ele olhava curioso para Hermione. Ainda estava claro.
"Harry! Graças a Deus!" disse Hermione, que fez força para se sentar mas sentiu uma terrível pontada na barriga.
"sshhh! fique deitada!" dizia Harry, ao ver que ela não conseguia se levantar.
"Harry! eu tive um sonho estranho! Eu estava lá! Você também estava! meus pais apareciam só no final! Eu não lembro direito, acho que eu brigava com você! Não, não, eu brigava com meu gato!" Hermione fala apressadamente, tentando contar tudo em uma única frase mas ainda não teve tempo de organizar os detalhes da história para poder contar.
"Er... minha mão..." dizia Harry enquanto Hermione apertava cada vez com mais força. Hermione solta imediatamente e se acalma.
"Você precisa saber, Harry. Você precisa ouvir o meu sonho!"
"Sem dúvida que quero ouvir, mas não seria melhor esperar um pouco mais? Teremos tempo de sobra para contar tudo o que temos a dizer um ao outro." dizia Harry enquanto guardava no bolso o seu dodecaedro.
"o que é isso?" Perguntou Hermione, notando o objeto.
"um presente de Dumbledore. Achei que pudesse ajudar.Você parecia um pouco perturbada." disse Harry, se levantando e desamassando os joelhos da calça.
"Harry! Eu não sei o que houve, mas você tem que ir embora! É perigoso ficar aqui!"
"Mas Dumbledore mesmo disse que seria seguro! Tronks e Fletcher estão nos protegendo! Não há com o que se preocupar, exceto com a sua saúde. O médico disse que você precisa mudar sua dieta ou vai ficar anêmica."
"médico? Que dia é hoje?"
"segunda feira. Você deve ter desmaiado pouco antes de eu chegar. Quando encontramos você, chamamos um médico e ele disse que poderia ser por causa de má alimentação. Você não deveria fazer regime forçado, Hermione... nem precisa..."
"Harry! Cala a boca! Eu não tô fazendo regime!" gritou Hermione, quase dando um salto na cama para se sentar. Ela leva a mão à barriga que doía de novo. "É sério! Eu não desmaiei simplesmente! Não sei como foi isso, mas eu vi tudo! Eu te vi morrendo!"
O coração de Harry dispara. Ele achava que poderia passar um tempo sem preocupações, mas percebeu que se enganou.
"então... explique-se..." dizia Harry, em dúvida se queria ouvir ou não.
Hermione se acalma mais e se apóia melhor na cama. Harry senta ao seu lado e ouve toda a história sem dizer uma palavra. Após terminar, um mórbido silêncio impera no local e só é quebrado quando Hermione se irrita com isso.
"VOCÊ NÃO ME OUVIU?" gritou Hermione, buscando o olhar de Harry que estava focalizado bem distante dali.
"claro que ouvi. Não quer dizer que eu deva entrar em pânico." disse secamente. Hermione se surpreende com isso e duvida que ele tenha prestado atenção na história.
"como não? O que há com você?!"
"isso perguntou eu" - emendou, Harry. - "está tão preocupada com essa história de Voldemort que não sabe mais distinguir sonho de realidade."
"Eu sei quando estou sonhando, Harry! Tenho certeza de que não foi só um sonho!" Hermione estava desesperada, tentando convence-lo.
"Você costumava ser mais racional, Hermione. Percebi que nesse mês, você mudou muito. Não quero dizer que não gostei de vir aqui, mas essa idéia de eu passar o fim das férias com você foi inconsequente. Ainda bem que Dumbledore tem tudo sob controle e sempre acha uma saída para tudo, mas você acabou dificultando as coisas..." - dizia Harry, fugindo do olhar de Hermione. Ela fica em silêncio e abaixa a cabeça. - "Mas não me leve a mal, por favor. Só estou querendo lhe ajudar. Toda essa história tem deixado você nervosa e não é sem razão."
"como você é bom, Harry..." disse Hermione, num tom que era impossível de distinguir entre afirmação e ironia. "Você tem toda a razão. Eu nunca deveria ter te chamado. Com certeza eu não estaria tendo sonhos esquisitos, parecidos com aqueles que você tinha com o pai de rony e com o sirius."
Harry olha para ela, que ainda tinha a cabeça baixa. Hermione não expressava preocupação nem susto, estava apenas séria. Harry pensava no porquê dela ter lembrado disso, após tanto trabalho que ele teve para deixar de pensar. Ele sabia que quando teve aquelas visões do que havia acontecido com Sirius, ela mesma não acreditava, mas agora os papéis estavam trocados e ela fez questão de lembrar disso. A diferença é que Hermione não está ligada com ninguém e muito provavelmente o que ela viu não passa de um sonho. Ou pelo menos, era assim que Harry preferia pensar naquele momento. Toda essa conversa estava trazendo todas as lembranças de volta e Harry começava a se irritar mais. Ele tenta abrir a boca, mas nada sai.
"É, eu sei que é diferente! Não quero me comparar com você, Harry. Eu não tenho nenhum bruxo das trevas mexendo na minha cabeça para me fazer ver as coisas. Só você pode fazer isso." Hermione dizia rispidamente como se pudesse ler o que Harry pensava.
"por que está com raiva de mim? Eu fiquei aqui do seu lado faz uma hora, só esperando que você acordasse! Não sei o que houve antes, mas não precisa descontar sua raiva em mim!" disse Harry.
"Claro... sou eu quem está descontando a raiva... aliás, muito obrigada por ter me acordado. Ficar dormindo sem sentir nada estava começando a ficar monótono." Dessa vez ela fez questão de dar a impressão de estar sendo irônica.
"Mione..."
"Escuta Harry. Vamos ser racionais. Eu não comia direito e desde ontem de manhã que venho me sentindo mal. Quando você chegou, desmaiei e comecei a ter ilusões desagradáveis sobre você e você-sabe-quem. Então eu perco um dia inteiro dormindo, achando que você ia morrer e quando acordo você me faz perceber que agi como idiota ao tirar conclusões rápidas e por isso estou com raiva agora. Não gosto de ser idiota e creio que você também não! Então pronto! Desculpa tá bom?" Hermione estava impaciente. Ela olhava fulminantemente para Harry, que não se intimidava.
"Não quero brigar com você! Eu não quis dizer nada disso!"
"Claro que não, Harry Potter! Sou eu quem quero brigar com você! Eu passei vergonha explicando pro meu pai que você era só meu amigo e no final, você me diz que tive uma idéia estúpida! Com certeza que tive! Gente estúpida tem idéias estúpidas! Seria melhor se a gente só se visse na estação de trem! Ou talvez só no colégio, porque uma monitora fica recebendo instruções a viagem toda e não tem tempo para os amigos."
"Hermione! Cala a boca!" Harry levantou sua voz para vencer a dela.
"VOCÊ ESTÁ NO MEU QUARTO E NA MINHA CAMA, HARRY! QUEM TEM QUE SE CALAR É VOc... ai!" Hermione sente mais uma vez seu estômago latejar. Harry apenas olha, pensando em uma resposta mas não encontra nenhuma.
"Onde estão os meus pais?" dizia Hermione, mau-humorada.
"seu pai não está em casa e sua mãe está cuidando do jardim..."
"vou trocar de roupa. Saia do quarto." disse Hermione, que conseguiu pensar em uma maneira de expulsá-lo sem ser muito rude. Harry levanta e hesita um pouco, mas resolve que é melhor sair antes que tudo piore. Após isso, Hermione ainda fica sentada na cama por uns instantes, esperando a dor amenizar.
...
O sol estava mais alto no céu e dispersas nuvem decoravam o azul com sua forma periódica de malha. Hermione demorou um pouco para sair do quarto, nao pela dor na barriga mas pela irritação com Harry. Ela não admitia que ele não acreditasse que o sonho na realidade tinha sido uma espécie de premonição, pois ele mesmo passou por essa situação. Apesar de tudo o que disse, ela ainda estava convicta de que não tinha sido um sonho e resolve ir falar com Tonks. No sábado, Dumbledore enviou uma coruja explicando que Tonks e Mundungus se disfarçariam de trouxas e alugariam uma casa próxima à de Hermione, para poder vigiar o lugar. Ao chegar na casa, ela se depara com uma espalhafatosa Tonks, que aparava a grama do jardim com um cortador automático, como se fosse a maior maravilha do mundo. Ela passava o aparador várias e várias vezes no mesmo local, sempre se inclinando para ver de mais perto a precisão que as graminhas tinham em seu comprimento.
"ha ha! Veja menina! Eu nem me esforço! é só ir e vir!" - nisso, ela passa o cortador mais uma vez.
Hermione abre a portinha da cerca e entra.
"oi Tonks" - dizia num muchocho - "eu preciso conversar com o diretor Dumbledore."
Tonks pára de cortar a grama e olha bem fundo nos olhos de Hermione.
"menina, o que há com você?? Que cara é essa? Parece que brigou com um gigante!"
"quase, tonks. Quase. Foi com o Harry, mas nem por isso foi melhor. Odeio quando nos desentendemos." dizia Hermione, apertando mais a barriga ao pronunciar o nome dele.
"hummm... essas coisas são assim mesmo! Você sabe, quanto maior a amizade entre duas pessoas, maior é a raiva que um pode sentir do outro. Mas isso passa! Com certeza passa! Nessa idade, os garotos ficam muito convencidos, é fato. Se acham os donos da verdade! Até lembro que..." dizia Tonks, antes de ser interrompida.
"Er.. Tonks. Concordo com você, mas eu preciso falar com o diretor e não é para reclamar de Harry. Muito pelo contrário. É para ajudá-lo!"
"O que houve? Eu não vi nada de estranho acontecendo? Será que o traste dormiu na sua ronda de novo?" dizia Tonks, pensando em como abordar Mundungus.
"Nao Tonks. Isso aconteceu enquanto eu... er... estava desmaiada. Não teria como você ver."
"hummm. Já entendi! um sonho!" disse Tonks, animadamente, como se tivesse feito a maior dedução de toda a sua vida.
"NÃO ERA UM SONHO, DROGA!" - a voz de Hermione parecia estar sob feitiço do 'sonorus' e espantou vários pássaros que descansavam nas árvores mais próximas. Tonks deu uma pequena erguida na cabeça e piscou os olhos. - "desculpe... não era um sonho! Eu vi uma coisa estranha e queria dizer para o diretor. Não sei como isso vai ajudar, mas é melhor do que eu ficar calada." - Hermione completou, tentando parecer mais simpática.
"hummm." - respondeu Tonks, mas dessa vez ela apenas pensou o 'já entendi' que antes havia ousado dizer. - "Venha Hermi! Vocês podem se falar pela rede de Flu."
Elas entram na casa. Seu interior era uma mistura das casas de Hermione e Rony. A sala era decorada com sofás macios, um pequeno centro de vidro e uma estante com TV e som que pela poeira acumulada, não tinham sido usados. Mas sobre a lareira, havia um relógio semelhante ao que a Sra. Weasley tinha em sua casa, só que nos ponteiros estavam Hermione, Harry, Tonks e Mundungus. Além disso, um abajur que aparentemente estava ligado sem o auxílio de nenhuma tomada, decorava o centro de vidro e dava um tom esverdeado ao ambiente. Um forte cheiro de perfume invadia os pulmões de qualquer pessoa que entrasse na casa pela primeira vez. Hermione leva a mão ao seu nariz, discretamente.
"Sente-se em frente à lareira, querida. eu vou chamar Dumbledore e depois vou fazer um chazinho." dizia Tonks. Ela pega um punhado de pó e enquanto Hermione se sentava no sofá (que por sinal, fez um estranho miado) ela jogava o pó na lareira e disse alguma coisa, metendo a cabeça no fogo verde em seguida. Achando que ia perder os sentidos mais uma vez, Hermione acha melhor se escorar no encosto. Tonks se levanta. - "ele está vindo" - e vai para a cozinha. A cabeça de Dumbledore surge na fogueira, como uma aparição. Hermione toma um pequeno susto, mas se recompõe.
"Boa tarde, senhorita Granger. Se me permite dizer, a senhorita aparenta estar bem em vista do seu estado ontem à tarde." - dizia dumbledore, olhando por cima dos seus óclinhos de meia lua. Hermione fica corada e se levanta, ajeitando a saia.
"er, obrigada senhor, mas com certeza não está falando da minha cara." disse Hermione, que se via num espelho ao lado do relógio e estava estranhando.
"hehehe, não não. Não confie inteiramente nesse espelho. É um espelho que reflete apenas como a pessoa está se sentindo no momento. Mas não preciso ver por ele para saber que a senhorita está com um pouco de raiva, estou certo?"
"sim, está. E é também sobre isso que quero lhe falar. Tonks já deve ter lhe contado que desmaiei ontem." - e Hermione senta e conta toda a história sobre o que sonhou e até sobre a briga que teve com Harry. Tonks tinha acabado de sair da cozinha com o chá pronto, mas tinha escutado tudo. Ela deixa a bandeja com o bule e duas xícaras no centro.
"e foi isso, senhor. Eu não entendi o que significou tudo isso, mas achei melhor... lhe... contar..." disse Hermione, sua voz morrendo aos poucos. Ela percebeu como Dumbledore parecia velho e preocupado naquele momento. De olhos fechados, ele refletia sobre o que acabara de ouvir e pela demora, parecia não estar chegando a conclusões muito animadoras. Hermione permanece atenta.
"tome um gole, querida. É bom para passar as cólicas." dizia Tonks, enquanto tomava um gole também. Hermione pega uma xícara e começa a tomar, enquanto Dumbledore não se pronuncia.
"não são cólicas. Acho que as dores são porque não comi direito..." Hermione admitia.
"eu não teria tanta certeza se fosse você." dizia Tonks, e em seguida tomava mais um gole.
"ela está certa, Senhorita Granger. Creio que Nymphadora chegou à mesma conclusão que eu, com mais rapidez." - dizia Dumbledore, que ergueu os olhos mais uma vez. - "o que a senhorita viu não foi um sonho ou uma premonição. Foi uma visão."
Hermione quase cospe de volta na xícara, quando escuta isso. - "Como assim?!?"
"você deve estar pensando que não faz sentido, mas muitas coisas não fazem sentido até sabermos de tudo a cerca delas." - dizia Dumbledore. - "o que a senhorita viu enquanto estava inconsciente foi uma autêntica visão do futuro. Algo imutável e que vai acontecer."
"mas como o senhor pode ter tanta certeza disso?" dizia Hermione, incrédula.
"os sinais, querida... os sinais" respondeu Tonks.
"Me diga, senhorita Granger. Suas dores estão passando, não estão?" disse Dumbledore, com um pequeno sorriso escondido em sua espessa barba. Hermione passa a mão na barriga.
"sim... mas, como... como sabem?" e então Hermione olha a xícara.
"não é só um chá. É também uma poção de cura para cólicas 'pré-premonições'! Com o tempo você se acostuma com elas e nem sente mais nada." disse Tonks. Hermione olhou para o diretor mais uma vez incrédula.
"você quer dizer que estou desenvolvendo a habilidade de..." Hermione tinha medo de terminar a frase.
"você possui a visão interior. Esse é mais um entre tantos dotes que a senhorita possui." encerrou Dumbledore.
"Mas isso não existe! digo... como pode? A professora Sibila disse que apenas os que são descendentes de verdadeiros videntes podem possuir isso! E mesmo assim não é em toda geração que isso se desenvolve! Eu já li isso também em algum lugar! E a professora disse que não via em mim uma aura boa para esse tipo de coisa, ou sei lá que termo ela usou. E além do mais, essa coisa de adivinhação é uma..." Hermione não pararia de falar se não fosse interrompida por um "hum hum" digno de Umbridge, feito por Tonks.
"desconheço sua árvore genealógica e seus antepassados, mas as evidências são reais. Tal poder só é desenvolvido durante a puberdade e em você começou agora." disse Dumbledore, calmamente. Hermione cora mais forte que antes, tomando um grande gole de chá. Nunca tinha se imaginado falando disso com o diretor do colégio.
"Hermione, isso é uma grande dádiva!" completou Tonks, entusiasmada.
"Confesso que não sou digno de falar a respeito disso, mas acredito que o que você tem em mãos é uma grande responsabilidade. Desde os tempos mais antigos, os grandes bruxos procuraram uma forma de conseguir prever o futuro mas isso necessitava de uma grande energia pois ao prever o futuro, você está determinando absolutamente todos os eventos que acontecerão no universo até aquele dado momento previsto. O que você viu não pode nem será alterado, Hermione." dizia Dumbledore.
"Isso não é uma dádiva! Eu não vou matar o Harry!" disse Hermione, repentinamente.
"mais uma vez lhe digo que as coisas não farão sentido até que se saiba tudo a cerca delas. Mas o que você viu, da forma como você viu, vai acontecer inevitavelmente." dizia Dumbledore.
Hermione pára completamente olhando em direção à lareira, mas focalizando bem além dela. Nessa hora, mesmo que preferisse não acreditar nisso, procurava uma forma de evitar que sua visão viesse a acontecer.
"acredito que já está a par de tudo, senhorita Granger. Tenho que me retirar pois meus joelhos doem e já passei da idade de ficar ajoelhado numa lareira por mais de meia hora! hehe!" disse Dumbledore, ajeitando os oclinhos.
"com todo o respeito, senhor... não creio que o senhor consiga se divertir nessa situação. Se o que diz for verdade, então eu... eu..." Hermione não conseguia dizer o resto. Tonks leva a mão à boca, só então pensando o mesmo que Hermione pensava naquele instante.
"isso é Horrível!" exclamava, Tonks.
"senhoritas, me perdoem por sair assim, mas antes quero que saibam que tenho meus motivos para não me preocupar exacerbadamente. Nem por isso deixarei tudo ficar por isso mesmo. Hermione, você não vai matar Harry Potter. Ele não pode morrer pelas suas mãos. E Tonks, quando Fletcher voltar, diga a ele que vocês dois redobrarão os cuidados com a garota. Não tentem evitar o que Hermione viu em sua visão, mas não deixem que ela desapareça." dizia Dumbledore, antes de sumir na lareira. O fogo diminui e o silêncio toma conta do ambiente. Hermione tremia um pouco, relembrando de seu sonho e tentando entender o que essas últimas frases nebulosas de Dumbledore significavam. A única coisa que entendeu é que ela seria feita prisioneira.
"er... mais chá?" disse Tonks. Nesse instante, uma coruja entra pela janela e pousa bem ao lado de Hermione. Ela estende a pata e Hermione tira um pergaminho lacrado que vinha em suas mãos. Era um tipo de fita prateada com um símbolo de dragão desenhado na superfície que apenas as pessoas para quem a mensagem foi enviada, conseguiriam abrir. Impossível de saber do que se tratava apenas olhando pelo seu exterior e de um material inpenetrável por qualquer tipo de magia de translucidez, Hermione apenas olha fixamente para o rolo sem desamarrá-lo.
"não vai abrir?" disse Tonks, curiosa.
"é o resultado dos NOM´s. Impressionante em todos..." disse vagamente, Hermione
"como sabe?"
"eu já sonhei com isso outro dia... e achei que era só um sonho..."
...
O fim da tarde chegou e o sol estava se pondo, banhando as casas com um tom alaranjado. O céu começava a ficar mais nublado e o vento soprava mais forte, fazendo a janela do quarto de Harry bater. Ele não estava lá e nem sua coruja. A gaiola estava entraberta e a portinhola também balançava com o vento. A porta estava totalmente aberta, escorada com um peso. Pelo silêncio, parecia que não tinha ninguém em casa, mas a verdade é que Hermione se trancou no quarto depois que voltou da sua conversa com Tronks e Dumbledore. A mãe dela preparava o jantar e seu pai havia chegado em casa, mas agora estava tomando banho. Harry não havia voltado. Em seu quarto, o baú estava ao lado do guarda roupa e sua tampa batia e chacoalhava. Estava trancada e com certeza o vento não tinha força suficiente para fazer isso. A fonte disso vinha de dentro do baú. Como que se dando por vencido o baú pára de balançar, mas logo depois o cadeado na fechadura enferruja como se alguém estivesse assistindo a um vídeo em alta velocidade e cai no chão em vários pedaços. A tampa sobe um pouco e a criatura azul que saiu de baixo do travesseiro espia pela fresta. Ao ver que não tinha ninguém, a tampa sobe e antes que caísse de volta, a criatura pula para fora do baú, mas a tampa fecha predendo o saco plástico onde a criatura estava coberta. Ela tenta achar uma saída, mas depois desiste e usa magia para derreter o plástico. Um forte cheio de queimado toma conta do ar e a criatura vai andando pelo quarto, olhando ao redor e abanando uma de suas mãos perto das narinas. Com a outra, ela se limpava de restos de bolo em seu corpo. Aquele pacote era onde Harry tinha guardado o último bolo. A criatura se espreguiça e entao vai andando calmamente em direção à porta, mas pára de repente em posição de alerta e depois salta para atrás da porta. Se apertando um pouco, ele se abaixa e vê através da fresta embaixo da porta, algo felpudo passando em frente ao quarto. Era Bichento que acabara de acordar e ia procurar sua tigela de leite. A criatura esfrega as mãos e se prepara para lançar alguma magia, mas bichento passa direto. Após esperar alguns segundos, a criatura sai do esconderijo e põe a cara para fora do quarto, espiando ao redor. Nem sinal do gato. Ela sai na ponta dos pés, mesmo sem conseguir evitar o tilintar nas paredes e no teto, mas como ainda era dia o barulho na rua era maior. Ele atravessa todo o corredor e chega à sala, olha os móveis e algumas fotos em porta retratos. Fotos normais. Ele corre até o centro e sobe com um salto desengonçado, mas cai em pé bem na frente de um retrato de Hermione antes de entrar em Hogwarts. Ela não era muito diferente, apenas seu cabelo era um pouco menor e menos cheio. A criatura coça o queixo, como se estivesse examinando a foto mas repentinamente ela se vira com as mãos erguidas. Logo atrás, Bichento que chegou silenciosamente na sala, já tinha saltado em sua direção e não havia tempo de lançar nenhuma magia. A criatura rola de lado igual ao que tinha feito para se esquivar de Edwiges, mas cai do centro sobre o tapete fino. O gato aterrisa sobre o centro, derrubando no chão a foto e um vaso de rosas, que quebra. Ele escorrega um pouco e pôe-se de pé, enquanto olha através do vidro para a criatura embaixo que levantava com as mãos nas costas. O gato solta então o seu miado mais assustador e cai no chão. A criatura corre para baixo do sofá e o gato a persegue. Bichento dá um bote com sua pata dianteira que quase alcança a criatura, mas o espaço entre o chão e a cadeira era pequeno demais para ela e a criatura consegue se distanciar, arrastando-se. Ela lança algumas magias sem olhar para trás, mas acerta ou o chão ou a cadeira, fazendo aparecer nos lugares dos impactos, uma camada de poeira. A cada feitiço que passa perto de seu rosto, Bichento aperta os olhos e chia alto. Após sair do sofá, a criatura se põe de pé e ergue as mãos esperando que bichento saia de baixo, mas ela escuta passos vindo do corredor e corre para baixo da estante. Com as trêmulas mãos erguidas e prontas para disparar, a criatura só espera que bichento consiga sair da cadeira para ter maior chance de atingí-lo, mas antes que isso aconteça dois gigantescos pés descalços aparecem na sua frente.
"Meu Deus! De novo esse gato!" disse a dona dos pés. Quando o gato sai da cadeira, não pensa duas vezes antes de avançar na criatura, mas a mãe de Hermione o segura pela pele e o ergue. Ele reclama e esperneia tentando assustar a mãe de Hermione com suas unhas, mas ela não se intimida. A criatura coloca a mão na boca e parece achar graça.
"Você está ficando maluco! Vai já para o quintal!" - e então ele é levado embora, contra sua vontade. A criatura suspira e sai de seu esconderijo. Antes que a dona dos pés volte para limpar os cacos do vaso, ela corre para as escadas e sobe.
Em seu quarto, Hermione olhava pela janela a escuridão crescente do lado de fora e os postes começando a acender.
"Harry, volte logo." pensava Hermione. Ela segurava sua varinha com as duas mãos, pronta para quebrá-la a qualquer momento, mas uma incrível pena de quebrar sua varinha a impedia. Ela argumentava consigo mesma que não deveria acreditar em premonições e que tudo isso era bobagem, não havia necessidade de quebrar a varinha. Além do mais, ela estava completamente esquecida da briga com Harry e tinha mais vontade de abraçá-lo e pedir desculpas, do que de matá-lo.
"Se eu não tivesse falado de sirius ou voldemort, ele estaria aqui em casa." dizia para si mesma.
Um pequeno clique e a porta rangendo chama sua atenção. Ela olha para trás e vê que a porta abria sozinha. Achando que fosse o vento, Ela guarda a varinha em uma gaveta no criado mudo e fecha a janela. Em seguida vai até a porta e fecha, trancando-a.
"eu não tranquei?" perguntou para si mesma. Nesse instante, ela ouve um suave tilintar e distingue na parede, sua sombra envolta por uma fraca luminosidade. Hermione vira para ver o que é, mas tudo o que sente é uma esbaforida no rosto e seus olhos arderem. Ela os fecha e bate na parede com as costas, escorregando até ficar sentada no chão. Após coçar os olhos, ela os abre e vê tudo borrado. A luminosidade havia sumido e o quarto estava bem escuro. Hermione tenta dizer algo, mas não consegue emitir nenhum som antes de adormecer ali mesmo.
...
algum tempo se passou. Era noite e Hermione acorda com alguém batendo na porta. Ela levanta meio desengonçada, quase caindo, mas rapidamente se equilibra e olha ao redor. Ela passa as mãos sobre o tórax e desce pela barriga, dando um pequeno sorriso. Mais uma vez batem na porta, chamando sua atenção.
"Hermione! O jantar está pronto! Vá procurar o seu amigo!" disse Alaor.
"Sim!" ela responde, fazendo seu pai se acalmar. Ela vai até a janela e abre, olhando para os dois lados da rua. Depois ergue a cabeça e fecha os olhos enquanto sente a brisa no rosto. Depois de uns segundos, sua expressão fica séria e vaga e ela fala quase sussurrando. - "já o encontrei, pai." - Hermione volta-se para o interior do quarto, abre a gaveta e segura a varinha. Em seguida, sai do quarto vagarosamente e começa a descer as escadas. Exatamente como na visão que ela teve, o gato estava dormindo no sofá mas acorda. Hermione termina de descer as escadas e segue para a porta, mas o gato a olhava desconfiado. Quando ela encara o gato de soslaio, ele solta um chiado preparado para atacar.
"Quietus!" - e o gato fica mudo. Apesar disso, ele salta em sua direção e crava as unhas no rosto de Hermione. Ela grita de dor e agarra o gato com força, jogando-o no chão. Hermione passa a mão no rosto e olha para a mão suja de sangue que saía dos arranhões. Ela sorri e pensa "Gato estúpido."
"Depois eu cuido de você" - disse Hermione e então lança o feitiço "Petrificus Totalus". Antes que conseguisse fugir, o gato é atingido e cai duro no chão. Hermione sai de casa, deixando a porta aberta.
Em sua casa alugada, Fletcher e Tonks vigiavam a casa de Hermione. Ou melhor, só Tonks vigiava pois Fletcher estava na varanda lendo o caderno de esportes do Profeta Diário. Ela olhava pelo Onióculos, atenta aos mínimos detalhes.
"Você não cansa de ler isso?" disse Tonks, sem tirar sua atenção.
"não."
"VEJA! VEJA!" gritou Tonks, fazendo Fletcher e todas as pessoas nas fotos do jornal, saltarem assustadas. "Ela está saindo! Do jeito que ela disse! E está arranhada no rosto!"
"ainda podemos pegá-la!" disse Fletcher, que tentava pegar o Onióculos, mas Tonks esquivava habilmente.
"Você não entende! Ela teve uma visão! Se tentarmos mudar o que vai acontecer, o máximo que vamos conseguir é morrermos."
"não acredito que a garota seja capaz de matar alguém."
"mas ela fez!" - disse Tonks, dando o onióculos para Fletcher. - "ou melhor, vai fazer."
"ei! ela já foi embora!" Fletcher se revoltou por receber o onióculos quando não tinha nada mais para ser visto.
"mova-se! Vamos para a casa dela falar com os seus pais. Talvez eles estejam preocupados com o coitado do gato."
"não é melhor avisar a Dumbledore antes?" perguntou fletcher, enquanto eles saíam de casa.
"Ele disse que não precisava avisar pois iria saber quando acontecesse."
E os dois partem. Longe dali, no parque do bairro, tudo estaria deserto não fosse Harry encostado na árvore desde tarde. Ele estava sentado da mesma forma que Hermione havia visto e ele sabia disso, mas não queria acreditar que aquilo viesse a acontecer. De fato ele estava apenas esperando anoitecer para comprovar que Hermione estava errada. O vento forte impulsionava o balanço e densas nuvens cobriam o céu, como se fosse chover a qualquer momento. Bem distante, raios caíam e segundos depois ouvia-se o som. Estava frio e Harry começava a sentir fome.
"queria estar em casa, agora..." pensava Harry, apertando mais os joelhos com seu abraço. Em casa ele ou estaria sozinho, ou brigando com os Dursley dos quais nunca gostou, mas agora desde que chegou, ele ou está sozinho ou brigando com Hermione. As lembranças de Sirius caindo no portal vinham a todo instante na sua cabeça e ele lembrou que antes de morrer, Sirius estava solitário naquela casa, ou então brigando com um retrato. Será que estava acontecendo o mesmo com Harry? Nesa hora, a cicatriz de Harry dói como se estivesse se abrindo. Dói mais forte do que doeu nesse mês, mas devido ao treino em Oclumancia ele agora não sabia dizer se Voldemort estava feliz ou irritado. Forçando não fazer nenhuma careta, ele suporta a dor e escuta alguém parando ao seu lado. Harry olha e vê Hermione parada na sua frente, segurando a varinha e com o rosto sangrando, exatamente como na visão.
"Mione?"
"levante-se, Potter" disse Hermione. Ele levanta, mas toda vez se lembra do que Hermione contou que havia visto somente depois de fazê-lo.
"o seu rosto... o que houve?" Harry estava preocupado. Estava nervoso. Sabia que Hermione iria matá-lo em poucos instante, mas não lembrava o que acontecia até lá. Deu um branco total em sua memória. Ele preferia mil vezes ter esse branco em um dos testes de Snape.
"você tem mais coisas com o que se preocupar agora, Potter. Meu rosto é um mero detalhe." dizia Hermione, com um estranho sorriso no rosto.
Harry desespera-se, tentando achar uma maneira de acalmá-la. Não acreditava que aquela discussão boba pudesse fazer com que Hermione quisesse matá-lo e se esse é o motivo, ele deveria pedir desculpas ou acabaria morrendo.
"por favor, me desculpe. Eu não queria dizer aquelas coisas. Eu errei." disse Harry, olhando para a varinha na mão de Hermione.
Hermione ri do pedido de desculpas dele.
"Você vai pagar por tudo o que fez, Potter. Vou fazer agora, o que o idiota do Voldemort nunca foi capaz de fazer!"
Ela ergue a varinha. Harry apenas olha, sem conseguir se mover. Sua cicatriz doía mais ainda agora que ela havia dito esse nome e a visão de Hermione prestes a matá-lo era pior do que Voldemort. Ele era o seu maior inimigo e Harry saberia muito bem o que fazer nesse momento, mas agora além de estar sem varinha, ele não saberia o que fazer para impedir Hermione. Não iria lançar um feitiço contra ela.
"AVADA KEDRAVA!" Grita Hermione. Um jato de luz verde sai de sua varinha e atinge o peito de Harry em cheio, arremessando-o no chão de olhos fechados. Mais um raio cai longe e até o tempo de ouvir o som, Hermione olhava para Harry no chão esperando alguma reação de sua parte, mas ele está imóvel. Então ela começa a rir.
"HA HA HA HA HA!!"
Então, quatro pessoas estavam chegando ao parque, correndo. Elas gritavam por Hermione. Eram seus pais, Fletcher e Tonks. Hermione olha para eles e se vira, correndo para longe em seguida. Ainda com um largo sorriso no rosto, ela pensava o quão fácil tinha sido.
"Quem diria que o grande lord das trevas não conseguiu matar um garotinho e eu consegui! hahaha!" dizia Hermione num tom de deboche, ainda correndo.
Mas então, a poucos centímetros de seu rosto, um grande mago aparata bem na sua frente. Ele usava uma grande capa negra sobre os ombros, camisa de mangas compridas e calças compridas, todas negras, um grosso sapato com alguns compartimentos para guardar coisas e uma bolsa de couro amarrada à cintura. Dava para ver que por baixo da capa ele carregava uma espada nas costas. O mago aparentava ser jovem, 25 ou 26 anos, cabelo negro assanhado mas estranhamente homogêneo, olhar forte e fixo em Hermione e pele clara. Hermione pára imediatamente, erguendo sua varinha contra o mago, mas este faz o mesmo.
"detenha-se" disse o mago. Hermione dá dois passos para trás, mas outra pessoa aparata bem atrás dela. E mais outra ao lado, deixando-a cercada. Os dois usavam a mesma roupa que o primeiro e também eram jovens. Um deles era parecido com o primeiro mas era mais alto e tinha cabelos castanhos. Era magro e tinha um sorriso de desdém em seu rosto.
"olha só quem quer brincar com gente grande" disse o mago, também erguendo sua varinha.
"não é hora para isso, Gllandow." disse a terceira pessoa. Uma jovem bruxa séria, cabelos castanhos longos até a cintura e bem cheios. Tinha um ar de superioridade, mas parecia ser amigável. Não que Hermione tenha achado isso, mas em outra situação, ela acharia.
"essa menina tá me parecendo alguém..." disse Gllandow.
"jogue a varinha no chão" disse a jovem bruxa. Hermione pára de procurar uma saída, pois está completamente cercada, mas não larga.
"me matem se quiser. Já fiz o que queria, mas não vou ser capturada." disse Hermione.
"Petrificus Totalus!" gritou Gllandow. Quase que imediatamente, Hermione grita "protego" e o feitiço retorna, mas Gllandow também usa a mesma magia e o ataque é refletido uma segunda vez, mas em direção ao céu.
"UAU! Ela segurou meu ataque!" disse Gllandow, impressionado.
"eu dou um jeito. LIBERO!" - e da varinha da jovem bruxa sai um raio vermelho que fica envolta da barreira de Hermione, fazendo-o sumir em poucos segundos. - "Expelliarmus!" - o primeiro mago que apareceu consegue jogar a varinha de Hermione longe. Desarmada, ela fica parada e esboça um pequeno sorriso. Nesse instante, Dumbledore e o Sr. Fudge também aparatam no local. Fletcher e Tonks também chegam junto.
"ora ora, se não é outro arquinimigo de Voldemort." - dizia Hermione - "tão velho, deve nem saber mais voar numa vassoura."
"Estupef..." Gllandow ia lançando a magia, mas é interrompido por Dumbledore.
"não! não faça isso. Ela não tem culpa." - disse Dumbledore. Fudge o olha incrédulo. - "Pullfesto" - e da varinha de Dumbledore sai uma magia que atravessa o corpo da jovem bruxa, sem assustá-la, e atinge Hermione no peito. Ela pressiona a mão no local onde a magia atingiu e de sua testa sai uma minúscula esfera luminosa. Hermione ameaça cair, mas o primeiro mago a segura. Ela então abre os olhos para ver a esfera acumulando matéria brilhante ao seu redor e em seguida virando a mesma criatura que escapou de Bichento. Todos o encaram e ele cai direto no chão, ficando inconsciente.
"mas é um Pecclar azul! Não existem desses tipo por aqui!" disse Fudge.
"então esse é o único, senhor ministro." disse Dumbledore. A jovem bruxa ergue a criatura com um feitiço e a prende em uma redoma de energia. O primeiro mago conduz Hermione, que olha ao redor tentando entender o que estava havendo. Aos poucos ela vai percebendo que sua visão se tornara realidade e então procurava por Harry. Gllandow, a jovem bruxa com a criatura e o senhor Fudge desaparatam. Hermione é conduzida até Dumbledore que a olha com um sorriso estranhamente vitorioso no rosto.
"parabéns, senhorita Granger. Demonstrou ter grande potencial." dizia Dumbledore.
"Onde está Harry? O que eu fiz com ele?!" disse Hermione, antes de vê-lo caído no chão com os seus pais cuidando dele.
"não se preocupe com Harry, garota. Você ainda não é capaz de matar alguém com a maldição que usou. Mas parece que nem todo mundo acreditava nisso." disse o bruxo. Hermione o olha.
"quem é você?"
Gllandow aparata mais uma vez.
"apresse-se, Julius. Não fique fazendo cena com a garota. Ela é jovem demais e a aguardam para o julgamento."
"devemos ir, Hermione. Será rápido e estarei com você" disse Dumbledore. Então Julius tira uma caixa metálica da bolsa na cintura e manda Hermione tirar um dado quebrado de dentro dele. Ao pegar o dado ela desaparece. Julius e Gllandow desaparatam. Dumbledore diz para Tonks e Fletcher cuidarem de Harry e dos pais de Hermione, antes de desaparatar também.
- Revelação -
"Hermione! Hermione!" as vozes de seus pais eram as únicas coisas que haviam naquele nada. Por algum tempo elas continuaram, mas em seguida se calaram e em seu lugar uma leve melodia a conduzia nesse estranho universo onde parece não haver tempo. Mas estranhamente, a melodia a faz se sentir viva, como se o vazio em seus pensamentos estivessem preenchidos. Um cobertor quente, uma fraca brisa e um toque morno em sua mão também a traziam de volta. Ela abre os olhos com dificuldade e como um baque, todas as sensações que não sentia até pouco tempo atrás, ela passa a sentir. Atordoada com o despertar, seus olhos vagueiam aleatoriamente pelo quarto até ela se dar conta que estava deitada na própria cama e coberta até o pescoço. Sua mão estava para fora do cobertor e segurava com força a mão de Harry, que estava ajoelhado ao lado da cama. Ele olhava curioso para Hermione. Ainda estava claro.
"Harry! Graças a Deus!" disse Hermione, que fez força para se sentar mas sentiu uma terrível pontada na barriga.
"sshhh! fique deitada!" dizia Harry, ao ver que ela não conseguia se levantar.
"Harry! eu tive um sonho estranho! Eu estava lá! Você também estava! meus pais apareciam só no final! Eu não lembro direito, acho que eu brigava com você! Não, não, eu brigava com meu gato!" Hermione fala apressadamente, tentando contar tudo em uma única frase mas ainda não teve tempo de organizar os detalhes da história para poder contar.
"Er... minha mão..." dizia Harry enquanto Hermione apertava cada vez com mais força. Hermione solta imediatamente e se acalma.
"Você precisa saber, Harry. Você precisa ouvir o meu sonho!"
"Sem dúvida que quero ouvir, mas não seria melhor esperar um pouco mais? Teremos tempo de sobra para contar tudo o que temos a dizer um ao outro." dizia Harry enquanto guardava no bolso o seu dodecaedro.
"o que é isso?" Perguntou Hermione, notando o objeto.
"um presente de Dumbledore. Achei que pudesse ajudar.Você parecia um pouco perturbada." disse Harry, se levantando e desamassando os joelhos da calça.
"Harry! Eu não sei o que houve, mas você tem que ir embora! É perigoso ficar aqui!"
"Mas Dumbledore mesmo disse que seria seguro! Tronks e Fletcher estão nos protegendo! Não há com o que se preocupar, exceto com a sua saúde. O médico disse que você precisa mudar sua dieta ou vai ficar anêmica."
"médico? Que dia é hoje?"
"segunda feira. Você deve ter desmaiado pouco antes de eu chegar. Quando encontramos você, chamamos um médico e ele disse que poderia ser por causa de má alimentação. Você não deveria fazer regime forçado, Hermione... nem precisa..."
"Harry! Cala a boca! Eu não tô fazendo regime!" gritou Hermione, quase dando um salto na cama para se sentar. Ela leva a mão à barriga que doía de novo. "É sério! Eu não desmaiei simplesmente! Não sei como foi isso, mas eu vi tudo! Eu te vi morrendo!"
O coração de Harry dispara. Ele achava que poderia passar um tempo sem preocupações, mas percebeu que se enganou.
"então... explique-se..." dizia Harry, em dúvida se queria ouvir ou não.
Hermione se acalma mais e se apóia melhor na cama. Harry senta ao seu lado e ouve toda a história sem dizer uma palavra. Após terminar, um mórbido silêncio impera no local e só é quebrado quando Hermione se irrita com isso.
"VOCÊ NÃO ME OUVIU?" gritou Hermione, buscando o olhar de Harry que estava focalizado bem distante dali.
"claro que ouvi. Não quer dizer que eu deva entrar em pânico." disse secamente. Hermione se surpreende com isso e duvida que ele tenha prestado atenção na história.
"como não? O que há com você?!"
"isso perguntou eu" - emendou, Harry. - "está tão preocupada com essa história de Voldemort que não sabe mais distinguir sonho de realidade."
"Eu sei quando estou sonhando, Harry! Tenho certeza de que não foi só um sonho!" Hermione estava desesperada, tentando convence-lo.
"Você costumava ser mais racional, Hermione. Percebi que nesse mês, você mudou muito. Não quero dizer que não gostei de vir aqui, mas essa idéia de eu passar o fim das férias com você foi inconsequente. Ainda bem que Dumbledore tem tudo sob controle e sempre acha uma saída para tudo, mas você acabou dificultando as coisas..." - dizia Harry, fugindo do olhar de Hermione. Ela fica em silêncio e abaixa a cabeça. - "Mas não me leve a mal, por favor. Só estou querendo lhe ajudar. Toda essa história tem deixado você nervosa e não é sem razão."
"como você é bom, Harry..." disse Hermione, num tom que era impossível de distinguir entre afirmação e ironia. "Você tem toda a razão. Eu nunca deveria ter te chamado. Com certeza eu não estaria tendo sonhos esquisitos, parecidos com aqueles que você tinha com o pai de rony e com o sirius."
Harry olha para ela, que ainda tinha a cabeça baixa. Hermione não expressava preocupação nem susto, estava apenas séria. Harry pensava no porquê dela ter lembrado disso, após tanto trabalho que ele teve para deixar de pensar. Ele sabia que quando teve aquelas visões do que havia acontecido com Sirius, ela mesma não acreditava, mas agora os papéis estavam trocados e ela fez questão de lembrar disso. A diferença é que Hermione não está ligada com ninguém e muito provavelmente o que ela viu não passa de um sonho. Ou pelo menos, era assim que Harry preferia pensar naquele momento. Toda essa conversa estava trazendo todas as lembranças de volta e Harry começava a se irritar mais. Ele tenta abrir a boca, mas nada sai.
"É, eu sei que é diferente! Não quero me comparar com você, Harry. Eu não tenho nenhum bruxo das trevas mexendo na minha cabeça para me fazer ver as coisas. Só você pode fazer isso." Hermione dizia rispidamente como se pudesse ler o que Harry pensava.
"por que está com raiva de mim? Eu fiquei aqui do seu lado faz uma hora, só esperando que você acordasse! Não sei o que houve antes, mas não precisa descontar sua raiva em mim!" disse Harry.
"Claro... sou eu quem está descontando a raiva... aliás, muito obrigada por ter me acordado. Ficar dormindo sem sentir nada estava começando a ficar monótono." Dessa vez ela fez questão de dar a impressão de estar sendo irônica.
"Mione..."
"Escuta Harry. Vamos ser racionais. Eu não comia direito e desde ontem de manhã que venho me sentindo mal. Quando você chegou, desmaiei e comecei a ter ilusões desagradáveis sobre você e você-sabe-quem. Então eu perco um dia inteiro dormindo, achando que você ia morrer e quando acordo você me faz perceber que agi como idiota ao tirar conclusões rápidas e por isso estou com raiva agora. Não gosto de ser idiota e creio que você também não! Então pronto! Desculpa tá bom?" Hermione estava impaciente. Ela olhava fulminantemente para Harry, que não se intimidava.
"Não quero brigar com você! Eu não quis dizer nada disso!"
"Claro que não, Harry Potter! Sou eu quem quero brigar com você! Eu passei vergonha explicando pro meu pai que você era só meu amigo e no final, você me diz que tive uma idéia estúpida! Com certeza que tive! Gente estúpida tem idéias estúpidas! Seria melhor se a gente só se visse na estação de trem! Ou talvez só no colégio, porque uma monitora fica recebendo instruções a viagem toda e não tem tempo para os amigos."
"Hermione! Cala a boca!" Harry levantou sua voz para vencer a dela.
"VOCÊ ESTÁ NO MEU QUARTO E NA MINHA CAMA, HARRY! QUEM TEM QUE SE CALAR É VOc... ai!" Hermione sente mais uma vez seu estômago latejar. Harry apenas olha, pensando em uma resposta mas não encontra nenhuma.
"Onde estão os meus pais?" dizia Hermione, mau-humorada.
"seu pai não está em casa e sua mãe está cuidando do jardim..."
"vou trocar de roupa. Saia do quarto." disse Hermione, que conseguiu pensar em uma maneira de expulsá-lo sem ser muito rude. Harry levanta e hesita um pouco, mas resolve que é melhor sair antes que tudo piore. Após isso, Hermione ainda fica sentada na cama por uns instantes, esperando a dor amenizar.
...
O sol estava mais alto no céu e dispersas nuvem decoravam o azul com sua forma periódica de malha. Hermione demorou um pouco para sair do quarto, nao pela dor na barriga mas pela irritação com Harry. Ela não admitia que ele não acreditasse que o sonho na realidade tinha sido uma espécie de premonição, pois ele mesmo passou por essa situação. Apesar de tudo o que disse, ela ainda estava convicta de que não tinha sido um sonho e resolve ir falar com Tonks. No sábado, Dumbledore enviou uma coruja explicando que Tonks e Mundungus se disfarçariam de trouxas e alugariam uma casa próxima à de Hermione, para poder vigiar o lugar. Ao chegar na casa, ela se depara com uma espalhafatosa Tonks, que aparava a grama do jardim com um cortador automático, como se fosse a maior maravilha do mundo. Ela passava o aparador várias e várias vezes no mesmo local, sempre se inclinando para ver de mais perto a precisão que as graminhas tinham em seu comprimento.
"ha ha! Veja menina! Eu nem me esforço! é só ir e vir!" - nisso, ela passa o cortador mais uma vez.
Hermione abre a portinha da cerca e entra.
"oi Tonks" - dizia num muchocho - "eu preciso conversar com o diretor Dumbledore."
Tonks pára de cortar a grama e olha bem fundo nos olhos de Hermione.
"menina, o que há com você?? Que cara é essa? Parece que brigou com um gigante!"
"quase, tonks. Quase. Foi com o Harry, mas nem por isso foi melhor. Odeio quando nos desentendemos." dizia Hermione, apertando mais a barriga ao pronunciar o nome dele.
"hummm... essas coisas são assim mesmo! Você sabe, quanto maior a amizade entre duas pessoas, maior é a raiva que um pode sentir do outro. Mas isso passa! Com certeza passa! Nessa idade, os garotos ficam muito convencidos, é fato. Se acham os donos da verdade! Até lembro que..." dizia Tonks, antes de ser interrompida.
"Er.. Tonks. Concordo com você, mas eu preciso falar com o diretor e não é para reclamar de Harry. Muito pelo contrário. É para ajudá-lo!"
"O que houve? Eu não vi nada de estranho acontecendo? Será que o traste dormiu na sua ronda de novo?" dizia Tonks, pensando em como abordar Mundungus.
"Nao Tonks. Isso aconteceu enquanto eu... er... estava desmaiada. Não teria como você ver."
"hummm. Já entendi! um sonho!" disse Tonks, animadamente, como se tivesse feito a maior dedução de toda a sua vida.
"NÃO ERA UM SONHO, DROGA!" - a voz de Hermione parecia estar sob feitiço do 'sonorus' e espantou vários pássaros que descansavam nas árvores mais próximas. Tonks deu uma pequena erguida na cabeça e piscou os olhos. - "desculpe... não era um sonho! Eu vi uma coisa estranha e queria dizer para o diretor. Não sei como isso vai ajudar, mas é melhor do que eu ficar calada." - Hermione completou, tentando parecer mais simpática.
"hummm." - respondeu Tonks, mas dessa vez ela apenas pensou o 'já entendi' que antes havia ousado dizer. - "Venha Hermi! Vocês podem se falar pela rede de Flu."
Elas entram na casa. Seu interior era uma mistura das casas de Hermione e Rony. A sala era decorada com sofás macios, um pequeno centro de vidro e uma estante com TV e som que pela poeira acumulada, não tinham sido usados. Mas sobre a lareira, havia um relógio semelhante ao que a Sra. Weasley tinha em sua casa, só que nos ponteiros estavam Hermione, Harry, Tonks e Mundungus. Além disso, um abajur que aparentemente estava ligado sem o auxílio de nenhuma tomada, decorava o centro de vidro e dava um tom esverdeado ao ambiente. Um forte cheiro de perfume invadia os pulmões de qualquer pessoa que entrasse na casa pela primeira vez. Hermione leva a mão ao seu nariz, discretamente.
"Sente-se em frente à lareira, querida. eu vou chamar Dumbledore e depois vou fazer um chazinho." dizia Tonks. Ela pega um punhado de pó e enquanto Hermione se sentava no sofá (que por sinal, fez um estranho miado) ela jogava o pó na lareira e disse alguma coisa, metendo a cabeça no fogo verde em seguida. Achando que ia perder os sentidos mais uma vez, Hermione acha melhor se escorar no encosto. Tonks se levanta. - "ele está vindo" - e vai para a cozinha. A cabeça de Dumbledore surge na fogueira, como uma aparição. Hermione toma um pequeno susto, mas se recompõe.
"Boa tarde, senhorita Granger. Se me permite dizer, a senhorita aparenta estar bem em vista do seu estado ontem à tarde." - dizia dumbledore, olhando por cima dos seus óclinhos de meia lua. Hermione fica corada e se levanta, ajeitando a saia.
"er, obrigada senhor, mas com certeza não está falando da minha cara." disse Hermione, que se via num espelho ao lado do relógio e estava estranhando.
"hehehe, não não. Não confie inteiramente nesse espelho. É um espelho que reflete apenas como a pessoa está se sentindo no momento. Mas não preciso ver por ele para saber que a senhorita está com um pouco de raiva, estou certo?"
"sim, está. E é também sobre isso que quero lhe falar. Tonks já deve ter lhe contado que desmaiei ontem." - e Hermione senta e conta toda a história sobre o que sonhou e até sobre a briga que teve com Harry. Tonks tinha acabado de sair da cozinha com o chá pronto, mas tinha escutado tudo. Ela deixa a bandeja com o bule e duas xícaras no centro.
"e foi isso, senhor. Eu não entendi o que significou tudo isso, mas achei melhor... lhe... contar..." disse Hermione, sua voz morrendo aos poucos. Ela percebeu como Dumbledore parecia velho e preocupado naquele momento. De olhos fechados, ele refletia sobre o que acabara de ouvir e pela demora, parecia não estar chegando a conclusões muito animadoras. Hermione permanece atenta.
"tome um gole, querida. É bom para passar as cólicas." dizia Tonks, enquanto tomava um gole também. Hermione pega uma xícara e começa a tomar, enquanto Dumbledore não se pronuncia.
"não são cólicas. Acho que as dores são porque não comi direito..." Hermione admitia.
"eu não teria tanta certeza se fosse você." dizia Tonks, e em seguida tomava mais um gole.
"ela está certa, Senhorita Granger. Creio que Nymphadora chegou à mesma conclusão que eu, com mais rapidez." - dizia Dumbledore, que ergueu os olhos mais uma vez. - "o que a senhorita viu não foi um sonho ou uma premonição. Foi uma visão."
Hermione quase cospe de volta na xícara, quando escuta isso. - "Como assim?!?"
"você deve estar pensando que não faz sentido, mas muitas coisas não fazem sentido até sabermos de tudo a cerca delas." - dizia Dumbledore. - "o que a senhorita viu enquanto estava inconsciente foi uma autêntica visão do futuro. Algo imutável e que vai acontecer."
"mas como o senhor pode ter tanta certeza disso?" dizia Hermione, incrédula.
"os sinais, querida... os sinais" respondeu Tonks.
"Me diga, senhorita Granger. Suas dores estão passando, não estão?" disse Dumbledore, com um pequeno sorriso escondido em sua espessa barba. Hermione passa a mão na barriga.
"sim... mas, como... como sabem?" e então Hermione olha a xícara.
"não é só um chá. É também uma poção de cura para cólicas 'pré-premonições'! Com o tempo você se acostuma com elas e nem sente mais nada." disse Tonks. Hermione olhou para o diretor mais uma vez incrédula.
"você quer dizer que estou desenvolvendo a habilidade de..." Hermione tinha medo de terminar a frase.
"você possui a visão interior. Esse é mais um entre tantos dotes que a senhorita possui." encerrou Dumbledore.
"Mas isso não existe! digo... como pode? A professora Sibila disse que apenas os que são descendentes de verdadeiros videntes podem possuir isso! E mesmo assim não é em toda geração que isso se desenvolve! Eu já li isso também em algum lugar! E a professora disse que não via em mim uma aura boa para esse tipo de coisa, ou sei lá que termo ela usou. E além do mais, essa coisa de adivinhação é uma..." Hermione não pararia de falar se não fosse interrompida por um "hum hum" digno de Umbridge, feito por Tonks.
"desconheço sua árvore genealógica e seus antepassados, mas as evidências são reais. Tal poder só é desenvolvido durante a puberdade e em você começou agora." disse Dumbledore, calmamente. Hermione cora mais forte que antes, tomando um grande gole de chá. Nunca tinha se imaginado falando disso com o diretor do colégio.
"Hermione, isso é uma grande dádiva!" completou Tonks, entusiasmada.
"Confesso que não sou digno de falar a respeito disso, mas acredito que o que você tem em mãos é uma grande responsabilidade. Desde os tempos mais antigos, os grandes bruxos procuraram uma forma de conseguir prever o futuro mas isso necessitava de uma grande energia pois ao prever o futuro, você está determinando absolutamente todos os eventos que acontecerão no universo até aquele dado momento previsto. O que você viu não pode nem será alterado, Hermione." dizia Dumbledore.
"Isso não é uma dádiva! Eu não vou matar o Harry!" disse Hermione, repentinamente.
"mais uma vez lhe digo que as coisas não farão sentido até que se saiba tudo a cerca delas. Mas o que você viu, da forma como você viu, vai acontecer inevitavelmente." dizia Dumbledore.
Hermione pára completamente olhando em direção à lareira, mas focalizando bem além dela. Nessa hora, mesmo que preferisse não acreditar nisso, procurava uma forma de evitar que sua visão viesse a acontecer.
"acredito que já está a par de tudo, senhorita Granger. Tenho que me retirar pois meus joelhos doem e já passei da idade de ficar ajoelhado numa lareira por mais de meia hora! hehe!" disse Dumbledore, ajeitando os oclinhos.
"com todo o respeito, senhor... não creio que o senhor consiga se divertir nessa situação. Se o que diz for verdade, então eu... eu..." Hermione não conseguia dizer o resto. Tonks leva a mão à boca, só então pensando o mesmo que Hermione pensava naquele instante.
"isso é Horrível!" exclamava, Tonks.
"senhoritas, me perdoem por sair assim, mas antes quero que saibam que tenho meus motivos para não me preocupar exacerbadamente. Nem por isso deixarei tudo ficar por isso mesmo. Hermione, você não vai matar Harry Potter. Ele não pode morrer pelas suas mãos. E Tonks, quando Fletcher voltar, diga a ele que vocês dois redobrarão os cuidados com a garota. Não tentem evitar o que Hermione viu em sua visão, mas não deixem que ela desapareça." dizia Dumbledore, antes de sumir na lareira. O fogo diminui e o silêncio toma conta do ambiente. Hermione tremia um pouco, relembrando de seu sonho e tentando entender o que essas últimas frases nebulosas de Dumbledore significavam. A única coisa que entendeu é que ela seria feita prisioneira.
"er... mais chá?" disse Tonks. Nesse instante, uma coruja entra pela janela e pousa bem ao lado de Hermione. Ela estende a pata e Hermione tira um pergaminho lacrado que vinha em suas mãos. Era um tipo de fita prateada com um símbolo de dragão desenhado na superfície que apenas as pessoas para quem a mensagem foi enviada, conseguiriam abrir. Impossível de saber do que se tratava apenas olhando pelo seu exterior e de um material inpenetrável por qualquer tipo de magia de translucidez, Hermione apenas olha fixamente para o rolo sem desamarrá-lo.
"não vai abrir?" disse Tonks, curiosa.
"é o resultado dos NOM´s. Impressionante em todos..." disse vagamente, Hermione
"como sabe?"
"eu já sonhei com isso outro dia... e achei que era só um sonho..."
...
O fim da tarde chegou e o sol estava se pondo, banhando as casas com um tom alaranjado. O céu começava a ficar mais nublado e o vento soprava mais forte, fazendo a janela do quarto de Harry bater. Ele não estava lá e nem sua coruja. A gaiola estava entraberta e a portinhola também balançava com o vento. A porta estava totalmente aberta, escorada com um peso. Pelo silêncio, parecia que não tinha ninguém em casa, mas a verdade é que Hermione se trancou no quarto depois que voltou da sua conversa com Tronks e Dumbledore. A mãe dela preparava o jantar e seu pai havia chegado em casa, mas agora estava tomando banho. Harry não havia voltado. Em seu quarto, o baú estava ao lado do guarda roupa e sua tampa batia e chacoalhava. Estava trancada e com certeza o vento não tinha força suficiente para fazer isso. A fonte disso vinha de dentro do baú. Como que se dando por vencido o baú pára de balançar, mas logo depois o cadeado na fechadura enferruja como se alguém estivesse assistindo a um vídeo em alta velocidade e cai no chão em vários pedaços. A tampa sobe um pouco e a criatura azul que saiu de baixo do travesseiro espia pela fresta. Ao ver que não tinha ninguém, a tampa sobe e antes que caísse de volta, a criatura pula para fora do baú, mas a tampa fecha predendo o saco plástico onde a criatura estava coberta. Ela tenta achar uma saída, mas depois desiste e usa magia para derreter o plástico. Um forte cheio de queimado toma conta do ar e a criatura vai andando pelo quarto, olhando ao redor e abanando uma de suas mãos perto das narinas. Com a outra, ela se limpava de restos de bolo em seu corpo. Aquele pacote era onde Harry tinha guardado o último bolo. A criatura se espreguiça e entao vai andando calmamente em direção à porta, mas pára de repente em posição de alerta e depois salta para atrás da porta. Se apertando um pouco, ele se abaixa e vê através da fresta embaixo da porta, algo felpudo passando em frente ao quarto. Era Bichento que acabara de acordar e ia procurar sua tigela de leite. A criatura esfrega as mãos e se prepara para lançar alguma magia, mas bichento passa direto. Após esperar alguns segundos, a criatura sai do esconderijo e põe a cara para fora do quarto, espiando ao redor. Nem sinal do gato. Ela sai na ponta dos pés, mesmo sem conseguir evitar o tilintar nas paredes e no teto, mas como ainda era dia o barulho na rua era maior. Ele atravessa todo o corredor e chega à sala, olha os móveis e algumas fotos em porta retratos. Fotos normais. Ele corre até o centro e sobe com um salto desengonçado, mas cai em pé bem na frente de um retrato de Hermione antes de entrar em Hogwarts. Ela não era muito diferente, apenas seu cabelo era um pouco menor e menos cheio. A criatura coça o queixo, como se estivesse examinando a foto mas repentinamente ela se vira com as mãos erguidas. Logo atrás, Bichento que chegou silenciosamente na sala, já tinha saltado em sua direção e não havia tempo de lançar nenhuma magia. A criatura rola de lado igual ao que tinha feito para se esquivar de Edwiges, mas cai do centro sobre o tapete fino. O gato aterrisa sobre o centro, derrubando no chão a foto e um vaso de rosas, que quebra. Ele escorrega um pouco e pôe-se de pé, enquanto olha através do vidro para a criatura embaixo que levantava com as mãos nas costas. O gato solta então o seu miado mais assustador e cai no chão. A criatura corre para baixo do sofá e o gato a persegue. Bichento dá um bote com sua pata dianteira que quase alcança a criatura, mas o espaço entre o chão e a cadeira era pequeno demais para ela e a criatura consegue se distanciar, arrastando-se. Ela lança algumas magias sem olhar para trás, mas acerta ou o chão ou a cadeira, fazendo aparecer nos lugares dos impactos, uma camada de poeira. A cada feitiço que passa perto de seu rosto, Bichento aperta os olhos e chia alto. Após sair do sofá, a criatura se põe de pé e ergue as mãos esperando que bichento saia de baixo, mas ela escuta passos vindo do corredor e corre para baixo da estante. Com as trêmulas mãos erguidas e prontas para disparar, a criatura só espera que bichento consiga sair da cadeira para ter maior chance de atingí-lo, mas antes que isso aconteça dois gigantescos pés descalços aparecem na sua frente.
"Meu Deus! De novo esse gato!" disse a dona dos pés. Quando o gato sai da cadeira, não pensa duas vezes antes de avançar na criatura, mas a mãe de Hermione o segura pela pele e o ergue. Ele reclama e esperneia tentando assustar a mãe de Hermione com suas unhas, mas ela não se intimida. A criatura coloca a mão na boca e parece achar graça.
"Você está ficando maluco! Vai já para o quintal!" - e então ele é levado embora, contra sua vontade. A criatura suspira e sai de seu esconderijo. Antes que a dona dos pés volte para limpar os cacos do vaso, ela corre para as escadas e sobe.
Em seu quarto, Hermione olhava pela janela a escuridão crescente do lado de fora e os postes começando a acender.
"Harry, volte logo." pensava Hermione. Ela segurava sua varinha com as duas mãos, pronta para quebrá-la a qualquer momento, mas uma incrível pena de quebrar sua varinha a impedia. Ela argumentava consigo mesma que não deveria acreditar em premonições e que tudo isso era bobagem, não havia necessidade de quebrar a varinha. Além do mais, ela estava completamente esquecida da briga com Harry e tinha mais vontade de abraçá-lo e pedir desculpas, do que de matá-lo.
"Se eu não tivesse falado de sirius ou voldemort, ele estaria aqui em casa." dizia para si mesma.
Um pequeno clique e a porta rangendo chama sua atenção. Ela olha para trás e vê que a porta abria sozinha. Achando que fosse o vento, Ela guarda a varinha em uma gaveta no criado mudo e fecha a janela. Em seguida vai até a porta e fecha, trancando-a.
"eu não tranquei?" perguntou para si mesma. Nesse instante, ela ouve um suave tilintar e distingue na parede, sua sombra envolta por uma fraca luminosidade. Hermione vira para ver o que é, mas tudo o que sente é uma esbaforida no rosto e seus olhos arderem. Ela os fecha e bate na parede com as costas, escorregando até ficar sentada no chão. Após coçar os olhos, ela os abre e vê tudo borrado. A luminosidade havia sumido e o quarto estava bem escuro. Hermione tenta dizer algo, mas não consegue emitir nenhum som antes de adormecer ali mesmo.
...
algum tempo se passou. Era noite e Hermione acorda com alguém batendo na porta. Ela levanta meio desengonçada, quase caindo, mas rapidamente se equilibra e olha ao redor. Ela passa as mãos sobre o tórax e desce pela barriga, dando um pequeno sorriso. Mais uma vez batem na porta, chamando sua atenção.
"Hermione! O jantar está pronto! Vá procurar o seu amigo!" disse Alaor.
"Sim!" ela responde, fazendo seu pai se acalmar. Ela vai até a janela e abre, olhando para os dois lados da rua. Depois ergue a cabeça e fecha os olhos enquanto sente a brisa no rosto. Depois de uns segundos, sua expressão fica séria e vaga e ela fala quase sussurrando. - "já o encontrei, pai." - Hermione volta-se para o interior do quarto, abre a gaveta e segura a varinha. Em seguida, sai do quarto vagarosamente e começa a descer as escadas. Exatamente como na visão que ela teve, o gato estava dormindo no sofá mas acorda. Hermione termina de descer as escadas e segue para a porta, mas o gato a olhava desconfiado. Quando ela encara o gato de soslaio, ele solta um chiado preparado para atacar.
"Quietus!" - e o gato fica mudo. Apesar disso, ele salta em sua direção e crava as unhas no rosto de Hermione. Ela grita de dor e agarra o gato com força, jogando-o no chão. Hermione passa a mão no rosto e olha para a mão suja de sangue que saía dos arranhões. Ela sorri e pensa "Gato estúpido."
"Depois eu cuido de você" - disse Hermione e então lança o feitiço "Petrificus Totalus". Antes que conseguisse fugir, o gato é atingido e cai duro no chão. Hermione sai de casa, deixando a porta aberta.
Em sua casa alugada, Fletcher e Tonks vigiavam a casa de Hermione. Ou melhor, só Tonks vigiava pois Fletcher estava na varanda lendo o caderno de esportes do Profeta Diário. Ela olhava pelo Onióculos, atenta aos mínimos detalhes.
"Você não cansa de ler isso?" disse Tonks, sem tirar sua atenção.
"não."
"VEJA! VEJA!" gritou Tonks, fazendo Fletcher e todas as pessoas nas fotos do jornal, saltarem assustadas. "Ela está saindo! Do jeito que ela disse! E está arranhada no rosto!"
"ainda podemos pegá-la!" disse Fletcher, que tentava pegar o Onióculos, mas Tonks esquivava habilmente.
"Você não entende! Ela teve uma visão! Se tentarmos mudar o que vai acontecer, o máximo que vamos conseguir é morrermos."
"não acredito que a garota seja capaz de matar alguém."
"mas ela fez!" - disse Tonks, dando o onióculos para Fletcher. - "ou melhor, vai fazer."
"ei! ela já foi embora!" Fletcher se revoltou por receber o onióculos quando não tinha nada mais para ser visto.
"mova-se! Vamos para a casa dela falar com os seus pais. Talvez eles estejam preocupados com o coitado do gato."
"não é melhor avisar a Dumbledore antes?" perguntou fletcher, enquanto eles saíam de casa.
"Ele disse que não precisava avisar pois iria saber quando acontecesse."
E os dois partem. Longe dali, no parque do bairro, tudo estaria deserto não fosse Harry encostado na árvore desde tarde. Ele estava sentado da mesma forma que Hermione havia visto e ele sabia disso, mas não queria acreditar que aquilo viesse a acontecer. De fato ele estava apenas esperando anoitecer para comprovar que Hermione estava errada. O vento forte impulsionava o balanço e densas nuvens cobriam o céu, como se fosse chover a qualquer momento. Bem distante, raios caíam e segundos depois ouvia-se o som. Estava frio e Harry começava a sentir fome.
"queria estar em casa, agora..." pensava Harry, apertando mais os joelhos com seu abraço. Em casa ele ou estaria sozinho, ou brigando com os Dursley dos quais nunca gostou, mas agora desde que chegou, ele ou está sozinho ou brigando com Hermione. As lembranças de Sirius caindo no portal vinham a todo instante na sua cabeça e ele lembrou que antes de morrer, Sirius estava solitário naquela casa, ou então brigando com um retrato. Será que estava acontecendo o mesmo com Harry? Nesa hora, a cicatriz de Harry dói como se estivesse se abrindo. Dói mais forte do que doeu nesse mês, mas devido ao treino em Oclumancia ele agora não sabia dizer se Voldemort estava feliz ou irritado. Forçando não fazer nenhuma careta, ele suporta a dor e escuta alguém parando ao seu lado. Harry olha e vê Hermione parada na sua frente, segurando a varinha e com o rosto sangrando, exatamente como na visão.
"Mione?"
"levante-se, Potter" disse Hermione. Ele levanta, mas toda vez se lembra do que Hermione contou que havia visto somente depois de fazê-lo.
"o seu rosto... o que houve?" Harry estava preocupado. Estava nervoso. Sabia que Hermione iria matá-lo em poucos instante, mas não lembrava o que acontecia até lá. Deu um branco total em sua memória. Ele preferia mil vezes ter esse branco em um dos testes de Snape.
"você tem mais coisas com o que se preocupar agora, Potter. Meu rosto é um mero detalhe." dizia Hermione, com um estranho sorriso no rosto.
Harry desespera-se, tentando achar uma maneira de acalmá-la. Não acreditava que aquela discussão boba pudesse fazer com que Hermione quisesse matá-lo e se esse é o motivo, ele deveria pedir desculpas ou acabaria morrendo.
"por favor, me desculpe. Eu não queria dizer aquelas coisas. Eu errei." disse Harry, olhando para a varinha na mão de Hermione.
Hermione ri do pedido de desculpas dele.
"Você vai pagar por tudo o que fez, Potter. Vou fazer agora, o que o idiota do Voldemort nunca foi capaz de fazer!"
Ela ergue a varinha. Harry apenas olha, sem conseguir se mover. Sua cicatriz doía mais ainda agora que ela havia dito esse nome e a visão de Hermione prestes a matá-lo era pior do que Voldemort. Ele era o seu maior inimigo e Harry saberia muito bem o que fazer nesse momento, mas agora além de estar sem varinha, ele não saberia o que fazer para impedir Hermione. Não iria lançar um feitiço contra ela.
"AVADA KEDRAVA!" Grita Hermione. Um jato de luz verde sai de sua varinha e atinge o peito de Harry em cheio, arremessando-o no chão de olhos fechados. Mais um raio cai longe e até o tempo de ouvir o som, Hermione olhava para Harry no chão esperando alguma reação de sua parte, mas ele está imóvel. Então ela começa a rir.
"HA HA HA HA HA!!"
Então, quatro pessoas estavam chegando ao parque, correndo. Elas gritavam por Hermione. Eram seus pais, Fletcher e Tonks. Hermione olha para eles e se vira, correndo para longe em seguida. Ainda com um largo sorriso no rosto, ela pensava o quão fácil tinha sido.
"Quem diria que o grande lord das trevas não conseguiu matar um garotinho e eu consegui! hahaha!" dizia Hermione num tom de deboche, ainda correndo.
Mas então, a poucos centímetros de seu rosto, um grande mago aparata bem na sua frente. Ele usava uma grande capa negra sobre os ombros, camisa de mangas compridas e calças compridas, todas negras, um grosso sapato com alguns compartimentos para guardar coisas e uma bolsa de couro amarrada à cintura. Dava para ver que por baixo da capa ele carregava uma espada nas costas. O mago aparentava ser jovem, 25 ou 26 anos, cabelo negro assanhado mas estranhamente homogêneo, olhar forte e fixo em Hermione e pele clara. Hermione pára imediatamente, erguendo sua varinha contra o mago, mas este faz o mesmo.
"detenha-se" disse o mago. Hermione dá dois passos para trás, mas outra pessoa aparata bem atrás dela. E mais outra ao lado, deixando-a cercada. Os dois usavam a mesma roupa que o primeiro e também eram jovens. Um deles era parecido com o primeiro mas era mais alto e tinha cabelos castanhos. Era magro e tinha um sorriso de desdém em seu rosto.
"olha só quem quer brincar com gente grande" disse o mago, também erguendo sua varinha.
"não é hora para isso, Gllandow." disse a terceira pessoa. Uma jovem bruxa séria, cabelos castanhos longos até a cintura e bem cheios. Tinha um ar de superioridade, mas parecia ser amigável. Não que Hermione tenha achado isso, mas em outra situação, ela acharia.
"essa menina tá me parecendo alguém..." disse Gllandow.
"jogue a varinha no chão" disse a jovem bruxa. Hermione pára de procurar uma saída, pois está completamente cercada, mas não larga.
"me matem se quiser. Já fiz o que queria, mas não vou ser capturada." disse Hermione.
"Petrificus Totalus!" gritou Gllandow. Quase que imediatamente, Hermione grita "protego" e o feitiço retorna, mas Gllandow também usa a mesma magia e o ataque é refletido uma segunda vez, mas em direção ao céu.
"UAU! Ela segurou meu ataque!" disse Gllandow, impressionado.
"eu dou um jeito. LIBERO!" - e da varinha da jovem bruxa sai um raio vermelho que fica envolta da barreira de Hermione, fazendo-o sumir em poucos segundos. - "Expelliarmus!" - o primeiro mago que apareceu consegue jogar a varinha de Hermione longe. Desarmada, ela fica parada e esboça um pequeno sorriso. Nesse instante, Dumbledore e o Sr. Fudge também aparatam no local. Fletcher e Tonks também chegam junto.
"ora ora, se não é outro arquinimigo de Voldemort." - dizia Hermione - "tão velho, deve nem saber mais voar numa vassoura."
"Estupef..." Gllandow ia lançando a magia, mas é interrompido por Dumbledore.
"não! não faça isso. Ela não tem culpa." - disse Dumbledore. Fudge o olha incrédulo. - "Pullfesto" - e da varinha de Dumbledore sai uma magia que atravessa o corpo da jovem bruxa, sem assustá-la, e atinge Hermione no peito. Ela pressiona a mão no local onde a magia atingiu e de sua testa sai uma minúscula esfera luminosa. Hermione ameaça cair, mas o primeiro mago a segura. Ela então abre os olhos para ver a esfera acumulando matéria brilhante ao seu redor e em seguida virando a mesma criatura que escapou de Bichento. Todos o encaram e ele cai direto no chão, ficando inconsciente.
"mas é um Pecclar azul! Não existem desses tipo por aqui!" disse Fudge.
"então esse é o único, senhor ministro." disse Dumbledore. A jovem bruxa ergue a criatura com um feitiço e a prende em uma redoma de energia. O primeiro mago conduz Hermione, que olha ao redor tentando entender o que estava havendo. Aos poucos ela vai percebendo que sua visão se tornara realidade e então procurava por Harry. Gllandow, a jovem bruxa com a criatura e o senhor Fudge desaparatam. Hermione é conduzida até Dumbledore que a olha com um sorriso estranhamente vitorioso no rosto.
"parabéns, senhorita Granger. Demonstrou ter grande potencial." dizia Dumbledore.
"Onde está Harry? O que eu fiz com ele?!" disse Hermione, antes de vê-lo caído no chão com os seus pais cuidando dele.
"não se preocupe com Harry, garota. Você ainda não é capaz de matar alguém com a maldição que usou. Mas parece que nem todo mundo acreditava nisso." disse o bruxo. Hermione o olha.
"quem é você?"
Gllandow aparata mais uma vez.
"apresse-se, Julius. Não fique fazendo cena com a garota. Ela é jovem demais e a aguardam para o julgamento."
"devemos ir, Hermione. Será rápido e estarei com você" disse Dumbledore. Então Julius tira uma caixa metálica da bolsa na cintura e manda Hermione tirar um dado quebrado de dentro dele. Ao pegar o dado ela desaparece. Julius e Gllandow desaparatam. Dumbledore diz para Tonks e Fletcher cuidarem de Harry e dos pais de Hermione, antes de desaparatar também.
