Capítulo 5
- Resultado dos NOM´s -
Era noite do segundo dia após a audiência de Hermione e desde que Harry havia ido passar o fim das férias na casa dela, nenhum dos dois manteve contato com Rony. Erol havia sido mandado para a rua dos alfeneiros com o presente de aniversário de Harry, mas retornou nesse momento com o presente e sem resposta. Após um pouso desastroso na mesa de jantar, que estava vazia, a coruja se põe de pé. Rony estava sentado, todo arrumado e com uma mala pronta ao seu lado, aguardando sua mãe.
"tsc tsc... por pouco eu não levo o presente. Não sei porque ainda mando você entregar as coisas" - dizia Rony, tirando o pacote da pata da coruja. Ela dá um pio esganiçado. - "eu sei, eu sei! Harry não está em casa. Eu soube ontem pra onde ele tinha ido e nem me avisou. Obrigado, mesmo assim." - e a coruja vai embora.
Rony estava meio zangado com os amigos pois eles não o avisaram do ocorrido. Ele só soube por meio de sua irmã, que havia recebido uma coruja de Hermione há muitos dias onde ela contava sua idéia de convidar Harry para passar o fim das férias em sua casa. E na noite da audiência de Hermione é que Rony soube do que aconteceu. Sua mãe e seu pai foram informados que Harry seria levado para o esconderijo da ordem. Rony também iria para lá hoje, só estava esperando sua mãe chegar com as malas prontas.
Ele escuta passos apressados descendo a escada e em seguida vê sua mãe carregando uma grande mala, seguida por Gina que também carregava uma grande mala.
"até parece que vão se mudar..." dizia Rony, levantando-se.
"seria melhor se oferecesse ajuda! tome! vou pegar a outra!" disse Molly, colocando a mala aos pés da mesa e subindo para pegar outra mala.
Rony suspira cansado só de pensar em carregar aquilo tudo sozinho e desejando pela primeira vez a companhia de Fred e Jorge nessa viagem. Agora ele sabia o quanto eles eram necessários. Os gêmeos não iriam pois estavam ocupados com sua loja de logros, a "As Gemialidades Weasley".
"eu carrego, se tá achando tão pesado assim..." disse Gina, ironicamente.
"não! Eu aguento!" e Rony agarra as duas malas e o presente, fazendo força para não ceder e derrubar alguma coisa. Gina acha graça pois o rosto do irmão ficou tão vermelho quanto quando ele fica com vergonha.
"tá rindo do que? e pra onde vai assim? A gente não vai sair pra passear, a gente só vai pra outra casa!" disse Rony, notando o vestido com alças que ela usava com mais frequência agora.
"blá!" - Gina mostra a língua - "você já respondeu a sua pergunta."
"De quem é essa mala? sua? o que tá carregando aqui dentro?" dizia Rony ajeitando-se mais uma vez para não deixar as malas caírem.
"é da mamãe, então não reclama."
mais uma vez, Molly desce as escadas carregando uma grande mala (dessa vez a última).
"muito bem! Estamos prontos? ótimo! Gina, querida, você primeiro." - disse Molly, enquanto os três ficavam em frente com a lareira e ela ajeitava o casaco. Gina pega um punhado de pó de Flu, fica em pé na lareira e diz em alto e bom som - "NÚMERO 12, GRIMMAULD PLACE" - então ela é engolida pelas labaredas verdes e desaparece.
"agora você" disse Molly, ajudando Rony a levar as coisas, empurrando-o pelas costas.
"mãe" - dizia Rony, parando desajeitadamente na lareira - "não tô gostando do jeito que ela tá agindo."
"rápido! pegue o pó!" dizia Molly, sem dar atenção ao que ele falava. Rony coloca as malas em uma mão apenas e pega um punhado de pó.
"a senhora não notou? Agora ela vive se penteando! Se levanta da mesa e vai se pentear, como se algum dia ela tivesse ligado pra isso!"
"deixe sua irmã em paz! Vocês são grandes demais pra brigarem! agora se concentre senão vai acabar indo parar na China." dizia Molly, apressando Rony. Ele desiste e faz o mesmo que Gina, sendo engolido pelas labaredas. Molly sobe na lareira, ainda pensando se não está se esquecendo de nada e diz o endereço de seu destino. Bem no exato instante em que ela desaparece, Arthur aparata na sala, procurando pela esposa com um olhar apreensivo.
"Molly? Molly?" - dizia ele ofegante, olhando ao redor. Sem sinal da esposa, ele vai procurar nos cômodos superiores da casa.
Nesse momento, em Grimmauld Place, Molly aparecia na lareira e descia de lá com um grande sorriso que acaba instantaneamente. Seu olhar estarrecido agora fazia companhia aos de Rony e Gina, que estavam igualmente surpresos. Todo o lugar estava completamente revirado. Os móveis quebrados, os quadros derrubados no chão, alguns até rasgados, algumas paredes queimadas e outras com buracos, os degraus da escada quebrados, os papéis das paredes arrancados e janelas estilhaçadas. Absolutamente nada estava em seu devido lugar. Um grito abafado estava assustando Gina, que se colocava atrás do ombro do irmão.
"por Merlim, o que aconteceu aqui?" sussurrava Molly.
"eu vou procurar Harry!" disse Rony.
"Eu também!" disse Gina.
"Não! Vocês não saiam de perto de mim!" disse Molly, colocando a mala no chão. Ela caminha lentamente em direção a um monte de entulho coberto pelas cortinas. Ao descobrir o entulho, o grito fica bem mais audível e estridente. Era o quadro da mãe de Sirius, que estava com a moldura quebrada.
"Imundos! Destruíram minha casa! Sujos e escória, vocês entraram aqui e trouxeram a desgraça para minha casa! Malditos sejam!" dizia a mulher no quadro, com as mãos tremendo.
"faça ela se calar!" disse Rony, sem suportar mais o grito da mulher.
"Escute! Onde estão os outros? Onde está Harry?" disse Molly, abaixando-se e erguendo o quadro.
"Todos fugiram! Bando de covardes fracos inúteis, é o que são! Vêm aqui para trazer a desgraça e depois correm! Tomara que não achem outro lugar, bando de trouxas! Trouxas é o que são! Pra mim não passam de míseros trouxas! Ele e aquela pirralha! E vocês também, amigos dos trouxas! Traidores da raça!"
"Cale a boca sua velha caduca! Diga o que aconteceu aqui!" gritou Rony.
"Agora me dá ordens! Há!!! Destroem minha casa e me dão ordens! Quem vocês pensam que são?"
"Ela não vai dizer nada. Vocês fiquem aqui, eu vou subir. Qualquer problema, VOLTEM PARA CASA, entenderam? Não venham atrás de mim!" disse Molly, largando o quadro no chão.
"A senhora não vai sozinha! Eu vou também!" disse Rony.
"eu também!!!" disse Gina, que ainda olhava para o quadro.
"Não senhor! Vai cuidar de sua irmã! Não a deixe vir atrás de mim!"
"Quero que todos morram! É o que merecem por terem trazido a desgraça! Eles vieram e destruíram tudo por sua causa! Se ainda estivessem aqui, iriam ter o que merecem!" dizia a mulher do quadro.
"Eles quem?!" perguntou Molly. Nessa Hora, Arthur surge na lareira.
"Molly! Rony! Gina!" - disse Arthur correndo para abraçá-los. - "Graças a Deus estão bem. Vamos sair daqui! Não é mais um lugar seguro!"
"O que houve aqui, Arthur?!" disse Molly.
"Descobriram o endereço e invadiram a casa! Soube há poucos minutos e vim correndo lhe avisar, mas não cheguei a tempo!"
"mas quando foi isso?"
"na madrugada de ontem! Mas não se preocupe, todos estão bem. Lupin conseguiu fugir. Ele era o único que estava aqui e viu quando alguns estranhos estavam entrando. Harry e Hermione não haviam chegado e ele conseguiu avisá-los a tempo!"
"onde eles estão?"
"Eles estão no Caldeirão Furado e estão bem. Vamos para lá também, antes que quem quer que tenha feito isso resolva voltar." disse Arthur, levando sua família de volta à lareira em meio aos gritos. Gina ainda consegue dar um empurrãozinho no tapete com o pé para cobrir o quadro.
Um por um, os quatro vão pela lareira com destino ao beco diagonal.
....
Em um dos quartos do Caldeirão Furado, Harry e Hermione matavam o tempo com uma emocionante partida de Xadrez. Já era a sexta partida, nas anteriores Harry havia levado xeque-mate e agora sentia que estava próximo de mais um.
"onde você anda jogando? E como consegue jogar e ler isso aí ao mesmo tempo?" dizia Harry enquanto recuava covardemente seu último bispo.
"Você demora demais. Dá tempo de sobra de pensar na jogada e ler uma página disso aqui." dizia Hermione, avançando seu humilde peão para a sétima casa. Ela dá uma rápida olhada em todas as peças e depois se volta para o seu 'A magia e os mistérios do novo mundo'. Harry abre a boca para dizer algo, mas ao ver a situação em que se encontrar, decide se concentrar exclusivamente no jogo. Agora estava em dúvida se deveria sacrificar seu covarde bispo e a torre solitária para tomar o corajoso peão, ou se deveria poupá-los na condição do surgimento de mais uma dama inimiga.
Nessa hora, a porta do quarto abre abruptamente. Eram Rony e Gina. Harry e Hermione abandonam o jogo e se levantam, surpresos.
"Ron! Gina! Não esperávamos por vocês agora de noite!" disse Hermione.
Gina corre para abraçar a amiga e Ron se aproxima timidamente dos dois, colocando o presente na cama.
"O que há, Rony?" disse Harry, ainda sorrindo amigavelmente.
"estava preocupado com vocês. Por que não me disseram nada?"
"Ihhh! Eu esqueci completamente! Foi mal mesmo! Eu ia te contar assim que chegasse na casa de Mione, mas aconteceu tanta coisa..." disse Harry, passando a mão no cabelo e com cara de bobo.
"claro... eu soube do que aconteceu. A gente foi na sede da ordem, mas tava tudo revirado e viemos direto pra cá." Rony ainda não estava muito animado.
Gina larga Hermione e abraça Harry.
"desculpa Ron. Era eu quem deveria ter contado, mas achei que a Gina já tinha dito tudo. Eu mandei uma carta pra ela quando pensei em chamar o Harry lá pra casa..."
"tudo bem. Deixa pra lá..." - Rony desvia o olhar pro jogo. - "...pelo visto isso aqui tá bem animado..."
"Vai ficar muito mais agora que vocês chegaram" - disse Harry, ainda sendo esmagado por Gina. O olhar fulminante de Hermione o faz pensar algo melhor pra dizer - "digo, a gente não tinha muito clima pra farra, entende? O ataque de Herm... er... o ataque, depois a destruição do quartel..."
"entendo. Vocês já foram na loja de Fred e Jorge?" - dizia Rony - "Gina! Pare com isso!"
Gina afasta um pouco, franzindo a testa pro irmão.
"Ainda não! A gente tava esperando vocês pra irmos todos juntos e já que chegaram, que tal irmos agora?!" - disse Harry, respirando livremente. - "onde estão os seus pais?"
"lá embaixo, com Tonks e Lupin" disse Gina, soltando Harry de vez e arrumando o cabelo.
"vamos, então."
Eles descem. Chegando ao bar, encontram Molly, Tonks, Lupin e Arthur sentados à uma das poucas mesas vagas. O lugar estava bem movimentado. Eles vão direto para a mesa e Molly se levanta, abraçando Harry e Hermione ao mesmo tempo.
"Ohh Harry! Hermione! Graças a Deus estão bem! Não fazem idéia do susto que tive!" disse Molly, interrompendo sua conversa com os outros pois todos se calaram.
"estamos muito bem, senhora Weasley. Não tivemos como dizer nada sobre o que tinha acontecido. Viemos direto para cá!" explicou Hermione.
"vocês sabem quem fez isso?" disse Harry.
"não." respondeu Arthur.
"não podem ter sido os comensais de Voldemort..." - nisso, parte das pessoas que estavam no bar se calam ao pensar ter ouvido uma palavra ruim. A outra parte estava bêbada demais pra ouvir alguma coisa. - "eles estão presos, não estão?"
"Bem... estão sim, mas..." dizia Lupin, antes de ser interrompido por Arthur.
"Vocês estão indo para a loja do seus irmãos? Se ainda estiverem lá, digam que não estamos em casa."
"mas o que, Lupin?" insistia Harry.
"segundo o profeta diário, ontem à noite houve uma tentativa de fuga. Não queria dizer isso a vocês para não deixá-los preocupados à toa..."
"se no jornal diz que foi uma tentativa de fuga, então suponho que não foi bem sucedida!" disse Hermione.
"é... mas vocês sabem, né?... O profeta diário... Eu queria ouvir alguma notícia direto de Dumbledore. É mais confiável."
"mas se não foram eles, então quem pode ter sido?" disse Harry. Molly se senta em silêncio e todos balançam a cabeça negativamente e dão de ombro, indicando que não fazem idéia de quem possa ter sido.
"só sei que eram muitos. Uns cinco ou seis. por pouco eu não consigo sair de lá." disse Lupin.
"novos comensais, possivelmente?" disse Harry e mais uma vez, olhares se voltaram para ele.
"é... possivelmente... não sei dizer. Mas não se preocupem. Podem ir a essa loja dos Weasley. Eu já fui lá e me senti como se estivesse no colégio de novo, só que um pouquinho menos jovem."
"e você algum dia foi jovem?" disse Tonks, debochando.
"hum... você sabe muito bem que ainda sou bem jovem." - dito isso, Tonks deixa escapar uma rápida risada de satisfação. Harry aproveita o clima de descontração para sair com os amigos em direção à loja de Fred e Jorge.
Era noite e as ruas já não estavam tão movimentadas. Algumas lojas já tinham até fechado suas portas o que faz Harry pensar.
"eles ficam aberto até que horas?" disse Harry.
"seis no máximo. A clientela é mais presente durante o dia e à tarde. Mas às vezes eles ficam de noite, quando estão testando algo novo." explicou Rony.
"Harry, será que quem fez isso foi a mesma pessoa responsável pelo que aconteceu entre nós?" dizia Hermione, com um olhar investigativo.
"acho que sim. Não pode ser um comensal, pois um comensal não falaria daquele jeito que você falou."
"parece que era algum inimigo ´dele´. Mas se é inimigo, por que iria querer te matar? Ainda mais me usando do jeito que usou."
"pessoal... bora falar isso num lugar mais fechado e iluminado..." - dizia Rony, notando como Gina estava de braços cruzados - "ahá! agora tá com frio! Depois reclama quando falo desse vestido sem mangas!"
"deixa de ser chato!" - Dizia Gina, largando os braços. - "Mione, eu não entendi direito essa história. Você estava sendo controlada por um bicho?"
"é, mas eu não sei de onde ele surgiu nem quem mandou ele"
"nem se outra pessoa tava controlando ele... não acho que aquele bicho tinha motivos pra me matar..." dizia Harry.
"e essa tentativa de fuga. Por que eles achavam que iam conseguir fugir?" disse Rony tirando luvas do bolso e dando para a irmã.
"sem os dementadores por perto, eles ganharam mais confiança... eu acho" disse Hermione.
"mesmo assim. Acho que o ministério não ia deixar aquele lugar com pouca vigilância. Se antes tinham 100 dementadores, agora devem ter 1000 guardas." disse Rony.
"será que Voldemort foi lá e tentou libertá-los?" disse Harry.
"se fosse, diria isso no jornal mas Lupin não mencionou nada" disse Hermione.
"melhor perguntar para ele... ou então ler o jornal." disse Harry, chegando em frente à loja. Não tinha uma fachada muito atraente. Era até um pouco 'abandonada' mas talvez eles não quisessem gastar muita grana num aluguel caro. Sobre a porta de madeira havia uma faixa dizendo 'As Gemialidades Weasley'.
"chegamos! será que já foram embora?" disse Rony, apontando o dedo na campainha. Gina respira fundo como se fosse dizer algo, mas hesita. Ao tocar a campainha, um grito estridente ecoa dentro da loja.
"Ron! seu dedo!" disse Hermione, olhando surpresa.
Da ponta do dedo de Rony saíam faíscas azuis. Ele olhou curioso para aquilo e aproximou o dedo do rosto, mas uma faísca salta do dedo e cai sobre o seu cabelo, chamuscando. Achando que ia pegar fogo, Rony passa a mão no lugar onde a faísca caiu, mas a proximidade do dedo com o cabelo só aumenta o número de faíscas que saltam.
"aaahhh! me ajudem!" Rony dizia desesperado. Harry tenta apagar a fumaça, mas as faíscas saltam sobre sua mão quando ele vai encostando e lhe dão pequenos choques.
"afaste sua mão da cabeça." disse Gina, mas Rony não estava muito afim de fazer isso.
"Oh céus, não se pode mais criar em paz. Quem é que nos incomoda a essa hora da noite? Espero que seja para fazer um pedido grande e caro." - dizia um dos gêmeos, abrindo a porta. - "OH! Harry e sua turma! Que prazer em revê-los. A que devo a honra da visita?"
"Minha cabeça tá pegando fogo seu idiota!" disse Rony, ainda lutando contra as faíscas. Gina e Hermione riam discretamente.
"Não está não!" - e um dos Gêmeos segura o braço de Rony, abaixando-o. - "que pena. Usaram essa campainha muito hoje à tarde e por isso só tá saindo faísca. Mas entrem, entrem. Está frio aqui fora. Harry, venha conhecer o fruto de nosso árduo trabalho e seu rico dinheiro. Ah, e eu sou o Fred."
"er, claro Fred." disse Harry entrando no lugar. Ron também entra, ainda mantendo vigilância em seus dedos. Hermione e Gina entram em seguida, olhando ao redor.
O lugar era apertado devido ao enorme número de prateleiras e barris cheios de artigos de logros. Harry conseguia identificar inúmeras bombas de bosta, mas a maioria das coisas que estavam lá, ele nunca tinha visto. Ao final dos corredores entre as prateleiras tinha um balcão e atrás, uma porta que estava aberta.
"Como podem ver, temos de tudo aqui. Desde pequenos doces lacrimejantes, até vira-tempo falsos. Ah, Harry, não toque aí a não ser que queira mais um dedo em sua mão. Rony, pare de balançar isso! Só vai passar em uma hora! Venham, sigam-me. Vocês chegaram na hora certa! Meu irmão está na redoma e faço questão que assistam. Se quiserem se voluntariar também, o pequeno Creevey agradece." dizia Fred, guiando os quatro enquanto eles olhava para os produtos à venda.
"Creevey? Colin Creevey?" Disse Hermione com cara de quem não aprova a utilização de cobaias.
"Bem, eu pensei comigo mesmo 'um elfo doméstico é ideal para essa tarefa' mas então meu grande irmão me lembrou da monitora da griffinória e dos problemas que ela traria, mas é claro que isso não seria tão relevante se eu não pensasse melhor e chegasse à conclusão que os efeitos em um elfo podem diferir dos efeitos em uma pessoa. Então meu irmão pensou 'qual o humano que mais se parece com um elfo doméstico?' e eu fiz questão de lembrar que existem muitos heróis, como gostamos de chamar, dispostos a oferecerem seus corpos em sacrifício em prol da alegria alheia nas turmas dos primeiros anos. É claro que não demorou muito até surgirem muitos voluntários, mas vocês sabem como é... esse emprego não é para qualquer um." - dizia Fred, enquanto os guiava por dentro da porta atrás do balcão. Eles seguiam um pequeno corredor escuro.
"Que barulho é esse?" disse Gina, ao ouvirem um murmúrio.
"não se assutem. Sempre escuto esse barulho a essa hora. Acho que vem da lanchonete ao lado, mas nunca fui lá conferir. Ah, aí estão! Meu irmão e o Herói!"
Eles chegam a uma espécie de depósito. Havia muitas caixas entulhadas, algumas fechadas e outras já abertas. Havia também um balcão onde o irmão de Colin, Dênis Creevey, estava deitado de olhos fechados. Jorge estava próximo, olhando uma ampulheta que vazava lentamente.
"ora ora, mas se não é Harry e sua turma! Que surpresa agradável! Aceitam um pouco de colírio?" Dizia Jorge, oferecendo um frasco contendo algo que aparentemente Dênis havia tomado.
"n-não, obrigado" disse Harry.
"Que horrível Jorge. Ele é novo demais." disse Hermione.
"não estou surpreso pelo comentário. De fato, sua falta de esportividade já é um tanto previsível."
"ainda bem que nem todos pensam assim, meu irmão" disse Fred.
"os pais dele sabem disso?" perguntou Harry.
"mas é claro! bem, talvez não saibam de todos os mínimos detalhes irrelevantes, mas o que importa para eles saberem é que seu filho está sendo bem remunerado e sob constante vigilância, além de ser um trabalho divertido. Er... isso me faz lembrar que ele deve estar em casa daqui a meia hora, meu irmão." disse Fred.
"mas o efeito só passa daqui a três horas!"
"isso se não erramos nos cálculos. Acho que devemos levá-lo agora para evitar algum eventual problema."
"o que isso faz?" perguntou Harry.
"deixa sintomas de morte aparente. Legal não? Nosso melhor trabalho. Você pode pregar um belo susto em qualquer pessoa, mas tem que tomar cuidado para não ser enterrado vivo."
"e não é perigoso?" disse Hermione.
"oh, incrédula! Claro que não! Somos arautos da diversão e não da destruição. Mas vamos ter que levá-lo em casa. Infelizmente não poderei deixá-los aqui pois não sabemos o que os ratos de morango são capazes de fazer quando não estamos por perto. Então, se me permitirem..." Dizia Fred, segurando Dênis nos braços.
Todos seguem o caminho de volta até saírem.
"Venham durante o dia. É um horário bem mais conveninente." disse Jorge, fechando a porta.
"claro. Até mais!" disse Harry, acenando para os irmãos enquanto eles iam em uma rua para pegar o nôitibus andante.
"eles vão acabar matando alguém de verdade. Você tem que convencê-los a parar com isso." dizia Hermione, olhando para Rony que ainda brigava com a mão.
"é tão fácil falar" disse Rony.
"Olhem!" Gina aponta para o céu escuro. Uma grande ave vinha descendo até dar um rasante nos garotos. Todos se abaixam e a coruja deixa cair no chão um rolo de pergaminho que rola até os pés de Harry. Em seguida, ela sobe e desaparece na escuridão. Harry se agacha e segura o pergaminho. Havia um estranho lacre nele. Uma fita prateada com um símbolo de dragão.
"é o resultado dos Nom´s!" disse Hermione.
"Você ainda não recebeu? Eu recebi semana passada!" - dizia Rony com cara de desgosto - "acho que não vou fazer poções com vocês esse ano..."
"esqueci completamente dos Nom´s. Por que demorou tanto para entregarem?" disse Harry, levantando-se.
"não sei. Mas abra logo! Estamos curiosos!" disse Rony.
"E se eu não me saí bem?... fui terrível em adivinhação e história da magia." disse Harry, com medo de abrir o pergaminho.
"abre logo!" disse Rony.
"ai, esse ano sou eu quem vai prestar os exames" dizia Gina, com nervosismo na voz. Antes mesmo das aulas começarem, os sintomas de stress já estavam aparecendo.
"não é esse bixo de sete cabeças que fazem, Gina. É só estudar muito que você vai se dar bem." dizia Hermione.
"Hermione é um ponto fora da curva, Gina. Nós mortais temos que estudar ao máximo para conseguirmos notas razoáveis." dizia Rony. Hermione faz que não ligou pro comentário e presta atenção em Harry e sey pergaminho.
Harry tira o lacre, que evapora imediatamente. Ele desenrola o pergaminho com as mãos trêmulas e cogitando a possibilidade de ser jogador de quadribol ao invés de auror. Não requeria tantos NIEM´s e ele acabaria rico e famoso.
"leia, Harry" disse Gina, torcendo.
"ham-ham" - Harry limpa a garganta - "Resultados dos exames teóricos e práticos dos níveis ordinários de magia. Banca examinadora composta por..."
"pula essa parte!" disse Rony.
"sim sim... bem..." - dizia Harry, antes de começar a ler em silêncio. Todos aguardam ansiosos, mas ele passa algum tempo sem dizer nada.
"e então???" - disse Rony. Harry entrega o pergaminho nas mãos de Rony, com um olhar vago. Rony começa a ler e Hermione e Gina se acomodam para ler também.
"hummm... Defesa contra a arte das trevas, Impressionante. Claro!... Trato com criaturas mágicas, Impressionante. É! Que legal Harry!" - dizia Hermione, lendo em voz alta. - "Feitiços, Impressionante! uau! Transfiguração também? Poções! haha! quero ver a cara do Snape quando você chegar na sala! Astronomia também!! E você dizendo que tinha se atrapalhado com o compasso. ora... vejamos, Herbologia Impressionante também! Muito bom! Agora é História da magia..."
Dito isso, Hermione também fica muda.
"I... I... Esses I´s são impressionantes, não são? Harry! VOcê é um gênio!" disse Gina, animada. Apenas ela acreditava.
"mas... é impossível!" disse Rony.
"deixa de inveja, Ron. Impossível é o I que aparece nos seus resultados." disse Gina.
"não não... digo, não pode! Harry! Você foi mal em adivinhação! Como pode tirar um I??" disse Ron, deixando o pergaminho nas mãos de Hermione que relia tudo com cuidado.
"eu... eu não sei!"
"Harry... não precisava dizer que foi mal se não foi... eu não ligo pra isso..." dizia Rony, que agora era o único abaixo da média no trio.
"mas eu fui mal! Eles devem ter errado algo!"
"Então você tem que dizer, Harry. Eles devem corrigir o erro." disse Hermione, que estava lendo pela terceira vez.
"Dizer?? Claro que não! É o sonho dele ser auror! Se eles erraram algo e aparecer alguma nota abaixo de 'acima das expectativas' ele não vai ser aceito. Ou vai ter que fazer os testes de novo." disse Rony.
"vocês... vocês estão certos... os dois..." dizia Harry, ainda com o olhar vago.
"isso é injusto Harry. Não dê ouvidos a Rony!" disse Hermione, finalmente entregando o pergaminho para Gina.
"Injusto pra quem? Pra você, só se for! Por que não deixa o Harry ficar com notas iguais às suas?" dizia Rony, um pouco grosseiramente.
"Eu não quis dizer isso! Eu não me importo com isso! Só que pode ser ruim para o Harry, se..." dizia Hermione, mas Rony a interrompe - "Ruim como? ELe não vai ter que aturar mais as aulas de adivinhação nem fazer outra prova? Ah, claro! Isso é 'terrível' hehehe!"
"Rony..." - Hermione apertava os dentes - "não seja estúpido!"
"Você ainda vai ser a mais inteligente, Hermione. Voce fez mais provas que ele. Tirou um I a mais! Em Runas e Aritimancia, no lugar de Adivinhação! E ainda tem eu pra ser mais burro!" dizia Rony, forçando um sorriso de deboche quando na verdade ele estava um pouco com raiva.
"RONALD, SEU IDIOTA. CALA A BOCA. NÃO FALA ASSIM." e Hermione aperta o passo, voltando para o caldeirão furado sem olhar para trás.
"Rony! Não era pra falar assim com ela!" Gina larga o pergaminho nas mãos de Harry e corre atrás de Hermione.
"não liga, Harry. Você mereceu. Por tudo o que já fez, você mereceu." dizia Rony, tentando manter a calma.
"..." Harry nem tinha prestado muita atenção na briga. Ele apenas estava pensando em como aquilo era possível, mas não conseguia pensar direito pois antes de mais nada ele via agora seu sonho de se tornar auror bem mais próximo.
- Resultado dos NOM´s -
Era noite do segundo dia após a audiência de Hermione e desde que Harry havia ido passar o fim das férias na casa dela, nenhum dos dois manteve contato com Rony. Erol havia sido mandado para a rua dos alfeneiros com o presente de aniversário de Harry, mas retornou nesse momento com o presente e sem resposta. Após um pouso desastroso na mesa de jantar, que estava vazia, a coruja se põe de pé. Rony estava sentado, todo arrumado e com uma mala pronta ao seu lado, aguardando sua mãe.
"tsc tsc... por pouco eu não levo o presente. Não sei porque ainda mando você entregar as coisas" - dizia Rony, tirando o pacote da pata da coruja. Ela dá um pio esganiçado. - "eu sei, eu sei! Harry não está em casa. Eu soube ontem pra onde ele tinha ido e nem me avisou. Obrigado, mesmo assim." - e a coruja vai embora.
Rony estava meio zangado com os amigos pois eles não o avisaram do ocorrido. Ele só soube por meio de sua irmã, que havia recebido uma coruja de Hermione há muitos dias onde ela contava sua idéia de convidar Harry para passar o fim das férias em sua casa. E na noite da audiência de Hermione é que Rony soube do que aconteceu. Sua mãe e seu pai foram informados que Harry seria levado para o esconderijo da ordem. Rony também iria para lá hoje, só estava esperando sua mãe chegar com as malas prontas.
Ele escuta passos apressados descendo a escada e em seguida vê sua mãe carregando uma grande mala, seguida por Gina que também carregava uma grande mala.
"até parece que vão se mudar..." dizia Rony, levantando-se.
"seria melhor se oferecesse ajuda! tome! vou pegar a outra!" disse Molly, colocando a mala aos pés da mesa e subindo para pegar outra mala.
Rony suspira cansado só de pensar em carregar aquilo tudo sozinho e desejando pela primeira vez a companhia de Fred e Jorge nessa viagem. Agora ele sabia o quanto eles eram necessários. Os gêmeos não iriam pois estavam ocupados com sua loja de logros, a "As Gemialidades Weasley".
"eu carrego, se tá achando tão pesado assim..." disse Gina, ironicamente.
"não! Eu aguento!" e Rony agarra as duas malas e o presente, fazendo força para não ceder e derrubar alguma coisa. Gina acha graça pois o rosto do irmão ficou tão vermelho quanto quando ele fica com vergonha.
"tá rindo do que? e pra onde vai assim? A gente não vai sair pra passear, a gente só vai pra outra casa!" disse Rony, notando o vestido com alças que ela usava com mais frequência agora.
"blá!" - Gina mostra a língua - "você já respondeu a sua pergunta."
"De quem é essa mala? sua? o que tá carregando aqui dentro?" dizia Rony ajeitando-se mais uma vez para não deixar as malas caírem.
"é da mamãe, então não reclama."
mais uma vez, Molly desce as escadas carregando uma grande mala (dessa vez a última).
"muito bem! Estamos prontos? ótimo! Gina, querida, você primeiro." - disse Molly, enquanto os três ficavam em frente com a lareira e ela ajeitava o casaco. Gina pega um punhado de pó de Flu, fica em pé na lareira e diz em alto e bom som - "NÚMERO 12, GRIMMAULD PLACE" - então ela é engolida pelas labaredas verdes e desaparece.
"agora você" disse Molly, ajudando Rony a levar as coisas, empurrando-o pelas costas.
"mãe" - dizia Rony, parando desajeitadamente na lareira - "não tô gostando do jeito que ela tá agindo."
"rápido! pegue o pó!" dizia Molly, sem dar atenção ao que ele falava. Rony coloca as malas em uma mão apenas e pega um punhado de pó.
"a senhora não notou? Agora ela vive se penteando! Se levanta da mesa e vai se pentear, como se algum dia ela tivesse ligado pra isso!"
"deixe sua irmã em paz! Vocês são grandes demais pra brigarem! agora se concentre senão vai acabar indo parar na China." dizia Molly, apressando Rony. Ele desiste e faz o mesmo que Gina, sendo engolido pelas labaredas. Molly sobe na lareira, ainda pensando se não está se esquecendo de nada e diz o endereço de seu destino. Bem no exato instante em que ela desaparece, Arthur aparata na sala, procurando pela esposa com um olhar apreensivo.
"Molly? Molly?" - dizia ele ofegante, olhando ao redor. Sem sinal da esposa, ele vai procurar nos cômodos superiores da casa.
Nesse momento, em Grimmauld Place, Molly aparecia na lareira e descia de lá com um grande sorriso que acaba instantaneamente. Seu olhar estarrecido agora fazia companhia aos de Rony e Gina, que estavam igualmente surpresos. Todo o lugar estava completamente revirado. Os móveis quebrados, os quadros derrubados no chão, alguns até rasgados, algumas paredes queimadas e outras com buracos, os degraus da escada quebrados, os papéis das paredes arrancados e janelas estilhaçadas. Absolutamente nada estava em seu devido lugar. Um grito abafado estava assustando Gina, que se colocava atrás do ombro do irmão.
"por Merlim, o que aconteceu aqui?" sussurrava Molly.
"eu vou procurar Harry!" disse Rony.
"Eu também!" disse Gina.
"Não! Vocês não saiam de perto de mim!" disse Molly, colocando a mala no chão. Ela caminha lentamente em direção a um monte de entulho coberto pelas cortinas. Ao descobrir o entulho, o grito fica bem mais audível e estridente. Era o quadro da mãe de Sirius, que estava com a moldura quebrada.
"Imundos! Destruíram minha casa! Sujos e escória, vocês entraram aqui e trouxeram a desgraça para minha casa! Malditos sejam!" dizia a mulher no quadro, com as mãos tremendo.
"faça ela se calar!" disse Rony, sem suportar mais o grito da mulher.
"Escute! Onde estão os outros? Onde está Harry?" disse Molly, abaixando-se e erguendo o quadro.
"Todos fugiram! Bando de covardes fracos inúteis, é o que são! Vêm aqui para trazer a desgraça e depois correm! Tomara que não achem outro lugar, bando de trouxas! Trouxas é o que são! Pra mim não passam de míseros trouxas! Ele e aquela pirralha! E vocês também, amigos dos trouxas! Traidores da raça!"
"Cale a boca sua velha caduca! Diga o que aconteceu aqui!" gritou Rony.
"Agora me dá ordens! Há!!! Destroem minha casa e me dão ordens! Quem vocês pensam que são?"
"Ela não vai dizer nada. Vocês fiquem aqui, eu vou subir. Qualquer problema, VOLTEM PARA CASA, entenderam? Não venham atrás de mim!" disse Molly, largando o quadro no chão.
"A senhora não vai sozinha! Eu vou também!" disse Rony.
"eu também!!!" disse Gina, que ainda olhava para o quadro.
"Não senhor! Vai cuidar de sua irmã! Não a deixe vir atrás de mim!"
"Quero que todos morram! É o que merecem por terem trazido a desgraça! Eles vieram e destruíram tudo por sua causa! Se ainda estivessem aqui, iriam ter o que merecem!" dizia a mulher do quadro.
"Eles quem?!" perguntou Molly. Nessa Hora, Arthur surge na lareira.
"Molly! Rony! Gina!" - disse Arthur correndo para abraçá-los. - "Graças a Deus estão bem. Vamos sair daqui! Não é mais um lugar seguro!"
"O que houve aqui, Arthur?!" disse Molly.
"Descobriram o endereço e invadiram a casa! Soube há poucos minutos e vim correndo lhe avisar, mas não cheguei a tempo!"
"mas quando foi isso?"
"na madrugada de ontem! Mas não se preocupe, todos estão bem. Lupin conseguiu fugir. Ele era o único que estava aqui e viu quando alguns estranhos estavam entrando. Harry e Hermione não haviam chegado e ele conseguiu avisá-los a tempo!"
"onde eles estão?"
"Eles estão no Caldeirão Furado e estão bem. Vamos para lá também, antes que quem quer que tenha feito isso resolva voltar." disse Arthur, levando sua família de volta à lareira em meio aos gritos. Gina ainda consegue dar um empurrãozinho no tapete com o pé para cobrir o quadro.
Um por um, os quatro vão pela lareira com destino ao beco diagonal.
....
Em um dos quartos do Caldeirão Furado, Harry e Hermione matavam o tempo com uma emocionante partida de Xadrez. Já era a sexta partida, nas anteriores Harry havia levado xeque-mate e agora sentia que estava próximo de mais um.
"onde você anda jogando? E como consegue jogar e ler isso aí ao mesmo tempo?" dizia Harry enquanto recuava covardemente seu último bispo.
"Você demora demais. Dá tempo de sobra de pensar na jogada e ler uma página disso aqui." dizia Hermione, avançando seu humilde peão para a sétima casa. Ela dá uma rápida olhada em todas as peças e depois se volta para o seu 'A magia e os mistérios do novo mundo'. Harry abre a boca para dizer algo, mas ao ver a situação em que se encontrar, decide se concentrar exclusivamente no jogo. Agora estava em dúvida se deveria sacrificar seu covarde bispo e a torre solitária para tomar o corajoso peão, ou se deveria poupá-los na condição do surgimento de mais uma dama inimiga.
Nessa hora, a porta do quarto abre abruptamente. Eram Rony e Gina. Harry e Hermione abandonam o jogo e se levantam, surpresos.
"Ron! Gina! Não esperávamos por vocês agora de noite!" disse Hermione.
Gina corre para abraçar a amiga e Ron se aproxima timidamente dos dois, colocando o presente na cama.
"O que há, Rony?" disse Harry, ainda sorrindo amigavelmente.
"estava preocupado com vocês. Por que não me disseram nada?"
"Ihhh! Eu esqueci completamente! Foi mal mesmo! Eu ia te contar assim que chegasse na casa de Mione, mas aconteceu tanta coisa..." disse Harry, passando a mão no cabelo e com cara de bobo.
"claro... eu soube do que aconteceu. A gente foi na sede da ordem, mas tava tudo revirado e viemos direto pra cá." Rony ainda não estava muito animado.
Gina larga Hermione e abraça Harry.
"desculpa Ron. Era eu quem deveria ter contado, mas achei que a Gina já tinha dito tudo. Eu mandei uma carta pra ela quando pensei em chamar o Harry lá pra casa..."
"tudo bem. Deixa pra lá..." - Rony desvia o olhar pro jogo. - "...pelo visto isso aqui tá bem animado..."
"Vai ficar muito mais agora que vocês chegaram" - disse Harry, ainda sendo esmagado por Gina. O olhar fulminante de Hermione o faz pensar algo melhor pra dizer - "digo, a gente não tinha muito clima pra farra, entende? O ataque de Herm... er... o ataque, depois a destruição do quartel..."
"entendo. Vocês já foram na loja de Fred e Jorge?" - dizia Rony - "Gina! Pare com isso!"
Gina afasta um pouco, franzindo a testa pro irmão.
"Ainda não! A gente tava esperando vocês pra irmos todos juntos e já que chegaram, que tal irmos agora?!" - disse Harry, respirando livremente. - "onde estão os seus pais?"
"lá embaixo, com Tonks e Lupin" disse Gina, soltando Harry de vez e arrumando o cabelo.
"vamos, então."
Eles descem. Chegando ao bar, encontram Molly, Tonks, Lupin e Arthur sentados à uma das poucas mesas vagas. O lugar estava bem movimentado. Eles vão direto para a mesa e Molly se levanta, abraçando Harry e Hermione ao mesmo tempo.
"Ohh Harry! Hermione! Graças a Deus estão bem! Não fazem idéia do susto que tive!" disse Molly, interrompendo sua conversa com os outros pois todos se calaram.
"estamos muito bem, senhora Weasley. Não tivemos como dizer nada sobre o que tinha acontecido. Viemos direto para cá!" explicou Hermione.
"vocês sabem quem fez isso?" disse Harry.
"não." respondeu Arthur.
"não podem ter sido os comensais de Voldemort..." - nisso, parte das pessoas que estavam no bar se calam ao pensar ter ouvido uma palavra ruim. A outra parte estava bêbada demais pra ouvir alguma coisa. - "eles estão presos, não estão?"
"Bem... estão sim, mas..." dizia Lupin, antes de ser interrompido por Arthur.
"Vocês estão indo para a loja do seus irmãos? Se ainda estiverem lá, digam que não estamos em casa."
"mas o que, Lupin?" insistia Harry.
"segundo o profeta diário, ontem à noite houve uma tentativa de fuga. Não queria dizer isso a vocês para não deixá-los preocupados à toa..."
"se no jornal diz que foi uma tentativa de fuga, então suponho que não foi bem sucedida!" disse Hermione.
"é... mas vocês sabem, né?... O profeta diário... Eu queria ouvir alguma notícia direto de Dumbledore. É mais confiável."
"mas se não foram eles, então quem pode ter sido?" disse Harry. Molly se senta em silêncio e todos balançam a cabeça negativamente e dão de ombro, indicando que não fazem idéia de quem possa ter sido.
"só sei que eram muitos. Uns cinco ou seis. por pouco eu não consigo sair de lá." disse Lupin.
"novos comensais, possivelmente?" disse Harry e mais uma vez, olhares se voltaram para ele.
"é... possivelmente... não sei dizer. Mas não se preocupem. Podem ir a essa loja dos Weasley. Eu já fui lá e me senti como se estivesse no colégio de novo, só que um pouquinho menos jovem."
"e você algum dia foi jovem?" disse Tonks, debochando.
"hum... você sabe muito bem que ainda sou bem jovem." - dito isso, Tonks deixa escapar uma rápida risada de satisfação. Harry aproveita o clima de descontração para sair com os amigos em direção à loja de Fred e Jorge.
Era noite e as ruas já não estavam tão movimentadas. Algumas lojas já tinham até fechado suas portas o que faz Harry pensar.
"eles ficam aberto até que horas?" disse Harry.
"seis no máximo. A clientela é mais presente durante o dia e à tarde. Mas às vezes eles ficam de noite, quando estão testando algo novo." explicou Rony.
"Harry, será que quem fez isso foi a mesma pessoa responsável pelo que aconteceu entre nós?" dizia Hermione, com um olhar investigativo.
"acho que sim. Não pode ser um comensal, pois um comensal não falaria daquele jeito que você falou."
"parece que era algum inimigo ´dele´. Mas se é inimigo, por que iria querer te matar? Ainda mais me usando do jeito que usou."
"pessoal... bora falar isso num lugar mais fechado e iluminado..." - dizia Rony, notando como Gina estava de braços cruzados - "ahá! agora tá com frio! Depois reclama quando falo desse vestido sem mangas!"
"deixa de ser chato!" - Dizia Gina, largando os braços. - "Mione, eu não entendi direito essa história. Você estava sendo controlada por um bicho?"
"é, mas eu não sei de onde ele surgiu nem quem mandou ele"
"nem se outra pessoa tava controlando ele... não acho que aquele bicho tinha motivos pra me matar..." dizia Harry.
"e essa tentativa de fuga. Por que eles achavam que iam conseguir fugir?" disse Rony tirando luvas do bolso e dando para a irmã.
"sem os dementadores por perto, eles ganharam mais confiança... eu acho" disse Hermione.
"mesmo assim. Acho que o ministério não ia deixar aquele lugar com pouca vigilância. Se antes tinham 100 dementadores, agora devem ter 1000 guardas." disse Rony.
"será que Voldemort foi lá e tentou libertá-los?" disse Harry.
"se fosse, diria isso no jornal mas Lupin não mencionou nada" disse Hermione.
"melhor perguntar para ele... ou então ler o jornal." disse Harry, chegando em frente à loja. Não tinha uma fachada muito atraente. Era até um pouco 'abandonada' mas talvez eles não quisessem gastar muita grana num aluguel caro. Sobre a porta de madeira havia uma faixa dizendo 'As Gemialidades Weasley'.
"chegamos! será que já foram embora?" disse Rony, apontando o dedo na campainha. Gina respira fundo como se fosse dizer algo, mas hesita. Ao tocar a campainha, um grito estridente ecoa dentro da loja.
"Ron! seu dedo!" disse Hermione, olhando surpresa.
Da ponta do dedo de Rony saíam faíscas azuis. Ele olhou curioso para aquilo e aproximou o dedo do rosto, mas uma faísca salta do dedo e cai sobre o seu cabelo, chamuscando. Achando que ia pegar fogo, Rony passa a mão no lugar onde a faísca caiu, mas a proximidade do dedo com o cabelo só aumenta o número de faíscas que saltam.
"aaahhh! me ajudem!" Rony dizia desesperado. Harry tenta apagar a fumaça, mas as faíscas saltam sobre sua mão quando ele vai encostando e lhe dão pequenos choques.
"afaste sua mão da cabeça." disse Gina, mas Rony não estava muito afim de fazer isso.
"Oh céus, não se pode mais criar em paz. Quem é que nos incomoda a essa hora da noite? Espero que seja para fazer um pedido grande e caro." - dizia um dos gêmeos, abrindo a porta. - "OH! Harry e sua turma! Que prazer em revê-los. A que devo a honra da visita?"
"Minha cabeça tá pegando fogo seu idiota!" disse Rony, ainda lutando contra as faíscas. Gina e Hermione riam discretamente.
"Não está não!" - e um dos Gêmeos segura o braço de Rony, abaixando-o. - "que pena. Usaram essa campainha muito hoje à tarde e por isso só tá saindo faísca. Mas entrem, entrem. Está frio aqui fora. Harry, venha conhecer o fruto de nosso árduo trabalho e seu rico dinheiro. Ah, e eu sou o Fred."
"er, claro Fred." disse Harry entrando no lugar. Ron também entra, ainda mantendo vigilância em seus dedos. Hermione e Gina entram em seguida, olhando ao redor.
O lugar era apertado devido ao enorme número de prateleiras e barris cheios de artigos de logros. Harry conseguia identificar inúmeras bombas de bosta, mas a maioria das coisas que estavam lá, ele nunca tinha visto. Ao final dos corredores entre as prateleiras tinha um balcão e atrás, uma porta que estava aberta.
"Como podem ver, temos de tudo aqui. Desde pequenos doces lacrimejantes, até vira-tempo falsos. Ah, Harry, não toque aí a não ser que queira mais um dedo em sua mão. Rony, pare de balançar isso! Só vai passar em uma hora! Venham, sigam-me. Vocês chegaram na hora certa! Meu irmão está na redoma e faço questão que assistam. Se quiserem se voluntariar também, o pequeno Creevey agradece." dizia Fred, guiando os quatro enquanto eles olhava para os produtos à venda.
"Creevey? Colin Creevey?" Disse Hermione com cara de quem não aprova a utilização de cobaias.
"Bem, eu pensei comigo mesmo 'um elfo doméstico é ideal para essa tarefa' mas então meu grande irmão me lembrou da monitora da griffinória e dos problemas que ela traria, mas é claro que isso não seria tão relevante se eu não pensasse melhor e chegasse à conclusão que os efeitos em um elfo podem diferir dos efeitos em uma pessoa. Então meu irmão pensou 'qual o humano que mais se parece com um elfo doméstico?' e eu fiz questão de lembrar que existem muitos heróis, como gostamos de chamar, dispostos a oferecerem seus corpos em sacrifício em prol da alegria alheia nas turmas dos primeiros anos. É claro que não demorou muito até surgirem muitos voluntários, mas vocês sabem como é... esse emprego não é para qualquer um." - dizia Fred, enquanto os guiava por dentro da porta atrás do balcão. Eles seguiam um pequeno corredor escuro.
"Que barulho é esse?" disse Gina, ao ouvirem um murmúrio.
"não se assutem. Sempre escuto esse barulho a essa hora. Acho que vem da lanchonete ao lado, mas nunca fui lá conferir. Ah, aí estão! Meu irmão e o Herói!"
Eles chegam a uma espécie de depósito. Havia muitas caixas entulhadas, algumas fechadas e outras já abertas. Havia também um balcão onde o irmão de Colin, Dênis Creevey, estava deitado de olhos fechados. Jorge estava próximo, olhando uma ampulheta que vazava lentamente.
"ora ora, mas se não é Harry e sua turma! Que surpresa agradável! Aceitam um pouco de colírio?" Dizia Jorge, oferecendo um frasco contendo algo que aparentemente Dênis havia tomado.
"n-não, obrigado" disse Harry.
"Que horrível Jorge. Ele é novo demais." disse Hermione.
"não estou surpreso pelo comentário. De fato, sua falta de esportividade já é um tanto previsível."
"ainda bem que nem todos pensam assim, meu irmão" disse Fred.
"os pais dele sabem disso?" perguntou Harry.
"mas é claro! bem, talvez não saibam de todos os mínimos detalhes irrelevantes, mas o que importa para eles saberem é que seu filho está sendo bem remunerado e sob constante vigilância, além de ser um trabalho divertido. Er... isso me faz lembrar que ele deve estar em casa daqui a meia hora, meu irmão." disse Fred.
"mas o efeito só passa daqui a três horas!"
"isso se não erramos nos cálculos. Acho que devemos levá-lo agora para evitar algum eventual problema."
"o que isso faz?" perguntou Harry.
"deixa sintomas de morte aparente. Legal não? Nosso melhor trabalho. Você pode pregar um belo susto em qualquer pessoa, mas tem que tomar cuidado para não ser enterrado vivo."
"e não é perigoso?" disse Hermione.
"oh, incrédula! Claro que não! Somos arautos da diversão e não da destruição. Mas vamos ter que levá-lo em casa. Infelizmente não poderei deixá-los aqui pois não sabemos o que os ratos de morango são capazes de fazer quando não estamos por perto. Então, se me permitirem..." Dizia Fred, segurando Dênis nos braços.
Todos seguem o caminho de volta até saírem.
"Venham durante o dia. É um horário bem mais conveninente." disse Jorge, fechando a porta.
"claro. Até mais!" disse Harry, acenando para os irmãos enquanto eles iam em uma rua para pegar o nôitibus andante.
"eles vão acabar matando alguém de verdade. Você tem que convencê-los a parar com isso." dizia Hermione, olhando para Rony que ainda brigava com a mão.
"é tão fácil falar" disse Rony.
"Olhem!" Gina aponta para o céu escuro. Uma grande ave vinha descendo até dar um rasante nos garotos. Todos se abaixam e a coruja deixa cair no chão um rolo de pergaminho que rola até os pés de Harry. Em seguida, ela sobe e desaparece na escuridão. Harry se agacha e segura o pergaminho. Havia um estranho lacre nele. Uma fita prateada com um símbolo de dragão.
"é o resultado dos Nom´s!" disse Hermione.
"Você ainda não recebeu? Eu recebi semana passada!" - dizia Rony com cara de desgosto - "acho que não vou fazer poções com vocês esse ano..."
"esqueci completamente dos Nom´s. Por que demorou tanto para entregarem?" disse Harry, levantando-se.
"não sei. Mas abra logo! Estamos curiosos!" disse Rony.
"E se eu não me saí bem?... fui terrível em adivinhação e história da magia." disse Harry, com medo de abrir o pergaminho.
"abre logo!" disse Rony.
"ai, esse ano sou eu quem vai prestar os exames" dizia Gina, com nervosismo na voz. Antes mesmo das aulas começarem, os sintomas de stress já estavam aparecendo.
"não é esse bixo de sete cabeças que fazem, Gina. É só estudar muito que você vai se dar bem." dizia Hermione.
"Hermione é um ponto fora da curva, Gina. Nós mortais temos que estudar ao máximo para conseguirmos notas razoáveis." dizia Rony. Hermione faz que não ligou pro comentário e presta atenção em Harry e sey pergaminho.
Harry tira o lacre, que evapora imediatamente. Ele desenrola o pergaminho com as mãos trêmulas e cogitando a possibilidade de ser jogador de quadribol ao invés de auror. Não requeria tantos NIEM´s e ele acabaria rico e famoso.
"leia, Harry" disse Gina, torcendo.
"ham-ham" - Harry limpa a garganta - "Resultados dos exames teóricos e práticos dos níveis ordinários de magia. Banca examinadora composta por..."
"pula essa parte!" disse Rony.
"sim sim... bem..." - dizia Harry, antes de começar a ler em silêncio. Todos aguardam ansiosos, mas ele passa algum tempo sem dizer nada.
"e então???" - disse Rony. Harry entrega o pergaminho nas mãos de Rony, com um olhar vago. Rony começa a ler e Hermione e Gina se acomodam para ler também.
"hummm... Defesa contra a arte das trevas, Impressionante. Claro!... Trato com criaturas mágicas, Impressionante. É! Que legal Harry!" - dizia Hermione, lendo em voz alta. - "Feitiços, Impressionante! uau! Transfiguração também? Poções! haha! quero ver a cara do Snape quando você chegar na sala! Astronomia também!! E você dizendo que tinha se atrapalhado com o compasso. ora... vejamos, Herbologia Impressionante também! Muito bom! Agora é História da magia..."
Dito isso, Hermione também fica muda.
"I... I... Esses I´s são impressionantes, não são? Harry! VOcê é um gênio!" disse Gina, animada. Apenas ela acreditava.
"mas... é impossível!" disse Rony.
"deixa de inveja, Ron. Impossível é o I que aparece nos seus resultados." disse Gina.
"não não... digo, não pode! Harry! Você foi mal em adivinhação! Como pode tirar um I??" disse Ron, deixando o pergaminho nas mãos de Hermione que relia tudo com cuidado.
"eu... eu não sei!"
"Harry... não precisava dizer que foi mal se não foi... eu não ligo pra isso..." dizia Rony, que agora era o único abaixo da média no trio.
"mas eu fui mal! Eles devem ter errado algo!"
"Então você tem que dizer, Harry. Eles devem corrigir o erro." disse Hermione, que estava lendo pela terceira vez.
"Dizer?? Claro que não! É o sonho dele ser auror! Se eles erraram algo e aparecer alguma nota abaixo de 'acima das expectativas' ele não vai ser aceito. Ou vai ter que fazer os testes de novo." disse Rony.
"vocês... vocês estão certos... os dois..." dizia Harry, ainda com o olhar vago.
"isso é injusto Harry. Não dê ouvidos a Rony!" disse Hermione, finalmente entregando o pergaminho para Gina.
"Injusto pra quem? Pra você, só se for! Por que não deixa o Harry ficar com notas iguais às suas?" dizia Rony, um pouco grosseiramente.
"Eu não quis dizer isso! Eu não me importo com isso! Só que pode ser ruim para o Harry, se..." dizia Hermione, mas Rony a interrompe - "Ruim como? ELe não vai ter que aturar mais as aulas de adivinhação nem fazer outra prova? Ah, claro! Isso é 'terrível' hehehe!"
"Rony..." - Hermione apertava os dentes - "não seja estúpido!"
"Você ainda vai ser a mais inteligente, Hermione. Voce fez mais provas que ele. Tirou um I a mais! Em Runas e Aritimancia, no lugar de Adivinhação! E ainda tem eu pra ser mais burro!" dizia Rony, forçando um sorriso de deboche quando na verdade ele estava um pouco com raiva.
"RONALD, SEU IDIOTA. CALA A BOCA. NÃO FALA ASSIM." e Hermione aperta o passo, voltando para o caldeirão furado sem olhar para trás.
"Rony! Não era pra falar assim com ela!" Gina larga o pergaminho nas mãos de Harry e corre atrás de Hermione.
"não liga, Harry. Você mereceu. Por tudo o que já fez, você mereceu." dizia Rony, tentando manter a calma.
"..." Harry nem tinha prestado muita atenção na briga. Ele apenas estava pensando em como aquilo era possível, mas não conseguia pensar direito pois antes de mais nada ele via agora seu sonho de se tornar auror bem mais próximo.
