Capítulo 8
- Cerimônia de Seleção -
tirando os pequenos desentendimentos, essa viagem tinha sido calma. Sem Draco ameaçando a todos ou fazendo brincadeiras idiotas, eles até esqueceram por um momento que ele era monitor, mas assim que desceram do trem e viram Draco repreendendo alunos do primeiro ano, se lembraram disso.
"ah não, eu vou lá fazer ele passar vergonha" dizia Rony, que tinha ganho mais coragem após o ocorrido no beco diagonal.
"Rony, não! Vai ser pior!" disse Hermione, segurando em seu ombro.
Ela larga rapidamente e fica sem jeito momentaneamente, mas depois vai guiar um grupo de alunos do primeiro ano que desciam do vagão. Rony também.
Um pouco mais longe dali, Hagrid viu Harry e acenou com um grande sorriso. Harry acenou de volta, sendo imitado por Gina e Luna (que parecia não saber exatamente para quem estavam acenando)
"vamos pegar uma carruagem para nós" disse Gina.
"Eu vou esperar por eles..." disse Harry.
Gina e Luna vão para uma carruagem enquanto Harry fica esperando pelos amigos. Atrás de si, alguém coloca a mão em seu ombro. Harry sente o sangue lhe subir à cabeça e ele vira para falar.
"Por que não pega essa mão e..." dizia Harry, mas subitamente se cala ao ver que era Max. Seu sangue some completamente da cabeça.
"opa, calma ae! já peguei!" dizia Max, tirando a mão do ombro de Harry.
"Não, não, desculpa! Achei que fosse outra pessoa!" dizia Harry, nervosamente.
"Ainda bem, hehe! Eu procurei por você e seu amigo lá no trem, mas não os encontrei."
"A gente estava nesse vagão, mas acho que você não iria querer ficar conosco. Tava lotado."
"onde eu fiquei também estava. Tinham cinco garotinhas que não paravam de falar. Eu não deveria ter entrado no vagão dos novatos..." dizia Max, com um olhar exausto.
"eu to esperando o Rony e a Hermione. Eles são monitores e estão guiando os novatos pro barco. Acho que você deveria ir também." disse Harry.
"Ah, Hermione. Sim, sim, queria muito falar com ela. Onde ela está?" disse Max, levantando a cabeça e olhando por cima de Harry.
"já se conhecem?"
"mais ou menos... Me contaram que ela era encantadoramente bela. É verdade?"
"ahnn... acho que é..." disse Harry, vagamente.
"você parece ter bom gosto. Se diz que é, então é porque é. Só que nunca nos vimos e eu queria saber se tudo o que me disseram era verdade. Ah, ali está! É aquela, não é?"
Harry olha para trás e vê Cho Chang de costas, com um grupinho de amigas. O lugar estava fracamente iluminado e era difícil diferenciar uma pessoa de outra, se não a conhecesse bem.
"não... é outra pessoa..."
"que pena. Mas eu vou conhecer aquela mesmo assim."
"cuidado para não perder os barcos. Ela não é novata."
"Eu tomarei cuidado! Obrigado Harry e até mais! A gente se vê no colégio!" disse Max, acenando para ele e indo ao encontro de Cho. Harry acena de volta e fica olhando...
Max chega perto de Cho, chamando a atenção de todas suas amigas. Ele começa a dizer algo e Harry pôde notar como as amigas se entreolhavam e escondiam risadinhas.
"Ciúmes, Harry?" disse Hermione, bem no seu ouvido. Harry se assusta e vira para a amiga que estava bem próxima.
"Não, não. Eu tava vendo um conhecido. Ah, e parece que ele conhece você."
"quem? aquele cara?" Hermione olhava para Max, que estava acenando para o grupo de Cho e se dirigindo aos barcos.
"sim. Ele sabia seu nome."
"mas não faço idéia de quem seja." disse Hermione, dando de ombros.
"é aluno novo."
"velho daquele jeito?"
"é... não conversamos direito no beco diagonal, mas pareceu que ele era do mesmo ano que a gente."
"bem... vamos para as carruagens? Daqui a pouco ficamos sem lugar." disse Hermione.
"onde está o Rony?"
"ah é... tem o Rony..." disse Hermione desanimadamente.
"Vocês dois têm que parar com isso, tá ficando ridículo..." dizia Harry.
"Não sou eu! É ele! Ele tá atacado! Agora só dá pra reclamar que eu faço muitas matérias, mas isso é um problema meu." Hermione cruza os braços.
"ahhh... achei que tinham brigado por uma bobagem, mas vejo que é algo extremamente importante..." ironizava Harry.
"não Harry, não é só isso. Ele também disse na minha cara que eu tava com inveja de você por causa de suas notas. Ele sempre faz isso. Quando você ganhou a firebolt, ele também achava que eu tava com inveja ou sei lá o que..."
"E você continua ligando pra isso. Deixa pra lá, não vale a pena ficar brigando."
"e o que você vai fazer com relação às notas?"
"eu vou dizer para Dumbledore."
"ainda bem que você tem juízo, ao contrário de..." dizia Hermione, mas então Rony se aproximava e ela se cala.
"Ufa. Parece que tem muito mais alunos novatos que nos anos anteriores! Harry, eu encontrei o Max." disse Rony ajeitando o broche de monitor que estava ligeiramente torto.
"é, eu também. Vamos para as carruagens logo. Acho que Gina entrou naquela ali..." e Harry aponta uma carruagem onde agora estavam entrando mais três garotos da corvinal. Eles fecham a porta.
"que tal aquela?" Rony aponta uma aparentemente vazia.
Os três seguem até ela e começam a entrar. Harry olhava os trestálias que puxariam aquela carruagem e lembrava de quando voou no dorso de um deles. Rony também olhava, tentando imaginar como seria um trestália. Após entrar por último, Harry fecha a porta e se senta no meio da cadeira. Na sua frente, à direita, estava Rony escorado na janela e olhando a movimentação lá fora. Também na frente, exatamente do lado oposto, estava Hermione que também olhava pela janela. Harry não via apenas três amigos sentados numa carruagem, ele via dois tubarões famintos e um pedaço de carne boiando entre eles...
"eu... esqueci uma coisa... guardem meu lugar" disse Harry, abrindo a porta e saltando o mais rápido que pode.
"espere!" disse Rony, mas tarde demais pois Harry correu em direção ao trem, escondendo-se atrás de várias outras carruagens.
Rony e Hermione permanecem em silêncio. Algumas carruagens à frente, Harry encontra uma ainda aberta e entra repentinamente, meio ofegante.
"ufa, desculpa. Não encontrei outra." dizia Harry, acomodando-se à janela.
"...tudo bem..." disse uma melodiosa voz feminina. Harry olha de lado e vê Victoria sentada ali, com a espada em seu colo.
"perdão..." disse Harry, meio paralisado.
"...pode ficar..." disse Victória vagamente. Ela estava sentada em uma posição anatomicamente saudável e parecia imensamente interessada na cadeira à sua frente.
"você... parece Hermione..." dizia Harry, meio atônito.
Victória apenas muda seu olhar para Harry, mas não diz nada. Ao contrário de Hermione, aquela mulher parecia muito atraente e bela aos olhos de Harry. Tinha um ar maduro, mas aparência jovial.
"eu lembro de você..." dizia Harry, que mesmo querendo ficar calado, não conseguia.
"eu estava na audiência da senhorita Granger."
"sim! Ei, você vai ser nossa professora de Defesa contra a arte das trevas??" disse Harry, esperançoso que Hermione estivesse enganada quanto à Julius.
"Você bem queria, Harry" disse uma voz em tom de brincadeira, vinda de fora da carruagem. Era Gllandow, que subia e era seguido por Julius. Ao entrarem, eles fecham a porta e sentam exatamente como Victoria, colocando as espadas sobre o colo. A carruagem começa a andar e balançar, seguindo a estrada.
"desulpe. Você é o professor, não é?" disse Harry, olhando para Julius.
"sim" ele respondeu, olhando o símbolo da Griffinória na roupa de Harry.
"deve estar se perguntando o que fazemos aqui, não é?" disse Gllandow.
"er... é...." disse Harry timidamente, mas na verdade ele estava perguntando-se apenas o que Victoria estava fazendo ali.
"sabe como é... onde um vai, os outros vão também..." disse Gllandow.
"estamos aqui por causa de Voldemort. Acreditamos que ele vai atacar o colégio durante este ano." disse Victoria, explicando melhor.
"ei, Helenna, não era pra dizer isso pro garoto..." dizia Gllandow, num tom de brincadeira. Era o único tom que ele usava pra falar.
"ele não é um garoto." disse Victoria. Harry sente-se forte e sábio nesse momento.
"Ele é alvo principal de Riddle e merece saber o que está se passando." disse Julius, mantendo um tom de voz contínuo.
"mas pra mim parece um garoto. Aposto que a primeira coisa que vai fazer é contar isso pra todos os amigos" disse Gllandow.
"já disse que ele não é um garoto. Ele não vai contar, não é Harry Potter?" disse Victória.
"Não vou contar!" disse Harry, que sentiu seu ego inflar de orgulho. Finalmente eles agiam conforme ele sempre quis que Dumbledore e os outros agissem, e tudo isso vindo daquela bela mulher era especialmente melhor.
Gllandow dá uma única e solitária risada e fica olhando a paisagem noturna pela janela.
"estou falando sério" disse Harry.
"não estou rindo disso, garoto. Sei que está falando sério. É justamente por isso que estou rindo" dizia Gllandow, ainda olhando pela janela.
Harry não entende o que ele quis dizer.
"agora não é lugar para brincadeiras, Gllandow" disse Julius, ligeiramente irritado.
"Você nunca reclamou das minhas brincadeiras, Julius."
"e vocês dois sempre dizem isso. Agora parem. Na frente dos alunos, não." disse Victoria.
Harry achou muito engraçado e prendeu o riso para não passar vergonha. Ele olha para a janela fortemente corado, mas não sabia direito porque achou isso tão engraçado. Os dois obedecem Victoria, que parecia não ter se alterado.
nesse mesmo instante, cinco carruagens à frente, ia uma quase vazia porém parecia estar cedendo devido ao peso do clima ali dentro. Hermione e Rony faltavam apenas saltar da janela, de tão debruçados que estavam tentando evitar se olharem. Hermione escuta Rony praguejar algo em relação ao nome de Harry.
"Ele não está aqui..." disse Hermione, desmotivadamente.
"é, eu sei. Ele ficou no trem." disse Rony.
"Claro que não ficou no trem. Ele foi para outra carruagem."
"eu sei! só quis ser mais discreto. Não queria dizer que ele fugiu de você."
Hermione abandona a janela e vira-se pra Rony, pronta para mais um embate.
"Fugir de mim? Fugir de mim? E você? Por que ele não estaria fugindo de você?"
"talvez porque eu não esteja de olho nas notas dele..." dizia Rony, sorrindo escondido dela.
A primeira coisa que passa pela cabeça de Hermione é jogar Rony pela janela, mas aí ela teria que descer e pegá-lo. Então ela respira fundo e tenta falar calmamente ao mesmo tempo que lembra de Harry dizendo que ela e Rony estavam sendo ridículos.
"Rony. Não quero mais brigar. Não vou discutir isso."
"ótimo. Eu também não."
"ótimo."
"ótimo..."
e Hermione volta a olhar pela janela. Em seguida, Rony senta-se no banco bem em frente a Hermione e fica olhando pela mesma janela.
"o lado de cá é mais bonito..." disse Rony. Hermione sorri, mas não responde. Eles contemplam as grandes e curvadas árvores passando velozmente ao lado da carruagem, mal iluminadas pela grande lua branca nessa fria noite. Eles atravessam os pilares protegidos pelos javalis alados e param próximo às escadarias em frente ao castelo. Os alunos desciam e subiam as escadas, admirando o lugar. A cada ano que passava, parecia ficar mais belo e repleto de segredos. Já no salão de entrada, entre o barulho dos estudantes, Harry se reencontra com os dois amigos que agiam como se nada tivesse acontecido nos dias anteriores. Harry agradece por não ter piorado a situação e os acompanha, com um estranho ar sonhador no rosto. Gina os alcança dizendo que Luna ficou com os colegas da Corvinal e juntos, eles vão para o salão principal. Tudo estava bem arrumado e as velas tremeluziam no teto encantado do salão, onde dava para ver a grande lua e espaçadas nuvens flutuando pelo céu escuro. Aos poucos as mesas vão se enchendo e novamente aqueles salões ganham vida. Os fantasmas recebem a todos os estudantes com muita satisfação e alguns professores já estavam sentados. Harry passa o olhar por todos os lugares. No centro estava Dumbledore, com um ar alegre de boas vindas e mas do que nunca, preparado para mais um ano letivo. Na ponta, Hagrid acabava de chegar e sentava, acenando para Harry e seus amigos. A professora Sprout também estava lá, assim como Flitwick sobre suas almofadas, Snape e seu ar sombrio e todos os outros professores. Julius também estava se sentando, colocando sua espada encostada na cadeira. Harry não deixou de notar comentários ao redor, feitos pelos alunos mais próximos a cerca de Julius. Parecia que ele era o único que não conhecia a fama daquele homem.
"olhe, Hermione. É ele?" disse Rony, indicando Julius com a cabeça.
"Sim! É ele sim! O que você acha?"
"é a cara de Snape..."
Nesse momento, o professor Snape se levanta e vai até a cadeira de Julius, que faz o mesmo. Eles se cumprimentam e um contorcido sorriso brota fracamente na cara de Snape. Julius também sorri, como se fossem velhos conhecidos.
"não acredito. Nunca Snape gostou de algum professor de defesa contra a arte das trevas, mas veja só!" dizia Rony.
"Ele foi aluno da Sonserina. E pelo que Dumbledore disse, foi um dos melhores alunos que já passaram pelo colégio. É óbvio que Snape goste dele." dizia Hermione.
"Ainda assim, não confio nele. Não gosto daquele ar sério." - dizia Rony - "o que você acha, Harry?"
Mas Harry estava ocupado demais, olhando de um lado para o outro, ligeiramente aflito.
"Harry! O que foi?"
"nada não... só estou procurando alguém..." dizia Harry, que desistia de procurar e se acomodava calmamente na sua cadeira.
Rony e Hermione se olham, com cara de preocupação.
As portas do grande salão são abertas e a professora McGonagall guia os inúmeros novatos entre as mesas. Todos se calam e os professores se acomodam em seus lugares. Estranhamente, entre os vários novatos, haviam alguns alunos mais velhos e altos o que é motivo para vários cochichos.
"olha o Max, Harry!" sussurrava Rony, deixando Hermione curiosa para saber quem era essa pessoa que alegava conhecê-la.
Max olha para a mesa da Griffinória e acena com a cabeça ao ver Harry, Rony e Hermione. Ao contrário dos maiores, os pequenos estavam num misto de impressão e susto, olhando tudo ao redor. Ao chegarem em frente à mesa dos professores, McGonagall acomoda o banco e o chapéu pontudo de bruxo sobre o banco. Os sussurros acabam e todos aguardam ansiosos para ouvir o que o chapéu tem a dizer.
Então, o grande rasgo próximo à aba se abriu e o chapéu começou a cantar.
"Há muito tempo quando vocês nem eram nascidos
ou o pai dos pais de vocês sonhavam um dia existir
eu era jovem e curioso, esperto porém incauto
tinha vontade saber tudo o que se passava na cabeça de todos
e para esse fim eu fui criado
pois a mim cabia dividir, quando todos devem se unir.
Grande fardo eu carrego em tempos difíceis
como os que já passaram e os que hão de passar
mas nunca reclamei, pois onde há ordem, há desordem
e onde não há desordem, não há ordem
é com muita gratidão que estou mais um ano a separá-los
mas devo avisá-los que juntos devem permanecer.
Assim eram Gryffindor e Slytherin
Hufflepuff e Ravenclaw
Juntos eles estavam
separados deveriam ficar
com um ideal em comum
e idéias diferentes, seguiu o seu caminho, cada um
em um lado, os justos e honrados.
em outro, os ambiciosos e poderosos.
em um lado, os sábios e curiosos.
em outro, os injustiçados que têm sede pelo saber.
Se não fosse a separação, não existiria a união
que é Hogwarts, essa nação.
Mas assim como toda criança se torna um adulto e parte de casa
Nossos fundadores cresceram e se separaram mais uma vez.
permaneceram em seu orgulho
buscando alcançar seus objetivos sozinhos
eles mudaram e essa mudança trouxe discórdia
essa mudança era inevitável, porém não impraticável
mas se deixaram levar pelos acontecimentos
e Slytherin não suportou. Foi embora deixando a desordem na escola
desordem que trouxe ordem, pois os três amigos se uniram novamente
e descobriram como praticar o que não é impraticável.
Agora meus amigos, estou aqui
contando a vocês minha experiência
pedindo-lhes paciência, pois este velho chapéu está preocupado
vou lhes separar mais uma vez, mas vou pedir-lhes que permaneçam juntos
e que aqueles que estão juntos não se separem
ou o inimigo mortal que está a espreita se erguerá mais forte.
Que comece a seleção!"
aplausos irromperam por todo o salão e os alunos cochichavam entre si.
"a cada ano que passa, ele parece mais preocupado com o fim do colégio" dizia Rony, enquanto aplaudia.
"convivendo com Dumbledore o ano inteiro, ele deve saber tudo o que está acontecendo" disse Harry, também aplaudindo.
"é motivo pra ficarmos preocupados também..." dizia Hermione.
A professora McGonagall olhava para os alunos por cima de seus pequenos óculos, fazendo todos se acalmarem e ficarem em silêncio. Então, ela começa a ler a lista de nomes em um rolo de pergaminho especialmente longo esse ano.
"Annabel, Lauren"
e uma nervosa garota subia e sentava no banco. Ela parecia meio robótica enquanto colocavam o chapéu sobre sua cabeça, sempre procurando olhar algum lugar onde não havia alguém olhando para ela.
"Corvinal!" - e apalusos eufóricos na mesa da Corvinal recepcionaram a garota, que rapidamente descia as escadas para se juntar à mesa.
Rony olhava para os alunos sendo selecionado, mas nota que Harry olhava exatamente na direção oposta. Ele também procura ver o que Harry tanto olhava e em pé na porta de entrada, em cada lado, estavam Victoria e Gllandow, assistindo a tudo.
"quem são?" sussurrou Rony.
"amigos de Julius" respondeu Harry, vagamente.
"Beltazar, Maxmilian" - nisso, Harry e Rony voltam-se para frente.
O jovem aluno sobe confiante e se senta no banco, em meio a pequenas risadas inclusive dos novatos. Nunca haviam visto um aluno do tamanho dele ser selecionado, mas ele não parecia incomodado, inclusive ria junto com todos. McGonagall pigarreia alto enquanto coloca o chapéu na cabeça dele, fazendo todos se calarem.
"hum, hum... difícil, muito difícil... muitos pensamentos, um pouco de tudo, o que posso fazer? se daria muito bem na corvinal, sim, se daria muito bem.." dizia o chapéu. Harry se lembra de quando foi selecionado, o chapéu também demorava um pouco.
"não, lufa lufa não é o seu lugar... definitivamente, não é... ah, sim! Griffinória? parece muito bom, mas não é assim que funciona. Oh, sim, sim. Está decidido. Sonserina!!"
e aplausos irromperam na mesa da Sonserina. Harry e Rony ficaram decepcionados com a seleção, pois esperavam que ele viesse para Griffinória.
"não acredito nisso. Aquele chapéu está ficando velho demais." dizia Rony.
"mas ele nunca errou. Hermione deve saber, não é?" e Harry volta-se para Hermione, mas ela acompanhava com o olhar Max se dirigindo à mesa da Sonserina.
"Hermione!" Rony cutuca o pé dela por baixo da mesa.
"Sim, estou ouvindo. Não, o chapéu nunca errou." dizia Hermione, ainda vidrada em Max.
"O que houve? Por que está assim?" disse Rony.
"Porque eu tava vendo se já não conhecia esse garoto..." - dizia Hermione. - "Harry, lembra de Hugo?"
"Hugo? Que Hugo?" disse Rony, olhando pra Harry.
"um trouxa que ela conheceu nas férias..." - disse Harry - "que tem ele?"
"tem o mesmo sobrenome..." disse Hermione, voltando a olhar para a própria mesa.
"é? eu não lembrava..." disse Harry.
"Quem é esse Hugo? Você não me falou de Hugo nenhum." disse Rony, dessa vez olhando para Hermione.
"Hugo me disse que não tinha irmãos..." dizia Hermione, pensativa.
"mas ele é trouxa. Talvez seja algum lado da família onde só tenha trouxas. Alguns sobrenomes são comuns..." dizia Harry.
"Me expliquem isso direito! Por que não me disseram nada desse Hugo?" disse Rony, sentindo-se ignorado.
Harry então resolve explicar para Rony sobre Hugo, enquanto Chermman, Zaldan era escolhido para a Griffinória.
"Por que não me disse nada e só disse pro Harry?" perguntou Rony, indignado.
"por que você ia fazer muitas perguntas, como agora..." disse Hermione, sem tirar a atenção da professora McGonagall. Rony cora e olha para o prato vazio à sua frente.
"eu não to fazendo muitas perguntas..." resmungou ele, enquanto Ernest, Klaus era escolhido para lufa lufa.
e a seleção continua por mais alguns minutos. Demorando mais do que os anos anteriores, tantos os novatos quanto os veteranos começavam a sussurrar e conversar entre si, em voz baixa, esperando ansiosos pelo banquete. Um suspiro de alegria é liberado por cada aluno quando Yngwie, Gondfflow é escolhido para Griffinória e a professora recolhe o chapéu e o banco.
O diretor Dumbledore levanta-se e ergue as mãos pedindo que os alunos se acalmem e escutem. Todos obedecem imediatamente, voltando suas atenções para o diretor.
"Novos alunos e antigos alunos de Hogwarts..."
todos parecem prender a respiração.
"façam-se minhas palavras hoje, as mesmas de um ano atrás. Bom apetite!"
e todos riram e aplaudiram, considerando esse o melhor discurso que ele poderia dar. Claro que os novatos não entenderam, mas rapidamente receberam as devidas explicações. Um grande banquete com comida de vários tipos surgiram magicamente nas mesas e os alunos começaram a se servir rapidamente, como se fosse a última noite deles.
"como era esse Hugo?" perguntou Rony, entre uma mordida e outra.
"ah, não sei. Era alto, magro..." dizia Hermione tentando se concentrar na refeição.
"mas era parecido com o Max?"
"que max?"
"maxmilian! o novato!"
"ah, não era não. Era bem diferente. Era um tipo... italiano, entende?" dizia Hermione, balançando o corpo de um jeito provocativo.
"tipo italiano. o que é um tipo italiano? eu nao sei o que é um tipo italiano! Harry, você sabe o que é um tipo italiano?" dizia Rony, meio aflito.
"nhaum" disse Harry, de boca cheia.
"Ah, Rony, eu sei lá. Mas não era igual a esse Max." disse Hermione.
Harry ergue a cabeça e olha para a porta mais uma vez.
"Por que eles não vêm comer?" disse Harry, com preocupação na voz.
"eles quem?" - e Hermione olha para a porta - "ah..."
Harry ergue a mão o mais alto que pode, na tentativa de chamar a atenção dos dois, mas Rony o segura e puxa pra baixo.
"Você é louco? Você vai chamar os amigos do Julius para cá?"
"O que tem? Eles estão com fome."
"então por que não comem?"
"por que ninguém convidou" e Harry tenta erguer a mão de novo, mas é impedido por Rony.
"Se eles quiserem comer, eles vão comer. Agora deixa eles pra lá!"
"Do que tem medo, Rony? Eles são simpáticos. No caminho pra cá, eu vim na carruagem deles..." disse Harry, fazendo Rony e Hermione olharem para ele de forma fulminante. Harry abaixa a cabeça imediatamente e se limita a mastigar o que põe na boca.
"e o que vocês conversaram de tão interessante?" disse Hermione, indiferentemente.
"nada..."
"então não são tão simpáticos." disse Rony.
"é, não são..." Harry queria evitar falar da viagem nas carruagens.
"e você pegou o que tinha esquecido, Harry?" disse Hermione, dando um gole.
"peguei..."
"e cadê?" disse Rony, imitando a amiga.
"caiu lá fora..."
"Harry, Harry!" - e pela primeira vez, Harry ficou muito animado que os irmãos Creevey o chamassem - "Harry, aqui!"
Harry acena alegremente para os irmãos sentados a 6 pessoas além dele. Hermione e Rony seguem comendo em silêncio.
"Harry! As aulas Harry! As aulas de defesa!" disse Colin, mostrando a moeda que carregava no bolso. Seu irmão também mostrava a moeda, o que chamou a atenção de alguns alunos que estavam no meio do caminho.
"Vão continuar! Depois a gente se fala melhor!" disse Harry, tentando não gritar.
"er... Harry... eu também vou continuar..." disse Hermione, meio sem jeito, entre uma colherada e outra.
"que bom" disse Harry, que não quis comentar sobre a mudança de decisão dela.
"mas temos que falar com o resto do pessoal. Eu falo com a turma da Corvinal, se você quiser..." disse Hermione, achando que Harry iria preferir não falar com Cho.
"Não, eu falo... pode deixar... Comunique à turma da griffinória mesmo..." disse Harry, vagamente.
"A inscrição para as aulas começam só amanhã, não é?" disse Neville, que estava rindo de algo que Parvati disse.
"Inscrição?" disse Harry, totalmente por fora.
"Claro Harry. Os professores não adivinham quais matérias você vai fazer."
"nem mesmo a Sibila" emendou Rony.
"E ela adivinha alguma coisa? Aposto que você não leu a carta do colégio, né Harry?" disse Hermione.
"eu li sim. Comprei todo o material."
"mas não é só isso o que tem na carta. Também tem informações sobre horário de inscrição e tudo mais. Já vi que não leu mesmo... eu levo você para fazer a inscrição" disse Hermione, enquanto Harry olhava em direção ao prato, tentando se lembrar se tinha visto a carta por completo.
"Senhorita Granger!" disse a animada voz fantasmagórica de Nick quase-sem-cabeça. Ele paira bem em cima da mesa, entre Hermione e Harry.
"olá, senhor nickolas" disse Hermione.
"Por favor, deixe-me parabenizá-la! Eu soube de seu mais novo e recém descoberto dom!"
"dom?" disse Neville, que sempre parava de comer quando nick chegava por perto depois que no ano passado ele foi atravessado sem aviso prévio. Ele não se sentia bem em comer perto de um fantasma.
"Sim, você não soube? A senhorita Granger desenvolveu sua visão interior, durante essas férias." disse Nick, virando-se para falar com Neville. Este, abre um largo sorriso e dá uma cotovelada desconfortável em Lilá, que reclama antes de ouvir as novidades. Nick vira-se novamente para Hermione.
"Por favor... não era pra dizer isso..." disse Hermione, que começava a abaixar a cabeça tentando evitar os olhares curiosos de seus companheiros da Griffinória. Um por um, todos olhavam para ela.
"Como não!? Um dom raro e especial como esses, era motivo de comemorações e orgulho. Quando eu era vivo..." - e sir nick olha para o alto, sonhadoramente e com um pingo de saudosismo na voz - "... tive a sorte de conhecer a bela Lauriel. Ah, doce e bela Lauriel..."
"hehe, Nick. Não estamos na idade média." - dizia Rony - "adivinhação não é mais uma ´ciência´ tão admirada assim"
Nick resmunga algo em voz baixa, ao contrário de lilá.
"E o que você entende de ciência, Ronald?" - dizia Lilá que admirava Sibila - "Muitas garotas gostariam de ter a sorte que Hermione teve, inclusive eu. Mas eu já soube que não teria essa sorte há alguns anos atrás, hehehe"
Lilá e Parvati riem, ao contrário de Hermione que fecha a cara ficando cada vez mais corada.
"do que estão rindo?" Harry sussurrava para Rony.
"Não há motivo para se envergonhar, nobre senhorita" - dizia Nick olhando Hermione - "a mais bela das flores é aquela que desabrocha tardiamente, pois teve tempo para se fortalecer..."
as garotas continuam rindo juntas com alguns alunos do quarto ano.
"obrigado Nick, agora queremos terminar nossa suculenta refeição" disse Rony, colocando a colher na boca e fazendo um estalido que deixa Nick com os olhos sonhadores e melancólicos. Ele segue sobre a mesa, obviamente tristonho.
"rony, não precisava fazer isso com ele..." disse Hermione.
"você deveria agradecer, isso sim" disse Rony, tentando segurar o riso.
"O que? por que?" Harry não entendia o que estava se passando.
"depois eu explico, Harry" disse Rony.
Rapidamente a notícia começou a se espalhar pelas outras mesas e Hermione não pôde escapar de olhadelas curiosas e risinhos escondidos.
E assim seguiu o banquete, entre risos e gargalhadas, falatório animado e novidades. Após a sobremesa, quando todos já estavam satisfeitos e preparados para um longo discurso, Dumbledore se levanta. Alguns olham, mas nem todos viram. Ele então começa a fazer sinal com as mãos para que todos se calem e aos poucos o salão vai ficando silencioso. Finalmente, ele começa o seu discurso de boas vindas.
"Alunos novos e antigos de Hogwarts. Para quem não entendeu o que disse anteriormente, a escola deseja-lhes uma boa vinda. Perdoem este velho homem por tirá-los de suas divertidas conversas para ouvir um chato discurso, mas prometo ser breve. Primeiramente gostaria de avisá-los a pedido do nosso zelador, o senhor Filch, que uma grande, porém necessária, lista de materiais proibidos está fixada na porta de seu escritório e portanto, todos os alunos devem ler com atenção para evitar maiores problemas no futuro. Também gostaria de avisar que a floresta além do nosso território é terminantemente proibida a qualquer aluno desacompanhado, do primeiro ao sétimo ano. Vocês receberão maiores instruções com relação a horários de seus monitores e dos respectivos chefes de casa. Mas agora vou falar de uma agradável novidade. Como já podem ter percebido, o ingresso esse ano de alunos mais velhos em nossa escola. Eles vieram por diversos motivos pessoais que não cabe a mim contar aqui e devem ser recebidos como qualquer aluno que está ingressando em nossa escola, independentemente de sua origem. Também é com felicidade que anuncio a todos a entrada de um novo professor, que lecionará defesa contra a arte das trevas. Alguns já devem conhecê-lo, outros não, mas sua história é longa e não vou contar-lhes agora, deixando para uma outra oportunidade. Seu nome é Julius Malfoy (Harry, Rony e Mione se entreolham surpresos, além de vários alunos que começavam a cochichar entre si), que se voluntariou a lecionar em nossa escola devido aos problemas que estamos passando atualmente no mundo. Juntos com ele, vieram também Victoria Helenna e Gllandow Dhanmig, outros dois membros da suprema corte que também se mostraram dispostos a auxiliar os professores no que for necessário. (Dumbledore mostra a porta de entrada e todos os alunos viram a cabeça para olhar. Victoria e Gllandow permaneciam imóveis. Dumbledore volta a falar e todos voltam sua atenção sobre ele). Por fim, devo avisar que datas de inscrições para os times de quadribol de cada casa e seus horários serão informados pelos chefes de cada casa. Desejo-lhes um bom ano letivo e que seja um ano de muita sorte a tod..."
Então Dumbledore pára repentinamente o seu discurso. Alguns poucos alunos começam a aplaudir fracamente, quando percebem o diretor colocar as mãos sobre a mesa e sentar em sua cadeira com os olhos apertados. Um susto generalizado percorre por todo o salão quando os professores se levantam repentinamente. A professora MCGonagall e Julius são os primeiros a chegarem próximo ao diretor, quando comentários nervosos invadem o salão. Vários alunos se levantam, inclusive Harry, Rony e Hermione. Madame Pomfrey, Hagrid e Snape também chegam perto do diretor e o ajudam a se levantar. Com o auxílio dos três, Dumbledore ergue uma mão trêmula fazendo com que todos os alunos se calem. então, após uma breve pausa, ele diz calmamente com voz baixa e em tom de brincadeira.
"Desculpem este velho bruxo que não aguentou comer mais um pouco além de seu limite. Tenham um bom ano letivo e que seja um ano de muita sorte a todos" disse Dumbledore, mantendo um discreto sorriso por trás de sua espessa barba. Os murmúrios e comentários voltaram a tomar conta do salão, quando professora McGonagall começou a bater palmas, sendo seguida por alguns professores e monitores. Aos poucos, os alunos imitam a professora e só depois de algum tempo é que todo o salão irrompe em aplausos, enquanto Dumbledore é levado para fora por madame Pomfrey, Hagrid, Julius e Snape. As portas são abertas e os monitores procuram guiar os alunos enquanto todos comentavam euforicamente o ocorrido. Harry vai até a mesa dos professores e seria seguido por Rony, se Hermione não o lembrasse que ele deveria guiar os novatos.
"professora! O que aconteceu?" perguntou Harry, aflito.
"não se preocupe, Potter. Vá para seu quarto arrumas suas coisas. Ele está bem." disse McGonagall, antes de sair do salão. Aquela resposta não satisfez Harry, pois obviamente o diretor não estava bem.
- Cerimônia de Seleção -
tirando os pequenos desentendimentos, essa viagem tinha sido calma. Sem Draco ameaçando a todos ou fazendo brincadeiras idiotas, eles até esqueceram por um momento que ele era monitor, mas assim que desceram do trem e viram Draco repreendendo alunos do primeiro ano, se lembraram disso.
"ah não, eu vou lá fazer ele passar vergonha" dizia Rony, que tinha ganho mais coragem após o ocorrido no beco diagonal.
"Rony, não! Vai ser pior!" disse Hermione, segurando em seu ombro.
Ela larga rapidamente e fica sem jeito momentaneamente, mas depois vai guiar um grupo de alunos do primeiro ano que desciam do vagão. Rony também.
Um pouco mais longe dali, Hagrid viu Harry e acenou com um grande sorriso. Harry acenou de volta, sendo imitado por Gina e Luna (que parecia não saber exatamente para quem estavam acenando)
"vamos pegar uma carruagem para nós" disse Gina.
"Eu vou esperar por eles..." disse Harry.
Gina e Luna vão para uma carruagem enquanto Harry fica esperando pelos amigos. Atrás de si, alguém coloca a mão em seu ombro. Harry sente o sangue lhe subir à cabeça e ele vira para falar.
"Por que não pega essa mão e..." dizia Harry, mas subitamente se cala ao ver que era Max. Seu sangue some completamente da cabeça.
"opa, calma ae! já peguei!" dizia Max, tirando a mão do ombro de Harry.
"Não, não, desculpa! Achei que fosse outra pessoa!" dizia Harry, nervosamente.
"Ainda bem, hehe! Eu procurei por você e seu amigo lá no trem, mas não os encontrei."
"A gente estava nesse vagão, mas acho que você não iria querer ficar conosco. Tava lotado."
"onde eu fiquei também estava. Tinham cinco garotinhas que não paravam de falar. Eu não deveria ter entrado no vagão dos novatos..." dizia Max, com um olhar exausto.
"eu to esperando o Rony e a Hermione. Eles são monitores e estão guiando os novatos pro barco. Acho que você deveria ir também." disse Harry.
"Ah, Hermione. Sim, sim, queria muito falar com ela. Onde ela está?" disse Max, levantando a cabeça e olhando por cima de Harry.
"já se conhecem?"
"mais ou menos... Me contaram que ela era encantadoramente bela. É verdade?"
"ahnn... acho que é..." disse Harry, vagamente.
"você parece ter bom gosto. Se diz que é, então é porque é. Só que nunca nos vimos e eu queria saber se tudo o que me disseram era verdade. Ah, ali está! É aquela, não é?"
Harry olha para trás e vê Cho Chang de costas, com um grupinho de amigas. O lugar estava fracamente iluminado e era difícil diferenciar uma pessoa de outra, se não a conhecesse bem.
"não... é outra pessoa..."
"que pena. Mas eu vou conhecer aquela mesmo assim."
"cuidado para não perder os barcos. Ela não é novata."
"Eu tomarei cuidado! Obrigado Harry e até mais! A gente se vê no colégio!" disse Max, acenando para ele e indo ao encontro de Cho. Harry acena de volta e fica olhando...
Max chega perto de Cho, chamando a atenção de todas suas amigas. Ele começa a dizer algo e Harry pôde notar como as amigas se entreolhavam e escondiam risadinhas.
"Ciúmes, Harry?" disse Hermione, bem no seu ouvido. Harry se assusta e vira para a amiga que estava bem próxima.
"Não, não. Eu tava vendo um conhecido. Ah, e parece que ele conhece você."
"quem? aquele cara?" Hermione olhava para Max, que estava acenando para o grupo de Cho e se dirigindo aos barcos.
"sim. Ele sabia seu nome."
"mas não faço idéia de quem seja." disse Hermione, dando de ombros.
"é aluno novo."
"velho daquele jeito?"
"é... não conversamos direito no beco diagonal, mas pareceu que ele era do mesmo ano que a gente."
"bem... vamos para as carruagens? Daqui a pouco ficamos sem lugar." disse Hermione.
"onde está o Rony?"
"ah é... tem o Rony..." disse Hermione desanimadamente.
"Vocês dois têm que parar com isso, tá ficando ridículo..." dizia Harry.
"Não sou eu! É ele! Ele tá atacado! Agora só dá pra reclamar que eu faço muitas matérias, mas isso é um problema meu." Hermione cruza os braços.
"ahhh... achei que tinham brigado por uma bobagem, mas vejo que é algo extremamente importante..." ironizava Harry.
"não Harry, não é só isso. Ele também disse na minha cara que eu tava com inveja de você por causa de suas notas. Ele sempre faz isso. Quando você ganhou a firebolt, ele também achava que eu tava com inveja ou sei lá o que..."
"E você continua ligando pra isso. Deixa pra lá, não vale a pena ficar brigando."
"e o que você vai fazer com relação às notas?"
"eu vou dizer para Dumbledore."
"ainda bem que você tem juízo, ao contrário de..." dizia Hermione, mas então Rony se aproximava e ela se cala.
"Ufa. Parece que tem muito mais alunos novatos que nos anos anteriores! Harry, eu encontrei o Max." disse Rony ajeitando o broche de monitor que estava ligeiramente torto.
"é, eu também. Vamos para as carruagens logo. Acho que Gina entrou naquela ali..." e Harry aponta uma carruagem onde agora estavam entrando mais três garotos da corvinal. Eles fecham a porta.
"que tal aquela?" Rony aponta uma aparentemente vazia.
Os três seguem até ela e começam a entrar. Harry olhava os trestálias que puxariam aquela carruagem e lembrava de quando voou no dorso de um deles. Rony também olhava, tentando imaginar como seria um trestália. Após entrar por último, Harry fecha a porta e se senta no meio da cadeira. Na sua frente, à direita, estava Rony escorado na janela e olhando a movimentação lá fora. Também na frente, exatamente do lado oposto, estava Hermione que também olhava pela janela. Harry não via apenas três amigos sentados numa carruagem, ele via dois tubarões famintos e um pedaço de carne boiando entre eles...
"eu... esqueci uma coisa... guardem meu lugar" disse Harry, abrindo a porta e saltando o mais rápido que pode.
"espere!" disse Rony, mas tarde demais pois Harry correu em direção ao trem, escondendo-se atrás de várias outras carruagens.
Rony e Hermione permanecem em silêncio. Algumas carruagens à frente, Harry encontra uma ainda aberta e entra repentinamente, meio ofegante.
"ufa, desculpa. Não encontrei outra." dizia Harry, acomodando-se à janela.
"...tudo bem..." disse uma melodiosa voz feminina. Harry olha de lado e vê Victoria sentada ali, com a espada em seu colo.
"perdão..." disse Harry, meio paralisado.
"...pode ficar..." disse Victória vagamente. Ela estava sentada em uma posição anatomicamente saudável e parecia imensamente interessada na cadeira à sua frente.
"você... parece Hermione..." dizia Harry, meio atônito.
Victória apenas muda seu olhar para Harry, mas não diz nada. Ao contrário de Hermione, aquela mulher parecia muito atraente e bela aos olhos de Harry. Tinha um ar maduro, mas aparência jovial.
"eu lembro de você..." dizia Harry, que mesmo querendo ficar calado, não conseguia.
"eu estava na audiência da senhorita Granger."
"sim! Ei, você vai ser nossa professora de Defesa contra a arte das trevas??" disse Harry, esperançoso que Hermione estivesse enganada quanto à Julius.
"Você bem queria, Harry" disse uma voz em tom de brincadeira, vinda de fora da carruagem. Era Gllandow, que subia e era seguido por Julius. Ao entrarem, eles fecham a porta e sentam exatamente como Victoria, colocando as espadas sobre o colo. A carruagem começa a andar e balançar, seguindo a estrada.
"desulpe. Você é o professor, não é?" disse Harry, olhando para Julius.
"sim" ele respondeu, olhando o símbolo da Griffinória na roupa de Harry.
"deve estar se perguntando o que fazemos aqui, não é?" disse Gllandow.
"er... é...." disse Harry timidamente, mas na verdade ele estava perguntando-se apenas o que Victoria estava fazendo ali.
"sabe como é... onde um vai, os outros vão também..." disse Gllandow.
"estamos aqui por causa de Voldemort. Acreditamos que ele vai atacar o colégio durante este ano." disse Victoria, explicando melhor.
"ei, Helenna, não era pra dizer isso pro garoto..." dizia Gllandow, num tom de brincadeira. Era o único tom que ele usava pra falar.
"ele não é um garoto." disse Victoria. Harry sente-se forte e sábio nesse momento.
"Ele é alvo principal de Riddle e merece saber o que está se passando." disse Julius, mantendo um tom de voz contínuo.
"mas pra mim parece um garoto. Aposto que a primeira coisa que vai fazer é contar isso pra todos os amigos" disse Gllandow.
"já disse que ele não é um garoto. Ele não vai contar, não é Harry Potter?" disse Victória.
"Não vou contar!" disse Harry, que sentiu seu ego inflar de orgulho. Finalmente eles agiam conforme ele sempre quis que Dumbledore e os outros agissem, e tudo isso vindo daquela bela mulher era especialmente melhor.
Gllandow dá uma única e solitária risada e fica olhando a paisagem noturna pela janela.
"estou falando sério" disse Harry.
"não estou rindo disso, garoto. Sei que está falando sério. É justamente por isso que estou rindo" dizia Gllandow, ainda olhando pela janela.
Harry não entende o que ele quis dizer.
"agora não é lugar para brincadeiras, Gllandow" disse Julius, ligeiramente irritado.
"Você nunca reclamou das minhas brincadeiras, Julius."
"e vocês dois sempre dizem isso. Agora parem. Na frente dos alunos, não." disse Victoria.
Harry achou muito engraçado e prendeu o riso para não passar vergonha. Ele olha para a janela fortemente corado, mas não sabia direito porque achou isso tão engraçado. Os dois obedecem Victoria, que parecia não ter se alterado.
nesse mesmo instante, cinco carruagens à frente, ia uma quase vazia porém parecia estar cedendo devido ao peso do clima ali dentro. Hermione e Rony faltavam apenas saltar da janela, de tão debruçados que estavam tentando evitar se olharem. Hermione escuta Rony praguejar algo em relação ao nome de Harry.
"Ele não está aqui..." disse Hermione, desmotivadamente.
"é, eu sei. Ele ficou no trem." disse Rony.
"Claro que não ficou no trem. Ele foi para outra carruagem."
"eu sei! só quis ser mais discreto. Não queria dizer que ele fugiu de você."
Hermione abandona a janela e vira-se pra Rony, pronta para mais um embate.
"Fugir de mim? Fugir de mim? E você? Por que ele não estaria fugindo de você?"
"talvez porque eu não esteja de olho nas notas dele..." dizia Rony, sorrindo escondido dela.
A primeira coisa que passa pela cabeça de Hermione é jogar Rony pela janela, mas aí ela teria que descer e pegá-lo. Então ela respira fundo e tenta falar calmamente ao mesmo tempo que lembra de Harry dizendo que ela e Rony estavam sendo ridículos.
"Rony. Não quero mais brigar. Não vou discutir isso."
"ótimo. Eu também não."
"ótimo."
"ótimo..."
e Hermione volta a olhar pela janela. Em seguida, Rony senta-se no banco bem em frente a Hermione e fica olhando pela mesma janela.
"o lado de cá é mais bonito..." disse Rony. Hermione sorri, mas não responde. Eles contemplam as grandes e curvadas árvores passando velozmente ao lado da carruagem, mal iluminadas pela grande lua branca nessa fria noite. Eles atravessam os pilares protegidos pelos javalis alados e param próximo às escadarias em frente ao castelo. Os alunos desciam e subiam as escadas, admirando o lugar. A cada ano que passava, parecia ficar mais belo e repleto de segredos. Já no salão de entrada, entre o barulho dos estudantes, Harry se reencontra com os dois amigos que agiam como se nada tivesse acontecido nos dias anteriores. Harry agradece por não ter piorado a situação e os acompanha, com um estranho ar sonhador no rosto. Gina os alcança dizendo que Luna ficou com os colegas da Corvinal e juntos, eles vão para o salão principal. Tudo estava bem arrumado e as velas tremeluziam no teto encantado do salão, onde dava para ver a grande lua e espaçadas nuvens flutuando pelo céu escuro. Aos poucos as mesas vão se enchendo e novamente aqueles salões ganham vida. Os fantasmas recebem a todos os estudantes com muita satisfação e alguns professores já estavam sentados. Harry passa o olhar por todos os lugares. No centro estava Dumbledore, com um ar alegre de boas vindas e mas do que nunca, preparado para mais um ano letivo. Na ponta, Hagrid acabava de chegar e sentava, acenando para Harry e seus amigos. A professora Sprout também estava lá, assim como Flitwick sobre suas almofadas, Snape e seu ar sombrio e todos os outros professores. Julius também estava se sentando, colocando sua espada encostada na cadeira. Harry não deixou de notar comentários ao redor, feitos pelos alunos mais próximos a cerca de Julius. Parecia que ele era o único que não conhecia a fama daquele homem.
"olhe, Hermione. É ele?" disse Rony, indicando Julius com a cabeça.
"Sim! É ele sim! O que você acha?"
"é a cara de Snape..."
Nesse momento, o professor Snape se levanta e vai até a cadeira de Julius, que faz o mesmo. Eles se cumprimentam e um contorcido sorriso brota fracamente na cara de Snape. Julius também sorri, como se fossem velhos conhecidos.
"não acredito. Nunca Snape gostou de algum professor de defesa contra a arte das trevas, mas veja só!" dizia Rony.
"Ele foi aluno da Sonserina. E pelo que Dumbledore disse, foi um dos melhores alunos que já passaram pelo colégio. É óbvio que Snape goste dele." dizia Hermione.
"Ainda assim, não confio nele. Não gosto daquele ar sério." - dizia Rony - "o que você acha, Harry?"
Mas Harry estava ocupado demais, olhando de um lado para o outro, ligeiramente aflito.
"Harry! O que foi?"
"nada não... só estou procurando alguém..." dizia Harry, que desistia de procurar e se acomodava calmamente na sua cadeira.
Rony e Hermione se olham, com cara de preocupação.
As portas do grande salão são abertas e a professora McGonagall guia os inúmeros novatos entre as mesas. Todos se calam e os professores se acomodam em seus lugares. Estranhamente, entre os vários novatos, haviam alguns alunos mais velhos e altos o que é motivo para vários cochichos.
"olha o Max, Harry!" sussurrava Rony, deixando Hermione curiosa para saber quem era essa pessoa que alegava conhecê-la.
Max olha para a mesa da Griffinória e acena com a cabeça ao ver Harry, Rony e Hermione. Ao contrário dos maiores, os pequenos estavam num misto de impressão e susto, olhando tudo ao redor. Ao chegarem em frente à mesa dos professores, McGonagall acomoda o banco e o chapéu pontudo de bruxo sobre o banco. Os sussurros acabam e todos aguardam ansiosos para ouvir o que o chapéu tem a dizer.
Então, o grande rasgo próximo à aba se abriu e o chapéu começou a cantar.
"Há muito tempo quando vocês nem eram nascidos
ou o pai dos pais de vocês sonhavam um dia existir
eu era jovem e curioso, esperto porém incauto
tinha vontade saber tudo o que se passava na cabeça de todos
e para esse fim eu fui criado
pois a mim cabia dividir, quando todos devem se unir.
Grande fardo eu carrego em tempos difíceis
como os que já passaram e os que hão de passar
mas nunca reclamei, pois onde há ordem, há desordem
e onde não há desordem, não há ordem
é com muita gratidão que estou mais um ano a separá-los
mas devo avisá-los que juntos devem permanecer.
Assim eram Gryffindor e Slytherin
Hufflepuff e Ravenclaw
Juntos eles estavam
separados deveriam ficar
com um ideal em comum
e idéias diferentes, seguiu o seu caminho, cada um
em um lado, os justos e honrados.
em outro, os ambiciosos e poderosos.
em um lado, os sábios e curiosos.
em outro, os injustiçados que têm sede pelo saber.
Se não fosse a separação, não existiria a união
que é Hogwarts, essa nação.
Mas assim como toda criança se torna um adulto e parte de casa
Nossos fundadores cresceram e se separaram mais uma vez.
permaneceram em seu orgulho
buscando alcançar seus objetivos sozinhos
eles mudaram e essa mudança trouxe discórdia
essa mudança era inevitável, porém não impraticável
mas se deixaram levar pelos acontecimentos
e Slytherin não suportou. Foi embora deixando a desordem na escola
desordem que trouxe ordem, pois os três amigos se uniram novamente
e descobriram como praticar o que não é impraticável.
Agora meus amigos, estou aqui
contando a vocês minha experiência
pedindo-lhes paciência, pois este velho chapéu está preocupado
vou lhes separar mais uma vez, mas vou pedir-lhes que permaneçam juntos
e que aqueles que estão juntos não se separem
ou o inimigo mortal que está a espreita se erguerá mais forte.
Que comece a seleção!"
aplausos irromperam por todo o salão e os alunos cochichavam entre si.
"a cada ano que passa, ele parece mais preocupado com o fim do colégio" dizia Rony, enquanto aplaudia.
"convivendo com Dumbledore o ano inteiro, ele deve saber tudo o que está acontecendo" disse Harry, também aplaudindo.
"é motivo pra ficarmos preocupados também..." dizia Hermione.
A professora McGonagall olhava para os alunos por cima de seus pequenos óculos, fazendo todos se acalmarem e ficarem em silêncio. Então, ela começa a ler a lista de nomes em um rolo de pergaminho especialmente longo esse ano.
"Annabel, Lauren"
e uma nervosa garota subia e sentava no banco. Ela parecia meio robótica enquanto colocavam o chapéu sobre sua cabeça, sempre procurando olhar algum lugar onde não havia alguém olhando para ela.
"Corvinal!" - e apalusos eufóricos na mesa da Corvinal recepcionaram a garota, que rapidamente descia as escadas para se juntar à mesa.
Rony olhava para os alunos sendo selecionado, mas nota que Harry olhava exatamente na direção oposta. Ele também procura ver o que Harry tanto olhava e em pé na porta de entrada, em cada lado, estavam Victoria e Gllandow, assistindo a tudo.
"quem são?" sussurrou Rony.
"amigos de Julius" respondeu Harry, vagamente.
"Beltazar, Maxmilian" - nisso, Harry e Rony voltam-se para frente.
O jovem aluno sobe confiante e se senta no banco, em meio a pequenas risadas inclusive dos novatos. Nunca haviam visto um aluno do tamanho dele ser selecionado, mas ele não parecia incomodado, inclusive ria junto com todos. McGonagall pigarreia alto enquanto coloca o chapéu na cabeça dele, fazendo todos se calarem.
"hum, hum... difícil, muito difícil... muitos pensamentos, um pouco de tudo, o que posso fazer? se daria muito bem na corvinal, sim, se daria muito bem.." dizia o chapéu. Harry se lembra de quando foi selecionado, o chapéu também demorava um pouco.
"não, lufa lufa não é o seu lugar... definitivamente, não é... ah, sim! Griffinória? parece muito bom, mas não é assim que funciona. Oh, sim, sim. Está decidido. Sonserina!!"
e aplausos irromperam na mesa da Sonserina. Harry e Rony ficaram decepcionados com a seleção, pois esperavam que ele viesse para Griffinória.
"não acredito nisso. Aquele chapéu está ficando velho demais." dizia Rony.
"mas ele nunca errou. Hermione deve saber, não é?" e Harry volta-se para Hermione, mas ela acompanhava com o olhar Max se dirigindo à mesa da Sonserina.
"Hermione!" Rony cutuca o pé dela por baixo da mesa.
"Sim, estou ouvindo. Não, o chapéu nunca errou." dizia Hermione, ainda vidrada em Max.
"O que houve? Por que está assim?" disse Rony.
"Porque eu tava vendo se já não conhecia esse garoto..." - dizia Hermione. - "Harry, lembra de Hugo?"
"Hugo? Que Hugo?" disse Rony, olhando pra Harry.
"um trouxa que ela conheceu nas férias..." - disse Harry - "que tem ele?"
"tem o mesmo sobrenome..." disse Hermione, voltando a olhar para a própria mesa.
"é? eu não lembrava..." disse Harry.
"Quem é esse Hugo? Você não me falou de Hugo nenhum." disse Rony, dessa vez olhando para Hermione.
"Hugo me disse que não tinha irmãos..." dizia Hermione, pensativa.
"mas ele é trouxa. Talvez seja algum lado da família onde só tenha trouxas. Alguns sobrenomes são comuns..." dizia Harry.
"Me expliquem isso direito! Por que não me disseram nada desse Hugo?" disse Rony, sentindo-se ignorado.
Harry então resolve explicar para Rony sobre Hugo, enquanto Chermman, Zaldan era escolhido para a Griffinória.
"Por que não me disse nada e só disse pro Harry?" perguntou Rony, indignado.
"por que você ia fazer muitas perguntas, como agora..." disse Hermione, sem tirar a atenção da professora McGonagall. Rony cora e olha para o prato vazio à sua frente.
"eu não to fazendo muitas perguntas..." resmungou ele, enquanto Ernest, Klaus era escolhido para lufa lufa.
e a seleção continua por mais alguns minutos. Demorando mais do que os anos anteriores, tantos os novatos quanto os veteranos começavam a sussurrar e conversar entre si, em voz baixa, esperando ansiosos pelo banquete. Um suspiro de alegria é liberado por cada aluno quando Yngwie, Gondfflow é escolhido para Griffinória e a professora recolhe o chapéu e o banco.
O diretor Dumbledore levanta-se e ergue as mãos pedindo que os alunos se acalmem e escutem. Todos obedecem imediatamente, voltando suas atenções para o diretor.
"Novos alunos e antigos alunos de Hogwarts..."
todos parecem prender a respiração.
"façam-se minhas palavras hoje, as mesmas de um ano atrás. Bom apetite!"
e todos riram e aplaudiram, considerando esse o melhor discurso que ele poderia dar. Claro que os novatos não entenderam, mas rapidamente receberam as devidas explicações. Um grande banquete com comida de vários tipos surgiram magicamente nas mesas e os alunos começaram a se servir rapidamente, como se fosse a última noite deles.
"como era esse Hugo?" perguntou Rony, entre uma mordida e outra.
"ah, não sei. Era alto, magro..." dizia Hermione tentando se concentrar na refeição.
"mas era parecido com o Max?"
"que max?"
"maxmilian! o novato!"
"ah, não era não. Era bem diferente. Era um tipo... italiano, entende?" dizia Hermione, balançando o corpo de um jeito provocativo.
"tipo italiano. o que é um tipo italiano? eu nao sei o que é um tipo italiano! Harry, você sabe o que é um tipo italiano?" dizia Rony, meio aflito.
"nhaum" disse Harry, de boca cheia.
"Ah, Rony, eu sei lá. Mas não era igual a esse Max." disse Hermione.
Harry ergue a cabeça e olha para a porta mais uma vez.
"Por que eles não vêm comer?" disse Harry, com preocupação na voz.
"eles quem?" - e Hermione olha para a porta - "ah..."
Harry ergue a mão o mais alto que pode, na tentativa de chamar a atenção dos dois, mas Rony o segura e puxa pra baixo.
"Você é louco? Você vai chamar os amigos do Julius para cá?"
"O que tem? Eles estão com fome."
"então por que não comem?"
"por que ninguém convidou" e Harry tenta erguer a mão de novo, mas é impedido por Rony.
"Se eles quiserem comer, eles vão comer. Agora deixa eles pra lá!"
"Do que tem medo, Rony? Eles são simpáticos. No caminho pra cá, eu vim na carruagem deles..." disse Harry, fazendo Rony e Hermione olharem para ele de forma fulminante. Harry abaixa a cabeça imediatamente e se limita a mastigar o que põe na boca.
"e o que vocês conversaram de tão interessante?" disse Hermione, indiferentemente.
"nada..."
"então não são tão simpáticos." disse Rony.
"é, não são..." Harry queria evitar falar da viagem nas carruagens.
"e você pegou o que tinha esquecido, Harry?" disse Hermione, dando um gole.
"peguei..."
"e cadê?" disse Rony, imitando a amiga.
"caiu lá fora..."
"Harry, Harry!" - e pela primeira vez, Harry ficou muito animado que os irmãos Creevey o chamassem - "Harry, aqui!"
Harry acena alegremente para os irmãos sentados a 6 pessoas além dele. Hermione e Rony seguem comendo em silêncio.
"Harry! As aulas Harry! As aulas de defesa!" disse Colin, mostrando a moeda que carregava no bolso. Seu irmão também mostrava a moeda, o que chamou a atenção de alguns alunos que estavam no meio do caminho.
"Vão continuar! Depois a gente se fala melhor!" disse Harry, tentando não gritar.
"er... Harry... eu também vou continuar..." disse Hermione, meio sem jeito, entre uma colherada e outra.
"que bom" disse Harry, que não quis comentar sobre a mudança de decisão dela.
"mas temos que falar com o resto do pessoal. Eu falo com a turma da Corvinal, se você quiser..." disse Hermione, achando que Harry iria preferir não falar com Cho.
"Não, eu falo... pode deixar... Comunique à turma da griffinória mesmo..." disse Harry, vagamente.
"A inscrição para as aulas começam só amanhã, não é?" disse Neville, que estava rindo de algo que Parvati disse.
"Inscrição?" disse Harry, totalmente por fora.
"Claro Harry. Os professores não adivinham quais matérias você vai fazer."
"nem mesmo a Sibila" emendou Rony.
"E ela adivinha alguma coisa? Aposto que você não leu a carta do colégio, né Harry?" disse Hermione.
"eu li sim. Comprei todo o material."
"mas não é só isso o que tem na carta. Também tem informações sobre horário de inscrição e tudo mais. Já vi que não leu mesmo... eu levo você para fazer a inscrição" disse Hermione, enquanto Harry olhava em direção ao prato, tentando se lembrar se tinha visto a carta por completo.
"Senhorita Granger!" disse a animada voz fantasmagórica de Nick quase-sem-cabeça. Ele paira bem em cima da mesa, entre Hermione e Harry.
"olá, senhor nickolas" disse Hermione.
"Por favor, deixe-me parabenizá-la! Eu soube de seu mais novo e recém descoberto dom!"
"dom?" disse Neville, que sempre parava de comer quando nick chegava por perto depois que no ano passado ele foi atravessado sem aviso prévio. Ele não se sentia bem em comer perto de um fantasma.
"Sim, você não soube? A senhorita Granger desenvolveu sua visão interior, durante essas férias." disse Nick, virando-se para falar com Neville. Este, abre um largo sorriso e dá uma cotovelada desconfortável em Lilá, que reclama antes de ouvir as novidades. Nick vira-se novamente para Hermione.
"Por favor... não era pra dizer isso..." disse Hermione, que começava a abaixar a cabeça tentando evitar os olhares curiosos de seus companheiros da Griffinória. Um por um, todos olhavam para ela.
"Como não!? Um dom raro e especial como esses, era motivo de comemorações e orgulho. Quando eu era vivo..." - e sir nick olha para o alto, sonhadoramente e com um pingo de saudosismo na voz - "... tive a sorte de conhecer a bela Lauriel. Ah, doce e bela Lauriel..."
"hehe, Nick. Não estamos na idade média." - dizia Rony - "adivinhação não é mais uma ´ciência´ tão admirada assim"
Nick resmunga algo em voz baixa, ao contrário de lilá.
"E o que você entende de ciência, Ronald?" - dizia Lilá que admirava Sibila - "Muitas garotas gostariam de ter a sorte que Hermione teve, inclusive eu. Mas eu já soube que não teria essa sorte há alguns anos atrás, hehehe"
Lilá e Parvati riem, ao contrário de Hermione que fecha a cara ficando cada vez mais corada.
"do que estão rindo?" Harry sussurrava para Rony.
"Não há motivo para se envergonhar, nobre senhorita" - dizia Nick olhando Hermione - "a mais bela das flores é aquela que desabrocha tardiamente, pois teve tempo para se fortalecer..."
as garotas continuam rindo juntas com alguns alunos do quarto ano.
"obrigado Nick, agora queremos terminar nossa suculenta refeição" disse Rony, colocando a colher na boca e fazendo um estalido que deixa Nick com os olhos sonhadores e melancólicos. Ele segue sobre a mesa, obviamente tristonho.
"rony, não precisava fazer isso com ele..." disse Hermione.
"você deveria agradecer, isso sim" disse Rony, tentando segurar o riso.
"O que? por que?" Harry não entendia o que estava se passando.
"depois eu explico, Harry" disse Rony.
Rapidamente a notícia começou a se espalhar pelas outras mesas e Hermione não pôde escapar de olhadelas curiosas e risinhos escondidos.
E assim seguiu o banquete, entre risos e gargalhadas, falatório animado e novidades. Após a sobremesa, quando todos já estavam satisfeitos e preparados para um longo discurso, Dumbledore se levanta. Alguns olham, mas nem todos viram. Ele então começa a fazer sinal com as mãos para que todos se calem e aos poucos o salão vai ficando silencioso. Finalmente, ele começa o seu discurso de boas vindas.
"Alunos novos e antigos de Hogwarts. Para quem não entendeu o que disse anteriormente, a escola deseja-lhes uma boa vinda. Perdoem este velho homem por tirá-los de suas divertidas conversas para ouvir um chato discurso, mas prometo ser breve. Primeiramente gostaria de avisá-los a pedido do nosso zelador, o senhor Filch, que uma grande, porém necessária, lista de materiais proibidos está fixada na porta de seu escritório e portanto, todos os alunos devem ler com atenção para evitar maiores problemas no futuro. Também gostaria de avisar que a floresta além do nosso território é terminantemente proibida a qualquer aluno desacompanhado, do primeiro ao sétimo ano. Vocês receberão maiores instruções com relação a horários de seus monitores e dos respectivos chefes de casa. Mas agora vou falar de uma agradável novidade. Como já podem ter percebido, o ingresso esse ano de alunos mais velhos em nossa escola. Eles vieram por diversos motivos pessoais que não cabe a mim contar aqui e devem ser recebidos como qualquer aluno que está ingressando em nossa escola, independentemente de sua origem. Também é com felicidade que anuncio a todos a entrada de um novo professor, que lecionará defesa contra a arte das trevas. Alguns já devem conhecê-lo, outros não, mas sua história é longa e não vou contar-lhes agora, deixando para uma outra oportunidade. Seu nome é Julius Malfoy (Harry, Rony e Mione se entreolham surpresos, além de vários alunos que começavam a cochichar entre si), que se voluntariou a lecionar em nossa escola devido aos problemas que estamos passando atualmente no mundo. Juntos com ele, vieram também Victoria Helenna e Gllandow Dhanmig, outros dois membros da suprema corte que também se mostraram dispostos a auxiliar os professores no que for necessário. (Dumbledore mostra a porta de entrada e todos os alunos viram a cabeça para olhar. Victoria e Gllandow permaneciam imóveis. Dumbledore volta a falar e todos voltam sua atenção sobre ele). Por fim, devo avisar que datas de inscrições para os times de quadribol de cada casa e seus horários serão informados pelos chefes de cada casa. Desejo-lhes um bom ano letivo e que seja um ano de muita sorte a tod..."
Então Dumbledore pára repentinamente o seu discurso. Alguns poucos alunos começam a aplaudir fracamente, quando percebem o diretor colocar as mãos sobre a mesa e sentar em sua cadeira com os olhos apertados. Um susto generalizado percorre por todo o salão quando os professores se levantam repentinamente. A professora MCGonagall e Julius são os primeiros a chegarem próximo ao diretor, quando comentários nervosos invadem o salão. Vários alunos se levantam, inclusive Harry, Rony e Hermione. Madame Pomfrey, Hagrid e Snape também chegam perto do diretor e o ajudam a se levantar. Com o auxílio dos três, Dumbledore ergue uma mão trêmula fazendo com que todos os alunos se calem. então, após uma breve pausa, ele diz calmamente com voz baixa e em tom de brincadeira.
"Desculpem este velho bruxo que não aguentou comer mais um pouco além de seu limite. Tenham um bom ano letivo e que seja um ano de muita sorte a todos" disse Dumbledore, mantendo um discreto sorriso por trás de sua espessa barba. Os murmúrios e comentários voltaram a tomar conta do salão, quando professora McGonagall começou a bater palmas, sendo seguida por alguns professores e monitores. Aos poucos, os alunos imitam a professora e só depois de algum tempo é que todo o salão irrompe em aplausos, enquanto Dumbledore é levado para fora por madame Pomfrey, Hagrid, Julius e Snape. As portas são abertas e os monitores procuram guiar os alunos enquanto todos comentavam euforicamente o ocorrido. Harry vai até a mesa dos professores e seria seguido por Rony, se Hermione não o lembrasse que ele deveria guiar os novatos.
"professora! O que aconteceu?" perguntou Harry, aflito.
"não se preocupe, Potter. Vá para seu quarto arrumas suas coisas. Ele está bem." disse McGonagall, antes de sair do salão. Aquela resposta não satisfez Harry, pois obviamente o diretor não estava bem.
