9- A Lenda

nota da autora: Os versos aqui em baixo foram tirados do livro A Luta Pelo Direito. Obrigada Line e B mais uma vez pelas reviews. B queria agradecer de novo por ter me explicado como aceitar reviews de quem não tem cadastro no ff.net.

"Buscando a paz

o direito no  entanto

não se afirma

sem luta"

-Você é uma das partes!-Eliza exclamou apontando para Lily e parecendo ainda chocada.

-O que você quer dizer com isso?-Lílian indagou confusa, porém no rosto de Chloe eu enxerguei um vislumbre de compreensão.

-Me encontrem na biblioteca.-foi a resposta lacônica de Eliza.

-Negativo Wyse. Você me atira uma meleca na cabeça e depois faz uma observação sem sentido sobre mim e ainda pensa que vou acatar ordens suas? Você vai me explicar direitinho do que está falando e não vai sair daqui antes disso.-Lílian discordou irritada. Bastava olhar para ela para perceber que seria difícil para Lizzy escapar daquela situação.

-Você não compreende! Estamos no meio do corredor, é complicado demais para ser dito aqui. Alguém pode ouvir e eu preciso do livro, senão você não vai entender. Por favor, tenha paciência e vá até a biblioteca.-Eliza pediu suplicante. Não achei que Lílian fosse atendê-la, no entanto nesse instante Chloe se intrometeu para a surpresa das duas que pareciam ter esquecido que não estavam sozinhas.

-Acho melhor fazermos o que ela diz, Lily. Vocês não se incomodam se eu for junto, né? Na verdade acho que devíamos chamar o Severo.

-Eu vou também.-me intrometi subitamente chamando a atenção delas para mim.

-É eu não sei se é...ahn...uma boa idéia.-Eliza balbuciou. Ela e Lílian tinham ficado espantadas ao me verem, aparentemente só perceberam a minha presença quando resolvi participar da discussão. A Evans, entretanto, parecia estar refletindo sobre se dava ou não ouvidos a amiga.

-Talvez seja melhor mesmo Black.- Chant disse e me admirei, pois era a última pessoa de quem esperava apoio a minha presença e simultaneamente demonstrando que se fosse uma questão de vontade ela jamais concordaria.-Sabe, já li algo sobre o que a Wyse está falando. Não entendo porquê nunca pensei na possibilidade de uma conexão, porém agora que ela mencionou me parece razoável. Até provável, mas antes queria que ela me contasse o motivo de ter concluído isso. Sobre uma coisa, sem a menor sombra de dúvidas, ela está certa, aqui não é lugar para falarmos desse assunto.

 -Está bem Chlo, se você diz... Só não vejo motivo para os grifinórios participarem disso.

-Sobre isso você vai ter que confiar em mim Lily, mais tarde eu explico.-eu realmente estava espantado dela defender o nosso comparecimento, achava que ela não desejava nunca mais ver o Remo depois que tudo tinha acontecido.

-Eu iria mesmo que ela nenhuma de vocês concordasse, ainda mais se o Seboso tem o direito de saber eu também tenho. Vou chamar os outros e nos vemos na biblioteca.-encerrei a conversa. Estava também curioso para entender do que Lizzy estava falando.

-Eu vou buscar o livro. Se vocês querem chamar o seu amigo eu acho melhor irem logo.-ainda a ouvi dizer enquanto me afastava.

............................................................................................................

         Quando cheguei na biblioteca, Eliza já estava sentada em uma mesa folheando um livro velho, quando o vi naquela noite não imaginei o quanto era antigo, só que estava prestes a descobrir. Sentamos eu, Tiago, Remo e Pedro, próximos a ela e ficamos aguardando os outros sem pronunciar uma palavra. Eu não sabia o que perguntar e ela parecia profundamente absorta no livro. Não tivemos que esperar muito. Logo Lílian chegou acompanhada de Chloe e Snape. Assim que Chant viu Remo pensei que ela tivesse se arrependido da sugestão, ficou claramente constrangida, na verdade os dois tentaram ignorar a presença um do outro quase o tempo todo. Snape como sempre não escondia detestar a nossa presença tanto quanto odiávamos a dele. Ainda assim não houve realmente nenhuma discussão, pois estávamos todos concentrados demais no tema central da conversa.

         -Vou começar contando a história desse livro, ou melhor, de como ele veio parar nas minhas mãos.-Lizzy iniciou o assunto de repente.

         -Não dá para ir direto ao ponto?-Lily a interrompeu impaciente. A má vontade dela em ter aquela conversa e o anseio de que aquilo terminasse logo eram óbvios.

         -Eu vou contar tudo do meu jeito. Se não quiser ouvir pode ir embora.-Eliza replicou exasperada.

         -Vocês duas poderiam parar de brigar só por um instante?-Remo indagou tentando apaziguar os ânimos. Ambas o encararam, até que Lizzy resolveu voltar a falar.

         -Acho que a maioria aqui tem conhecimento de que os Wyse são uma família muito tradicional. A questão é que em casa temos vários livros como este, antigos e raros. Quase todos eles são perigosos. O que eu não tinha a menor idéia era que alguns deles foram escritos por ninguém mais ninguém menos do que Rowena Ravenclaw, pelo menos não até o ano passado, quando revirei a biblioteca de casa toda tentando descobrir como era feita a seleção aqui na escola. Desde o início esse livro me intrigou ela deixou que todos nós olhássemos um pouco o objeto. Abram.- ela sugeriu e quando foi a minha vez para minha grande surpresa constatei que estava em branco, total e completamente em branco, sem nem ao menos uma linha escrita.

         -O que significa isso? É alguma brincadeirinha estúpida?-Snape a questionou verbalizando a perplexidade de todos. Por mais que a mesma coisa tivesse passado pela minha cabeça se Lizzy não tivesse se apressado a responder eu provavelmente teria iniciado uma briga. Não suportava que aquele seboso falasse daquele jeito com ela.

         -Não é claro que não. Viram foi isso que me deixou encucada desde que o encontrei. Tentei todos os métodos que conhecia para fazer uma tinta invisível aparecer e pesquisei outros. Nada funcionou!

         -Por que você acha que agora vai conseguir?-Pedro indagou.

         -Ainda não compreendi o que isso tudo tem a ver.-foi a minha vez de me intrometer.-Quer dizer no corredor Lizzy você falou algo sobre a Lily ser uma das partes, mas partes de que?

         -Querem parar de me apressar! Eu já estou chegando lá. A questão é que eu já tinha desistido, entretanto ainda estava obcecada pelo livro, então um dia estava apenas folheando pela milésima vez tentando ver se não tinha nem ao menos uma página escrita, quando me cortei.

         -E o que tem isso?-Tiago questionou-a interessado.

         -Eu já teria explicado tudo se vocês parassem de me interromper!-Eliza replicou nervosa, a impaciência dos outros já a estava irritando.- A questão é que quando meu sangue caiu sobre o livro este finalmente se revelou e desde então tenho me perguntado se o feitiço é para que se tenha que descobrir o mecanismo ou se apenas o sangue de algumas pessoas é capaz de quebrar a proteção. Agora resolvi fazer o teste.-finalizou tirando uma agulha do bolso.

         -Você pretende que nós nos espetemos como isso?-Pedro perguntou já tremendo ante a idéia de ver sangue, principalmente se tratando do próprio.

         -Qual o problema Pettigrew? Está com medo de doer? Uma espetadinha só?-Chloe o alfinetou.-Dê-me isso Wyse eu vou esterilizar.-Eliza atendeu ao pedido dela.

         -Você não acha isso uma perda de tempo Chant?-tentei convencê-la da estupidez daquilo, porém não adiantou.

         -Ah! Não Chlo!Essa sua mania de limpeza e cuidados médicos agora não!-Lily reclamou, ela parecia desejar que aquela situação chegasse ao seu fim logo e no que dependesse da vontade dela, jamais se repetisse.

         -Me entregue isso logo!-o Seboso interviu antes que as duas brigassem.

         -Aqui está.-Chant estendeu-a ao amigo, após enfeitiça-la.-Viu é rápido Lílian e não custa nada.

Snape tentou em vão, as páginas continuaram em branco, o que já eliminava a primeira hipótese. Depois seria a vez de Lílian, porém Lizzy decidiu deixá-la para o final. Chloe também não conseguiu nada em sua vez e insistiu em voltar a limpar a agulha depois de cada tentativa de cada um, deixando-nos exasperados.  Eu particularmente considero até hoje uma bobagem, um perfecsionismo tolo. Comigo e com o Remo foi à mesma coisa. No entanto Tiago fez as letras aparecerem. Pedro acabou aceitando por causa da provocação da Chant, acho, foi o outro a ser capaz de tornar a tinta visível. Na vez dele seu jeito era de dar pena, estava pálido e suas mãos tremiam. Confesso que detestei o fato de o livro não se revelar para mim.

-Cheque a página 90.-Lizzy comandou, quando Lílian confirmou que o livro já não estava em branco.

-Não tem nada escrito.-ela respondeu calmamente.

-Ahn! Como assim? Não pode ser!-Eliza exclamou visivelmente surpresa e decepcionada.

-Por que não? Liz, você não acha que já está na hora de nos explicar por que nos chamou aqui?-Remo tentou argumentar para que ela parasse de fazer tanto mistério e eu não pude deixar de reparar que os dois pareciam muito íntimos.

-Eu não chamei ninguém aqui a não ser a Evans e mesmo assim o fiz apenas por saber que ela não me deixaria em paz, enquanto eu não explicasse o que quis dizer com a minha afirmação no corredor.

-E seu espanto agora significa que se enganou?-Lily indagou.- Por que eu tinha que ser a última?

-Só queria manter o suspense para tornar isso um pouco mais divertido para mim.-Eliza comentou com um sorriso maroto.-Quanto a ser inesperado que ainda houvesse páginas em branco, bem, eu apenas supus que sendo uma das partes seu sangue teria um efeito maior sobre o feitiço de proteção, me enganei. Agora acho que será preciso um último teste. Tiago e Pedro, vocês poderiam abrir o livro novamente?

-Vo-vo-c-cê q-que-r q-que e-e-eu f-fur-re-re me-me-u d-e-do-do de-de no-vo-vo?-Pedro indagou gaguejando. Ela assentiu.-De jeito nenhum! Não vou mesmo!-ele exclamou desistindo de fingir coragem.

-Você não está mesmo com medo de uma agulhinha, está Pettigrew?-Snape o provocou.

-Snape você não tem o direito de falar assim com ele!-exclamei, já não agüentava mais a presença dele e toda aquela implicância com o Rabicho me incomodava. Primeiro a Chlo, só que eles dois mesmo na época em que ela era nossa amiga viviam discutindo e provocando um ao outro, mas do Seboso eu não aturaria brincadeira alguma.

-Ah, me passe essa agulha Lily. Eu vou furá-lo e esse idiota não vai nem sentir.-Chloe opinou.

-Não creio que seja necessário.-Tiago interrompeu.-É que sabe o Pedrinho é meu primo distante e como o sangue de nós dois consegue deve ser devido ao ancestral comum, então eu poderia fazer a experiência por nós dois, né?-ele sugeriu.

-Está bem então Tiago.-Lizzy concordou e Lílian entregou-lhe a agulha sob protestos enfáticos da Chant que parecia julgar necessário esterilizar mais uma vez.

-Nada escrito para mim também.-ele concluiu pouquíssimo tempo depois.

-Lizzy o que há na página 90 para você?-perguntei curioso.

-Símbolos, uma linguagem cifrada. Ti me passa o livro sem fechá-lo, por favor.-ela pediu.-Essas páginas contém a verdadeira seqüência de fatos que causou a criação dessa escola, diferentemente do Hogwarts uma História que mesmo o original concentra-se apenas na fundação em si. O título desse livro é A Lenda e é uma espécie de diário de Rowena Ravenclaw e foi por isso Evans que pensei que você teria um acesso maior, por ter o poder dela, por ser à parte que ela era.

-Agora você vai ter que explicar da onde tirou essa idéia absurda!-Lily exigiu perdendo a paciência. Eu só não entendia por quê a idéia a incomodava tanto.

-Simplesmente, porque ambas tem a visão.-Lizzy respondeu triunfante.

 -Isso não significa nada! Eu pesquisei muito sobre o meu dom e em nenhuma das relações de vidente apareceu a Rowena Ravenclaw e muito menos algo sobre essa coisa de partes.

-Claro que não encontrou. É uma lenda meio esquecida e os detalhes são secretos por quê acha que a Ravenclaw tomou tanto cuidado ao cobrir esse livro com feitiços de proteção?

 -Na verdade eu já ouvi falar dos versos imortais da lenda.-Chloe se intrometeu.-Só que realmente jamais tinha ouvido falar que havia uma ligação disso com os Quatro Grandes e muito menos sobre Rowena Ravenclaw ser uma vidente, justamente ela uma vidente, algo que combina tão pouco com o raciocínio lógico.

-Nem sempre nossos dons combinam com nossa personalidade ou nossas convicções muitas vezes eles vêm justamente para desafiá-las. Quanto aos versos, estão logo na primeira página e contém apenas uma pequena parte da lenda. "Um todo que se opõe ao nada/ Em quatro partes é dividido./ao mesmo tempo iguais e opostas/ completam-se por toda a eternidade. Não era deles que você estava falando Chant?

-Exatamente.-Chloe respondeu rapidamente.-O que mais há nesse livro sobre esse assunto?

-A magia é eterna. Depois de morrermos nossos poderes se tornam energia, porém eles podem retornar a forma original. É isso que acontece com o Todo e com o Nada são dons que voltam de quando em quando a pertencer a pessoas, o poder inerente ao Todo vai para quatro pessoas diferentes que são as partes e o do Nada fica concentrado em uma só pessoa o que a torna imensa e terrivelmente poderosa.

-E você acha que Voldemort é esse Nada?-indaguei observando que algumas pessoas na mesa incluindo a própria Lizzy estremeceram ao ouvir o nome. Eu considerava e considero isso uma completa idiotice!

-Nunca tinha pensado nisso antes, até ver o símbolo na Evans hoje. Não entendo como pude ser tão cega, pois há vários Sinais que combinam com os que estão descritos no livro.

-Sabe minha mãe também tem a visão, ela pode ser uma das partes e não eu. Até combina mais, por causa da idade.-Lily opinou já conformada com o fato de que pelo menos um pouco de razão Eliza devia ter.

-Dificilmente, se você pesquisou sabe que, em casos como o seu, o grau de poder da visão tende a aumentar de geração em geração. Além do mais por tudo que eu pesquisei se fosse ela você não teria o dom.-Lizzy explicou sem se abalar com a nova informação.

-Na verdade, quando a Wyse citou o verso, lá no corredor, eu me lembrei do que vocês-sabem-quem está fazendo, aqueles ataques a casa de alunos do nosso ano. Lembram que a mãe da Lily aquela noite quando a interrogaram deu a entender que a invasão na casa do Potter tinha ligação com o vandalismo na rua dos Evans?-Chloe intrometeu-se e então eu entendi a atitude dela.

-Foi por isso que você concordou que nós viéssemos?-indaguei para confirmar.-Afinal a casa de dois de nós foi atacada.-ao mencionar isso não pude deixar de lembrar que coincidência ou não foram justamente às casas dos dois que podiam abrir o livro.

-Exatamente.-ela disse e percebi que evitava encarar Remo que a olhava em como que perguntando se ela realmente argumentara a favor de nós estarmos ali.-Wyse o que você quis dizer com sinais?

-Ah, é que esse poder ele volta à forma de magia pertencendo a pessoas por motivos especiais. É como se quando há algo muito errado no Mundo Mágico ele viesse para proporcionar uma mudança que pode ser para melhor ou para pior dependendo de que lado ganhe.  É que numa guerra todas as instituições normais ficam frágeis e mais sujeitas a reformas, que acabam acontecendo normalmente no fim, na hora da reconstrução. E, bem houve Grindewald e mesmo antes de você-sabe-quem surgir aterrorizando a todos os aurores já andavam tendo muito trabalho, principalmente com ataques a trouxas ou bruxos nascidos trouxas. Isso tudo é como se fosse um alarme soando para avisar que há algo errado com a organização da nossa sociedade.

-Dessa vez eu vou ter que concordar.-Lily disse como quem duvida de sua sanidade por perceber que pelo menos em algo ela pensava igual a Lizzy.-As pessoas no Mundo Mágico são muito preconceituosas!-ela exclamou encarando diretamente Chloe e o Seboso e os dois fingiram ignorar.

-Bem, acho que já disse tudo que tinha a dizer.-Eliza principiou.

-De forma alguma.-Pontas a interrompeu.-Você não explicou o que exatamente diz essa lenda e como podemos identificar as outras partes.

-Ah, na verdade a maior parte da lenda está em código e ainda não consegui desvendar.  Só sei que o único jeito do todo vencer o nada é se unindo. Acredite isso é muito, muito complicado, pois os bruxos que tem esses poderes são muito diferentes entre si e normalmente não se dão muito bem, além da dificuldade em descobri-los. E mesmo com eles juntos não é certa a vitória. Quanto à identificação o livro não diz muita coisa, fala mais da guerra que aconteceu em si. Só poderia perceber pelo dom e o dos outros não vem com uma marca como a que as sacerdotisas fazem em si tatuando o símbolo da Deusa.

-Não há nada aí sobre a idade? Se todas as partes do TODO nasceram no mesmo ano?-Remo a questionou.

-Todas não, só que as chaves normalmente tem a faixa etária mais próxima. A Ravenclaw com Grifindor e Hufflepuff com Slytherin.

-O que explica, porque você-sabe-quem começou pelos Potter, sempre ficam na grifinória, né?-Chloe comentou.-Isso tem alguma coisa a ver com descendência?

-Eu não sei, mas acho que não, pois pelo menos a Ravenclaw não teve filhos e nem parentes.

-Lizzy tente se lembrar de algo! Precisamos de uma base de um ponto de partida!-pedi aflito e ao mesmo tempo animado por finalmente termos descoberto uma pista sobre os ataques.

-Por que? Isso é problema do Ministério!-Eliza exclamou demonstrando claramente que não gostava da idéia de sair a cata das partes, parecia ter medo de se envolver. Era estranho ela em alguns momentos daquela conversa demonstrar maturidade muito além da idade dela e em outras mostrava exatamente ser o que era, apenas uma menina de doze anos. Hoje refletindo sobre o assunto suponho que aquela atitude dela devia ser igual em todos nós, acho que aquilo fazia parte de viver em uma guerra. Somos obrigados a crescer mais rápido, mas não queremos isso.

-Não passou pela sua cabeça Lizzy que você tenha informações que ninguém mais tem?-Remo sugeriu e mais uma vez fiquei chateado de perceber o quanto os dois estavam próximos.-E você pode ser uma dessas partes, afinal é quem tem maior acesso ao livro.

-Você deve estar brincando Remo!-ela disse perturbada com a possibilidade. Levantou-se e saiu tão transtornada que deixou o livro lá.

-Sabe, eu concordo com ela acho que não devemos nos intrometer.-Pedro opinou.

-Agora eu tenho certeza de que ela está errada.-Chloe disse, apenas para registrar sua antipatia.-Bem, eu e a Lily podemos dar uma olhada em A Lenda, já que ela o esqueceu.

-Não sei se é uma boa idéia. Afinal só ela tem acesso às páginas em código que devem ser as mais importantes.-o Seboso se intrometeu.

-Nisso vou ter que concordar.-Remo disse e eu, Pedro e Tiago o olhamos como se tivesse nascido uma outra cabeça nele.-Deixem comigo eu a convenço.

-Não! Eu faço isso.-repliquei enciumado.

-Olha mais tarde vocês discutem isso.-Lily principiou.-Acho que não vamos chegar mais a lugar nenhum com essa conversa. Bem, qualquer dos dois que for falar com ela a avisem de que eu e a Chlo ficamos com o livro. Vamos lê-lo.-dizendo isso ela se levantou sendo seguida por Chant e Snape.

Eu resolvi deixar para procurar Eliza no dia seguinte, pois já estava tarde e ela devia ter ido se esconder em seu salão comunal. Na verdade foi ela quem veio ao meu encontro no fim do meu treino de quadribol.

-Remo disse que você queria falar comigo. O que foi? Se, é sobre ontem, já disse tudo que sabia. Falando nisso onde está meu livro?-ela disse sentando-se na arquibancada. Eu fui até ela para conversarmos.

-A Lily e a Chant pegaram pra dar uma olhada. Você podia tentar decifrar as páginas em código. Não fica curiosa querendo descobrir o que está escrito?

-Não tente me provocar Sirius. Não vai funcionar! O Rem já tentou, simplesmente não quero participar disso e você também não devia. Isso é coisa dos adultos, dos responsáveis pela guerra. É arriscado! A sua amiga mesma comentou que você-sabe-quem já está atacando procurando seus rivais e traços dessa história.

-O Remo já conversou com você sobre isso?-indaguei irritado. "Era para eu falar com ela. Ele não devia ter se intrometido"pensei. –Lizzy, você realmente não acha, que sendo a pessoa que tem maior acesso ao livro, deve ser uma das partes?-sugeri. Na verdade detestava a idéia, porque isso significava que ela teria que se envolver muito mais do que eu gostaria e correria grande perigo.

-Não é nada disso! Descendo apenas da guardiã de A Lenda.-ela respondeu, só que não parecia estar completamente convencida do que afirmava.

-Como pode saber? A verdade está na parte que desconhecemos. É por isso que devia tentar descobrir.

-Eu já tentei, se isso importa tanto. Esgotei todas as possibilidades, pesquisei até línguas antigas, nada deu certo e nem vai dar. Procurei por isso desde que cheguei em Hogwarts, até reler meu exemplar de Hogwarts, Uma História.

-O que tem naquela velharia?-a questionei intrigado, não entendendo a ligação.

-Você realmente devia ler de vez em quando!-ela exclamou, estava claramente detestando aquele assunto.-O pacto de sangue. Não sei como explicar agora, a questão é que o sangue de uma das partes vai ser capaz de desvendar o livro completamente. Para as outras aquelas páginas devem aparecer ou em branco ou indecifráveis. É claro que pode ser que o livro só seja completamente aberto depois que a parte descobrir o seu poder, isso não fica claro.

-Então você não tem certeza de que não está na lenda, né? Hei, Lizzy onde está seu espírito Lufa-lufa, paciente e persistente? Vai desistir assim tão fácil?

-Não é tão simples. Eu esgotei todas as minhas possibilidades. Eu gostaria que as pessoas se acostumassem com o fato de que não sou o meu irmão. Era ele o corajoso que nunca desistia.-ela começou a chorar ao dizer isso. Foi de partir o coração. Quis consola-la, mas não sabia como. Tentei me aproximar e abraçá-la, porém ela se afastou.

-Escute, me desculpe. Não quis te magoar. Esqueça, não precisa se envolver se não quer.-falei para acalmá-la.

-Não entendeu nada mesmo não é?-Eliza me perguntou soando furiosa. Ela se levantou e já estava a uma grande distância, quando se virou novamente pra mim.-Avise suas amiguinhas para me devolverem o livro ainda hoje, senão vou denunciá-las por roubo.-depois disso voltou a caminhar decidida e eu apenas a observei um pouco atônito.