Título: Enfrentando a pior das batalhas

Autora: Bélier

E-mail: belier.aries@bol.com.br

Categoria: Romance Yaoi

Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.

Resumo: Após os anos de exílio, Mu tenta reencontrar seu lugar dentro do Santuário. Seria esse lugar nos braços de outro cavaleiro? Alerta: Conteúdo Yaoi/Lemon.

Capítulo 6 - Rendendo-se ao inevitável

- Acho que não, Shaka. Eu e você não podemos mais ser bons amigos...

Virgem ouviu as palavras de Áries como se fossem chicotadas. Nunca em sua vida se sentira tão perdido quanto agora, mesmo com todos os seus anos de meditação e de total controle da mente.

Ele não conseguia acreditar naquilo, Mu não podia ser tão rancoroso. Será que aquele simples beijo o ofendera tanto assim?

Shaka tentou desesperadamente encontrar palavras para aquela situação, para tentar contestar o outro cavaleiro, mas chegou a conclusão que de nada adiantaria. Ele conhecia bem o homem sentado a sua frente, e sabia que para ele ter dito isso, era definitivo.

- Bem, eu... - Shaka pousou a caneca sobre a mesa cuidadosamente, e levantou-se, ajeitando inconscientemente sua túnica - Acho que não temos mais nada para conversar. Sinto muito por tudo, espero que com o tempo você possa me entender...

* * *

Mu assistiu a reação de Shaka. Notou que suas pálpebras tremiam, e com certeza lágrimas se escondiam por detrás delas.

Quando Virgem passou por ele, em seu caminho para a saída, Mu agarrou seu pulso firmemente e o puxou para se sentar ao seu lado.

Shaka se sentou desajeitadamente com um baque, confuso, uma única lágrima escapando de seus olhos fechados.

- Você não me entendeu. Eu disse que não podemos mais ser bons amigos...

- Não seja ridículo, eu entendi bem a sua vontade!

- Não podemos mais ser "só" bons amigos... - Mu corrigiu, enlaçando os ombros de Shaka e atraindo-o para perto de si. - Como você vem até mim, e me pede para sermos amigos, vestido assim... - Mu beijou delicadamente o pescoço do loiro, enquanto afastava seus cabelos dos ombros - Logo que eu te vi chegando, só tive vontade de fazer isso... - Mu arrastou sua boca até a base do pescoço de Shaka, mordendo de leve a pele alva. - E isso... - Continuou beijando e mordiscando o ombro nu do amigo, enquanto acariciava suas costas.

A lesão que Shaka sentia foi rapidamente substituída por euforia. Ia dizer alguma coisa quando Mu voltou a atenção para sua boca. O beijo foi delicado, apenas um toque.

- Por favor, Shaka, me diga... você quer mesmo esquecer o que aconteceu naquele dia? - Mu limpou delicadamente a lágrima do rosto do loiro, louco para ver seus olhos, mas sabendo ser impossível.

Outra lágrima solitária escorreu pelo rosto de Virgem. - É claro que não, eu... eu só não podia perder a sua amizade...

- Podemos ser mais do que amigos... podemos ser amantes... - Mu beijou novamente Shaka, desta vez de forma mais intensa, apertando-o de encontro ao seu corpo.

Shaka correspondeu alegremente. Agora que sua tristeza havia sido dissipada pela promessa do amigo, o desejo tomava conta de seu corpo rapidamente. Enlaçou Áries pelo pescoço, aprofundando o beijo, provando o sabor do mel que havia usado para adoçar o chá em seus lábios. Deixou que Mu explorasse sua boca, suas línguas se enroscando sensualmente.

Apesar de não estarem usando suas armaduras, como da outra vez, Mu ainda não estava satisfeito. Segurando Shaka firmemente pela cintura, ergueu-o levemente do sofá. Entendendo o recado, o loiro sentou-se sobre ele, apoiando-se nos joelhos, enfrentando-o. Os dois retomaram o beijo, saboreando o prazer do novo contato entre seus corpos. Nesta posição, a túnica de Shaka subiu até seus joelhos, e Mu aproveitou para acariciar as coxas do cavaleiro de Virgem, erguendo ainda mais o tecido. Os dedos de Shaka se entrelaçaram febrilmente nos cabelos de Áries, segurando sua nuca e puxando-o para si. Colou sua boca avidamente à do amigo, e beijaram-se durante longos minutos, buscando a satisfação de uma paixão adiada durante treze anos, seus movimentos tornando-se cada vez mais rudes, conforme seu desejo ia aumentando. Mu quebrou o contato, sem fôlego, deixando uma trilha de saliva quente escorrer até seu queixo. Não perdendo a chance, Shaka lambeu seu rosto, até alcançar novamente sua boca, mordiscando de leve seu lábio inferior, arrancando suspiros do outro cavaleiro.

Não resistindo à tentação, Shaka movimentou sedutoramente os quadris sobre os de Áries. Mu gemeu alto, ao sentir a ereção do amigo contra a sua própria, e segurou-o pela cintura, pressionando-o ainda mais contra seu corpo. Virgem ofegou, não acreditando em quão duro estava o amigo, e por sua causa!

Alcançando o ombro de Shaka, Mu afastou sua túnica, deixando seu peito totalmente nu. Novamente, voltou a beijá-lo no pescoço e ombros, provando o gosto doce de sua pele. O loiro tombou a cabeça, dando melhor acesso às carícias do amigo, seus longos cabelos espalhando-se por suas costas e acariciando gentilmente os joelhos de Áries. Mu afagou sem timidez um dos mamilos de Shaka, apertando-o levemente e sentindo-o enrijecer ao contato. Maravilhava-o perceber como o corpo do outro cavaleiro respondia às suas carícias. Querendo mais, desceu sua boca até alcançar o outro mamilo, rodeando-o com a língua, para depois sugá-lo suavemente.

Shaka arqueou as costas ao sentir o contato da boca molhada do amigo sobre aquele ponto sensível, e já não conseguia mais pensar coerentemente. Tudo que queria era apagar aquele fogo que o consumia por dentro. No entanto, Mu continuou a provocá-lo, acariciando-o, experimentando ao máximo todas as sensações, sem pressa.

Sem poder se conter mais, Shaka segurou firmemente o rosto do outro cavaleiro, fazendo-o parar com a agradável tortura para encará-lo. Mesmo de olhos fechados, ele conseguia sentir o desejo estampado no rosto de Mu, seus olhos verdes vidrados fitando-o.

- Mu, eu... preciso de você... - Shaka tinha que contar a ele, não podia mais esconder o que sentia. - Não é só desejo... Eu te amo. Sempre te amei, desde quando éramos crianças... - O cavaleiro de Virgem esperou apreensivo a reação de Áries, e por um momento sentiu medo de que ele o rejeitasse novamente.

Mu sorriu docemente, notando a apreensão do outro. - Shaka, eu também te amo... Sempre foi você. Mesmo quando estive longe do Santuário, sozinho em Jamiel, todas as minhas boas lembranças vinham dos momentos que passávamos juntos, treinando. Eu nunca te esqueci... - Mu segurou carinhosamente o rosto do amigo com as mãos, atraindo-o para um beijo cheio de ternura.

Shaka não cabia em si de felicidade, sentindo-se totalmente correspondido em seu amor. - Não se preocupe, você não vai mais estar sozinho... - Abraçou-se mais a Mu, afundando seu rosto em seus cabelos. - Não precisa mais viver de lembranças...

Mu abraçou-o forte, segurando-o firmemente pelos quadris e levantando-se do sofá. Ficou surpreso ano notar como Virgem era leve, apesar de seu corpo ser bem definido. Shaka enlaçou suas pernas na cintura do cavaleiro de Áries, enquanto este o levava para sua cama.

- Saiba que já tive fantasias a respeito dessa cama, hoje... - Shaka brincou, maliciosamente.

- E você nem imagina quantas noites de sono já perdi aqui, pensando naquele dia, no seu jardim... - Mu debruçou Shaka na cama, deitando-se sobre ele. Afastou os cabelos da testa de Virgem. - Queria tanto ver seus olhos, como daquela vez... Isso me deixa frustrado!

- Não se preocupe, o jardim vai continuar lá... - O semblante de Shaka entristeceu por um breve momento, mas logo voltou a sorrir quando Mu começou a acariciá-lo novamente.

Sem muita paciência, Mu terminou de despir Shaka, e parou para observar seu corpo perfeito. Logo o amigo chamou-lhe a atenção.

- O fato de eu não abrir os olhos não significa que não vejo nada... E no momento, estou vendo que você está muito vestido...

Mu retirou sua túnica e deitou-se novamente sobre Shaka, seus corpos nus se encontrando, como tantas vezes sentira em seus sonhos. Sustentando-se em um dos braços, Mu percorreu o corpo do loiro com a mão livre, enquanto se beijavam sofregamente. Demorou-se em suas coxas, acariciando-as, até alcançar o sexo pulsante do amigo. Shaka deixou escapar um gemido rouco, e ergueu levemente os quadris, buscando mais contato. Mu envolveu o membro de Shaka firmemente, deslizando sua mão num movimento compassado, espalhando com o polegar o líquido que já se formara na ponta, lubrificando-o, arrancando mais gemidos do loiro.

Virgem estava completamente entregue. Seus quadris se movimentavam no mesmo ritmo da mão de Mu, e ele podia sentir a ereção do cavaleiro de Áries, dura como pedra, empurrando contra sua coxa. Instintivamente, atraiu Mu para entre suas pernas, abrindo-as timidamente. Em nenhum momento Shaka duvidou da sua escolha. Ele queria ser possuído por Mu, e não o contrário.

Mu percebeu a intenção de Shaka, e quase perdeu o controle, ao ver o amigo se oferecendo a ele. Ajoelhou-se entre suas coxas, segurando-o firmemente pelos quadris, puxando-o para si. Shaka abriu mais as pernas, sentindo o sexo de Mu tocar-lhe as nádegas. Ele só esperava que todos os seus anos de meditação tornassem a dor que ia sentir mais suportável.

Não conseguindo mais se conter, Mu penetrou Shaka. Sua mente nublada pelo desejo tomou consciência do grito de dor do amigo, e por um momento, parou para não machuca-lo mais. Segurando Shaka delicadamente pelos ombros, mas sem quebrar o contato entre seus corpos, sentou-se na cama e puxou-o para junto de si, de forma que o cavaleiro de Virgem pudesse se sustentar em seus joelhos. O rosto de Shaka contraiu-se em dor novamente, mas Mu sabia que nesta posição, o amigo podia controlar os movimentos e conduzir a relação.

Shaka passou os braços pelos ombros de Mu, apoiando-se em seu peito, tentando se acostumar à dor. Sentiu os lábios do seu agora amante percorrerem seu pescoço, até alcançar sua orelha. Deixou escapar um gemido rouco, quando Mu introduziu sua língua dentro dela. O cavaleiro de Áries alcançou o sexo de Shaka entre seus corpos, e começou a estimulá-lo mais uma vez. Virgem sentiu sua excitação voltar aos poucos, sentindo pela primeira vez o prazer de ter Mu dentro de si. Logo, estava sobrepujado novamente pelo desejo.

- Shaka! - Sem que Mu esperasse, Shaka afundou os quadris, deixando-se ser penetrado completamente. Tentou se controlar para não acabar com tudo antes da hora, mas o sentimento de ter possuído totalmente o seu amado estava deixando-o louco. Segurou o loiro pela cintura com a mão livre, enquanto a outra continuava a agradável tarefa de estimular sua ereção, e incentivou-o a se mover sobre ele.

Shaka não precisava de incentivos, e ergueu-se levemente, para logo em seguida abaixar-se novamente sobre o membro de Mu. O cavaleiro de Áries estremeceu, sua respiração pesada e entrecortada traindo sua falta de controle. Virgem iniciou uma dança cadenciada sobre Mu, subindo e descendo devagar, sentindo a dor desaparecer, enquanto ondas de prazer percorriam seu corpo. Logo perdeu o domínio da situação, sentindo o orgasmo se aproximar, e seus movimentos tornaram-se mais rápidos.

- Shaka, eu... - Mu não conseguiu terminar a frase, pois sentiu o amante estremecer, seu sêmen quente cobrindo sua mão e abdômen, ao mesmo tempo em que gritava seu nome, em êxtase. Sem conseguir se segurar mais, Mu gozou também, cada movimento seu dentro de Shaka aumentando o prazer do loiro.

Os dois cavaleiros continuaram unidos, sentados, suas respirações voltando ao normal. Seus cabelos úmidos se misturavam, caindo sobre seus ombros, e seus rostos colados deixavam transparecer uma satisfação que apenas aqueles que se amam podem ter.

Mu foi o primeiro a se mover, afastando gentilmente a franja molhada de Shaka de seu belo rosto. Olhou para seu amante, segurando-o delicadamente pelo queixo, procurando guardar na memória para sempre aquela primeira visão, depois de terem feito amor. Sentiu novamente pesar por não poder ver seus lindos olhos. Lendo seus pensamentos, Shaka sorriu. - A próxima vez vai ser no meu templo... - Falou baixinho, deixando o convite no ar.

Mu beijou-o de leve, concordando. - Eu te amo...

Deitou-se na cama, trazendo Shaka junto com ele. A luz do lampião iluminava suavemente seus corpos nus, cansados. O cavaleiro de Virgem aninhou-se no peito de Mu, que o enlaçou com os braços, protetoramente. - Que bom, por que eu também te amo, e não vou mais deixar você ir...

Mu sorriu, e sentiu o sono invadi-lo. Finalmente ele ia poder dormir tranqüilo, sabendo que ter Shaka em seus braços não era mais um sonho, e sim uma realidade.

Continua