N/A: Desculpem pela demora, foi terrível para escrever esse capítulo, sofri um sério bloqueio... Mas de qualquer maneira, aqui está ele, espero que gostem! Deixem suas reviews!
Aquela Magia Antiga 3
Capítulo 1 – Explicações para Remus
Remus ainda estava na enfermaria quando Ruby entrou. Andrew já havia sido liberado, e fora dormir. Era plena luza do dia. Ruby procurou o lobisomem. Acabou o vendo deitado em uma das ultimas camas da ala hospitalar. Andou até ele, e ficou surpresa ao ver que Remus estava acordado.
O lobisomem a olhou. A expressão da ruiva era gelada, e ela o olhava com tanto ódio que Remus achou que ela iria lhe matar ali mesmo.
- Parece que eu e você estamos presos juntos por mais um mês. – ela disse, secamente.
- O que você quer dizer com isso? – indagou Remus, tentando em vão fazer o mesmo tom seco de Ruby.
- Dumbledore me pediu para descobrir que tipo de lobisomem você é. Para isso, teremos de conviver juntos por um mês. Não é fácil, há muitos tipo de lobisomem.
- E você aceitou? – ele perguntou, incrédulo.
- Sim.
- Por que?
- Porque você acha? Eu estou sendo muito bem paga, obviamente. Ou você acha que eu simplesmente iria te ajudar de livre e espontânea vontade? Cai na real, Lupin!
Remus revirou os olhos. Um mês com uma mulher que não queria vê-lo nem pintado de ouro. Era simplesmente tortura!
- Você vai ficar aqui em Hogwarts ou teremos que ir para outro lugar? – ele perguntou.
- Iremos para outro lugar. Nesse exato momento, Dumbledore está arrumando a Casa dos Gritos.
- A Casa dos Gritos?
- Até parece que você não viu o estado daquilo, Lupin. Foi você mesmo que fez o estrago. Nós iremos morar lá.
- Morar? Eu e você?
- Por Merlim, além de lobisomem, você é surdo e burro? – Ruby já estava irritada. – Sim, morar lá, Lupin! Ou você acha que nós iremos ficar perambulando pelo castelo? Ficaremos na Casa dos Gritos por um mês, sem contato com qualquer outra pessoa ou criatura.
Dessa vez, Remus riu, de nervoso.
- Você só pode estar brincando!
- Eu por acaso estou fantasiada de palhaça? É lógico que eu não estou brincando! E isso me desagrada tanto quanto a você. Francamente, ficar trancada por um mês podendo falar apenas com um maldito lobisomem não é exatamente a minha idéia de diversão!
Remus se calou diante da explosão de Ruby. Não conseguia entender esse ódio tão grande que Ruby nutria por lobisomens. Claro, ela era uma caçadora, mas caçava também vampiros, mas ela tinha até um amigo vampiro. Por que diabos ela odiava lobisomens e não vampiros? Ele nem ousava perguntar. Ela estava com uma expressão tão fria que ele achou melhor ficar quieto.
- Nós iremos dentro de dois dias. Aproveite seus dias aqui na enfermaria, Lupin. – ela terminou, áspera, e logo depois se retirou.
Evelyn Greenstone entrou na ala hospitalar, com uma expressão curiosa. Ela parecia quase divertida, e se dirigiu a Remus.
- Está tudo bem? Acabei de esbarrar com Ruby saindo daqui, e ela parecia mais irritada do que o habitual.
- Acho que ela sempre se irrita quando vê lobisomens.
- Sinto muito pela poção, Remus.
- Eu também. – ele sorriu. – Mas não posso ficar me remoendo. Talvez haja outra chance. Ruby vai descobrir que tipo de lobisomem eu sou.
- Ela vai te ajudar? – Evelyn indagou, surpresa.
- Dumbledore vai pagá-la muito bem, obviamente. Ela nunca faria isso de graça. Estou preso com a caçadora por um mês na Casa dos Gritos, sem nenhum contato com o mundo exterior.
- Você só pode estar brincando!
Remus gargalhou.
- Essa foi exatamente a minha reação quando ela me contou.
- Meus pêsames!
Os dois ficaram em silencio por um minuto, e logo depois Remus perguntou:
- Evelyn, você sabe porque ela é assim?
- Não exatamente. A única pessoa quem sabe, além da Ruby, é a Sapphire. Lea nunca me contou, apesar de eu ser muito amiga dela, e eu respeito, claro. Trata-se da irmã dela. Mas a Ruby não foi sempre assim, sabe.
- Não?
- Ela era bem alegre. Eu era até bem amiga dela, porque ela estava sempre com a Sapphire. O que eu sei é que quando Ruby tinha vinte e um anos, ela tinha um noivo, Joseph. Já estavam de casamento marcado quando ele morreu. Ela, claro, sofreu demais, mas acabou superando. Acabou se virando apenas para o trabalho, assim conseguia desviar a cabeça. Eu nem sabia o que ela fazia na época, Sapphire acabou de me dizer que ela trabalhava no Ministério. Seis meses depois da morte de Joseph, eu estava jantando com Sapphire na casa delas, e Ruby chegou. Ela tinha vários hematomas no rosto, e suas roupas estavam todas rasgadas. Sapphire logo ficou doente de preocupação e eu, não querendo causar problemas, fui embora. Não vi Sapphire e Ruby por uma semana.
- O que aconteceu então?
- Acabei telefonando para Sapphire, preocupada, e ela veio até a minha casa. Não disse o que aconteceu naquela noite, mas disse que Ruby tinha sido transferida para a Alemanha. Nunca mais a vi. Sei que ela se encontrava com Sapphire e as outras irmãs mais ou menos uma vez por ano, mas nunca mais falei com Ruby. Agora eu sei que foi depois daquela noite ela se tornou caçadora. Pode acreditar, Remus, eu fiquei muito surpresa quando vi Ruby no casamento. Ela está tão mudada. Parece dez anos mais velha do que realmente é, e é tão fria!
- Algo muito ruim deve ter acontecido naquela noite.
- Eu não tenho dúvidas disso. Para mudá-la de tal maneira...
Remus sorriu de leve.
- Bem, não adianta ficarmos especulando. Talvez nunca venhamos a saber. Sapphire não contará a ninguém, e muito menos Ruby. Uma pena. Talvez, se ela se abrisse, as coisas melhorariam. Mas é uma escolha dela.
- Eu sei. Mas sinto falta da velha Ruby.
Evelyn sorriu para Remus, desejou boa-sorte, e logo depois se retirou da enfermaria.
~*~
Madame Pomfrey liberou Remus naquela mesma noite, e ele foi diretamente ao quarto de Sapphire. Ela precisava saber que ele iria passar um mês trancado com a irmã dela na Casa dos Gritos, e quem sabe assim, Sapphire dissesse alguma coisa a mais sobre Ruby.
Sapphire estava com Sirius, e Remus internamente agradeceu por ter batido numa hora em que eles não estavam fazendo nada de mais. Ele se sentou, e olhou para os dois amigos, sorrindo.
- O que foi? Por que você está olhando assim pra gente? – perguntou Sapphire.
- Nada. Estou feliz por vocês. – respondeu Remus, sorrindo mais abertamente.
Sirius suspirou de alivio. Por mais que soubesse que Sapphire e Remus tinham conversado antes sobre serem apenas amigos, ele ainda tinha um pouco de receio em relação ao amigo.
- Pra quando é o casório?
- Remus! Nós acabamos de começar a namorar! – exclamou Sapphire, indignada.
Ele sorriu. Logo depois, lembrou-se de Ruby.
- Sapphire, sua irmã vai ficar aqui durante um mês para me ajudar.
- Fiquei sabendo. Ela disse que Dumbledore pagou a ela. E que vocês vão ficar presos na Casa dos Gritos. Só não te dou meus pêsames por que ela é minha irmã. Mas não vai ser fácil, Remus.
- Eu sei. Mas o que posso fazer? Ela é única por aqui que pode me ajudar. Estamos indo depois de amanhã.
- Eu te ajudo a arrumar suas coisas. Sei exatamente o que você tem que levar, é com a minha irmã que você vai ficar. A propósito, você sabe cozinhar? Se não sabe, vai morrer de fome. Ruby se recusa a entrar na cozinha há anos.
- Então quem vai morrer de fome é ela. Eu cozinho para uma pessoa.
Sirius sorriu. Sapphire já tinha dito que Ruby era uma pessoa extremamente difícil de se lidar. Mas ele conhecia o amigo, e sabia que Remus podia ser terrivelmente teimoso quando quisesse. Não sabia de quem sentia mais pena, se era de Ruby ou de Remus.
Continua...
