N/A: Hmmm, espero que vocês gostem desse capítulo, eu amei escrevê-lo. Deixem sua reviews!

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Aquela Magia Antiga 3

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Capítulo 2

O dia marcado para Remus e Ruby irem para a Casa dos Gritos não demorou a chegar. Ruby foi levar Andrew embora; o vampiro não tinha vontade alguma de ficar no castelo esperando a caçadora por um mês, então os dois combinaram que ele voltaria quando o retiro de Ruby terminasse. Remus se despediu de Sapphire, Sirius e Evelyn, com recomendações que nenhum deles se casassem sem a presença dele; ele fazia questão de comparecer a todos os casamentos. Sapphire e Sirius nem de casamento marcado estavam, mas Remus não perdia a piada. O lobisomem se despediu de Dumbledore já agradecendo o esforço que o diretor estava fazendo para ajudá-lo, e até tentou dizer um "até logo" simpático para Snape, mas o professor de Poções respondeu apenar com um aceno de cabeça. Evelyn o repreendeu por isso.

Remus chegou primeiro na Casa dos Gritos, e ficou surpreso com o que viu. Ele sabia que o diretor havia ajeitado a Casa, mas imaginou que seria apenas o suficiente para duas pessoas poderem morar. Estava redondamente enganado.

A Casa dos Gritos mais parecia um palacete por dentro. A sala de estar estava ricamente decorada com vários quadros e estantes de livros. Havia uma enorme lareira, de frente a um sofá igualmente enorme, e duas poltronas marrons. Ele foi andando pela casa totalmente abobado. Haviam duas suítes, e ele logo tratou de escolher uma. Escolheu a mais simples; não fazia questão de nada muito luxuoso, e não queria arranjar problemas com Ruby. A cozinha era espaçosa, e o armário estava tão cheio de suprimentos que Remus achou que aquilo daria para sustentá-los por um ano.

- Você nasceu lobisomem ou foi mordido por um?

Remus quase pulou de susto. Estava tão admirado com a casa que não ouviu Ruby chegando; ele se virou e ela estava o olhando com uma cara de tédio profunda, já acomodada no sofá.

- Fui mordido.

- Quando?

- Eu era pequeno, devia ter uns cinco anos. Você vai fazer um interrogatório?

- Obviamente. Você quer ou não que eu descubra que tipo de lobisomem você é? Quanto mais você me falar, mais rápido vai ser. Depois só vou ter que analisar suas atitudes.

Ele suspirou. Nunca gostara de falar sobre a sua licantropia, mas não havia outro jeito. Ele se acomodou numa das poltronas, e olhou a caçadora.

- Está bem, pode começar.

- Onde você foi mordido?

- Nas costas.

- Não, pequeno imbecil, em que parte do mundo? – ela já estava visivelmente irritada com a situação, mesmo tendo se passado menos de cinco minutos.

Remus a olhou com raiva. Se ela ficava irritada com tão pouco tempo, o que um mês faria a ela? Ele agora tinha certeza que seria o pior mês de sua vida.

- Na Inglaterra mesmo. Nos arredores de Londres.

- Eu vou precisar da localização exata.

- Eu tinha cinco anos, Carter. Você acha que eu lembro exatamente de onde eu estava?

- Alguém sabe? Seus pais, por exemplo?

- Eles sabiam, mas estão mortos.

- Você os matou?

Ele sabia que ela estava o provocando, mas ele não ia ficar ali para escutar. Ela podia ser extremamente cruel quando queria, e não parecia estar se importando se ele gostava ou não que falassem dos pais dele. Ele se levantou, e sem dizer uma palavra, se dirigiu até a cozinha. Ruby foi atrás.

- Lupin, eu tenho que terminar o interrogatório.

Ele não respondeu. Começou a tirar uma porção de coisas do armário, e Ruby perguntou:

- O que diabos você está fazendo?

- Não deu pra perceber? Está óbvio que eu vou fazer comida. Você, sendo o ser inteligentíssimo que julga ser, devia ter percebido!

Ela o fulminou com o olhar, depois deu de ombros e saiu da cozinha. Também estava com fome e poderia terminar o questionário mais tarde.

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Remus reapareceu na sala um pouco mais tarde. Trazia consigo um prato de comida, e se dirigiu a uma das estantes. Escolheu um livro pesado, e se sentou em uma das poltrona. Abriu o livro, e colocando o prato em cima de uma almofada, começou a comer.

Ruby se levantou do sofá, e foi até a cozinha, sem ver o sorriso maroto no rosto de Remus. Ela estava de volta em menos de um minuto.

- Onde está a comida? – ela indagou, áspera.

Ele não respondeu, apenas apontou para o prato.

- Eu estou vendo o seu prato! Eu quero saber onde está o resto do que você cozinhou!

- Que resto?

- O resto, Lupin! Para eu comer!

- Não tem resto.

Ele voltou ao seu livro, tentando não demonstrar o quanto estava satisfeito com aquela situação.

- Como não tem resto? Você só cozinhou isso? Eu vou comer o quê?

- O que você quiser, você pode escolher o que quiser cozinhar.

- Eu não cozinho. Achei que você ia fazer comida suficiente para os dois.

- Por que eu faria?

- Por que eu estou aqui para te ajudar!

- Você está sendo paga para isso.

Ela não respondeu. Apenas bufou, muito irritada.

- Tem alguma coisa pronta naquele armário?

- Não sei, procure. Agora, você pode me deixar ler?

Ruby quase sacou a varinha naquele momento. Achava um absurdo que um reles lobisomem estivesse a desafiando daquela maneira. Ela foi até a cozinha, e revirou o armário. Achou apenas um pacote de biscoitos, e ela teria de ficar ali um mês. Quando estava caçando, só sobrevivia porque Andrew sabia cozinhar; ela raramente entrava na cozinha. Ela quase sentiu falta do amigo naquela hora. Quase, por que Ruby bloqueava qualquer sentimento que poderia trazer dor a ela. Na verdade, ela bloqueava qualquer sentimento. Não sabia definir o que sentia por Andrew. Ele tinha uns seiscentos anos, e conseguia ser antiquado às vezes. Ela agradecia por ele não ser antiquado quando os dois iam para a cama.

Mas ela não o amava, de jeito nenhum. Apenas o achava uma pessoa útil. Ele cozinhava para ela, e ajudava nas lutas com lobisomens. Quando ela estava caçando vampiros, ele não se intrometia; muito pelo contrario, muitas vezes pedira a ela para caçar apenas lobisomens. Desnecessário dizer que ela não o escutava. Ela sabia que ele a amava, e não conseguia entender porquê. Esse amor que ele sentia a irritava; Andrew era extremamente possessivo. Com exceção das suas irmãs, ninguém chegava perto dela, e ele só não tinha armado um escândalo com a situação que a caçadora se encontrava por que sabia do ódio dela por lobisomens.

Ruby, por mais que andasse sempre ao lado de Andrew, sabia que só sentiria falta do vampiro em situações assim, quando precisasse. Algumas vezes, achava injusto não conseguir gostar dele, mas sempre acabava se convencendo que era melhor assim. Apaixonar-se por um imortal era quase tão absurdo quanto ela se casar com um lobisomem.