N/A: Bom, eu não ia colocar esse capítulo, por que eu estou sofrendo um sério bloqueio, estou sem inspiração nenhuma para escrever... Esse capítulo já está pronto faz tempo, mas eu não gosto de publicar um capítulo sem ter o próximo capítulo pronto. E bem, apenas o primeiro parágrafo do capítulo seis está pronto. Mas faz muito tempo que eu não atualizo, e eu recebi um e-mail MARAVILHOSO da Ju, que me encorajou demais. Nossa, fiquei até emocionada. Então, esse capítulo é para ela! Espero que vocês todos gostem! E obrigada a todos pelas reviews, significa muito para mim! Vou fazer o máximo para sair desse bloqueio maldito!
Aquela Magia Antiga 3
Capítulo 5 – Theodora e Joseph
Ruby melhorou consideravelmente, e Remus até achou que ela estava mais corada. Ele não tinha esquecido que queria conversar com ela, então quando ela se acomodou no sofá, mais tarde naquela noite, ele se sentou ao lado dela.
Ela o olhou com desprezo.
- O que você quer?
- Fazer um trato.
- E o que é?
- Eu falo sobre Theodora James, que eu sei que você quer saber, e você me fala sobre o lobisomem que te machucou.
Ela não respondeu. Estava realmente curiosa para saber mais sobre Theodora. Mas isso significava que ela teria que falar sobre o seu passado, coisa que ela não fazia nem com Andrew. Ele sabia o que tinha acontecido, mas os dois nunca tocavam no assunto. Ela ponderou. Remus certamente não iria sair contando para ninguém, e talvez assim, sabendo o que tinha acontecido, ele parasse de irritá-la com perguntas.
- Está bem. Mas eu vou perguntar primeiro.
- Então pergunte. Mas saiba que você vai ter que responder o que eu perguntar depois.
- Eu sei. Onde você conheceu a James?
- Ela estava fugindo de caçadores numa floresta perto da casa em que eu morava. Eu a vi correndo, e a abriguei em casa. Theo estava muito machucada, então cuidei dela. Quando ficou boa, acabou permanecendo na minha casa. Eu sabia que ela era uma vampira, então contei que era um lobisomem.
- Ela não se importou.
- No começo ela se mantinha afastada, mas depois viu que eu não queria brigar. Viu que eu não ligava para essa rivalidade entre lobisomens e vampiros.
- E vocês logo ficaram juntos.
- Não foi tão logo assim. Demorou alguns meses. Mas sim, nós ficamos juntos. Eu era muito jovem naquela época, tinha meus dezenove anos. Ela já tinha seiscentos. Era uma grande diferença, apesar de ela aparentar sempre juventude.
- Vampiros aparentam sempre a idade que tinham quando foram mordidos.
- Eu sei. Ela foi mordida com vinte anos. Nós ficamos dois anos juntos. Eu não vi que o que ela mais queria era sobreviver, e poder sair daquele confinamento que nós vivíamos. Sair sem medo de ser pega.
- Por isso ela deixou você mordê-la. Para impedir caçadores de pegá-la, porque ela sabia que dessa maneira ficaria mais poderosa.
- Sim. Nós terminamos logo depois disso. Eu me senti traído. Ela foi embora, mas me mandava cartas de vez em quando. Sei que ela nunca foi pega, que os caçadores mal conseguem chegar perto dela. Fico feliz com isso. Apesar de não concordar com o que ela fez, não quero que ela morra.
- Você ainda a ama?
- Não. A tenho em grande consideração, Theo é uma boa pessoa, apesar de tudo.
- Você sabe que ela transformou muitas pessoas em vampiros, não sabe?
- Sei. Mas isso faz muito tempo. Ela não transforma ninguém há uns vinte anos.
Ele pausou. Fazia muito tempo que não falava dessa maneira sobre Theo. Nem mesmo Sirius perguntava muito, e Remus nunca fizera muita questão de contar.
- Ela nunca matou ninguém.
- Não. Ela fez pior. Ela transformou pessoas em imortais sem nem perguntar se elas queriam viver para sempre.
Remus não respondeu. Ele sabia que Ruby tinha razão.
- Você quer viver para sempre? – ele perguntou.
- Não.
- Por quê?
- Não tem graça. Você se acomoda se sabe que não vai morrer nunca. E depois de um tempo, acaba se entediando.
Ele riu. Remus conhecia muitos bruxos que dariam tudo para ter a imortalidade.
- Tem mais alguma coisa que você queira saber sobre a Theo?
- Não. Então acho que é sua vez.
- Está bem.
Ele suspirou. Mal sabia por onde começar.
- Por que você odeia lobisomens?
- Já disse. São todos mesquinhos e assassinos.
- Você disse que um deles fez algo para você. O que? Eu também quero saber a historia toda.
Ruby se remexeu no sofá. Ela tinha prometido, e não era mulher de faltar com a palavra. Ela sabia que não tinha outra escolha a não ser contar tudo.
- Quando eu tinha vinte e um anos, tinha um noivo, chamado Joseph. Nós íamos nos casar quando ele morreu. Ou pelo menos foi o que eu achei. Os pais dele providenciaram um enterro bonitinho e tudo o mais. Eu me afundei no trabalho, para conseguir esquecê-lo. Seis meses depois, numa noite, eu estava saindo tarde do trabalho quando me deparei com um homem, em um beco escuro. Acendi minha varinha, e quase desmaiei quando vi o rosto do homem.
- Joseph.
- Sim. Ele não estava morto como eu achava. Eu o abracei, chorando, e ele foi frio. Estava muito diferente. Eu perguntei o que tinha acontecido, mas ele não respondia, apenas ficava me olhando.
Ela pausou, relembrando os eventos daquela noite. Ele produziu um copo de água com a varinha e deu a ela.
- Ruby, vai ser melhor se você falar. – ele não percebeu que tinha chamado a caçadora de Ruby e não de Carter.
Ela fez que sim com a cabeça, e continuou.
- Joseph segurou meus braços com força, e eu pedi para ele me soltar. Estava com medo, aquele não era o Joseph que eu conhecia. Ele me bateu seguidas vezes em várias partes do corpo, e por fim...
- Ele te estuprou. – Não era uma pergunta.
- Sim. Ele me estuprou. Várias vezes em uma única noite. Quando ele se cansou, a lua cheia apareceu, e eu vi, pouco antes de perder a consciência, Joseph se transformando em lobo. Ele foi embora, e me deixou lá. Quando acordei, senti um ódio imenso. Voltei para casa e no dia seguinte me tornei caçadora.
Ele não disse nada. Achava, agora, perfeitamente compreensível o ódio que ela nutria por lobisomens. Ela tinha lágrimas nos olhos, mas não deixava cair. Não choraria na frente dele.
- Eu o matei. Joseph foi o primeiro que matei.
- Ruby, você não pode odiar todos os lobisomens por causa dele. Fazendo isso, você deixa Joseph dominar sua vida. E era isso o que ele queria. No fim, ele vence, mesmo morto.
- Eu sei. Mas eu não consigo.
Num impulso, ele a abraçou. Pela primeira, ela não ofereceu resistência. Ela se agarrou a ele com toda a força que possuía, deixando as lágrimas caírem livremente.
