4. Acreditando

Durante as semanas seguintes, Filch e Hagrid tiveram um cuidado especial em manter as crianças longe da Floresta Proibida. No almoço de domingo, Dumbledore fez questão de lembrar que qualquer um que fosse visto após o campo de quadribol iria ficar de detenção por duas semanas. E detenção do pior tipo.

Laurel suspirou e evitou o olhar de Serene. Sua colega de quarto a havia torturado várias vezes após ter pegado Laurel entrando escondida no quarto depois da meia-noite. Ela não deu nenhuma explicação para a colega, mas após Laurel passar o sábado inteiro limpando as prateleiras da biblioteca, Serene poderia tirar suas próprias conclusões.

Após o almoço ela olhou para os alunos saindo para a liberdade, almejante. Novamente ela se sentiu uma adolescente, de castigo. À sua frente ainda havia mais cinco horas de trabalho com o espanador.

Mas até que não era tão ruim. Afinal, aquelas prateleiras não eram limpas havia anos, e os livros pediam mais por uma leitura do que por uma limpeza. Madame Pierce, a bibliotecária, nunca checava a detenção de Laurel, parecendo satisfeita se ela chegasse e saísse no horário e mantivesse silêncio lá. Sendo assim, Laurel passava o tempo lendo, em vez de tirar a poeira.

Os finais de semana eram quietos na biblioteca. A maioria dos alunos evitava o lugar, se possível. Somente Hermione Granger aparecia para re- estocar sua matéria de literatura antes de sair para Hogsmeade com os amigos.

Laurel se fez confortável em cima da escada e começou a ler um volume colorido de "Hogwarts, Ficção e Fatos", quando uma figura de capa escura entrou na biblioteca e cumprimentou Madame Pierce, secamente.

Do seu ponto alto na escada, Laurel observou Snape destrancando um grande volume de couro da sua estante, na Seção Restrita. Ele levou o livro até uma das mesas, colocou a mão sobre o livro, pegou sua varinha e lançou um feitiço, impedindo que ele arrancasse seus dedos. Somente então ele o abriu, fazendo algumas anotações num pedaço de pergaminho.

O sol de fim de tarde enchia a biblioteca com seus raios e fazia a poeira brilhar como ouro.

Snape fechou o livro, mas ao invés de devolvê-lo para seu lugar, ele apenas ficou sentado, recostando a cabeça na prateleira atrás dele de olhos fechados. Pela primeira vez, Laurel o via totalmente relaxado, sem barreiras. Seu rosto parecia bem mais jovem e ao mesmo tempo mais cansado e vulnerável. Seus longos cílios pretos formando sombras crescentes no seu rosto.

Laurel se sentou no último degrau da escada e abraçou os joelhos. Ela não se atrevia a se mexer. Ele ficaria aborrecido se soubesse que ela o estava observando. Ele era a pessoa mais fechada que ela já havia conhecido.

"Pare de ficar me olhando, Srta. Hunter." Sua voz era firme, mas pelo menos não tão fria quanto ela sabia que poderia ser.

Ela corou. "Sinto muito."

"Você parece estar bem satisfeita com a sua detenção."

"Eu estou limpando as prateleiras." Ela tossiu.

"Parecia que você estava consolando livros solitários, na minha opinião."

"Alguns desses livros não são abertos há anos," ela admitiu. "Um pouco mais de pó não fará mal a eles. O que eles querem é serem lidos."

Ela colocou o livro que protestava levemente de volta ao seu lugar na prateleira e começou a descer a escada.

O professore de poções viu ela limpando a barra das vestes, tirando pequenas bolas de poeiras com as mãos. Assim que ela se curvou, Snape percebeu o decote nas roupas dela. Com surpresa e ressentimento, ele sentiu seu corpo reagindo na mesma hora. Ele não tivera uma mulher fazia algum tempo, mas ele sempre se orgulhara do seu alto-controle.

Ele lançou um olhar carrancudo e viu com satisfação que ela deu um passo para trás. Mas ela ajustou a postura e o encarou de volta. Ele tinha que admitir que ela tinha mais coragem que a maioria dos alunos. Apontando para o livro em cima da mesa, ela perguntou: "O que você está lendo?"

"Eu estava procurando a receita de uma poção."

"Uma receita? Pensei que você soubesse todas de cor?"

"Nem mesmo eu..."

"O grande mestre de poções de todos os tempos."

"Como?" Ele olhava para ela incrédulo.

Laurel corou. "Desculpa. Não era pra soar assim.É só como Serene o chama sempre. O melhor mestre de poções do mundo mágico."

Seu semblante frio se partiu. "Eu acredito que devo me sentir lisonjeado."

"Acredito que sim." Ela sorriu. "Que poção você está procurando?"

"Já encontrei" Ele apontou para o pergaminho. Sua letra era clara e generosa. Laurel conseguiu decifrar a palavra Wolfsbane antes que ele enrolasse o pergaminho firmemente e o guardasse em suas vestes. "Wolfsbane? Você está preparando remédio para lobisomens, professor?"

Ele fez uma cara de choque teatral. "Não me diga que você anda estudando, Srta. Hunter?"

Laurel deu de ombros. "Eu não vou sair daqui antes que consiga fazer alguns feitiços e outras coisas."

"Poções não são... coisas!"

"Eu sei..." Ela suspirou fundo. "É uma arte sutil."

Ele se inclinou para trás, recostando na prateleira. "Ainda odeia Hogwarts?"

"Eu não... odeio." Ela admitiu. "Eu só quero ir para casa. Aqui eu me sinto inútil e estúpida a maior parte do tempo. Tem feitiços que eu nunca vou conseguir fazer por mais que eu tente!"

"Você não precisa saber todos os feitiços que existem."

"Eu preferiria não ter que saber todas as poções..."

"Bela tentativa, srta. Hunter. Mas deixe-me dizer, você não é nem inútil nem... estúpida."

Os olhos dela viram, com surpresa, sinceridades nos olhos dele. "Você está falando sério?"

Exasperado, ele deu uma risada sarcástica, já familiar para Laure. "Eu sou conhecido por não elogiar alunos que não mereçam."

"Na verdade você é conhecido por não elogiar nem aqueles que merecem."

Snape balançou a cabeça, se sentindo um tolo. Por que ele estava ali, aconselhando Laurel Hunter, quando ele nem mesmo havia aprovado a turma adulta no início?

"Por que este daqui estava acorrentado na prateleira?" Ela perguntou, apontando para o livro.

"Porque ele é perigoso."

Ela balançou a cabeça, irritada. "Eu pensei que vocês bruxos fossem mais inteligentes do que nós trouxas. Mas vocês são tão ignorantes quantos. Livros não são perigosos, ignorância é."

Ele bufou. "Acredite, Srta. Hunter, esse livro é perigoso. E você não é mais uma trouxa, lembre-se. Você é uma de nós, tão ignorante quanto um de nós."

"Então me diga. O que há de tão perigoso nesse livro?"

"Abra-o," Ele balançou a cabeça na direção do pesado volume na mesa. Mas quando ela esticou a mão, ele pegou o braço dela, tirando sua mão de perto do livro. Seus olhos se estreitaram, com desconfiança. "Você não estava brincando? Você realmente não sabe, não é?"

Ela olhava confusa para ele. "Não sei o que?"

Ao invés de responder ele pegou uma régua de madeira que algum aluno havia esquecido na mesa ao lado. Afastando Laurel com um dos braços, ele usou a régua para abrir a capa do livro. O choque nos olhos dela quando viu a régua sendo estraçalhada em pedacinhos de madeira animaram Snape um pouco.

"É por isso que mantemos alguns livros acorrentados e na seção restrita. Outros não irão arrancar seus dedos fora, mas podem envenenar sua mente. Eles são igualmente perigosos se você não souber como lidar com eles."

Snape pegou sua varinha. Com um feitiço rápido, o livro se acalmou e ele pode coloca-lo novamente no seu lugar, acorrentado. Quando ele se virou, Laurel continuava olhando para ele.

"Como vocês podem viver num mundo desses?" Foi o que ela conseguiu dizer, seus olhos se enchendo de lágrimas. "Com unicórnios, poltergeists e livros que mordem?"

Ele deu de ombros e se aproximou, percebendo a claridade quente do cabelo e pele dela. "Como trouxas vivem num mundo com automóveis, metralhadoras e... como vocês chamam aquilo, CCs?"

"CDs. Vocês não têm Cds aqui, não é?"

Ele pegou a mão dela, levando-a para uma prateleira superior repleta de centenas de conchas marinhas. Ao acaso, ele pegou uma concha rosa, segurando-a perto do ouvido de Laurel. Uma linda voz cantava uma canção triste sobre uma garota perdida na floresta. Laurel fechou os olhos. A música era encantadora, quase hipnotizante, e quando Snape colocou a concha novamente na prateleira, ela sentia como se tivesse perdido algo realmente precioso.

"Isso é música restrita. O canto da Sereia." Ele a olhava cuidadosamente. "Nunca escute uma dessas sozinha. Você não será capaz de parar."

"É lindo..." Mais uma vez ela teve a sensação de estar afundando nos olhos dele. Ela piscou. "Obrigada por me deixar escutá-la."

Eles estavam próximos. Assim como na Floresta Proibida, ela percebeu o quão alto ele era. Se ela se aproximasse mais uns centímetros, sua cabeça repousaria no ombro dele. Ele parecia contido e calmo, como sempre, e de repente Laurel corou, embaraçada. Por que seu coração estava batendo como se ela tivesse corrido por quilômetros?

Snape podia ver uma sombra esverdeada nos olhos castanhos dela, junto com seus cílios pretos. Ela não hesitou e encarou seu olhar com tranqüilidade. Mas a mão que ele ainda segurava tremeu.

"Você está com frio?"

"Você está?" Ela replicou, murmurando.

Mais tarde naquele dia, Snape repetiu para si mesmo inúmeras vezes que aquele beijo tinha sido um erro, que ele não iria cometer novamente no futuro. Mas naquele momento, tanto seu corpo quanto sua mente concordavam que um beijo era a ação mais sensata e apropriada.

Ele fechou seus dedos sobre o pulso dela, puxando-a mais para perto de si e sentindo o coração acelerado.

Sua outra mão escorregou para a nuca dela.

"Eu estou congelando."

Ele disse suavemente, seus lábios distantes apenas centímetros dos dela. Por um momento ele deixou que o calor dela o envolvesse. Então ele a beijou.

Laurel sentiu uma onda de contentamento subir do seu estômago para sua cabeça. Os lábios dele eram quentes, o toque suave, para sua surpresa, mas também apenas por um curto momento. Ela não teve chances contra a força com que ele possuía sua boca. Não que ela tenha pensado em resistir. Era intoxicante demais o gosto de sua língua explorando sua boca, a pressão do corpo dele contra ela. Ela acompanhava e respondia cada movimento dele.

Snape queria se livrar do auto-controle com que ele aprendera a viver e simplesmente deflorar a boca dela. As mãos suaves dela subiram até seu ombro. Ele estremeceu quando ela começou a acariciar suas costas com movimentos gentis. Mas naquele momento ele não se importou.

Ele percebeu o quanto a queria. Desesperadamente. Sua aluna. Por Merlin, sua aluna! Focando na dor que sentia, ele se afastou dela.

"Sinto muito, Srta. Hunter," Ele disse, secamente. "Minha conduta é imperdoável."

Ela tocou os próprios lábios com os dedos trêmulos, o rosto vermelho. "Sente muito?"

"Eu devo relatar ao diretor Dumbledore tudo o que aconteceu aqui."

"Não!" Ela segurou a manga das vestes dele, o segurando. "Por favor, não faça isso."

"Dessa vez fui eu quem quebrou as regras. Eu sou um professor, você é uma aluna, Srta. Hunter. O que aconteceu foi inteiramente minha culpa e eu devo enfrentar as conseqüências."

Brava, ela interrompeu o pequeno discurso dele. "Não! Não vai ser você que terá que enfrentar as conseqüências! O Ministério irá te agradecer por isso. Eles descordaram de Dumbledore desde o início. Eles irão cancelar as aulas para os alunos adultos assim que souberem o que aconteceu."

"Você espera que eu..."

"Oh, por favor. Pare de se preocupar com suas preciosas virtudes e orgulho! Pense no que isso irá significar para Serene e Ben! Você quer que eles paguem pelo o que nós fizemos?"

Ele balançou a cabeça. "Não foi sua culpa. Eu tomo toda a responsabilidade por ter me aproveitado de você."

Por um momento ela apenas olhou para ele. Quando ela finalmente falou, sua voz era firme, mas suave. "Eu não sou uma criança, mestre de poções. É preciso de dois para um beijo desses."

Dizendo isso, ela se virou e saiu da biblioteca. Os raios de sol dourados que penetravam pela janela batiam em seus cabelos, dando a impressão de uma auréola.

*************

Segundas eram os dias favoritos de Laurel. Ela tinha aulas de "Defesa Contra Artes das Trevas" tripla, durante toda a manhã. Primeiro com os alunos do primeiro ano, depois com os do segundo e por fim, antes do almoço, com os alunos do terceiro ano. Professor Lupin concordou em deixá- la assistir as aulas do segundo e terceiro ano, mesmo que ela não tivesse acabado o currículo do primeiro ano. Ele e Dumbledore concordaram que ela iria aprender mais vendo do que lendo em livros.

O incidente na biblioteca a havia deixado tremendo e confusa. Ela não tivera a intenção de beijar Snape. Ela não aprovava uma relação professor- aluno daquela maneira. A maioria das vezes era sempre sobre uma pessoa mais forte explorando uma mais fraca. Mas por outro lado, ela não era realmente uma aluna, era? Mais uma prisioneira do que aluna, isso sim.

Ela distraidamente desenhava círculos no livro de DCAT. Teria ela se sentindo atraída por Snape se o tivesse encontrado no mundo real? No mundo dela? Provavelmente, ela teve que admitir pra si mesma. Imagine o homem com uma roupa descente, um corte de cabelo e... bem... um sorriso. Obviamente ela tinha uma queda por ele. Mas beijá-lo no meio da biblioteca...não era ela.

Laurel pensou se ele já havia conversado com Dumbledore naquele momento.

"Desculpe meu atraso."

Laurel sorriu quando Lupin entrou na sala, um grande baú flutuando atrás dele, como um animal de estimação. Remo Lupin era de longe o professor mais legal de todos. Ela adorava o seu sorriso tímido, o modo gentil como ele tratava todos os alunos e o respeito que ele tinha por todas as criaturas.

Com deleite, mas com um aperto no peito, ela viu Neville Longbotton transformar... alguma coisa... em um Snape vestido com roupas de mulher. Lupin havia explicado antes como o Bicho-Papão que ele supostamente mantinha dentro do baú iria assumir a forma do que sua vítima tinha medo. Ela imaginou se Snape tinha idéia do quanto Neville tinha medo dele.

Quando Lupin terminou a aula, Laurel arrumou seus livros e se preparava para sair.

"Srta. Hunter. Um minuto, por favor."

Ela sorriu para ele. Os olhos gentis do professor a faziam lembrar de alguma coisa. Ela só não sabia no que.

"Sim, Professor?"

"Eu preciso falar sobre a queixa que os fantasmas estão fazendo de você. É preciso levar isso a sério."

Laurel balançou a cabeça. "Sinto muito. Você acabou de dizer que os fantasmas fizeram uma queixa?"

"Sim. Sobre sua conduta. Parece que você," ele abriu um pergaminho e leu, franzindo a testa. "não os cumprimenta educadamente,você não responde perguntas que eles fazem."

Ela apenas o encarava.

"Eu sei que eles podem ser irritantes e Peeves é uma peste. Mas de qualquer maneira eles vivem aqui conosco e merecem ser tratados educadamente como todos os outros."

"Professor Lupin. Eu não faço a mínima idéia do que você está falando."

Agora era vez dele encarar ela. Suspeitas caíram em seus olhos. "Você não os vê." ele concluiu, com uma voz suave.

"Vejo quem?"

"Nearly Headless Nick. Peeves, the Poltergeist."

Laurel não conseguiu evitar um riso. "Então realmente há um poltergeist, não? Eu ficaria tão decepcionada por viver num castelo sem um fantasma apropriado."

"Você não pode vê-los!" Lupin começou a andar de um lado para o outro da sala, murmurando para si mesmo. "Claro, isso explica muito." Ele segurou a mão dela, levando-a até o baú. "Abra, Srta. Hunter."

Ela sorriu. "Mas você disse que tem um Bicho-Papão aí dentro. Não seria melhor você me ensinar o feitiço apropriadamente antes de eu abrir isso?"

"Apenas abra o baú."

Laurel precisou de toda a sua força para levantar a tampa. O baú estava vazio.

"Bem, eu abri. E agora?"

"Agora feche." Lupin balançou a cabeça maravilhado.

Ele se sentou em uma das carteiras e indicou com a mão para a cadeira ao lado. "Sente-se. Isso pode levar um tempo. O que você viu dentro do baú?"

"Nada. Estava vazio."

Lupin conteve um riso. "E se eu disser que há um Bicho-Papão assustado e infeliz lá dentro?"

"Está vazio."

"Sim, está vazio. Mas só para você. Mas você o viu se transformando no Professor Snape quando Neville abriu o baú, não?" Ele tinha visto como ela vacilou e imaginou momentaneamente por que ela se incomodou tanto de ver Snape sendo ridicularizado. "Mas você não pode enxergá-lo quando vê por você mesma. Você não acredita em Bicho-Papão, não é Laurel?"

"Não. Claro que não."

"E você não acredita em fantasmas também."

"Não." Ela olhou para ele. "Mas você sim."

"Todos em Hogwarts acreditam. Nós os vemos, conversamos com eles."

"Eu não vejo nada. Sinto muito, Professor."

Eles sentaram em silêncio por um momento. Lupin continuava balançando a cabeça. Eventualmente ele suspirou. "Eu me pergunto o que aconteceria com Você-Sabe-Quem se ninguém acreditasse mais nele. Ele iria apenas definhar e desvanecer, como o Bicho-Papão? Mas mesmo assim, ele matou vários trouxas que não acreditavam nele."

"Você-Sabe-Quem?"

"Deixa pra lá. Irei explicar sua... condição... para os fantasmas. Tenho certeza de que eles entenderão. Peeves, no entanto, ficará chateado. Se você encontrar cola no lugar da sua pasta de dente ou sua cama molhada de vez em quando, seja paciente."

"Na verdade," Laurel disse pensativa enquanto pegava sua bolsa e livros, "minha pasta de dente hoje estava com um gosto horrível."

"Parece que Peeves quer sua atenção. Talvez a gente consiga achar uma outra maneira para que vocês se comuniquem. Só espero que o Bicho-Papão não leve muito a mal," Lupin disse, fechando o baú e seguindo Laurel para o salão principal. "Ele passou sua vida inteira aqui em Hogwarts e nunca encontrou ninguém como você."

"Que ignora sua existência. Entendo porque ele se sentiria inquieto."

"Ele chorou."

"Professor Lupin?"

Ele sorriu para ela e de repente ela percebeu o que seus olhos a faziam lembrar: Um lobo que ela havia visto no zoológico, desesperado atrás das barras que o mantinham preso. "Sim, Srta. Hunter?"

"Por que o Bicho-Papão se transformou na lua quando você o enfrentou?"

Os olhos dele se estreitaram enquanto olhavam para ela. Seu cabelo estava salpicado de fios brancos. Poderia ele...

Laurel suspirou. "Me desculpe. Estou invadindo sua privacidade."

"Vamos almoçar, Srta. Hunter. Estou faminto. E na próxima segunda, por favor, tente acreditar em Hinkypunks ou teremos um problema sério."

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Nota da tradutora: Eu sei que há algumas discordâncias em algumas cenas com aquilo que vemos no livro. Eu percebi isso também, faz tempo. Mas como estou apenas traduzindo a fic, não tem sentido eu modificar algo. Pensem nessas diferenças como uma pequena realidade alternativa. Apesar disso (e de outras discordâncias que irão aparecer mais para frente), os personagens são bem retratados, e a história é bastante fiel ao universo de Harry Potter. Em resumo: mesmo assim, a fanfic vale a pena!