6. Laços

"Eu estou me sentindo bem melhor." Laurel tentou de novo."Realmente!"

Madame Pomfrey estava de pé com os braços cruzados e balançou a cabeça negativamente. "Você precisa esperar pelo diretor, Srta. Hunter."

Laurel se entregou e sentou novamente. Ela realmente se sentia bem melhor e queria sair logo da ala hospitalar. Com alivia ela viu Albus Dumbledore e Minerva McGonagall andando pelo corredor. Eles paravam em algumas portas e conversavam com algum aluno, mas vagarosamente eles fizeram seu caminho até a sala de espera.

"Você se lembra da nossa pequena conversa na sala da professora McGonagall, Srta. Hunter?" Dumbledore perguntou ao invés de cumprimentá-la.

"Você me disse que alguém quer me matar," ela respondeu secamente. "Isso não é algo que a gente esquece facilmente, então acredito que não foi um caso de comida estragada que me trouxe aqui."

"Você está certa, querida. Foi um veneno mortal, e tão sofisticada que geralmente mata antes que alguém possa preparar um antídoto."

"Mas vocês fizeram, graças a Deus."

"Não. Foi graças ao professor Snape que você ainda está conosco."

Laurel corou quando lembrou de aparatar direto no quarto de Snape.

Dumbledore puxou uma cadeira para perto dela. "Acho que nós sabemos..."

"Vocês sabem quem tentou me matar?"

"Não, ainda não." ele disse com pesar. "Mas nós sabemos por que." Oh! Laurel não sabia o que dizer. Ela não conseguia pensar em nenhuma razão para alguém querer matá-la. Afinal, ela nunca havia causado nenhum mal sério, ou pelo menos ela preferia pensar que não. Até mesmo quando ela terminou com Jack, tudo tinha sido cordial e civilizado.

"Então, por que alguém quer me matar?"

McGonagall interferiu. "Você é apenas o meio, minha jovem. Mas não o alvo."

Laurel suspirou. "Eu realmente não entendo."

Dumbledore olhou para a colega. "Talvez você pudesse explicar as circunstâncias, Minerva?"

"Muito bem." ela concordou e se sentou na terceira cadeira perto da lareira. Madame Pomfrey fechou a sala para dar maior privacidade aos três.

"Tudo isso começou muito tempo atrás. Hogwarts não foi sempre tão pacífica quanto parece ser hoje. Ela foi fundada por quatro grandes feiticeiros, e uma das coisas em que eles discordavam desde o início era se a escola deveria ser aberta apenas para os bruxos de puro-sangue, ou se para os chamados sangue-ruins também." Ela parou, mostrando desagrado. "Os fundadores mantiveram a paz pelo bem de Hogwarts. Mas algumas décadas atrás, um jovem rapaz, estudante daqui, quebrou a trégua. Pessoas morreram, violência e caos se ergueram. Ele conseguiu seguidores. Nós vimos ele surgir, e mesmo assim não pudemos impedir."

"Nós tivemos alguns alunos então que acreditávamos serem talentosos, e capazes de vencer... Voldemort." A professora fechou os olhos quando o diretor disse o nome. "Um deles era James Potter, pai de Harry. O outro era o professor Snape, naquela época também um estudante, da Sonserina."

"Eles eram igualmente habilidosos, mas no fim escolhemos James e foi ele quem acabou sendo morto. Ele e muitos outros, e entre eles a mãe de Harry, Lily."

"Por que vocês não escolheram Snape?" Laurel atreveu-se a perguntar.

"Os alunos passam os anos formativos de sua vida em Hogwarts, o que nos permite conhecê-los bem. Nós os vemos crescer tanto fisicamente quanto espiritualmente. No caso de Snape, nós sentimos uma escuridão se alastrando nele. Nós temíamos que, se Severus chegasse perto demais do Lord das Trevas e de suas promessas de poder, ele não fosse resistir, o que foi exatamente o que aconteceu. James foi morto e Snape mudou de lado logo após a graduação. Nós fomos os culpados por ambas as tragédias."

Dumbledore colocou a mão em cima da mão da professora, num gesto carinhoso. "Está tudo bem, Minerva. Nós já falamos sobre isso. Livre arbítrio. E no final de tudo, Snape foi forte o suficiente para retornar para a luz."

"Muitos ainda não confiam nele."

"Eu sei."

"Escutem." Laurel interrompeu. Todas aquelas histórias sobre o bem e o mal a estavam deixando confusa. "Vamos tentar nos concentrar nas coisas em que eu consigo entender. Por que alguém está tentando me matar?"

"Alguém - e nós acreditamos que é ele, você-sabe-quem, ou um dos seus seguidores - está tentando atingir Snape."

Laurel olhou pasma. "Atingir Snape, me matando."

"Exatamente."

"Ok..."

Desejosamente, ela se lembrou da teoria de que ela estava em coma por intoxicação. Talvez se ela fizesse força o suficiente seus olhos iriam se abrir, e ela iria acordar para o seu mundo real?

Minerva preocupada gesticulou para Dumbledore, que limpou a garganta.

"Srta. Hunter, nós aqui em Hogwarts acreditamos fortemente em um equilíbrio universal. Dia e noite, quente e frio. Nada nunca se perde, apenas se extravia. E se há algum... vazio, se alguma coisa está faltando, alguém precisa encontrar a peça que está faltando para se tornar completo novamente."

"Certo."

"Mas deixando todas as explicações metafísicas de lado, esses ataques à sua vida precisam parar."

"Oh, nisso nós concordamos!" Laurel replicou com escárnio e abriu os olhos.

"Como você se relaciona com o professor Snape?"

"Eu realmente odeio o modo como ele intimida seus alunos. E a gente parece entrar numa briga dia sim, dia não." Ela lembrou do beijo e corou. Relutante, ela admitiu. "Mas há alguma coisa nele que me atrai. Não seu lindo rosto e agradável conduta, entretanto."

Minerva balançou a cabeça. "A escuridão dele e sua luz se atraem."

"Eu não sou apenas luz."

"Eu sei." Os olhos gentis de Dumbledore a assegurava de que ele sabia de tudo. Bem, quase tudo. "Há uma peça faltando em você também, não?"

A professora McGonagall suspirou. "Você deve saber, Severus não foi sempre desse jeito."

"Desse jeito? Você diz, arrogante, cheio de escárnio, e um tirano presunçoso?"

"Sim, algo assim. Dizer que ele um dia foi extrovertido e alegre é uma mentira deslavada. Mas como um estudante, ele era tímido, de uma maneira um tanto meigo. Eu era professora naquela época, bem mais jovem e inexperiente." Laurel mal acreditou nos próprios olhos ao ver a professora corando. "O pai dele era... muito severo com ele. Séculos de tradição e orgulho familiar, mas nenhum coração - um homem bem desagradável. Apesar de todo o parentesco, o filho não é nada parecido com ele."

"Mas o caso é que você aceitaria... combinar forças com ele? Para fazer a matança parar?" Dumbledore interrompeu as memórias de McGonagall. "Nós não vamos pedir que você faça isso se sentir que não pode trabalhar ao lado dele, se você o odiar, ou sentir repulsa."

Laurel balançou a cabeça. "Por que eu iria odiá-lo? Eu não sou uma aluna do primeiro ano que ele tortura por puro tédio, acredito eu." Novamente ela se lembrou do beijo e do corpo dele, tão perto dela. "Realmente, eu poderia trabalhar com ele. Apenas me diga o que fazer. Mas lembrem-se de que eu sou apenas uma iniciante."

Dumbledore deu um sorriso vago e levantou a mão.

"Nós queremos que vocês estabeleçam um laço."

"Um laço?"

"Professor Snape com certeza irá explicar tudo a você." Os olhos azuis e gentis dele prenderam a sua atenção. Ela viu os lábios dele se mexendo.

Uma súbita onda de náusea a acertou e ela caiu na cadeira. Quando abriu novamente os olhos, ela se sentia bem melhor. Mas então ela engasgou. De alguma maneira, o escritório da enfermaria tinha se transformado numa sala de estar aconchegante, com uma lareira e uma bandeja com pãezinhos de gergelim na mesa de café. Oh... E um Snape extremamente irritado na porta.

Os punhos fechados do professor bateram com força na porta de carvalho sólido. O barulho fez Laurel se encolher.

Snape murmurou uma praga e segurou sua mão machucada. "Você concordou com aquele plano tolo!" ele a acusou, com uma fúria fria.

Laurel se esticou na cadeira de couro de frente para a lareira e começou a esquentar seus pés. "Eu não faço idéia do que você está falando."

"O plano de Dumbledore para nos colocar juntos."

"Que plano? Desde quando nós precisamos de um plano para isso? Professor, eu sempre posso passar um tempo agradável com você nas minhas detenções, não?"

Um silêncio vazio a mostrou que ela tinha feito um ponto. Ela se virou para ele. "Escute, eu não sei onde nós estamos. E eu não vejo o por que de você estar tão perturbado. O que exatamente eles fizeram além de nos transportar para uma sala agradável?"

"O que eles fizeram? Eu vou te mostrar o que eles fizeram." Ele a agarrou pelo pulso, levantando-a e a arrastando para fora da porta. O corredor e as escadas pareciam as mesmas. Laurel chegou até a reconhecer alguns dos quadros.

"E?" Ela perguntou.

"Vá em frente. Tente encontrar o saguão."

Ele nem precisava dizer isso, ela pensou aborrecida. Afinal, ninguém podia esperar que ela ficasse na mesma sala com aquele louco. 'Sinto muito, Professora McGonagall,' ela murmurou, enquanto descia as escadas, 'ele pode ter sido um garoto tímido, mas não restou nada disso. Agora ele é apenas outro grande bastardo.' Ela abriu a porta ao pé da escada apenas para encontrar-se novamente na mesma sala confortável de antes. Confusa, ela balançou a cabeça.

"Mas eu..."

"Não tem saída." Snape indicou a segunda cadeira. "Você pode ao menos se sentar, já que vamos passar um bom tempo nessa sala."

"Isso é uma maldição, não?"

A voz dele estava cheia de sarcasmo quando respondeu. "Pode apostar. Eles trabalharam juntos nisso, por isso não tem como eu desfazer sozinho. Nós estamos presos até que façamos o que Dumbledore deseja. Mas você nos trouxe aqui em primeiro lugar! Se você não tivesse concordado com o plano deles, eles nunca teria nos trancados juntos!"

"Eu não concordei com nada," ela tentou se defender contra a raiva dele. "McGonagall disse algo sobre eu estar colocando você em perigo mortal e que todos esses acidentes bizarros que eu tenho estado envolvida nos últimos anos têm sido realmente para atingir você. E eu disse..." Ela engoliu em seco quando percebeu que realmente havia concordado com algum tipo de plano. "Eu disse que queria que isso tudo parasse e que iria ajudá-lo a fazer parar."

"Esses velhos trapaceiros e intrometidos!" Snape não conseguia ficar parado. Ele havia perdido toda sua calma. "Você acha que eles são seus amigos, mas assim que você dá as costas eles te acertam com uma adaga envenenada."

"Escute, Professor," Laurel tentou acalmá-lo. "Nós não podemos apenas sentar e esperar? Cedo ou tarde eles vão cansar desse jogo e vão nos deixar sair depois de um tempo."

"Você acha que isso é um jogo?" Snape andou até a janela escura. Ele observava a neve que caia no campo branco, longe do seu alcance. "O que você sabe sobre laços, Srta. Hunter?"

"Laços. Laços. Deixe-me pensar." Ela tentou se lembrar das suas palestras das leis da Metafísica. "Existe três tipos básicos. E um que supera os três. Está certo?"

Ele concordou, mas não olhava para ela.

"Sangue, amizade, paixão."

"E amor como o superior. O laço que pode substituir todos os outros."

Laurel empurrou outra lenha para o fogo. "Parece bom para mim. Mas o que significa?"

"Dumbledore acredita que você, seu talento, sua personalidade, seu... coração..." ele quase engasgou na palavra, "podem compensar meus defeitos. Que nós dois unidos nos erguemos mais forte do que separadamente."

"Ele me disse, sim. Tudo por causa desse cara mau chamado Waldemart."

Snape tremeu e fechou a cortina. Ele começou a andar de um lado para outro da sala, ciente do quarto ao lado. "Não é Waldemart, é... Não importa. Você não deveria dizer o nome dele mesmo. Mas acredite, Dumbledore está certo sobre uma coisa. Você-sabe-quem é maldade pura."

"Então nós temos que construir um laço para enfrentarmos juntos contra Wal..." ela tossiu. "Contra esse cara mau. Não deve ser tão difícil. Nós dois fazemos um corte nos nossos dedos e trocamos sangue. Eu fiz isso várias vezes quando criança, e todos meus irmãos de sangue ainda estão vivos."

Ele jogou as mãos para o alto, realmente desesperado. "Isto daqui não é Caubói e Índios, Srta. Hunter. Pessoas podem morrer. Na verdade, pessoas já morreram - de maneira dolorosa - por não levar a ameaça a sério. O laço de sangue só existe entre membros de família. Pais e filhos. Irmão e irmã."

"Amizade, então."

Agora sua voz era obscura, mas suave. "Amizade precisa de tempo. E confiança. Você confia em mim, Srta. Hunter?"

Ela pensou sobre isso e respondeu honestamente. "Eu não sei. Você faz de tudo para parecer intocável e venenoso o tempo todo. Por outro lado, Dumbledore confia em você."

Ele corou um pouco, mas fez de tudo para esconder. "Bem, saiba que eu não tenho muitos amigos, e por bons motivos. E você não vai querer ficar trancada comigo tempo suficiente para descobrir quais são esses motivos."

"Então o que mais há? Oh..." Ela desejou poder morder a própria língua. "Paixão" Sua voz era um mero sussurro.

"Plano capcioso, não?"

"Você acha que eles querem que.. a gente..." Ela não podia acreditar. "Isso é extorsão!"

"Se você quiser chamar assim."

"Dumbledore disse que eu deveria trabalhar com você... não..."

"Realmente."

Os dois permaneceram em silêncio por alguns minutos.

Laurel mordeu os lábios, um velho hábito que ela tinha quando construía uma lista de prós-e-contras na sua mente.

Pró: Ele é sexy.

Contra: Ele é um bastardo a maior parte do tempo e trata seus alunos como lixo.

Pró: Ele tem um belo corpo - pelo menos eu acho. Debaixo daquele robe e capa.

Contra: O cabelo dele.

Pró: As coisas que Dumbledore e Minerva falaram sobre ele.

Contra: As coisas que todos os outros falam sobre ele.

Pró: Ele é inteligente e eu gosto de homens inteligentes.

Contra: Talvez ele seja inteligente demais para mim.

Pró: Ele é um bruxo.

Contra: Ele é um bruxo.

Pró: Eu quis ele desde o início.

Contra: Eu posso me apaixonar ao longo do caminho e ele não.

Uma hora depois, quando Snape já estava quase fazendo um buraco no carpete de tanto andar da janela para a lareira, ela levantou a cabeça e olhou com suspeita para ele. "Você diz que não pode desfazer o feitiço, certo?"

"Não se eles fizeram juntos."

"E se... e se nós formos para cama juntos eles nos deixarão ir?"

"Acredito que sim."

"E você prefere apodrecer nessa confortável prisão do que me tocar?" ela se levantou impaciente e caminhou até a lareira. Um atiçador de bronze estava encostado à parede e ela o usou para atiçar as lenhas flamejantes.

"E você encara isso como um insulto." Snape concluiu, um pouco surpreso.

"E eu não deveria? Por favor, explique." Laurel atiçou outra lenha e pequenas brasas subiram mais alto.

Snape franziu as sobrancelhas. Por acaso ela estava fazendo algum jogo elaborado? Ele nunca - nunca - iria perdoar Dumbledore por isso! Com uma indiferença forçada ele declarou: "Eu estou tentando poupar você."

"Me Poupar? De que?"

"Contrário ao que você parece pensar de mim, eu não forço mulheres. Nunca forcei e nunca irei forçar. E essa pode ser a única virtude que me resta."

"Do que diabos você está falando, Snape?"

"Não me diga que você viria a mim voluntariamente."

Laurel colocou o atiçador no devido lugar e se virou para ele. Os olhos dele não demonstravam nada. Pode ele ser tão insensível? Ou egocêntrico?

"Professor, eu não sei muito sobre seu mundo. Aparentemente tem uma guerra acontecendo e eu apenas espero que você e Dumbledore sejam os mocinhos. Essa é parte da razão para eu ter concordado com isso. Mas eu não estaria aqui se não tivesse sentido a atração entre a gente. Talvez nos seja um favor, colocar isso pra fora. Queimar a energia, metaforicamente falando."

"Você acredita que me ama, Srta. Hunter?"

O sorriso dele a lembrou de um lobo perseguindo sua presa.

"O que eles querem da gente não é amor, mas... a outra coisa."

"Eu duvido que você consiga lidar com 'a outra coisa' sem amor." ele retrucou secamente.

Ela estreitou os olhos. "Amor? Se você consegue fazer sem, eu também. Eu posso agüentar a verdade. Eu sei quem eu sou. Eu não sou seu tipo? Eu posso lidar com isso. Você também não é o meu." Ela olhou para ele, parcialmente escondido nas sombras, os cabelos negros lisos, os olhos escuros, o sorriso cínico em seus lábios, e ela sabia que ela estava falando uma mentira deslavada.

"Eu ainda acho que você não consegue manter sexo e amor separados, Srta. Hunter. Encare a verdade, ou as conseqüências."'

A voz baixa e ameaçadora dele a dizia para ficar em silêncio. Mas seu orgulho estava ferido e sua língua foi mais rápida que seus pensamentos.

"Eu duvido seriamente que você saberia o que é verdade mesmo, se ela te cutucasse com uma varinha! Para seus estudantes você é o Mestre de Poções, mas para Dumbledore você parece ser algum tipo de agente secreto. Quem é você, Snape? Há alguém por trás dessa máscara de bastardo intocável?"

"Fique quieta." Ele cerrou os dentes.

"Essa não é sua sala de aula, Professor!"

Como um raio ele se levantou e a agarrou pelos braços, empurrando-a com as costas contra a parede até que ela estremeceu, mas ele não a largou. Ele estava próximo dela, tão próximo que ela pode sentir o a fúria pulsando pelo corpo dele. E o cheiro dele, bem melhor do que ela esperava, considerando que ele passa a maior parte do seu tempo nas masmorras entre vapores e mau cheiros.

"É isso que você quer?"

Ele pressionou sua boca contra ela, sem ternura. O lábio inferior dela começou a sangrar assim que ele a mordeu. Um flash de pura paixão tomou conta dela, mas ela conseguiu empurrá-lo o suficiente para que conseguisse virar a cabeça. "Pare!"

"Eu perguntei: É isso que você quer?"

"Me larga! Você está me machucando!"

As mãos dele largaram os braços dela no mesmo instante. Ele tremia como um sonâmbulo que fora acordado subitamente. Laurel apenas continuava parada, o coração apressado. Não havia como ela negar o que sentia. Ela o queria, sim. Mas não daquela maneira.

"Nós estávamos falando de paixão, não estupro."

"Eu sinto muito."

"Escute," ela arriscou. "eu não gosto de dor. Eu sei que algumas mulheres gostam, mas eu não."

Ela levantou uma das mãos e tocou levemente seu rosto. Ele se contraiu. Quando ela acariciou seu pescoço então, ele pegou a mão dela e a afastou. "Agora é você quem está me machucando," ele murmurou quase inaudível.

"Não foi minha intenção."

"Não é sua culpa. Eu... eu prefiro não ser tocado."

Os corações acelerados, eles apenas ficaram parados, afastados apenas centímetros um do outros, ambos tentando recuperar o fôlego.

Ele foi o primeiro a quebrar o silêncio. "Nós podemos encontrar um meio- termo, não?"

"Acho que sim. Sem dor, sem ternuras."

"Sem amor, sem compromisso. Sem culpa."

"Alguma coisa no meio?"

"Paixão." ele concordou. "Nada mais."

"Eu não quero te causar dor."

"Apenas evite me acariciar. Você consegue?"

Laurel balançou a cabeça positivamente, pensativa. "Mas você pode ficar desapontado. Eu não sou muito boa nisso."

Ele a forçou a olhar para ele. "Não muito boa? Eu prometo não te avaliar."

"Ninguém nunca reclamou!" ela balbuciou e corou. "É bom, o calor, e a proximidade. Mas eu não vejo o que há de mais nisso."

"Isso, Srta. Hunter, eu posso ser capaz de te mostrar."

Ela manteve os olhos abertos quando ele a beijou novamente. Ainda não gentil e longe de uma carícia, mas não tão brutal quanto da primeira vez. O olhar dele a mantinha presa e a puxava para mais perto dele, quando suas mãos ainda nem haviam tocado o corpo dela. Quando ele a pegou nos seus braços para a carregar para o quarto, ela quebrou o beijo.

"Qual seu primeiro nome?" ela perguntou sem fôlego. "Você não espera que eu te chame de Professor Snape na cama, espera?" seria a cara dele, ela pensou.

"Severus."

"Severus" ela repetiu suavemente.